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segunda-feira, abril 14, 2014

Repentes #37 - os cargos

Há, no dias de hoje, uma interessante e preocupante questão que deveria ser interiorizada e pensada por todos: O que são cargos públicos? Pois bem, isto é algo que, hoje, tem uma leitura muito complexa e muito limitada, pois os cargos públicos de hoje são uma espécie de prémio que se dá a quem "ajuda" a chegar a um determinado sítio. No entanto, e da experiência de cidadania que cada um de nós deve ter, estes cargos devem ser de gente capaz e competente para melhorar a "coisa pública" que se gere. É este o caso em Portugal? Não, não, não. Não estará na hora de nós, eternos culpados pelo mal do país, começarmos a exigir e a forçar que haja responsabilidade, e não desvios, na gestão daquilo que nos sai do bolso? Vejam o caso das mais recentes notícias sobre fundos europeus e de um desejo intenso dos gestores portugueses em ter mais dinheiro para estradas. Isto é responsabilidade?

sexta-feira, fevereiro 07, 2014

Repentes #36 - dinheiro que nasce

É uma das "coisitas" que me tem dado "a volta ao miolo" e que tem a sua piada. O Governo português tem cortado a torto e a direito na educação, mas sempre que é para dar o jeito a alguém lá desencanta uns milhões para "investir". Agora, à laia de uma qualquer necessidade de emprego para alguns amigos, lá desencantam 140 milhões de euros para "coisos" (há quem lhe chame cursos) de dois anos, para enganar mais uns quantos incautos estudantes que pensarão que estão a fazer pela vida e estarão, apenas, a pagar para adiar ainda mais o futuro!
Parece que ainda acrescentou, o cratino do ministro, que o futuro dos exames passará pela sua informatização, ou coisa do género. Para já nem sequer vou comentar, mas parece-me que Crato continua a ser o único ministro da educação em Portugal que, realmente, faz bem ao ensino.   

domingo, agosto 25, 2013

Repentes #35 - o recolher obrigatório e os incêndios

Há um dado que salta à vista de quem o quiser ver e que indicia aquilo a que noutros países chamam terrorismo. Aqui pelas nossas latitudes e longitudes parecemos não prestar atenção a isso, mas, depois, temos os canais informativos a falar de ataques terroristas e de triângulo do mal noutras zonas do globo.
Pergunta: é admissível haver (e olho para o exemplo de hoje) 106 incêndios entre a meia-noite e as nove horas da manhã? Este tipo de comportamento não é terrorismo? Se em vez de incêndios fossem bombas, já alguém se preocupava a sério com isto?
Pois bem, não é altura de decretar o recolher obrigatório com carácter de urgência em alguns distritos ou regiões do país? 

sexta-feira, agosto 16, 2013

Repentes #34 - É a hora de acabar com esta morte de bombeiros

Penso que todos os que vão lendo este blogue já perceberam que eu perdi um Irmão num incêndio. Penso, também, que todos os que possam ler este texto vão ter a oportunidade de pensar duas vezes naquilo que vou escrever e que estarão a ler, pois não vou ser nada meigo com a atitude hipócrita e desonesta que nos dias de hoje os "nossos responsáveis" vão demonstrando.
Pois bem, estou farto de gente que vem chorar sobre o túmulo aqueles que vão embora! Estou farto de Martas e Caldeiras e Curtos e tantos outros que pensam que o seu lirismo enternecedor com quem já morreu pode fazer alguma coisa para além de dar uma imagem do ar angelical de lobos que se alimentam do suor de outros! Estou farto desta gente que só se preocupa em trepar politicamente e que se aproveita do corpo ensanguentado dos que vão caindo para continuarem a afiar as garras e a tirar dividendos disso! Estou farto de pessoas que discutem ardentemente o valor do seguro dos bombeiros e se esquecem de alimentar com ferocidade as discussões sobre a segurança dos homens no combate! Estou farto destes animais que vivem felizes com o sangue dos outros a correr debaixo dos seus pés!
Pergunto eu: o que fizeram os senhores que dão a voz pelos bombeiros para impedir este fim que aconteceu em Miranda do Douro ou na Covilhã? O que têm feito estes senhores "tão tristes e cantadores dos actos dos que caíram" para impedir que mais homens venham a cair no futuro próximo?
Infelizmente para nós, bombeiros, andarão estes senhores mais preocupados com os outros cargos a que chegaram depois de serem membros da Liga ou de outras entidades.
Pois é hora de estes senhores perderem a voz! É hora de estes trastes que pensam que eu sofro menos por me estarem a dizer que quem partiu foi um herói ou um homem exemplar perceberem que nós, familiares, queremos que isto não volte a acontecer! É hora da comunicação social fechar as portas a estes figurões! Por favor, calem o Presidente da Liga e impeçam que os seus "roncos" sejam ouvidos como palavras dos bombeiros! 

