terça-feira, julho 03, 2012

Livraria de autor (actualizada)


Não irei avançar, para já, nomes de locais onde o livro
Refracções em três andamentos, da minha autoria, irá estar à venda futuramente.


Neste momento, quero informar-vos de que o preçário será este:

- Sessão de Lançamento (7 de Julho) = 7 euros
- Posteriormente = 9 euros

- Encomendas por email (feita e paga até ao final do dia 7 de Julho) = 8 euros*
- Posteriormente = 10 euros*
* Já inclui portes de envio.



Para efectuar encomendas basta enviar um email para
danielroc@gmail.com, referindo no assunto da mensagem: Encomenda do livro REFRACÇÕES. Para um envio mais rápido, junte logo a morada para onde pretende o envio do livro.

quinta-feira, junho 28, 2012

Eu e a Revista Praça Velha n.º 31 e o Fio da Memória




Hoje, pelas 18 horas, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL) - Guarda. Na revista participo com uma recensão (a que dei o nome «A “palavra essencial” esquecida: acidente poético fatal, de Américo Rodrigues») ao livro Acidente Poético Fatal, de Américo Rodrigues, e na colecção "O Fio da Memória" com o Julgamento e Morte do Galo do Entrudo 2012 - Textos.

Abaixo leiam mais sobre o conteúdo da Revista Praça Velha 31 e sobre os novos números da colecção "O Fio da Memória".


"A Câmara Municipal da Guarda promove, no próximo dia 28 de junho, quinta-feira, na Sala Tempo e Poesia da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, pelas 18h00, o lançamento da Revista Cultural Praça Velha nº 31 e dos números 105 ao 109 da coleção “O Fio da Memória”.
O número 31 da Revista é dedicado ao tema "Comunicação Social na Guarda no Século XX" e contará com a colaboração de Adriano Vasco Rodrigues, Jesué Pinharanda Gomes, Victor Manuel S. Amaral, Aires Antunes Diniz, Manuel Leal Freire, António José Dias de Almeida, Joaquim Igreja, José Luís Lima Garcia e Luís Vieira Rente. A Grande Entrevista ao Dr. António José Teixeira é conduzida por Helder Sequeira. Poesia conta com a participação de Cristino Cortes. Portfolio é da responsabilidade de Ricardo Marta. Recensões críticas de livros e Cd’s incluem colaborações de André Boto, António Cunha, António José Dias de Almeida, Daniel António Neto Rocha, Francisco Manso, Joaquim Martins Igreja, José Alberto Ferreira, José Maria dos Santos Coelho, José Monteiro, José Manuel Suzano Louro, Ludgero Paninho, Pedro Dias de Almeida, Regina Gouveia e Vítor Afonso. Este número termina com a já habitual Súmula de Atividades Culturais.
A Coleção “O Fio da Memória” contará com mais cinco opúsculos dedicados aos seguintes temas: “João Nunes Velho - Vida em Poesia” de António Sá Rodrigues; “Julgamento e Morte do Galo do Entrudo 2012 - Textos” de Daniel Rocha; “Vela - O Teatro num Lugar” de António Manuel Gomes e João Neca; “Na sua mão direita - Manuel de Vasconcelos curador do sofrimento humano” de Manuel Poppe e “O dia em que a terra desabou” de Gabriela Marujo." (Fonte: Câmara Municipal da Guarda)

terça-feira, junho 26, 2012

17. Crónica Diária na Rádio Altitude (3.ª temporada) – Crónica das palavras ou da retórica demagógica (*)

1. “Quando a pátria que temos não a temos/ Perdida por silêncio e por renúncia/ Até a voz do mar se torna exílio/ E a luz que nos rodeia é como grades”, assim escreveu Sophia de Mello Breyner Andresen em 1962 no seu Livro Sexto. O poema chama-se “Exílio” e dá-nos a entender que a palavra e a participação pública são essenciais para a manutenção de uma saudável pressão democrática sobre os usurpadores do poder, que tantas vezes aprisionam as vozes do povo e as levam a um suicídio participativo. Quero com isto responder a ou esclarecer todos aqueles que levam e que são levados a pensar que as palavras são inacção, ou melhor, que demasiadas palavras servem, unicamente, para forrar as ruas ou as paredes não servindo para mais do que isso. Alguns, armados da aparente delicadeza e de uma ufana retórica parcial, parecem esquecer que o “verbo” é acção, tanto para a teoria da criação divina, como para o desenvolvimento semântico, logo gramatical, da frase. Claro que, sendo livre e despretensiosa (tal como o ar que respiramos), a palavra pode ser um enfeite ou uma ilusão se usada para encher o ar de coisa nenhuma ou para propalar os feitos encantatórios de quem a quiser usar de forma enganadora e, puramente, política. Porém, quem faz reflexões sobre a palavra deve saber distinguir aquilo que é a função nobre deste símbolo da liberdade de todas as outras utilizações pretensiosas, pois, e num registo extremamente metafórico, não é a faca que mata mas, sim, a mão que a segura. Esclareçamos. A arte política de enganar e de não executar o que prometeu não se deve à inacção da palavra, mas, sim, à falta de honra dos homens! As promessas eleitorais são feitas pela língua, tantas vezes, viperinas dos homens, sendo a palavra apenas um “objecto” transmissor! Os sofismas, de que tantos conceituados oradores são portadores, são habilidades dos homens e não das palavras! Talvez Sophia, a partir do livro já referido acima, possa ainda ajudar-nos a esclarecer todos aqueles que querem ver como culpadas as palavras e não a língua que as articula com o poema “O Velho Abutre”: “O velho abutre é sábio e alisa as suas penas/ A podridão lhe agrada e seus discursos/ Têm o dom de tornar as almas mais pequenas”.

