terça-feira, novembro 19, 2013

Acordos na Guarda? #24 - difícil compreensão

Eu sei que na política e na intriga política vale tudo, mas é-me difícil perceber como é que alguém pode não estar consciente dos "porquês" que agitam por estes dias quem se preocupa com a cultura guardense. A questão primordial, e a que todos deveríamos estar atentos, é a da competência e da mais-valia (porque toda esta malta só pensa em termos monetários...) que tínhamos com o projecto cultural que Américo Rodrigues defendeu e que levou a Guarda para as bocas do mundo. Sim, porque há quem tenha noção disso. O problema agora não está naquilo que Américo Rodrigues poderá vir a fazer, apesar da mesquinhez de alguns continuarem a apontar para essa falsa questão. O problema é o que vem aí para a cultura guardense. Há projecto? Há mentes abertas? Há inovação? Há evolução? Há quem não se deixe aprisionar por aqueles que querem colocar em palco gente amiga e afilhados sem qualidade? É que para retroceder e para voltar ao que havia antes, cortando com tudo o que a Guarda produziu nos últimos anos (pois parece ser essa a visão "nova" de vários dos entusiastas da demissão do director do TMG), terão de voltar ao que se fazia há trinta e tal anos. Assim, faz-se desaparecer uma marca. Mas é possível? A Guarda pode dar-se ao luxo de entregar aquilo que lhe granjeou nome e público? É muito curioso que a crítica que se faz de forma acérrima é "que a programação tinha muitas coisas e que não agradavam a todos". Talvez hoje, pacoviamente, estivéssemos mais satisfeitos se a crítica a fazer fosse que "ali não se fazia nada"! Ironia das ironias! 
Enfim, a satisfação efusiva do fim de um ciclo na Guarda por parte de alguns esquece que, a partir de agora, terá de haver uma substituição de projecto, pois o que vier a seguir terá (pela exigência que parece ser feita por grande parte da sociedade, pelo menos, digital) de trazer algo diferente e que agrade a todos. Esperemos então pelo senhor que se segue e vejamos as "novidades" que se trazem escondidas na algibeira onde guardamos a fisga para abater quem tem voz e, naturalmente, não tem problema em a utilizar!

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