quarta-feira, agosto 14, 2013

Repentes #33 - a racionalização do senhor Ministro

(Dados oficiais - recolhidos de 26 de Julho até 13 de Agosto)

O senhor Ministro da Administração Interna veio ontem pedir a racionalização de meios no combate aos vários incêndios que lavram e lavraram no país. Ele quer que por cada incêndio sejam apenas colocados no terreno os meios necessários para o combater com eficiência. Nada mais certo, caro Macedo, se tudo se tratasse de um qualquer videojogo ou de poker
Agora, eu também queria ganhar o euromilhões mas não consigo acertar com a chave vencedora! É que é difícil conseguir acertar em todas as conjugações sem gastar muito e muito dinheiro (já me disseram que é possível acertar, se cobrir todas as conjugações de chaves, mas isso custa mais do que qualquer prémio final).
Por isso, talvez o melhor seja mesmo fazer aquilo que o senhor Ministro também disse e que consiste em fazer junto dos proprietários uma campanha de sensibilização para prevenir comportamentos de risco. É que é um bocadinho estranho ver três ou quatro focos de incêndio a surgir num espaço de cerca de 2 (dois) quilómetros. 
Caso precise de ideias, senhor Ministro, estou ao seu dispor para ajudar!

quinta-feira, agosto 01, 2013

Repentes #32 – bonito, bonito, é ver os santinhos em muitos e diversos altares


É daqueles efeitos da política que me tocam profundamente e que me deixam sensibilizado para os valores republicanos que muitos apregoam (e, dizem as línguas escondidas) e que até juram segundo rituais secretos e afins. É daqueles momentos quase zen que nos deixam num estado de embriaguez de riso tal que, digo, nem me consigo rir. Sim, estou propositadamente a deixar tudo fechado num metafórico novelo que não convém, para já, desenrolar.
Não é que dou comigo a trabalhar e a aperceber-me de que há gente que tanto dá o ponto num lado (politicamente falando) rosa e outro numa esquisita, mas perfeitamente identificável, conjugação de cores (esta parece um daqueles momentos em que a pantera cor de rosa levou com mil latas de tinta que a deixam de múltiplas cores)?
Mais bonito ainda será ver como se vão movimentar as bestas de louça para resolver mais uma possível remodelação pedagógica. Mas logo vos conto mais!    

terça-feira, julho 30, 2013

Repentes #31 - ecos de Sá Carneiro


Ouvir, como hoje na rádio, sucessivas alusões a Francisco Sá Carneiro como um político diferente e único faz-me pensar em duas coisas: como seria Portugal se ele se tivesse realizado enquanto político; e como seriam os políticos se com ele tivessem aprendido alguma coisa.
Não faço ideia de como era o homem nem sequer o político, mas a história está a pintá-lo com uma aura de perfeição que pode revelar muito.
Caso queiram partilhar comigo as vossas impressões sobre este assunto, façam-no! Eu, seguramente, vou tentar saber mais! 

sexta-feira, julho 26, 2013

Repentes #30 - os carrascos do parlamento

Se os partidos políticos que têm lapas no parlamento estivessem realmente interessados em representar os eleitores, já tinham deixado de andar que nem cães atrás de um osso e já tinham exigido da senhora mui novel reformada presidente da assembleia da república um pedido de desculpas formal a mim e a todos os cidadão que se sentiram ofendidos com aquele arrote preconceituoso cheio de alarvidades que ela julgou ser intelectualmente acertado!

quarta-feira, julho 24, 2013

Repentes #29 - sugestões para o boneco?