(...)


Guarda, 25 de Junho de 2012
Daniel António Neto Rocha

(excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 26 de Junho de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)

(*) Porque acabou a temporada deste ano.

segunda-feira, junho 25, 2012

6.ª Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão - 14 de Julho de 2012



"O Projecto Sérgio Rocha, em colaboração com o Portal Bombeiros.pt, tem tentado ao longo dos últimos cinco anos homenagear de forma vertical e serena os seis homens que perderam a vida no fatídico incêndio de Famalicão da Serra (no dia 9 de Julho de 2006). Assim, criou a Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão que tem decorrido em Famalicão da Serra e tem conseguido criar condições formativas a todos os seus participantes através da colaboração das mais diversas entidades relacionadas com a Protecção Civil. Neste ano, lembram-se os seis anos desse trágico acidente e, tal como em anos anteriores, far-se-á uma jornada que honre a memória daqueles que caíram.
Desta forma, venho pedir a vossa melhor divulgação da 6.ª Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão da Serra (a realizar no dia 14 de Julho de 2012, com início às 14 horas, na Casa da Cultura de Famalicão). A inscrição na Jornada é gratuita e deve ser efectuada no Portal Bombeiros.pt (no endereço: www.bombeiros.pt).
Agradecendo desde já a atenção que concederá a esta missiva, aproveito para o convidar a estar presente no dia da actividade, encontrando-me desde já à disposição para qualquer esclarecimento ou informação adicional.

Segue em anexo o programa da actividade.

Programa

14 horas
Recepção aos participantes e aos convidados

14h15m
Tema: O estado dos Bombeiros no seio da Proteção Civil: seis anos de evolução?
José Luis Bucho – Membro do Grupo de Trabalho do Partido Comunista Português (PCP) para as questões dos Bombeiros e Protecção Civil (em representação do Grupo Parlamentar do PCP)

14h45m
Tema: O papel dos agentes de combate aos incêndios florestais na investigação criminal
Elmano Silva - Mestre em Sociologia, Pós-Graduado em Riscos e Proteção Civil

15h45m
Tema: “Fire Protection”: Autoproteção e monitorização de veículos de bombeiros para o combate a incêndios florestais.
Sérgio Cipriano – Presidente da Associação Amigos Bombeirosdistritoguarda.com

16h15m
Intervalo e deslocação para a Serra de Famalicão

16h30m
Início do “staff-ride” e visita ao local do acidente.

17h30m
Homenagem

19h
Lanche/jantar convívio e encerramento da Jornada no Quartel dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra


O responsável pelo Projecto Sérgio Rocha"

sábado, junho 23, 2012

Quem usará da palavra?

A apresentação do livro fica entregue a uma mulher extremamente competente nestas andanças da literatura. O seu nome é Joana Duarte Bernardes e é uma amiga de longa data (desde os tempos de Coimbra). Para além da amizade que nos une e da competência que todos lhe reconhecem, é uma pessoa de grande sensibilidade poética.

Aqui fica um pouco do seu "currículo":


"Joana Duarte Bernardes é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade de Coimbra e Mestre em Teoria e Análise da Narrativa. Como membro do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX, integra o projeto “Correntes Artísticas e Movimentos Intelectuais”.

Áreas de investigação: Teoria da História e Historiografia; Estudos sobre Memória e Morte; Literatura e Cultura Portuguesa (séculos XIX-XX); Poéticas do Limite.

De entre os trabalhos já publicados, contam-se: “Quando ainda se acreditava que as ideias faziam revoluções: Manuel Emídio Garcia e Eça de Queirós”, Revista de História das Ideias, nº 29, 2008 ; “O século XX ou o ambíguo tempo dos profetas”, Estudos do Século XX, nº 9, 2009; “Limite e utopia: a praia como limiar”, Biblos: Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, nº VII, 2009; “Habiter la mémoire à la frontière de l’oubli: la maison comme seuil”, Conserveries Mémorielles, 7, 2010 ; “A História como sagesseˮ, Revista de Teoria da História, Ano 1, Número 3, 2010; “O ocaso do eurocentrismo”, Estudos do Século XX, nº 9, 2009.

Presentemente, prepara a sua tese de doutoramento em História, especialidade Teoria da História, na Universidade de Coimbra.

É bolseira da FCT.
"

(Fonte: Imprensa da Universidade de Coimbra)

segunda-feira, junho 18, 2012

Ecce diem libri!





Dia 7 de Julho, às 16 horas, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (Guarda). Durante a semana divulgarei os restantes dados. Para já, espero que seja um bom dia para vós, pois gostava de vos ver por lá!

quinta-feira, junho 14, 2012

A pele do livro!



