terça-feira, maio 29, 2012

15. Crónica Diária na Rádio Altitude (3.ª temporada) – Crónica do turismo ou da “cock” para o vinho australiano

1. Se não vivesse em Portugal, com toda a certeza que não seria tão feliz como sou. Portugal é um país que continua a dar mundos ao mundo e a ganhar destaque em todos os cantos do globo. Vejam-se as últimas informações sobre redes de lavagem de dinheiro que se estendem até Singapura! Fabuloso não é? Dirão todos aqueles que tiverem a consciência normalizada que se trata de uma falta de vergonha e, no mínimo, de um crime, mas eu só posso aplaudir este regresso do espírito empreendedor de outrora. Lembrem-se de que já andámos por aqueles cantos do mundo há algumas centenas de anos e, se na altura foi rentável, por que não investir em mais do mesmo ou coisa parecida! É este espírito de compadrio que fará avançar Portugal para águas mais profundas e, por fim, afundar-se em beleza, podendo transformar-se numa real Antárctida e, por causa disto, numa potência turística submarina. Já estou a imaginar os catálogos turísticos: “Portugal, um destino de eleição! Descobrimos novos mundos para o mundo e, agora, empreendemos na arte de afundar tudo aquilo em que tocamos. Venha afundar-se connosco e contacte com a nossa memória líquida!”

(...)

Guarda, 28 de Maio de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 29 de Maio de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)

sábado, maio 26, 2012

Guarda decrépita

Tenho uma opinião muito própria sobre a forma como funcionam determinadas instituições. Tenho para mim que eles lá se "cozem" como quiserem e como lhes der quotidianamente na real gana, mas tenho que discordar de algumas dessas formas de funcionamento, nem que seja só em "vazio". E isto tudo porquê? Bem, li algures a citação de uma determinada figura que dizia que outra determinada figura "representa bem os ideais" de uma determinada instituição. É claro que o determinismo (de Claude Bernard) responde a isto de forma muito concreta e clara, logo, se a outra determinada figura tem traços de pau-mandado, interesseiro, manipulador e traiçoeiro e "representa bem os ideais" de uma determinada instituição, isto quer dizer que uma determinada instituição é conhecida por ser um pau-mandado, interesseira, manipuladora e traiçoeira.
Em conclusão, a Guarda está a aproximar-se daquilo que nunca pensei que alguma vez fosse: um mau sítio para viver, educar, trabalhar e criar!

quinta-feira, maio 24, 2012

Momentos em imagem #5 - homens da minha vida


Talvez não seja difícil de perceber, mas aqui está uma foto de um gesto simples e cheio de ternura. Felizmente, apesar de pensarem que isto não acontece, a minha vida está a transbordar de felicidade. Há quem não perceba nem nunca vá perceber, mas a humilde procura e a sincera entrega conseguem fazer com que os amigos certos e os gestos generosos nos encontrem. Estes são Tio e Sobrinho, num gesto único!

segunda-feira, maio 21, 2012

Crónica Bombeiros.pt: Que futuro?

1. O futuro é aquilo que nós quisermos, dizem muitos e com alguma razão, mas só em parte. O “tempo que há-de vir” é o que gera a preocupação de muitos homens e mulheres que pensam a sua vida em função de muitas variantes: sociais, políticas, económicas e, até, habitacionais. Mas nada disto é preocupação dos muitos que se preocupam unicamente com o seu umbigo e com o número de ganhos que conseguirão ao usurpar mais umas quantas de mais-valias. É com o horizonte, aquele espaço indefinido que está sempre muitos metros à nossa frente, que devemos interagir, pensando em formas mais sólidas de fazer uma sociedade justa e tentando sempre errar o mínimo (algo que hoje em dia, a bem de muitos, não se faz!).

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Guarda, 21 de Maio de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 21 de Maio de 2012)

sexta-feira, maio 18, 2012

Sim, sou ingénuo!

E eu a pensar que havia, ao menos, um presidente de câmara que não se dava com malandros. Sim, sou ingénuo! Já sei em que não votar numa das próximas eleições.

terça-feira, maio 15, 2012

14. Crónica Diária na Rádio Altitude (3.ª temporada) – Crónica de um dia diferente ou dos alunos do Zé (*)


1. No dia 4 (quatro) deste mês estive na Escola Secundária Afonso de Albuquerque, a convite do seu Centro de Recursos e do Professor José Monteiro, para falar sobre literatura, especialmente de poesia, com duas turmas de Humanidades. Estive no “Liceu”, minha escola de tantas e tantas aventuras, como tinha estado tantas vezes no passado e como vou estando em memória sempre que penso no espaço essencial que me preenche. Nesse dia, no entanto, estive noutro papel, a mostrar-me inteiro, a revelar-me e a agradecer os ensinamentos que ali recolhi. Voltei à escola como o escritor e poeta que inicia um caminho que poderá revelar-se real. O convite tinha como pressuposto uma conversa dos alunos com o “autor” Daniel Rocha que ainda não tem um livro. E não é que foi uma conversa franca e aberta entre gente interessada e consciente da existência de algo mais do que crises económicas e promoções de quaisquer sectores comerciais? Até se falou em teoria da literatura!

(...)