Há uma anormal capacidade nas estruturas governamentais portuguesas para fazerem sugestões que, depois, são tudo menos respeitadas pelas estruturas governamentais que as deveriam receber e fazer actuar. É uma espécie de reino do fantástico, este, onde se fazem leituras e interpretações muito criteriosas e exactas, mas em que o resultado final é o cumprimento total de tudo aquilo que é sugerido que não se faça.
Li no Público o texto que apresento a seguir (sublinhado a negrito por mim), onde são feitas constatações pelo GAVE muito interessantes e importantes. Só falta agora voltar atrás no tempo e evitar todas as decisões contrárias a essas mesmas recomendações, nomeadamente o aumento brutal de alunos por turma e a redução colossal de professores nas escolas.
É que não basta elaborar relatórios, é preciso que os "decisores" nacionais se mentalizem do tempo necessário para o crescimento intelectual de um aluno, sabendo de antemão que os diferentes ritmos de aprendizagem criam embaraços suficientes numa sala de aula para impedir o avanço de uma turma devido à persistência do professor na explicação a um simples aluno. Se multiplicarmos este problema por 30, é capaz de ser um problema grandito, não? 
O exemplo que dou sempre, para tentar que tudo fique mais claro para todos, é o da criança que está a aprender a ler, literalmente. Como todos sabemos, existem diferentes ritmos na aprendizagem da leitura, havendo crianças que vão até à adolescência a soletrar. Agora, coloque-se o caso do momento em que dizemos às crianças que devem ler no sentido figurado ou que devem fazer inferências sobre aquilo que estão a ler, ou seja, devem ser capazes de ler o que não está, literalmente falando, no texto. Quem não trabalha com alunos mas com relatórios poderá não compreender aquilo que por aqui estou a dizer, mas é preciso tempo para criar nos alunos uma capacidade interpretativa que os leve a perceber a subjectividade dos textos e toda a semiótica que os envolve. 
Por fim, é essencial que o aluno seja visto por todo o sistema de ensino como aquela árvore que vai crescendo devagar e que precisa de cuidados constantes para crescer forte e sem doenças. 


"(...) Sugestões para Português 

Em relação ao exame de Português do 12.º ano, analisando os grupos de questões em que os alunos obtiveram piores resultados, o Gave assinala que as principais dificuldades se revelaram em “tanto em itens em que se avalia a leitura orientada de um texto literário, como em itens em que se avalia o funcionamento da língua, quando a resposta exige o domínio de metalinguagem”. 
“É de destacar que, nos itens que exigem resposta estruturada (...), além das dificuldades ao nível do conteúdo, os alunos revelam fracos desempenhos nos parâmetros da organização e da correcção linguística”, sublinha o GAVE. Segundo o documento, “os resultados obtidos nos parâmetros da correcção linguística são inferiores aos resultados obtidos nos parâmetros do conteúdo, embora tanto uns como outros se situem em níveis negativos”. 
Como propostas de intervenção didáctica, o GAVE sugere, no domínio da Leitura, além do desenvolvimento do conhecimento lexical, “um reforço do trabalho que envolva a realização de inferências e o posicionamento crítico face aos textos lidos”. No domínio da expressão escrita, defende a realização de um trabalho sistemático que envolva a aprendizagem e o treino de diferentes tipologias de texto, “assegurando um crescente domínio das capacidades envolvidas na planificação, textualização e revisão dos textos”. 
Já no domínio do funcionamento da língua, segundo o relatório, é fundamental “assegurar o desenvolvimento de um trabalho de acordo com a metalinguagem e as orientações metodológicas explicitadas no Programa”. Nas conclusões, o GAVE refere que se deve continuar a insistir na necessidade de assegurar a melhoria de desempenho ao nível dos processos de leitura e de escrita. 
“As fragilidades a este nível são recorrentemente diagnosticadas na análise dos resultados da generalidade das disciplinas, sobretudo na de Português, mas com igual relevo nas áreas da Matemática, das Ciências Naturais e das Ciências Sociais e Humanas, em qualquer dos níveis de ensino em causa”, acrescenta. 
O Gave insiste ainda que “os resultados continuam a mostrar que, em termos médios, são persistentes as dificuldades em várias vertentes, de que se destacam as capacidades para, entre outros, estabelecer adequadamente ligações entre os vários tópicos de uma mesma disciplina, explicitar relações causa-efeito e desenvolver raciocínios lógico-dedutivos, bem como raciocínios demonstrativos.(...)"
(Fonte: Público)