Esta é a capa do livro!
O design é do Edgar Silva, meu amigo de Liceu e designer de reconhecido talento na região centro (talvez o nome Puro Design vos diga alguma coisa mais).
Mais informações sobre o dia do lançamento e sobre os responsáveis pela apresentação do livro e do seu autor seguem dentro de momentos!

terça-feira, junho 12, 2012

16. Crónica Diária na Rádio Altitude (3.ª temporada) – Crónica do ataque ao interior ou da tentativa de desertificação também cultural

1. “Ne sutor supra crepidam iudicet!”, ou seja, “que nem o sapateiro julgue acima da sandália!” Assim exclamou um dos mais importantes pintores da Grécia antiga, de nome Apeles, aquando da mera crítica destrutiva que um vulgar sapateiro fez ao seu quadro. A história é simples e conta-se em meia dúzia de linhas. Apeles gostava de expor os seus quadros na ágora com o fino propósito de ouvir as críticas e, assim, modificar algo que pudesse estar errado. Um dia, um sapateiro, que por ali costumava passar, criticou a forma como estavam pintadas as sandálias de uma das figuras pictóricas. Consciente do conhecimento que aquele artesão tinha, Apeles retocou o quadro segundo as críticas do sapateiro. No dia seguinte, o pintor voltou a colocar o quadro para ser visto pelo artesão. Este que confirmou a, agora, perfeição da sandália começou, então, a criticar a forma como estavam pintadas as pernas e outras particularidades das figuras. Ao ouvir estas críticas, Apeles surge e grita a frase que apresento acima, demonstrando ao sapateiro que cada um deve criticar aquilo que conhece ou, pelo menos, aquilo sobre o qual tem informações bastantes e esclarecedoras.

(...)

Guarda, 11 de Junho de 2012
Daniel António Neto Rocha

(excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 12 de Junho de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)

sexta-feira, junho 08, 2012

Momentos em imagem #7


Esta foto foi tirada por uma romena, acompanhada de uma portuguesa, na praia de Vai que fica no extremo Este de Creta. Eu tentava encontrar um rumo, um caminho que apontasse para algo que, efectivamente, vim a encontrar algum tempo depois. Hoje, recordo e partilho este momento numa altura em que a minha faceta de Infante D. Henrique e o meu espírito de Vasco da Gama se cruzam.
A decisão está perto. Penso-o!

quinta-feira, junho 07, 2012

Obrigado, Ray Bradbury!


Faleceu ontem (dia 6) um dos homens que escreveu contra os regimes totalitários e limitadores do pensamento humano. A sua novela quase romance (como gosto de lhe chamar) Fahrenheit 451 é um grito de alerta, com mais de cinquenta anos, ao futuro. Já o aqui apresentei segundo um determinado contexto, mas leiam-no e evitem que o nosso futuro seja assim!
Até sempre, Ray Bradbury!

quarta-feira, junho 06, 2012

Pensalamentos #50


Sorte ou azar?
Momento ou pausa?
Compasso ou descontínuo?

Azul celeste ou vermelho fogo?

Verde!

terça-feira, junho 05, 2012

Repentes #9 - esperança estatal

Ouvir um alto representante do estado afirmar que a única coisa que o Governo tem para oferecer aos jovens é "esperança" é tremendamente encorajador. Associar isso à Ministra da Agricultura e pensar que ela esperava um milagre dada a escassez da água é traçar um retrato fantástico da nossa sociedade democrática: "Fiquem à espera de milagres e não corram!"
Quando eu esperava uma visão objectiva e real dos governantes, eles respondem com esperança, milagres e, um destes dias, fé!
Percebi a mensagem: "O único remédio é sair!"
Amém!

segunda-feira, junho 04, 2012

Pensalamentos #49 - matar


Matar,
matar talvez de fome
com mesquinhez
e com tortuosa
intenção.

Matar,
matar talvez de solidão
rompendo os laços
e impedindo o fonema
de se articular.

Matar,
matar talvez de sufoco
apertando os pulmões
de sílabas
até acabar o ar.

Matar,
matar talvez de página branca
apagando as palavras quentes
e raspando os ecos
de significantes enleios.

Matar,
matar talvez de silêncio
as sílabas de liberdade
e as rimas ricas
dos versos.

Matar,
matar talvez...
o opressor!

Momentos em imagem #6


Foi uma das suas últimas "batalhas". Há cerca de seis anos, enquanto alguns se remetiam a um silêncio político, o Sérgio e os seus amigos da música, juntaram-se às vozes que defendiam a manutenção da Maternidade da Guarda. Rezam as crónicas que o fez de forma séria e brincalhona. Acredito! "Conseguiu" mantê-la aberta até dela terem saído mais uma primita sobrinha, a Clara, e um sobrinho, o seu homónimo Sérgio. E agora? Quando se volta a falar de fechar a Maternidade da Guarda, haverá quem encabece outra luta? Haverá quem queira dar o nome por causas que não dão dinheiro? Haverá um grito musical que embale futuros pais e mães na defesa do nosso "ninho"? Só para vos clarificar uma coisa, o Sérgio (tio) nasceu na Covilhã, o local para onde parecem desembocar hoje as correntes nascedoiras da região centro, mas defendeu esta Maternidade da Guarda por ser o sítio onde nasceram os irmãos e todas as primas e primos.
A imagem mostra tudo: com um sorriso conseguimos tudo, até o que parece impossível! Há seis anos o Sérgio deixou-nos mais ricos. Espero que também este seu esforço não tenha sido em vão!

sábado, junho 02, 2012

Pensalamentos Emprestados #9

"Já nada nos pertence,
nem a nossa miséria.
O que vos deixaremos
a vós o roubaremos."


(Manuel António Pina)

sexta-feira, junho 01, 2012

Lá vem livro!

