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terça-feira, janeiro 13, 2015

A liberdade de expressão é tudo! Mesmo na Guarda.



Nunca fui muito de travar impulsos. Sério! A minha mãe até me dizia muitas vezes: ganhava eu mais contigo, se o contador contasse, do que com o Ti António a ligar para a França! É óbvio, penso eu, que todos já perceberam que a minha mãe tinha no seu comércio um telefone público. Daí para cá, ainda pouco, lá me vou contendo de impulsionar uma resposta a quem, digo-o eu, não falou para mim, mas para que todos pudessem fazer uma silenciosa reflexão e, com um pouco de boa vontade, acolhessem cegamente o que tinham acabado de ouvir.
Pois bem, hoje, por incrível que pareça, fiz um recolhimento (uma espécie de confissão interior) e perguntei-me várias vezes: vale a pena? vale a pena? vale a pena? x (leia-se: vezes) o infinito! Este recolhimento tinha por base uma questão que roça as fímbrias da teologia, mas que fica muito longe por eu não ser um estudioso ou, sequer, especialista (rápido) do diálogo entre universos paralelos. Pois tudo me soou a isso. 

Quer dizer, um homem levanta-se (devagar, para não tropeçar em qualquer questão religiosa sensível, como a verdadeira cor de Cristo ou o grau de inclinação do bigode de Maomé, já para não referir os caracóis típicos de um respeitável judeu ou o raio perfeito da barriga de Buda) e apanha com o dom da audição directamente no centro das suas convicções? Raios partam o Ar da Guarda e as propriedades poluentes (ao nível das substâncias psicotrópicas partilhadas) que esse mesmo ar possui!

Hoje, ouvi alguém (que não vou identificar para que o senhor Bispo da minha diocese não me excomungue - coisa que a minha mãe e a minha esposa nunca me perdoariam) dizer umas coisas. Óbvio que não concordei com tudo e discordei com muito. Daí que tive de escrever!
Ora bem, uma agressão bárbara e criminosa e assassina e ... não tem qualquer tipo de justificação! Ponto! Ponto! Ponto! Ponto! Esse é o princípio básico da condição humana! Aliás, é-o desde que ganhámos consciência uns dos outros e uns dos direitos dos outros! Penso que não me estou a enganar (notem a ironia) quando digo que existe um mandamento nosso (pois sou cristão) que diz: Não matarás! Certo? Logo, quem mata precisa de um conjunto de juízes e advogados (à boa maneira portuguesa) que dão tantas voltas à questão que se vai descobrir que o culpado é o assassinado por estar na frente das balas (leia-se: qualquer tipo de arma) que o assassino (leia-se à maneira da justiça portuguesa: pobre coitado que teve motivações, porventura erradas, mas que respondem a provocações) por querer e conscientemente disparou? Precisa, pois tem direito a uma defesa. Concordemos ou não com essa defesa. Já viu como os corruptos se safam, não já?

Agora, a "sociedade tem de repensar a liberdade de expressão"? São isto laivos do Cardeal Cerejeira? Quererá, porventura (pois eu tendo a ser um abusado ao nível da interpretação que faço destas coisas), dizer que terá de deixar de existir "liberdade de expressão" pois algumas questões são tabu? Ou dogmas? Ou questões que implicam uma queda para a cova? Veja bem, eu, que até sou um crente (esquisito, mas crente!), tenho uma certa dificuldade em aceitar um regresso ao século XII, quando os Reis se sujeitavam aos ditames e regras da religião para poderem armar-se como Reis. Verá que eu nem falo dos desgraçados que se chamavam "povo", como ainda agora. Já em relação ao não discutir certos assuntos... Sim, bem sei, bem sei que existe uma ou outra coisas curiosas na nossa religião que não merecem discussão, mas o que me impede de a não discutir? Porventura, teremos algum braço armado fundamentalista que me corte a língua ou os dedos se eu o fizer? Penso que não, mas... Sim, também sei, também sei que os primeiros divórcios foram uma dor de cabeça para a Igreja, que preferia uma mulher com um braço partido e submissa à virilidade do pater familias e assim uma boa dona da casa e seguidora dos desígnios divinos. Mas hoje estamos errados, ou não? Não me vai dizer que se nega a comunhão a mulheres divorciadas, pois não?