domingo, julho 07, 2013

Repentes #28 - os fins educativos

Há um pequeno pormenor em tudo aquilo que se chama relação educativa/ pedagógica que me deixa sempre incomodado. Não é fácil de explicar, mas nunca me dei bem com os finais de ano ou com o finalizar de um curso. E o curioso é que sempre pensei que nos cursos com adultos seria diferente, que aquele corte seria mais suavizado e que a distanciação seria mais simples. Mas não é! Há, nestes encontros e desencontros educativos, uma relação de maturidade, de atenção aos problemas dos outros e de olhares perdidos que nós (educadores) tentamos tantas vezes decifrar que me afectam de forma real. Já terminei alguns cursos e estive à espera para perceber se isto só me acontecia num dos sítios, mas a realidade é que fico sempre com uma sensação de perda. Enfim, talvez o problema seja só meu e esta atitude e percepção não devam fazer parte desta relação entre quem é professor e os seus alunos.

sábado, junho 29, 2013

Repentes #27 - amizades da minha vida académica e cultural em Coimbra




Hoje acordei com uma sensação estranha de desagregação total, tendo em conta aquilo que soube sobre Famalicão da Serra (algo de que falarei mais daqui a umas horas) e com a notícia de que um amigo tinha morrido em Coimbra. Não, não era uma uma amizade de intensidade máxima ou de uma presença constante. Era uma amizade de empatia e de respeito mútuos. Foi nos tempos em que presidi ao Coral de Letras da Universidade de Coimbra (CLUC) que conheci e comecei a contactar com Mário Nunes, então Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra. Ele não tinha aqueles tiques de homem político que vive numa nuvem e que se considera superior a tudo e todos. O homem que eu conheci era de uma simpatia e de uma atenção extremas. Preocupado em fazer bem o seu serviço e em dar a conhecer a sua Coimbra e as várias realizações culturais da mesma. Um episódio muito curioso foi o dia em que fomos para Granada (Espanha) com o CLUC e, uma vez que uns dias antes ele nos tinha prometido umas recordações de Coimbra para as gentes andaluzes, Mário Nunes nos brindou com uma montanha de peças (entre livros e faiança) alusivos àquilo que Coimbra tem de melhor. Para além desta relação mais institucional, fiquei sempre com uma amizade pura por este homem que nos dava sempre um abraço e nos falava de forma educada e alegre. Nos últimos anos do meu afastamento de Coimbra, só o revia nos textos que escrevia para o jornal As Beiras. Hoje, este mesmo jornal na sua versão online, deu-me a triste notícia. Faleceu hoje, em Coimbra, e perdeu-se um homem bom.

Repentes #26 - pela Guarda e por Gouveia

Bonito, bonito, bonito é ver responsáveis por instituições de solidariedade social do distrito da Guarda, com responsabilidades enormes pelo nome das respectivas instituições, a fazerem uma campanha azeda de perseguição política. Eu pensava que era só pela Guarda que isto acontecia, mas por Gouveia também vai acontecendo e com força. Parece-me indecente que responsáveis partidários nacionais venham ao distrito dizer que "estão a ser perseguidas pessoas por outras cores partidárias" e depois sejam os elementos dessa mesma cor a fazê-lo no mesmo distrito. Talvez a vergonha comece mesmo a ganhar nomes num destes dias. Sim, ando atento à Guarda e a Gouveia e não estou a gostar nada dos "figurões" que apontam aos "colaboradores" e lhes dizem que "vão para o olho da rua se forem nesta ou naquela lista". E esta, hem? 

terça-feira, junho 25, 2013

Repentes #25 - Longe e perto

Há quase uma semana que estou sem me aproximar da internet e só me sinto mal por não ter transmitido metade daquilo que pensei escrever para aqueles que gostam de ler o que por aqui se vai dizendo. De resto, só me fez bem!