Estou a ultimar os preparativos para o meu primeiro lançamento de livro. Será em Julho! É um livro que vem com algum tempo de atraso, mas que tem as suas virtudes. É de poesia e espero por vós no dia do lançamento. Em breve darei dados mais precisos.

terça-feira, maio 29, 2012

15. Crónica Diária na Rádio Altitude (3.ª temporada) – Crónica do turismo ou da “cock” para o vinho australiano

1. Se não vivesse em Portugal, com toda a certeza que não seria tão feliz como sou. Portugal é um país que continua a dar mundos ao mundo e a ganhar destaque em todos os cantos do globo. Vejam-se as últimas informações sobre redes de lavagem de dinheiro que se estendem até Singapura! Fabuloso não é? Dirão todos aqueles que tiverem a consciência normalizada que se trata de uma falta de vergonha e, no mínimo, de um crime, mas eu só posso aplaudir este regresso do espírito empreendedor de outrora. Lembrem-se de que já andámos por aqueles cantos do mundo há algumas centenas de anos e, se na altura foi rentável, por que não investir em mais do mesmo ou coisa parecida! É este espírito de compadrio que fará avançar Portugal para águas mais profundas e, por fim, afundar-se em beleza, podendo transformar-se numa real Antárctida e, por causa disto, numa potência turística submarina. Já estou a imaginar os catálogos turísticos: “Portugal, um destino de eleição! Descobrimos novos mundos para o mundo e, agora, empreendemos na arte de afundar tudo aquilo em que tocamos. Venha afundar-se connosco e contacte com a nossa memória líquida!”

(...)

Guarda, 28 de Maio de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 29 de Maio de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)

sábado, maio 26, 2012

Guarda decrépita

Tenho uma opinião muito própria sobre a forma como funcionam determinadas instituições. Tenho para mim que eles lá se "cozem" como quiserem e como lhes der quotidianamente na real gana, mas tenho que discordar de algumas dessas formas de funcionamento, nem que seja só em "vazio". E isto tudo porquê? Bem, li algures a citação de uma determinada figura que dizia que outra determinada figura "representa bem os ideais" de uma determinada instituição. É claro que o determinismo (de Claude Bernard) responde a isto de forma muito concreta e clara, logo, se a outra determinada figura tem traços de pau-mandado, interesseiro, manipulador e traiçoeiro e "representa bem os ideais" de uma determinada instituição, isto quer dizer que uma determinada instituição é conhecida por ser um pau-mandado, interesseira, manipuladora e traiçoeira.
Em conclusão, a Guarda está a aproximar-se daquilo que nunca pensei que alguma vez fosse: um mau sítio para viver, educar, trabalhar e criar!

quinta-feira, maio 24, 2012

Momentos em imagem #5 - homens da minha vida


Talvez não seja difícil de perceber, mas aqui está uma foto de um gesto simples e cheio de ternura. Felizmente, apesar de pensarem que isto não acontece, a minha vida está a transbordar de felicidade. Há quem não perceba nem nunca vá perceber, mas a humilde procura e a sincera entrega conseguem fazer com que os amigos certos e os gestos generosos nos encontrem. Estes são Tio e Sobrinho, num gesto único!

segunda-feira, maio 21, 2012

Crónica Bombeiros.pt: Que futuro?

1. O futuro é aquilo que nós quisermos, dizem muitos e com alguma razão, mas só em parte. O “tempo que há-de vir” é o que gera a preocupação de muitos homens e mulheres que pensam a sua vida em função de muitas variantes: sociais, políticas, económicas e, até, habitacionais. Mas nada disto é preocupação dos muitos que se preocupam unicamente com o seu umbigo e com o número de ganhos que conseguirão ao usurpar mais umas quantas de mais-valias. É com o horizonte, aquele espaço indefinido que está sempre muitos metros à nossa frente, que devemos interagir, pensando em formas mais sólidas de fazer uma sociedade justa e tentando sempre errar o mínimo (algo que hoje em dia, a bem de muitos, não se faz!).

(...)


Guarda, 21 de Maio de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 21 de Maio de 2012)

sexta-feira, maio 18, 2012

Sim, sou ingénuo!

E eu a pensar que havia, ao menos, um presidente de câmara que não se dava com malandros. Sim, sou ingénuo! Já sei em que não votar numa das próximas eleições.

terça-feira, maio 15, 2012

14. Crónica Diária na Rádio Altitude (3.ª temporada) – Crónica de um dia diferente ou dos alunos do Zé (*)


1. No dia 4 (quatro) deste mês estive na Escola Secundária Afonso de Albuquerque, a convite do seu Centro de Recursos e do Professor José Monteiro, para falar sobre literatura, especialmente de poesia, com duas turmas de Humanidades. Estive no “Liceu”, minha escola de tantas e tantas aventuras, como tinha estado tantas vezes no passado e como vou estando em memória sempre que penso no espaço essencial que me preenche. Nesse dia, no entanto, estive noutro papel, a mostrar-me inteiro, a revelar-me e a agradecer os ensinamentos que ali recolhi. Voltei à escola como o escritor e poeta que inicia um caminho que poderá revelar-se real. O convite tinha como pressuposto uma conversa dos alunos com o “autor” Daniel Rocha que ainda não tem um livro. E não é que foi uma conversa franca e aberta entre gente interessada e consciente da existência de algo mais do que crises económicas e promoções de quaisquer sectores comerciais? Até se falou em teoria da literatura!

(...)