Ora bem outra vez, outro dos aspectos interessantes é o diálogo transformado num monólogo. Melhor dizendo, o respeito pelas convicções dos outros não dá direito a que as pessoas que não concordem com essas convicções as exponham? Ou, como fica bem, umas pessoas podem ter as convicções que quiserem e outras não? Eu posso ter as minhas convicções religiosas e o Manel (refiro-me àquele do Jorge Jesus) ser completamente contrário a isso e desconfiar dessas mesmas convicções, certo? Podemos trocar argumentos a favor ou contra qualquer dos nossos campos defensivos, mas não deixamos ambos de ter razão. Nesta campo lembrou-me um senhor chamado António que tinha aprendido em Santa Comba Dão que Não se discute a pátria! Claro que, aqui pela Guarda, não é só o senhor que eu ouvi que soa a Santa Comba Dão.

E, para terminar, multiculturalidade não é a aceitação do que os outros nos impingem! Multiculturalidade é o respeito e a aceitação da diferença, não existindo a submissão de nenhuma das partes diferentes. Aliás, a multiculturalidade encoraja a diferença e a convivência entre as culturas. E nisso não vejo cinzentismo nenhum, vejo sim o direito de escolher a cor que preferem e a adopção daquela cor que lhes parece mais coerente. Mesmo que não seja a nossa, devemos respeitar a escolha dos outros. Parece-me que o diálogo inter-religioso é defensor disso mesmo.

Agora, parece-me que o caso final, o caso das escolas portuguesas, é o cúmulo de tudo. Então a laicização do ensino não deveria integrar religiões? Claro que ao lado de uma cruz podemos colocar mil símbolos religiosos e assim ter uma sala mais vestidinha e mais repleta de multiculturalidade. Ou, numa sociedade inclusiva, devemos nós icluir tudo e todos no nosso pensamento e credo? Mas isso é tolher as liberdades. Ou não?

Pois bem, leiam-me com ironia e com alguma dose de alucinação, mas penso que devem, principalmente, dar-me a liberdade de escrever o que bem e sobre o que bem me apetecer. Como eu vos estou a dar a liberdade para lerem ou para não lerem.

Em todo o caso, também podem responder. Não o façam é com balas, sou alérgico!

      

quarta-feira, julho 23, 2014

Trabalhos jornalísticos de excelência

Gosto quando, na negrura dos tempos, alguém resolve acender uma luz e fazer trabalhos que tocam naquilo que é essencial perceber sobre o crescimento "marcado" das pessoas. Por isso, não percam a leitura deste fantástico trabalho dos repórteres do jornal Publico, chamado "Infâncias de vitrine", sobre a forma como cresceram e foram educados os filhos de doentes com lepra.
Ler aqui

domingo, julho 20, 2014

Ataque cerrado às novas gerações formadas no ensino superior público

Nada me convence de que os recentes cortes na investigação e nos centros de investigação das instituições de ensino superior não estejam relacionados com o ataque ministerial à formação de professores. Infelizmente, as instituições de ensino superior preferiram olhar para o lado em vez de se defenderem das acusações governamentais de mau ensino e de má formação dos seus alunos. Agora, é a vez do coração das instituições ser atingido. Olho para a minha Faculdade (Letras da Universidade de Coimbra) e vejo um centro de excelência (de Cultura Clássica), com membros respeitados em todo o mundo (todos conhecem o nome Maria Helena da Rocha Pereira), a ser destruído pelas decisões do Ministério da Ciência e da Educação.
Infelizmente, o silêncio cúmplice acaba por vir a ter um som e, no caso de muitas instituições, esse som é de agonia!

domingo, julho 13, 2014

Pequena nota teatral

Tenho um pequeno defeito (daqueles que eu sei reconhecer) ao nível da escrita teatral. Sabem qual é? Imagino sempre tudo do ponto de vista do encenador, actor, cenógrafo, etc.. Ou seja, enquanto escrevo vou construindo mentalmente tudo aquilo que será a realização física da ficção. É interessante, mas também desgastante. O melhor de tudo é que no final, quando a peça segue para ser representada, basta limar e não é preciso construir uma (nova) encenação para aquele texto.
Será uma boa estratégia? Penso que sim, pois todos os textos teatrais possuem uma linha de pensamento que dá seguimento aos conteúdos e, na minha opinião, isso não impede que as letras possam ser envolvidas noutra qualquer linha de pensamento que lhes dê outra vestimenta.

Estas questões são realmente interessantes! Pelo menos do meu ponto de vista!

sábado, julho 05, 2014

Não estamos sós... e ainda bem!