Guarda, 14 de Maio de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 15 de Maio de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)

domingo, maio 13, 2012

Momentos em imagem #4


Há cerca de dois anitos convidei um grupo de colegas (onde estavam alguns amigos) para lancharem comigo e com a minha família no dia em que fiz anos. Mantenho contacto com poucos deles, mas, como diz uma voz sabedora, são os que interessam e se interessam. Nesse dia recebi dois livros, um dos quais está nesta imagem. O conselho que me davam silenciosamente com esta oferenda devia ser o seguinte: "Enquanto lês, não dizes nada e este livro vai ajudar-te a manteres a paz podre com as bestas que tens de suportar!" Como é óbvio, não respeitei aqueles conselhos sábios e só por estes dias comecei a lê-lo. Trata-se do romance "2666", de Roberto Bolaño, e, mais uma vez, quero agradecer àquela gente que mo ofereceu, pois está a revelar-se fabuloso. No fim, deixarei aqui uma nota para os curiosos. Para já, esta imagem demonstra bem o "potencial" externo do livro, mas internamente é muito melhor. Já o contraste, serve para mostrar que vai ser preciso energia para o ler.

P.S. - Não quis fazer publicidade à marca de leite, mas como é português, e do bom, até nem me chateia nada!

sábado, maio 12, 2012

Rerguntas e Pespostas no Café Mondego

Leiam as minhas perguntas e respostas no Jogo do Gato e do Rato que o Américo Rodrigues criou no seu Café Mondego. É só carregar aqui!

sexta-feira, maio 11, 2012

Pensalamentos #48 - os novos jogadores de xadrez

Por vezes pareço cansado
como se fora invadido por
mil exércitos tenebrosos
e sequiosos de respirações
que em mim existem.

Sento-me com Príamo
jogando xadrez
e discutindo qual de nós
perecerá ao negro véu
que nos afagou violentamente
em sortes desiguais.

Avançando lentamente
pelo campo duocolor
os peões abatem-se
e os cavalos alargam
a passada junto ao rei.

Espaçadamente a rainha
avança graciosa pelo campo
de batalha, seguindo propósitos
de mãe terra
na fera guerra.

Então, eu e o rei dos
muros de ouro
pontapeamos o ar
e desistimos da lúdica batalha.

Voltando as costas
educadas pela fúria
volvemos às dores de outrora
com a Pérsia a mediar-nos.

quinta-feira, maio 03, 2012

(des)encontro com este autor no Liceu: 04-05-2012


Haverá maior honra do que ser chamado a dizer umas quantas coisas onde se aprendeu a aprender uma certas coisas? Haverá maior prazer do que falar daquilo que amamos a pessoas que comungam connosco um gosto que só os predestinados comungam? Voltar a casa, à casa onde deixámos a alma pura e os gestos rebeldes para ingressar num mundo de aparências! Voltar ao "meu" Liceu de estimação e olhar as paredes diferentes. Voltar à escola das vivências quase caóticas e das sedutoras iniciações. Voltar à casa amiga. Amanhã às 14h30m!

P.S. - A conversa fluirá. E assim é que faz sentido.

23 de abril, dia de "acidente poético fatal"


Há iniciativas que sempre me causaram uma espécie de afeição. Não vos sei dizer ao que se deve, mas nunca consegui ficar indiferente ao encontro com escritores e àquilo que eu procuro nesses encontros: sejam valores literários ou éticos. Sei que o homem ou mulher que estão por trás da obra sempre me motivaram alguma fascinação. Sei que muitos deles podem não representar aquilo que eu penso ou que imaginei que fossem. Outros correspondem ao que eu esperava deles. Outros ainda são mais do que aquilo que eu esperava que fossem e surpreendem-me a cada instante. No passado dia 23 de Abril, em Viseu, tive o privilégio de apresentar, de uma forma descontraída e familiar, os contornos estéticos do último livro do Américo Rodrigues. E aprendi bastante mais do que estava à espera e sei que vou continuar a aprender mais ainda. Em breve (no próximo número) sairá na Revista Praça Velha a recensão crítica ao livro "acidente poético fatal", do Américo Rodrigues. Para já, comprem o livro (a partir daqui) e deliciem-se. Depois, leiam a crítica lá para o fim de Maio na Revista e algum tempo depois aqui no blogue.

terça-feira, maio 01, 2012

13. Crónica Diária na Rádio Altitude (3.ª temporada) – Crónica dos feriados de Abril ou do “Dia do Desempregado”(*)

1. Irra!, mais um feriado para atrapalhar a retoma económica do nosso grandioso país! Mas que cultura esta que insiste em celebrar dias assinalados pela tradição ou pela história como simbólicos e não compreende que a trabalhar é que o povo enriquece as suas contas bancárias e as dos patrões nacionais. Enfim, depois venham queixar-se dos impostos ou das subtracções de vencimentos. Se não trabalham e se andam por aí a aproveitar para descansar, estão à espera de quê? Só no mês de Abril parámos o país por dois dias! E porquê? Primeiro foi por causa de uma tal de Páscoa e dos ovinhos que, responda lá a biologia animal a isso, foram postos por um coelho. Depois, orgulhosos e extremamente crentes nos feitos passados de uma rica corja de políticos portugueses e na bela herança que diariamente recebemos deles, assistimos às quase inexistentes celebrações daquilo a que chamam o dia mais importante de Portugal. Que gente esta e que raio de cultura! Não sabem que é a trabalhar que a gente se entende? É claro que estou a usar e a abusar da ironia! Em primeiro lugar, neste período pascal o senhor coelho não deu ovos mas sim “caganitas”. Em segundo lugar, no dia 25 de Abril de 2012 nada de novo se acrescentou ao que já se sabia, apenas constatámos outra vez que a mentira é que há-de fazer com que alguém melhore. E por aí adiante.
 

(...)

Guarda, 30 de Abril de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 01 de Maio de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)

(*) As melhores perspectivas do Governo, ainda hoje, são a evolução dos números do desemprego para números nunca vistos. Estão preparados para sofrer?