Guarda, 14 de Maio de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 15 de Maio de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)

domingo, maio 13, 2012

Momentos em imagem #4


Há cerca de dois anitos convidei um grupo de colegas (onde estavam alguns amigos) para lancharem comigo e com a minha família no dia em que fiz anos. Mantenho contacto com poucos deles, mas, como diz uma voz sabedora, são os que interessam e se interessam. Nesse dia recebi dois livros, um dos quais está nesta imagem. O conselho que me davam silenciosamente com esta oferenda devia ser o seguinte: "Enquanto lês, não dizes nada e este livro vai ajudar-te a manteres a paz podre com as bestas que tens de suportar!" Como é óbvio, não respeitei aqueles conselhos sábios e só por estes dias comecei a lê-lo. Trata-se do romance "2666", de Roberto Bolaño, e, mais uma vez, quero agradecer àquela gente que mo ofereceu, pois está a revelar-se fabuloso. No fim, deixarei aqui uma nota para os curiosos. Para já, esta imagem demonstra bem o "potencial" externo do livro, mas internamente é muito melhor. Já o contraste, serve para mostrar que vai ser preciso energia para o ler.

P.S. - Não quis fazer publicidade à marca de leite, mas como é português, e do bom, até nem me chateia nada!

sábado, maio 12, 2012

Rerguntas e Pespostas no Café Mondego

Leiam as minhas perguntas e respostas no Jogo do Gato e do Rato que o Américo Rodrigues criou no seu Café Mondego. É só carregar aqui!

sexta-feira, maio 11, 2012

Pensalamentos #48 - os novos jogadores de xadrez

Por vezes pareço cansado
como se fora invadido por
mil exércitos tenebrosos
e sequiosos de respirações
que em mim existem.

Sento-me com Príamo
jogando xadrez
e discutindo qual de nós
perecerá ao negro véu
que nos afagou violentamente
em sortes desiguais.

Avançando lentamente
pelo campo duocolor
os peões abatem-se
e os cavalos alargam
a passada junto ao rei.

Espaçadamente a rainha
avança graciosa pelo campo
de batalha, seguindo propósitos
de mãe terra
na fera guerra.

Então, eu e o rei dos
muros de ouro
pontapeamos o ar
e desistimos da lúdica batalha.

Voltando as costas
educadas pela fúria
volvemos às dores de outrora
com a Pérsia a mediar-nos.

quinta-feira, maio 03, 2012

(des)encontro com este autor no Liceu: 04-05-2012


Haverá maior honra do que ser chamado a dizer umas quantas coisas onde se aprendeu a aprender uma certas coisas? Haverá maior prazer do que falar daquilo que amamos a pessoas que comungam connosco um gosto que só os predestinados comungam? Voltar a casa, à casa onde deixámos a alma pura e os gestos rebeldes para ingressar num mundo de aparências! Voltar ao "meu" Liceu de estimação e olhar as paredes diferentes. Voltar à escola das vivências quase caóticas e das sedutoras iniciações. Voltar à casa amiga. Amanhã às 14h30m!

P.S. - A conversa fluirá. E assim é que faz sentido.

23 de abril, dia de "acidente poético fatal"


Há iniciativas que sempre me causaram uma espécie de afeição. Não vos sei dizer ao que se deve, mas nunca consegui ficar indiferente ao encontro com escritores e àquilo que eu procuro nesses encontros: sejam valores literários ou éticos. Sei que o homem ou mulher que estão por trás da obra sempre me motivaram alguma fascinação. Sei que muitos deles podem não representar aquilo que eu penso ou que imaginei que fossem. Outros correspondem ao que eu esperava deles. Outros ainda são mais do que aquilo que eu esperava que fossem e surpreendem-me a cada instante. No passado dia 23 de Abril, em Viseu, tive o privilégio de apresentar, de uma forma descontraída e familiar, os contornos estéticos do último livro do Américo Rodrigues. E aprendi bastante mais do que estava à espera e sei que vou continuar a aprender mais ainda. Em breve (no próximo número) sairá na Revista Praça Velha a recensão crítica ao livro "acidente poético fatal", do Américo Rodrigues. Para já, comprem o livro (a partir daqui) e deliciem-se. Depois, leiam a crítica lá para o fim de Maio na Revista e algum tempo depois aqui no blogue.

terça-feira, maio 01, 2012

13. Crónica Diária na Rádio Altitude (3.ª temporada) – Crónica dos feriados de Abril ou do “Dia do Desempregado”(*)

1. Irra!, mais um feriado para atrapalhar a retoma económica do nosso grandioso país! Mas que cultura esta que insiste em celebrar dias assinalados pela tradição ou pela história como simbólicos e não compreende que a trabalhar é que o povo enriquece as suas contas bancárias e as dos patrões nacionais. Enfim, depois venham queixar-se dos impostos ou das subtracções de vencimentos. Se não trabalham e se andam por aí a aproveitar para descansar, estão à espera de quê? Só no mês de Abril parámos o país por dois dias! E porquê? Primeiro foi por causa de uma tal de Páscoa e dos ovinhos que, responda lá a biologia animal a isso, foram postos por um coelho. Depois, orgulhosos e extremamente crentes nos feitos passados de uma rica corja de políticos portugueses e na bela herança que diariamente recebemos deles, assistimos às quase inexistentes celebrações daquilo a que chamam o dia mais importante de Portugal. Que gente esta e que raio de cultura! Não sabem que é a trabalhar que a gente se entende? É claro que estou a usar e a abusar da ironia! Em primeiro lugar, neste período pascal o senhor coelho não deu ovos mas sim “caganitas”. Em segundo lugar, no dia 25 de Abril de 2012 nada de novo se acrescentou ao que já se sabia, apenas constatámos outra vez que a mentira é que há-de fazer com que alguém melhore. E por aí adiante.
 