(Foto de Rui Valongo)

Há dias em que nos esquecemos de que para tudo o que fazemos é preciso uma mãozinha que nos segure, seja essa mão física ou psicológica. Por isso, neste sempre complexo mês de Julho, quero agradecer a quem nunca se esqueceu de me/ nos dar um pouco do seu tempo para ser porto de abrigo ou ponto de confissão. Como é óbvio, isto é um recado para amigos, mais novos e mais velhos, e para a família, que é incansável no aturar e no patrocinar (sempre psicologicamente e por vezes fisicamente) dos desvarios múltiplos.

terça-feira, fevereiro 25, 2014

Momento Zen pouco Zen

Por vezes, ao encontrar pessoas que se vão tornando aos poucos uma necessidade, penso que talvez este mundo não esteja, realmente, cheio de hipocrisias e de meros aproveitadores. Hoje à tarde, numa aula muito especial, percebi que há pessoas muito especiais que nós, por vezes, não temos a sorte de encontrar, mas que, encontrando-as, nos fazem muito bem! Obrigado aos dois!

quarta-feira, outubro 09, 2013

Projectos com pedras metafóricas dentro

Há, nestes dias que passam, o regressar de um projecto que esteve a amadurecer na gaveta. Hoje, num café muito agradável pela manhã, vi a surpresa que se vai juntar a estas pedras que andei a perseguir. Uma surpresa de que gostei muito e que já reservei em meu nome. Vamos ver se, como minha prenda de Natal, consigo pôr cá fora o livro de crónicas, já anunciado, e este livro de poesia.
Agora vou trabalhar!

terça-feira, janeiro 29, 2013

Repentes #16 - A fome e o crime






Esta imagem não é de uma criança portuguesa, mas, pelo que acabo de ouvir na rádio TSF, não deverá tardar a que imagens de crianças portuguesas venham a ser muito iguais. "Em Guimarães, um Jardim Infantil foi assaltado. Os únicos produtos roubados foram dois pacotes de leite e quatro embalagens de farinha láctea." Estas foram as palavras que me deixaram quase sem reacção... Para onde estamos a andar?

domingo, janeiro 06, 2013

Repentes #13 - A Educação do Crato


E se na aparência física o homem até parece ser competente, na abertura da boca já não se pode dizer o mesmo. Pelo menos nesta última aparição televisiva. Ou o senhor homónimo da Vila Alentejana não sabe o que quer dizer coerência ou anda a faltar muito às reuniões onde ele próprio define e regulamenta o que se deve passar nas escolas. Pois bem, ao que parecia ontem e deixou de parecer hoje e deverá voltar a ter outro parecer amanhã, o senhor Ministro disse numa entrevista à RTP (que agora parece estar a regressar ao papel de televisão do regime) que haveria um apoio extra para alunos que tiveram dificuldades neste início de ano. Não faço ideia, dadas as múltiplas leituras que já foram apresentadas, de que horas de apoio falam, se resultam de novas contratações ou do escalonamento dos tais professores efectivos com horário zero, mas fiquei muito, muito sensibilizado com algumas palavras daquele que tem um nome que mistura duas figuras históricas extremamente importantes do nosso país. Quase, quase no fim da reportagem que está nesta ligação (ver aqui), o senhor Engenheiro diz qualquer coisa deste tipo: "Os alunos não têm todos os mesmos ritmos de aprendizagem!" E, voilá!, eu fiquei para aqui a dar voltas e a tentar perceber que tipo de lógica escondida haverá por ali. "Deve ser engenharia criativa", pensei eu. E perguntei-me: "Se os alunos não têm todos os mesmos ritmos de aprendizagem, o facto de colocarmos uma média de trinta alunos por turma significa que haverá trinta ritmos diferentes para um único professor acompanhar durante a mesma hora. Certo? Mas isso não é o contrário do aconselhável para a obtenção de um ensino de qualidade?" E concluí: "Ok! Então isto tudo está um pouco confuso e o resultado não vai agradar a ninguém, pois não?"
Confusos? Eu também!  

quinta-feira, janeiro 03, 2013

domingo, novembro 04, 2012

Repentes #11 - Desilusões

Ultimamente tenho-me desiludido com muita gente! Ou por medo, ou por outras razões quaisquer, essas pessoas (?) assumem um papel distante e cortam relações já de um tempo respeitável sem nada dizerem. Por que razão? Não o sei nem o procurarei saber. Por vezes lembram-se e dizem qualquer coisa. Outras vezes surgem e, vergonha das vergonhas, até parece que estivemos juntos há dois minutos atrás. Hipocrisia! Não gosto nada disto. Não dou esmolas para estas coisas e também não espero esmolas de ninguém. Se não querem surgir associados a mim, óptimo! Mas não se lembrem um dia de se aproximar! Estarei, como repararão, farto das vossas "boas intenções"!

