sábado, novembro 30, 2013

Pensalamentos #163

transformar a alma num imenso dejecto humano
e, numa atitude de grande nobreza,
puxar o autoclismo com firmeza

sexta-feira, novembro 29, 2013

... para sobreviver na Guarda!

E encontrei a única forma de conseguir sobreviver numa Guarda onde a cultura possa vir a desaparecer. O remédio é este, marcar um café com todos os homens e mulheres que gostam de falar sobre cultura e repetir esse encontro todos os dias que se seguirem. Outra das opções é, finalmente, criar-se um Círculo das Artes ou algo parecido. Fico à espera de propostas e em breve vou chatear as pessoas com quem gosto de conversar para isto.

Pensalamentos #162 - bytes

acumular dias e dias
a ver a vida esvair-se em bytes
sem substância

quinta-feira, novembro 28, 2013

Sustos na Guarda! #1

Ler e ouvir sobre "o caso TMG" na imprensa local guardense é um exercício de difícil compreensão. Ou vivemos realmente num mundo onde a hipocrisia e o rastejar são factores essenciais para a sobrevivência dos "escribas" ou existe realmente incompetência no tratamento jornalístico e opinativo que se faz aquando da escrita. E isso, caros senhores, é revelador de muita coisa e do porquê de poucos ainda terem percebido que a "machadada" é profunda e mortífera!
Cristina Branco é uma figura só conhecida em Portugal? Não o diriam os holandeses (e o poeta já desaparecido Slauerhoff) e todos os apreciadores da world music que têm enchido auditórios por esse mundo fora para a ouvirem! 
E Américo Rodrigues é uma figura regional? Realmente, os horizontes da cidade acabam logo à saída da Avenida Dona Amélia e não passam além da rotunda da Ponte Europa. 
Triste sina a nossa, caro leitores!

(continua)

quarta-feira, novembro 27, 2013

terça-feira, novembro 26, 2013

O que lá vem daquilo que foi o Teatro Municipal da Guarda



Estive a ouvir e a ler esta peça jornalística da Rádio Altitude onde, penso que pela primeira vez, se ouve o presidente da Câmara da Guarda a falar da sua decisão de afastar Américo Rodrigues da direcção do Teatro Municipal da Guarda. Diz ele que a sua decisão é legitimada pelo facto de ter sido elegido para tomar decisões e isso legitima aquela que tomou. Hitler e outros bem comportados déspotas também foram eleitos, logo (nesta espécie de silogismo) Amaro é também ditador. Ponto. Não se ouviu nesta peça qualquer palavra do decisor sobre as consequências para a imagem (positiva) da Guarda em termos culturais que esta decisão acarreta, mas também não deve ser importante, pois o povo elegeu-o.

Quanto ao futuro da programação, tudo fica entregue à "colegialidade", ou seja, todos os elementos que pertencem à equipa técnica da Culturguarda vão ser responsáveis por programar e pensar o próximo ano com actividades que não acarretem custos. O que é que hoje não apresenta custos? Assim, sem custos, o que será essa programação? Uma manta de retalhos, de qualidade duvidosa, ao sabor do foguetório citadino e clandestino? Eu temo que a programação seja zero actividades! E desliguem as luzes, no quadro, quando saírem!

Quanto à "colegialidade", e daquilo que é perceptível na peça, ela será uma espécie de "troika": restante direcção do teatro, administração da Culturguarda e vereador da cultura. Depois, e a perceber pelas declarações de Amaro, terá de existir o factor de subordinação, ou seja, há um espécie de escada: direcção do teatro pede autorização à administração e esta pede autorização ao vereador. O vereador, para poder saber se pode ou não decidir "assim ou assado" ainda terá de subir ao púlpito e pedir autorização ao presidente que foi eleito pelo povo. Já que o povo o escolheu, e ele tão fervorosamente defende isso, será que ainda ele pedirá autorização ao povo? Concluindo esta espécie de raciocínio, apenas me falta dizer que, naquela espécie de organograma desenrascado, o papel de director (por aquilo que representa enquanto orientador de uma política de programação) está claramente entregue ao vereador Victor Amaral, com a sempre presente sombra tutelar de Amaro, sendo, assim, de esperar que a programação de qualidade terminou e que ninguém pode fazer nada. Triste dia, ontem!