quinta-feira, junho 13, 2013

Repentes #24 - Crato tem razão

O papel a que Nuno Crato se tem prestado enquanto responsável máximo da pasta da Educação tem conseguido ser bem melhor do que o das suas antecessoras, principalmente naquilo que ele chama de "prejuízo ao alunos e educadores". De forma bem clara, tem demonstrado as razões pelas quais o ensino público tem mesmo de continuar público e, quanto mais rápido possível, o ensino privado ou com contornos poucos claros de colaboração público-privado tem de ter uma presença cada vez maior do estado e da máquina do tribunal do trabalho. Porque digo isto? Já viram que Crato sempre disse que sempre trabalhou no ensino privado e, vai daí, traz esta pequena atitude de ditadorzeco da treta que envergonha o próprio Salazar? Imaginem se não existissem no ensino público os mecanismos de protecção à realização da greve, já verificaram a ânsia de "matar" os professores que os olhos de Crato revelam cada vez que diz que os "alunos não podem ser prejudicados"? O que Crato esquece e todos os alunos do país sabem é que enquanto Crato vai vivendo desafogadamente esses mesmos alunos têm problemas em casa e os professores desses alunos vêem-se e desejam-se para conseguir ensinar de forma tranquila. O Crato não sabe mas deveria saber é que a atitude de "quero, posso e mando" é lei em muitas escolas do país, existindo chantagens por parte dos empregadores aos seus colaboradores que os obrigam a trabalhar o dobro das horas que, no final, aparecem sumariadas. O que Crato não sabe mas deveria saber é que a tirania não é regra mas sim uma ilegalidade. O que Crato não sabe mas deveria saber é que a grande parte dos professores das escolas públicas também nasceu nos tempos de Salazar e por lá viveu uns bons anos, sabendo, por isso, reconhecer quando um Salazar em ponto pequeno se coloca em bicos dos pés. O que Crato não sabe mas deveria saber é que há homens e mulheres que ainda seguem os princípios da honra. O que Crato não sabe mas deveria saber é que neste país os professores são dos poucos que se preocupam com os alunos que todos os dias com eles conversam. Mas isto é tudo o que Crato não sabe, porque o caminho e o sítio onde ele quer chegar é conhecido por todos e não é favorável a Portugal nem às suas gerações. 

sábado, maio 04, 2013

Repentes #23 - A Guarda e a cápsula do tempo!


Não tenho grande "pachorra" para coisas que considero pouco úteis e que, estas sim, criam uma letargia entre a hora em que se enterra algo e, passados 37 anos, se volta a desenterrar (e estou a imaginar que alguém tem curiosidade em desenterrá-la!), mas há expressões que não deveriam ser ditas, especialmente por gente que, com estas considerações, demonstra que passa ao lado daquilo que diz não existir por descuido ou por claro e manifesto desinteresse. 
Li hoje, nas páginas do jornal "Público", declarações que são atribuídas a um dos responsáveis pelo projecto da cápsula do tempo em que o mesmo diz que "Precisamos de iniciativas para contrariar alguma letargia social, económica e cultural que se vai instalando", acrescentando ainda que o enterramento de uma cápsula do tempo vai "criar atractividade sobre a Guarda para os próximos anos". Pois bem, eu não conheço pessoalmente este responsável pelo projecto, mas sei que é o principal obreiro de um Clube que congrega nomes sonantes da Guarda e que tem ao longo do tempo trazido o nome da cidade bem alto ao nível do desporto automóvel (lembro-me de alguns prémios que pilotos de Motocross de Famalicão ganharam nas suas galas!). Agora, se se referisse a outra cidade qualquer até se aceitava, mas dizê-lo numa cidade que tem vindo ao longo dos últimos anos a ter uma produção artística, logo cultural, cada vez com maior presença de guardenses, com diversas associações a produzir cultura, com um Teatro de âmbito nacional e com várias produções (desde livros a música a teatro a pintura ...) a terem reconhecimento nacional... Só pode ser brincadeira! E, atenção, nem sequer falo das várias actividades relacionadas com turismo natural ou histórico que também merecem participar ne chamada "questão cultural".
 
As perguntas que deixo no ar, sabendo eu que devem estar todos muito interessados em discutir o conceito de cultura, são estas: Sabem o significado de letargia? Os textos que integram uma cápsula do tempo podem ser consultados desde que a dita cápsula é enterrada e até que é desenterrada para assim criar interesse na sua consulta ao longo dos anos? Têm a certeza que os "velhos vícios e manhas" da Guarda são documentos que vão ter algum interesse no futuro? A geração que lerá esses textos terá algum interesse em seguir os conselhos ou reflectir sobre os pensamentos (e até auto-elogios!) de pessoas que hoje querem transformar a cidade na sua Quinta Pessoal? O que é preciso que a actividade cultural na cidade da Guarda demonstre mais para poder deixar de ser letárgica para as suas gentes? Haverá interesse em perpetuar uma filosofia maquiavélica e mesquinha para o futuro que se quer sustentável e mais social?

Por fim, é óbvio que estou a generalizar, mas, pelos vistos, na Guarda tudo se generaliza e só o que é do nosso foro pessoal e privado é que parece merecer o valor absoluto e o elogio!

quinta-feira, abril 25, 2013

Repentes #22 - Cavacadas!