"É a hora!"

sexta-feira, outubro 05, 2012

Pequeno desabafo em dia de República

Ouvi agora nas notícias que a celebração do dia da Implantação da República foi apenas para convidados. 
Malgrado as várias opiniões que por aí pululam, a pergunta que deixo em jeito de asserção é esta: não é esta república só para convidados?

segunda-feira, outubro 01, 2012

Guarda: pequeno acrescento ao texto de ontem


O tema de ontem talvez possa ser entendido por alguns como sendo algo que eu tive guardado para relembrar agora. Infelizmente e felizmente não, pois não tenho por hábito perseguir outros. É sim um tema que me surge devido a pesquisas e tentativas minhas de olhar para trás, querendo agora conhecer um pouco do processo que se desenrolou ao longo dos tempos. Algumas dessas pesquisas deram resultados num outro sentido, estando já a ser resolvidas. Esta é uma outra e pretende perceber até que ponto existe gente que não se move só por interesses. É que houve muita gente que se aproveitou deste processo a nível político e, para quem se revelava tão prestável, até chegaram a aproveitar-se da fragilidade psicológica que a dado momento toda a minha família teve. 
Agora é tempo de tentar perceber o que aconteceu.

terça-feira, setembro 18, 2012

A ler, com muita atenção, esta pequena (mas esclarecedora!) reflexão da Marta Esteves

(Fonte da foto: Diário as Beiras)

A Marta (minha prima), a propósito da fatalidade que se abateu sobre os Bombeiros Voluntários de Coja e sobre a família da Patrícia Abreu, escreveu esta reflexão no seu perfil no Facebook. A ler, a reler e a reter!


"Arriscamos a nossa vida pela vida dos outros ou muitas vezes apenas por um pedaço de terra que é o sustento de alguém. É bom chegar a casa com a sensação de dever cumprido, embora com um cansaço enorme no corpo... pena que a maioria das vezes nenhum do esforço seja recompensado, nem mesmo por palavras! Somos homens e mulheres como todos, não somos super heróis, e muitas vezes arriscamos para além do limite, acabando por ser vencidos! É triste saber que para o país os que perderam a vida por esta causa apenas serão falados num noticiário qualquer, depois são esquecidos e passam apenas a ser estatísticas... Mas para nós serão sempre recordados como colegas, como amigos, como família e pelos que mais importam e sentem a sua falta!"

(Marta Esteves, 18-09-2012)

quarta-feira, agosto 29, 2012

Quem quer ser a Vera Pereira? (2) - O que acontece, também, na Guarda

As desculpas de quem comete as ilegalidades (entendam-se estas ilegalidades como algo que toda a gente sabe que nunca deverias ser permitido) permitidas por lei e por cada rei são sempre alicerçadas no comum, na normalidade e naquilo que todos os outros já fizeram e que, por isso, é assumido como algo que deve ser feito. Claro está que há um condimento que não é do conhecimento desta espécie de gente séria que controlam o emprego em Portugal, até na contratação do estado, que se chama VERGONHA!
Digo isto porque, e quem conhece as regras de procura de emprego de um qualquer comum desempregado, toda a gente que faz candidaturas a ofertas, como esta para a Vera Pereira, perde tempo e dinheiro (que vai escasseando) a efectuá-las e caso as não faça perde o direito a receber o correspondente subsídio de desemprego.
Logo, porque razão pedimos às pessoas que façam as suas candidaturas a ofertas de emprego que, como é comum acontecer, já têm um candidato preferencial e único? Porque é que continuamos a criar falsas expectativas sobre ofertas de emprego a pessoas que não são recomendadas por alguém? Porque é que não assumimos, como tantos fazem, a contratação preferencial sem recorrer à artimanha de um suposto concurso aberto a todos? Porque é que, e a vergonha absoluta está aqui, continuamos a dizer às pessoas que em Portugal todos têm as mesmas oportunidades, sendo iguais nos direitos e nos deveres, e depois lhes dizemos que não adianta o esforço porque tudo isto (esta treta de país) está a saque pelos supostos organizadores políticos?
Sim, concordo com quem diz que isto só lá irá à bomba e aos tiros!