(...)

Guarda, 30 de Abril de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 01 de Maio de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)

(*) As melhores perspectivas do Governo, ainda hoje, são a evolução dos números do desemprego para números nunca vistos. Estão preparados para sofrer?

sexta-feira, abril 27, 2012

12. Crónica Diária na Rádio Altitude (3.ª temporada) – Crónica de António Ferro ou da nova temporada de “Os Marretas”

1. Por vezes, ainda me entretenho a ler jornais e a ver telejornais, como se não tivesse mais nada para fazer do que flagelar-me todos os dias com mentiras, enormidades e hipocrisia descarada. Claro está que compreendo bem o poder da comunicação e o poder da imagem. O habilidoso António Ferro, aqui há uns bons anos, já tinha reparado na utilidade desse poder que constrói o que quer e destrói o oponente. Daí que construiu uma imagem de Portugal bucólica e tremendamente útil ao regime em voga, para além de ter perpetuado uma imagem de doce revivalismo dos tempos antigos que ainda hoje é admirada por todas as velhas gerações deste país. Destaque-se que, de forma extremamente hábil e encapotada, foi neste período de acção de António Ferro (cerca de 1933 a 1949) que os portugueses tiveram mais actividades culturais de índole popular e sessões de exacerbamento do espírito patriótico nacional. É óbvio que tudo isto fazia parte de um plano de controlo social através daquilo que alguns estudiosos apelidam como “tempos livres concedidos ao povo”, ou seja, actividades que permitiam ao estado manter o povo debaixo de um conjunto de manifestações culturais que o formatava à imagem e semelhança de um qualquer animal doméstico – que come na mão do dono de forma pacífica e enternecedora!

(...)

Guarda, 16 de Abril de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 17 de Abril de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)

domingo, abril 15, 2012

o horizonte que inventaste

(À minha mãe)

Rompeste com as montanhas
e atravessaste as tempestades
com o intelecto de alguém
que procura na imensidão
dos dias uma justificação
para andar.

Procuraste nas entrelinhas
das sensações e das ilusões
uma razão para nos trazeres
vestidos e aprumados
para as agruras da vida
que não conseguias evitar.

Da fome e das carências soubeste
tirar o melhor
e, interiorizando a coragem,
cresceste com a energia do ar e das flores
multiplicaste a força e a vontade
e distribuíste a graciosidade e a beleza.

Enfim, percorreste os desertos
e encontraste as miragens
reais numa complexa matriz
de dor e suor e sangue e esperança.

sexta-feira, abril 13, 2012

No ano 2000, valsei no Liceu da Guarda! (memória)

Sim, não pensem que aqui o homem não sabe também dar uns passinhos de dança! Agora, e a convite do Zé Monteiro (amigo meu e, também, professor e poeta da Guarda), recordei o meu baile de finalistas. Em 2000, num qualquer dia de Março, valsei noite dentro (durante cinco minutos, mais ou menos) e acrescentei "Um palmo de ilusão ao meu tamanho."
Este texto, que relembra sentimentos, olhares e pessoas, está publicado na edição de Abril do "Expressão", o jornal da Escola Secundária Afonso de Albuquerque (o antigo Liceu Nacional da Guarda). A crónica memorialista que partilho nas páginas do jornal escolar tem o título "Um, dois, três! Um, dois, três!" e pode ser lido aqui.

quinta-feira, abril 12, 2012

Pensalamentos #47


cada dia menos
cada dia menos
cada dia menos cada dia menos
cada dia menos
cada dia menos

eis a nossa triste sina:
arranjar um Aristides que nos salve
e que nos faça embarcar
em novas caravelas
em direcção ao sonho real.

cada dia menos
cada dia menos
cada dia menos cada dia menos
cada dia menos
cada dia menos

quarta-feira, abril 11, 2012

Pensalamentos #46

Salve,
intermitência económica
e diabólica de
usuras sociais.
Afundam-se
as marés calmas
e instáveis
que subsistiam
pelo suor
e pela teimosia.
Salve,
cobrador do fraque
com face amena
e legitimado
pela votação
dos esfomeados!
Salve,
mentira!
Os que passam fome
saúdam-te!

terça-feira, abril 10, 2012

Pensalamentos #45

Apátrida
deste tempo
e do outro
e de todos os tempos
perniciosos
e odiosos
da ostracização.
Não mais
pátria já não minha
não mais
do que vergonha
da tua mão
caridosa e
ruinosa
que obriga
a mendigar
os restos do pão
ruim e bolorento.
Apátrida,
já sou!

Pensalamentos #44

Em Portugal o problema não são os políticos
é o excesso de aldrabões que se dedicam à política!

sábado, abril 07, 2012

Momentos em imagem #3

Todos os dias me sento na cadeira da esperança e da utopia.


É uma das imagens mais bonitas e mais simbólicas que alguma vez recolhi. Em Rethymno, na Ilha de Creta (Grécia), enquanto vagueava pelas praias, encontrei esta cadeira exactamente como se vê na imagem. Não lhe mexi, não a tentei colocar de forma diferente! Não sei como ali foi parar, nem se era pertença de alguém! Virada para o mar, para o horizonte, para o Norte, onde está Atenas e a Europa, parecia adivinhar que o lugar do sonho e da esperança estava prestes a ficar vazio e a tornar mais solitária a caminhada dos povos, principalmente dos Gregos. Centro da cultura filosófica europeia esta cadeira foi substituída pela cadeira bélica europeia.

quinta-feira, abril 05, 2012

Repentes #8 - Reformem as asneiras!