 
Depois de ouvir o discurso do nosso "mais que tudo" Cavaco Silva, fiquei sem a mínima dúvida de que ele é o homem certo para o momento! Sim, para este momento em que vendem o país, roubam os contribuintes e exigem que cada um dos portugueses ceda a qualquer preço a sua dignidade. Cavaco Silva conseguirá sempre encontrar uma forma de evitar que esta desgraça acabe, pois a sua missão é essa mesma: colocar o país nas mãos dos amigos especuladores!

P.S. - Enquanto escrevo isto estou a ver uma série sobre um quase fim do mundo e a destruição do mesmo mundo. O meu comentário? Se vivessem em Portugal, os americanos não brincavam tanto com a desgraça!

Repentes #21 - Abril morreu! Ficou só o mês!



Ainda alguém se atreve a gritar "Vivas!" ao 25 de Abril? Aos socialistas de algibeira abastada, só pergunto se estão satisfeitos com o lindo serviço que fizeram com o país? Às demais tendências politiqueiras, só pergunto se ainda têm um bocadinho de consideração pela condição humana? A todos nós só pergunto: é neste "país" que queremos que os nossos filhos cresçam?

O tempo passa e deste "Abril" imaginário só me apercebo dos abutres e dos saqueadores que um dia apareceram para tirar uma fotografia, ou duas, com ar de quem queria criar uma verdadeira democracia e aproveitaram para matar um povo!

quinta-feira, abril 04, 2013

Repentes #20 - Oh Relvas, oh Relvas, bye, bye à vista?

(Fonte da foto: Jornal de Notícias)



Ao que parece, parece que a vergonha finalmente aparece e aquilo que parece afinal pareceu mesmo. Parecia mal, mas só a quem tudo parece bem é que não aparecia o mal que o mal que parece aqui aparecer afinal apareceu. Em suma, o que parecia afinal acabou por aparecer e quem não queria que parecesse afinal desaparece!


(Ver mais aqui)

sexta-feira, fevereiro 08, 2013

Repentes #19 - Coisas do Facebook


Hoje aconteceu-me aquilo que vai ser cada vez mais comum nas redes sociais: estar "na realidade" ao lado de alguém que é nosso amigo no Facebook e que nós não conseguimos reconhecer. Coisas que as redes sociais tecem. Conhecemos as pessoas? Talvez, mas só um pouco. Portanto, desculpem todos aqueles que comigo partilham amizade no Facebook se um dia nos encontrarmos e eu não os reconhecer. Saibam que não é por mal e que podemos sempre brindar a este novo e real encontro com um bom tinto da Beira.

quinta-feira, fevereiro 07, 2013

Repentes #18 - Investimentos naquilo que é nosso

Soube-me bem ver ontem o programa "Portugal de..." com o jornalista Ricardo Costa. Como é comum dizer, não conheço muitas ideias dele para além daquilo que passa na televisão, que como todos sabemos é uma imagem demasiado limitada para ser levada a sério, mas bastaram duas ou três ideias para perceber que o homem "não é tolo de todo".
Pois bem, concordei com ele especialmente em dois assuntos: a invasão da "sagrada família da economia", que é o mesmo que dizer "troika", e o investimento estratégico no ensino do português no estrangeiro. O primeiro dos assuntos é uma questão que me perturba e me deixa cada vez com mais dúvidas. Não é que este homem, que sentiu na pele as anteriores vindas do FMI, levantou a lebre e disse que em termos de futuro do país não percebe o que este "trio maravilha" está a fazer em Portugal? Porque é que estão por aqui a "orientar" uma tropa cada vez mais fandanga que não tem estratégia para o país? Eu até tentava explicar isto com palavras brutas ou agrestes, mas prefiro fazer uma pequena alusão: a satisfação e o silêncio que os senhores dos bancos e dos grandes grupos económicos assumiram é para estranhar! No segundo caso, o do investimento estratégico, o homem fez uma alusão que é essencial e que parece que ninguém vê: a atracção de investimento faz-se através da sedução pela cultura. E que melhor embaixador do que alguém que ensine Português e a cultura portuguesa? O problema é que quanto mais cultura há, menos controle social há, pois se "as palas" forem rejeitadas descobrem-se todas as porcarias que os pequenos ditadores querem impor.