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quinta-feira, dezembro 09, 2010

Prenda de Natal para ti

Concentrado em demandas
Esvai-se a realidade
Por entre os dedos esguios
Do simples esqueleto de um ser!

“Amo-te sem vergonha!”

Procuro o fim da estrada
O fim do cansaço a ter
Em cada sílaba do teu corpo.

Julgo as estrelas a cada
Passo invisível de solidão.

Saboreei-te o corpo vestido
De artificiosos enganos alimentando
De infindáveis aromas
A luxuriosa animação da noite
E os sonhos escarrados da tua boca!

Sigo concentrado em devaneios
Tacteando a realidade em busca
Do que não tive.

(24/12/2007)

quarta-feira, junho 16, 2010

Para uns pequenos aprendizes

1. O Adeus é uma palavra que contém múltiplas acepções e diferentes sentidos na constante vivência do ser humano. Por isso, dizê-la é, de alguma forma, construir um horizonte dúbio e difícil de entender. Mesmo assim, há horizontes longínquos onde os ramos de pequenas árvores se tocam e se entrelaçam. Não somos, nós, árvores desconhecidas ou de origens diversas mas, sim, pequenos entes que coexistem numa ampla floresta de emoções vestida. Esta floresta encontra-se sempre em perigo e, por vezes, é vítima de descuidados anseios que a perturbam e a deixam reduzida a cinzas. Aqui chega um Adeus! Permitido pela incúria de uns e pelo desejo de outros. Nós somos as árvores, nós somos os seres que vão ser estilhaçados e transformados nessa cinza que é descrita com um Adeus sentido. Apesar disto, existe, sempre, um amanhã glorioso e brilhante que, a nós, nos espera e nos ilumina na sombra de um Adeus. Amanhã!

2. A metáfora é longa e pode ser triste, mas é nela que nos encontrámos e que nos serve agora de doce recordação. Tudo aquilo que deixamos são comparações, paralelismos, hipérboles, sinestesias, muita ironia e imensas interrogações retóricas. Valeu a pena? Para o eu, que sou, fui e serei eu, toda a metáfora valeu a pena e, qual Fénix, voltará, um dia, a valer. Amanhã!

3. Para vós… Amanhã! Não é um Adeus, mas sim um “Até outro dia!”.

Guarda, 16 de Junho de 2010

Deste vosso, incorrigível, agitador e amigo,
Daniel António Neto Rocha

terça-feira, março 30, 2010

Aqui há uns anos fui invadido pela música do Carlos Paredes

Aqui há uns anos, dediquei este poema ao Carlos Paredes. Ler depois de pôr a música a tocar.





Ao Paredes

Mãos nervosas,
Cordas trémulas,
Ondas vertiginosas,
Tempo à escuta…

Tempo.
Tempo?

Surdez do tempo.
Eclipse das ondas,
Cordas vagarosas…
Guitarra sem mãos!

Sons nos céus…

Imortais sopros do vulto…

Paredes levantado rumo ao tempo!

(Coimbra, 23/07/2004)

sexta-feira, março 26, 2010

Algo ao despropósito

Há, por vezes, a ideia de que o melhor caminho para uma sociedade organizada e viável será a da autocracia. Dessa forma, sustentamos todo o peso da decisão política (e outras) numa figura que, quase sempre, se deixa levar pelo enfolamento e se transforma no "super-homem" cá do bairro. Como é óbvio, esse personagem é o herói da sua própria criação e senhor supremo de todas as ordenações que tomar. Não sendo a figura principal por reconhecimento geral, alimenta-se da sua própria sombra para se tornar num gigante, que a luz poderá, um dia, apagar.

segunda-feira, julho 06, 2009

Entretido a entreter os entretidos!

Juízo nenhum! Paciência nenhuma!
Pachorra pouca!
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Com epígrafes destas (ou se lhe quiserem chamar mote!) nem o Camões resistia e deixava imediatamente de escrever. Há quem diga que ele deixou de escrever e foi o outro parecido com ele que continuou a deliciosa aventura dos descobrimentos portugueses pelo mundo (tanto os materiais como os carnais!). Admito que Camões foi um homem carnal e até o admiro por isso, mas o que se esperava de um homem que sabia que iria tornar-se imortal e daí logo imaterial? Bem, perdi o encanto por Camões! Se ele supostamente sabia, já não tem valor aquilo que ele escreveu não sabendo ou supostamente pensando que nunca seria imortal. Porque falo de Camões e não de outro? Não faço a mínima intenção de saber! Deu-me para, de um jacto, imitando Pessoa, começar a falar de algo que é parecido com o que Camões significa na mente de muita boa gente: o nada que de repente é tudo! (Lá volta o Pessoa!) Quem foi Camões? Foi o tipo que decidiu que haveria de haver no futuro bem longínquo um feriado que daria muito jeito se estivesse colocado no dia anterior ao do Corpus Christi. Corpus Christi ou Corpo de Cristo e lá vem o Saramago com as riquezas visuais dos enfeites das ruas de Lisboa de D. João IV. Bem engraçada a forma como transformamos uma história numa não história e a levamos a ser mais uma crítica do que uma história. Assim é: sobe, sobe Baltazar e livra-te deste inferno terrestre. Qual filho de Camões, na desgraçada ausência de membro, qual outro de Pessoa, no jacto que te transportou até aos céus desconhecidos sem uma única letra escrita, qual alter de Saramago, na ansiosa aventura pelo mundo louco e estratosférico da literatura.
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Algo de jeito se escreve? Não me parece. Deliciosa aventura dos sentidos reunidos na escrita que confunde e infunde de interior as letras pesadas da internet.
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Pergunto-me por vezes: Acrescento algo ao meu futuro? Respondo com uma desmesurada ambição e mesurada consciência tecnológica: Sim! Acrescento uns quantos "bites".