E viva a continuação do disparate! Não bastava obrigarem as pessoas a ter de aturar os cortes e outras safadezas que se passam no sector público, e agora obrigam-nas a não poderem optar pelo direito de escolher se querem ou não reformar-se mais cedo (conscientes que estão as pessoas de que serão bem penalizadas!". É um ultraje às pessoas que já deram muito de si e um verdadeiro ataque à qualidade dos serviços! Já viram alguém a fazer um bom trabalho quando está a ser contrariado?
Cheira-me que com este "remédio" de não permitir aposentações até 2014, os cérebros do Governo vão conseguir arranjar um "veneno" ainda mais desagradável - alguns milhares de baixas por longo tempo!
Já agora um desabafo: ainda bem que a Assunção Esteves e outros de igual valia já estavam reformados antes deste Governo! Já viram o que era se tivessem mesmo de trabalhar?

é proibido não proibir

Deixou de ser
proibido
proibir!
Permitido é
que as ruas não sejam violadas
por gentes enxovalhadas
que, descalças,
procurem direitos
e oportunidades.
É proibido
não proibir,
disse a troika
dos vampiros.
Permitido é pagar
com o sangue
ou com a vida
as altaneiras diversões
de alegres foliões
da alta roda
política.
É proibido
não proibir,
disse o Ministro
e o Presidente.
É permitido encerrar
na cabeça um
cacetete
e um meio-dia
na prisão, onde
preste depoimentos
por ataque à
ordem de proibição.
É proibido
não proibir
de ficar no país
quem queira comer pão
e já não vá na ilusão
daqueles que lho roubam.
É proibido
não proibir!
É proibido permitir
que se permita a
liberdade
e que um povo
maltratado
faça soar a sua voz.
Deixou de ser proibido
matar quem use a voz
na direcção da utopia
e da comunhão da
igualdade.
É proibido
não proibir!


(d.r.)

Pensalamentos #43


Cansei-me de
respirar
o fétido ar
de um Portugal
truncado
de um valor social
e de qualquer resto de
humanidade.

quarta-feira, abril 04, 2012

Repentes #7 - Acelera, Soares!


A serem verdadeiras as palavras que são atribuídas a Mário Soares pelo Jornal de Notícias (ver aqui), depois de ter sido apanhado em excesso de velocidade num veículo do Estado (que lhe "pertence" por ter sido chefe do mesmo Estado), demonstram bem a solidariedade com que estes "grandes heróis" da nação tratam quem nos dias de hoje passa por dificuldades. Venham agora, Soaristas, defender a voz e a opinião deste senhor que, pelos vistos, fala bem mas ainda se governa melhor... à conta de todos nós!
Só uma palavra serve para legendar esta sem-vergonhice que é comum a muitos antigos governantes e políticos do país: "Merdosos!"

terça-feira, abril 03, 2012

11. Crónica Diária na Rádio Altitude (3.ª temporada) – Crónica sobre os joelhos da Assunção ou dos recibos esverdeados

1. Não é todos os dias que temos o prazer de assistir a mudanças radicais na política da Segurança Social, para além daqueles momentos em que entra um amigo laranja para o lugar do amigo cor-de-rosa. Daí que pensei que o dia das mentiras tinha chegado quando fiquei a saber que a roubalheira aos bolsos dos trabalhadores a recibo verde, feita por quem se quer solidário, poderia ter, finalmente, um alívio. Claro está que falo da já anunciada decisão de permitir que os trabalhadores independentes por necessidade acedam ao subsídio de desemprego. Mas como não poderia deixar de ser, tudo não passa de uma grande jigajoga governamental que fará com que os já depenados trabalhadores que retêm 21,5% do ordenado para o IRS e que devolvem 23% do mesmo ordenado para o IVA, e que somam a tudo isto uma quantia que pode chegar aos duzentos e tal euros para pagamentos à Segurança Social, sejam forçados a manter, parece que a partir de agora e até daqui a dois anos, a entrega intensiva de dinheiro a essa mesma entidade de solidariedade social, mesmo que não ganhem qualquer verba durante esses mesmos dois anos. Confuso? Sim, confesso que é muito confuso. (...)


Guarda, 02 de Abril de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 3 de Abril de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)

segunda-feira, abril 02, 2012

Crónica Bombeiros.pt: Aos bombeiros ninguém deve nada! Ou querem resolver isso à bastonada?

1. Era engraçado se fosse mentira, mas não é! O Ministério da Administração Interna (MAI), através do seu trapalhão porta-voz que é ao mesmo tempo o responsável máximo do Ministério, Miguel Macedo, veio por estes dias afirmar a plenos pulmões que o MAI não deve nada aos bombeiros portugueses. Claro está que, no entanto, se prontifica desde já para apoiar os bombeiros naquilo que for necessário, nomeadamente ao nível dos gastos com as refeições. Depois disto, eu só consegui ter voz para referir meia dúzia de coisas: “Obrigado, senhor Ministro! Muito obrigado mesmo! Então quando houver dinheiro para pagar o arranjo dos carros e para comprar aquela coisa que faz andar as viaturas, que todos os dias aumenta de preço, faça favor de chamar. É que eu vou estar ali no quartel a comer uma bifana que o senhor pagou! Ok?” Como é óbvio, não estou para aqui a queixar-me da pronta intenção solidária do senhor em encher a barriga aos combatentes, mas talvez seja preciso mais qualquer coisinha. Para além disso, será que devemos receber de forma passiva estas palavras? Então, todos os dias há incêndios. Para aqueles que não sabem, a estrutura de combate a nível nacional está a funcionar com cerca de 70% de voluntários. E o Ministro diz que o MAI não deve nada aos bombeiros?