P.S. - Vera Pereira, lembra-te: és a face da vergonha!

quinta-feira, março 15, 2012

Repentes #6 - Pobre Público

Ao que parece, tudo aquilo que não produz, mecanicamente, algum tipo de substância prontamente empacotada e enviada para o centro comercial mais próximo de si é para cortar e depressa! Revejo-me completamente nesta opinião de Manuel Poppe, que tem lutado imenso contra o aparvalhamento e a incultura nacional, e, ironicamente, acrescento: se isto da educação é uma merda e não vale de nada, porque deixam, os senhores que escrevem tais aberrações, os vossos filhos na escola? Sim, quem tem filhos mais pequenos, porque os deixa, também, no Jardim de Infância? É que lá os trabalhadores passam o dia a olhar pelas crianças e não produzem "nada"!
Enfim, pena que um jornal de referência nacional se dê à venda da sua integridade, reconhecida pelos leitores, em troca de uma qualquer "sopradela de ouvido". Já aqui salientei o serviço público que prestou à educação e ao país quando trouxe perguntas pertinentes para a praça pública e nos mostrou a fraca visão dos nossos governantes, mas agora teve de se curvar "aos senhores".
Parece impossível, mas nem no salazarismo a classe docente foi tão perseguida por tão ignóbil gente!

terça-feira, janeiro 31, 2012

Repentes #4 - Justiça, mas que injustiça!


Depois de ouvir a Senhora Dona Maria José Morgado dizer que os pobres dos magistrados que se se deslocarem não têm condições para efectuar o seu serviço com a paz de espírito e a concentração necessárias que o grandioso dever precisa e, depois, de referir que dadas essas condições o seu trabalho e a sua avaliação será prejudicada, lembrei-me de lhe perguntar: os professores que palmilham Portugal de Norte a Sul podem dizer o mesmo? É que muitos deles têm a família a 300 quilómetros e não têm subsídio de habitação, e têm de ser avaliados apesar de tudo isso!
Talvez esta gente não saiba, mas o grande inimigo da produtividade em Portugal é o desrespeito que as pessoas sentem por parte dos privilegiados, que recebem muito, muito bem (no caso dos que são contratados) e que pagam o que querem aos seus empregados, exigindo não o que pagam mas o que deveriam pagar!


quinta-feira, novembro 03, 2011

Repentes #3 - Carta de Candidatura


Homem, emancipado de pais e de quaisquer cegos laços religiosos ou políticos, vem, por este meio, apresentar a sua candidatura, uma vez que se revê nos traços requeridos para líder de qualquer empreendimento terrestre ou divino. Tem apenas o vício de ainda acreditar nos tradicionais valores da honra e do respeito pelos outros, sabendo, no entanto, marcar a sua opinião através de argumentos capazes de convencer os seus semelhantes e os seus contrários, mesmo que estes sejam crentes da causa das galinhas com dentes. Não vê as dificuldades como barreiras mas sim como escadas a pique para novos desafios, bem mais aliciantes e mais recompensadores. Assume as suas decisões e palavras sem qualquer pavor, padecendo, de quando em vez, de perseguições e de repúdios da parte de fracos sem carácter! Sabe que lá à frente, para onde anda, está a verdade e só ela lhe interessa. Capaz de integrar equipas, não deixa de se assumir como líder quando vê que não se vai a lado nenhum ou que a inércia assume proporções de estupidez colectiva. É politicamente incorrecto quando para isso apontam as circunstâncias, mas, na generalidade, pauta os seus tempos de intervenção por uma atitude diplomata e serena.
Eis, eu!

P.S. - Sou também nomeável!

quarta-feira, novembro 02, 2011

Repentes #2

Só hoje consegui respirar fundo e falar deste repente que me deu. Não, não é assunto de vida ou de morte! Ou melhor, nem sei.
Depois de ouvir, mil vezes por minuto, os louvores a uma atitude de poupança, Paulo Portas decidiu vir aconselhar (?) os portugueses a aceitarem uma qualquer lição, aula, formação ou o que for, de poupança desde tenra idade!
Para começar, será escusado dizer que qualquer um dos elementos partidários deste país estarão fora da órbita de docentes possíveis para aquele mini-curso. Escusado será também afirmar que concordo com esta sugestão, pois é preciso que o povo saiba que é pobre e que pobre será até ao fim do mundo ou arredores!
Não sei não, mas qualquer dia voltaremos a ouvir que a governação do país não se discute e que devemos ser fortes e defender "Deus, a pátria e a família".
Para que nos andamos a preocupar com o Governo do país se ele está tão bem entregue?