Quanto ao resto, parece que, depois da "fartura" de ter o TMG mais as salas de Famalicão e de Gonçalo, vamos passar na Guarda a ter três salas com o mesmo tipo de programação: a ocasionalidade!
 

segunda-feira, novembro 25, 2013

Guarda: educação e cultura

É um artigo muito interessante em termos de reflexão pessoal que o jornal Público trouxe num destes dias (pode ler-se aqui).
Numa dessas partes é defendida a coexistência entre Cultura e Educação (e veio-me logo à memória o Teatro Municipal da Guarda e o Américo Rodrigues, que representa e todos aqueles que por ali por aquele espaço têm dado tanto e recebido tão pouco em troca...), e eu lembrei-me também daquilo que foi alegado em off para a minha saída de uma escola da cidade: eu seria um gajo do teatro e da cultura, logo seria perigoso.
Claro está que o perigo é agora bem visível naquilo que disse o Secretário de Estado da Cultura: "Ao PÚBLICO, o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, reconhece que “estes números não nos ficam bem” e defende a necessidade de se reforçarem as políticas educativas com as políticas culturais. “Temos de ter em conta estes dados para reforçar a minha convicção de que a dinâmica de colaboração entre a área da Cultura e a área da Educação, desde o pré-escolar até ao ensino secundário, é absolutamente essencial”, diz Barreto Xavier."
E, sim, é uma questão de gerações. Este que agora quer acabar com o trabalho do Teatro Municipal da Guarda é exactamente da mesma geração (foram muito "amiguinhos") daquele que me dispensou em tempos.

Pensalamentos #160 - profissão

definições:

libertei há dias
como quem dá um suspiro angustiado
a definição invulgar e cómica
de uma hipótese de profissão incomum


Pensalamentos #159 - demagogia

definições: 
 
a demagogia barata 
não é mais do que  
um político com o disco riscado
e um auditório de gente surda
que o aplaude

sábado, novembro 23, 2013

Educação: prova idiota, universidades e tomada de posição!


Estou completamente convencido da estupidez que é fazer a tal prova que possibilita a entrada no concurso "para inglês ver" que pode permitir a entrada como precário numa escola. Para além do princípio errado em que ela se baseia (na minha opinião deviam dirigir-se às "universidades" que venderam os cursos a jacto e, sim, aí fazerem todo o tipo de despistagem que quisessem!), ainda quer provar que todos nós somos competentes a demonstrar que não somos totalmente incompetentes, ou seja, a demonstrar que até fazemos uma exame que é uma vergonha para a raça humana! Pior, a qualidade atinge-se assim? Qual é pressuposto? Há universidades que permitiram a saída de imbecis com o seu carimbo e autorização? 

Quanto às universidades, e não coloco no saco todos os professores dessas mesmas universidades, não se sentem no mínimo enxovalhadas pela completa desconsideração das vossas competências enquanto entidades formadoras de profissionais? É que eu tinha a ideia de que a minha avaliação tinha sido rigorosa e baseada na qualidade. Para além disso, pensei que não estava a ser ensinado e avaliado "com gato" em vez "de lebre"!

Nos dias de hoje sinto-me envergonhado por ver e sentir que a minha Universidade, e em especial a minha Faculdade, não tomou qualquer posição crítica na defesa dos seus licenciados e, ao mesmo tempo, dos seus próprios docentes e investigadores! Ao que parece, apenas estão interessados em defender a parte que lhes compete do (Des)Orçamento de Estado!

A minha Universidade de Coimbra e a minha Faculdade de Letras não têm nada a dizer?

Antes que me esqueça: eu não farei qualquer prova de estupidificação!