(...)

Guarda, 01 de Abril de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 02 de Abril de 2012)

João Paulo II


Estava em Coimbra e acompanhei emocionado as últimas notícias sobre João Paulo II. Sete anos depois, continuo a considerar que o homem revolucionou as mentalidades, convencendo-nos de que a mudança é possível se respeitarmos os outros.
A sua mensagem é eterna e partilhá-la-ei com o meu filho no futuro!

Mentira (não completamente) de 1 de Abril

Sim, não estou de partida, para já! Mas tudo se conjuga para que possa ser, em breve, mais um dos muitos que fartos desta treta de país se mudam para outro qualquer, desde que longe! A Austrália, lá longe, é um dos destinos preferidos por nós (família) por causa das leis justas e do respeito pelas pessoas. Só um exemplo: sabiam que na Austrália a reforma é igual para todos, ricos e pobres? E que os muito ricos não têm direito a essa reforma? Eu também não sabia e fiquei muito contente por saber que o respeito pelas pessoas acontece algures no mundo num sítio que tem nome.
Para já fico, mas duvido que por muito mais tempo.

domingo, abril 01, 2012

Até ao meu regresso

Um dia acontecia e, curiosidade, foi hoje mesmo. Pouco depois do jogo do Benfica, recebi a notícia: "É hora de partir!"
Direi mais amanhã, mas é certo que nos veremos apenas de ano a ano ou ainda maior espaço de tempo.Cá vou eu para o país dos koalas!Deixem-me fazer as malas, parto já na segunda.

quinta-feira, março 29, 2012

Momentos em imagem #2



Os anjos estão onde menos se esperam. Em Março de 2008, mais ou menos por esta altura, encontrei este em Barcelona.
Admiro imenso o trabalho que estes artistas (vulgarmente chamados de homens estátua) fazem. Está tocou-me pelo simples facto de me ter dado uma pequena estrela, que guardo religiosamente, com votos de felicidades. Bem sei que foi apenas uma mulher a dar um objecto a um homem, mas prefiro olhar para o gesto com uma enorme carga simbólica e poética: um anjo a encaminhar um homem perdido!

terça-feira, março 27, 2012

Pensalamentos Emprestados #8

"O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço."


(Álvaro de Campos)

domingo, março 25, 2012

10.Crónica Diária na Rádio Altitude(3.ª temporada) – Crónica dos gritos de liberdade na literatura ou da justiça que nunca mais chega à humanidade (*)

1. Talvez todos os que me rodeiam tenham razão e talvez a minha única alternativa seja fingir-me de ficção. Sim, talvez a única opção para quem acredita na coerência e na lisura de comportamentos seja rodear-se de irrealidades em que não acredita e tornar-se membro honorário do clube português de negócios, onde só entra quem já tiver vendido a mãe e estiver a segundos de terminar a licitação do pai (mas tudo isto ao melhor preço!). Eis a ridícula opção para sobreviver em Portugal, treta de país onde reina a corrupção, o desrespeito por leis e a crónica atitude de passividade perante um bem superior que se nos oferece. E apetece-me, aqui, concordar com o banqueiro, personagem central do conto “O banqueiro anarquista”, de Fernando Pessoa, que diz a certa altura: “Empregar todo o nosso desejo, todo o nosso esforço, toda a nossa inteligência para implantar, ou contribuir para implantar, uma ficção social em vez de outra, é um absurdo, quando não seja mesmo um crime, porque é fazer uma perturbação social com o fim expresso de deixar tudo na mesma.” E lembro-me, inevitavelmente, das palavras magoadas de Manuel António Pina a caracterizar os homens e mulheres dos seus vinte anos, cheios de utopias e de crenças na melhoria e na mudança do futuro de um país que esteve demasiado tempo no tronco da opressão, mas que se revelaram habilidosos continuadores da usurpação de liberdades. E lembro-me das histórias sobre gritos de revolta, ensaiados pelas ruas, que culminariam numa madrugada enganadora e puramente ficcional, a que eufemisticamente demos o nome de Revolução. E espero, ainda, o dia em que a opressão seja verdadeiramente subjugada pela igualdade e onde a tirania deixe realmente de ter “um machado que corte a raiz ao pensamento”. E sinto-me, na proximidade dos meus trinta anos, enganado pelas utopias que me venderam e que me prometiam um futuro justo e pleno de igualdade para todos os habitantes deste triste país, onde aos filhos da revolta foi prometido o fim do sofrimento imposto pela ditadura dos direitos desiguais e das leis do Príncipe João e do seu Xerife de Nottingham. E acordo assustado de cada vez que olho pela janela e vejo que, editado em 1890, o livro Os Selvagens do Occidente, de Alfredo Gallis, parece o relato dos dias de hoje em que “O fisco, de olhar matreiro e ventas dilatadas, anda todo o santo dia a cheirar as algibeiras do pobre, a ver se lhe pode roubar alguns ceitis para encher o tesouro público, miserável canastra sem fundo, que outros se encarregam de despejar.

(...)

Guarda, 18 de Março de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 20 de Março de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)

(*) Por uma questão de princípios.