Notas sobre o atraso #1 - na Guarda

Como gosto de organizar os dizeres em blocos com alguma continuidade, começarei agora a ter o espaço "Notas sobre o atraso" que não é mais do que uma espécie de explicação do porquê de ainda não ter feito um relato sobre algo que aconteceu comigo e que eu penso que merece ser partilhado com os leitores.
Assim sendo, ainda não falei aqui sobre o dia 21 de Novembro que passei na Guarda: primeiro na Escola Secundária Afonso de Albuquerque e depois no Café Concerto do Teatro Municipal da Guarda. Duas boas conversas com gente interessada e dialogante. Pena, pena só a falta do professor Carlos Reis, que me obrigou a tomar o café sozinho. Mas, entre amigos, a conversa envolveu todos os que estavam no Café Concerto e falarei melhor daqui a pouco, talvez da parte da tarde.

sexta-feira, novembro 22, 2013

quarta-feira, novembro 20, 2013

Amanhã, pela Guarda.

Amanhã vou até à Guarda! Até à Guarda que é culturalmente rica e que aceita a multiplicidade de opiniões. Talvez me cruze com pessoas, poucas ou muitas, e com muitas opiniões. Com toda a certeza encontrarei amizades e pessoas com as quais gosto de estar.
Primeiro hei-de ir até ao Liceu para, com o Zé e os seus alunos, conversar sobre Literatura, amanhã com uma especial atenção ao teatro. E com toda a certeza haverá tempo para falar do Teatro Municipal da Guarda e dos problemas que a "glória de mandar!" de um e que a "vã cobiça" de outro, que se apressará a surgir, trarão para o futuro deles. Mas, disso falaremos amanhã pela tarde!
Pela noite, há espaço para um Café a Meias onde, regados com um chá, irei falar sobre os prazeres que vou tendo ao longo dos tempos e com os quais consigo respirar melhor na negra sociedade que cada vez mais nos rodeia. Nesta mesa redonda, estarei com o professor Carlos Reis (do Instituto Politécnico da Guarda) e com o Victor Afonso. Estaria também o Américo Rodrigues, mas "(Malhas que o Império tece!)" agora já não sei quem estará. Claro está que haverá espaço para falar com todos os amigos que por lá andarão e, quem sabe, até com os visitantes improváveis. Amanhã veremos, mas aposto que conseguimos abrir a mesa para quem connosco quiser conversar!
Depois venho da Guarda para casa. E dormirei, certamente, bem mais sossegado.

terça-feira, novembro 19, 2013

Acordos na Guarda? #24 - difícil compreensão

Eu sei que na política e na intriga política vale tudo, mas é-me difícil perceber como é que alguém pode não estar consciente dos "porquês" que agitam por estes dias quem se preocupa com a cultura guardense. A questão primordial, e a que todos deveríamos estar atentos, é a da competência e da mais-valia (porque toda esta malta só pensa em termos monetários...) que tínhamos com o projecto cultural que Américo Rodrigues defendeu e que levou a Guarda para as bocas do mundo. Sim, porque há quem tenha noção disso. O problema agora não está naquilo que Américo Rodrigues poderá vir a fazer, apesar da mesquinhez de alguns continuarem a apontar para essa falsa questão. O problema é o que vem aí para a cultura guardense. Há projecto? Há mentes abertas? Há inovação? Há evolução? Há quem não se deixe aprisionar por aqueles que querem colocar em palco gente amiga e afilhados sem qualidade? É que para retroceder e para voltar ao que havia antes, cortando com tudo o que a Guarda produziu nos últimos anos (pois parece ser essa a visão "nova" de vários dos entusiastas da demissão do director do TMG), terão de voltar ao que se fazia há trinta e tal anos. Assim, faz-se desaparecer uma marca. Mas é possível? A Guarda pode dar-se ao luxo de entregar aquilo que lhe granjeou nome e público? É muito curioso que a crítica que se faz de forma acérrima é "que a programação tinha muitas coisas e que não agradavam a todos". Talvez hoje, pacoviamente, estivéssemos mais satisfeitos se a crítica a fazer fosse que "ali não se fazia nada"! Ironia das ironias! 
Enfim, a satisfação efusiva do fim de um ciclo na Guarda por parte de alguns esquece que, a partir de agora, terá de haver uma substituição de projecto, pois o que vier a seguir terá (pela exigência que parece ser feita por grande parte da sociedade, pelo menos, digital) de trazer algo diferente e que agrade a todos. Esperemos então pelo senhor que se segue e vejamos as "novidades" que se trazem escondidas na algibeira onde guardamos a fisga para abater quem tem voz e, naturalmente, não tem problema em a utilizar!