apeteces-me
suicida
ofegantes
os passos
e distantes
apeteces-me
suicida
quarta-feira, junho 18, 2014
sábado, junho 14, 2014
quarta-feira, junho 11, 2014
Pensalamentos #245 - vida
andar
como o rio que suspenso vai
em seu passo apressado
pela vida e pelas suas cores
percebendo, titubeante,
que nas curvas e baixios
é a compreensão desse compasso
que permite que a navegação continue
cega, surda e muda
como o rio que suspenso vai
em seu passo apressado
pela vida e pelas suas cores
percebendo, titubeante,
que nas curvas e baixios
é a compreensão desse compasso
que permite que a navegação continue
cega, surda e muda
O que se seguirá, Amaro?
Dois segundos de pensamento relaxado obrigaram-me a lançar a seguinte questão: O que se seguirá, Amaro? É que os dias soalheiros (e, sim, houve fama, pelo menos televisiva, para a Guarda) parecem ter terminado com as "grandes" realizações: a FIT e o 10 de Junho.
Por isso, desculpem trazer isto. É agora que vamos ficar a saber o que vai acontecer com as empresas municipais?
terça-feira, junho 10, 2014
A visita encenada ao Juízo, pelo GAM e eu
Em trabalhos intensos e cheios de vontade!
Eis o estado de espírito dos actores do Teatro do Imaginário, do Grupo dos Amigos do Manigoto (GAM), quando faltam menos de duas semanas para um novo e diferente desafio teatral. A visita encenada à aldeia do Juízo, promovida pelas Casas do Juízo, é no dia 21 de Junho e, até lá, muito trabalho e muitos ensaios serão feitos para tudo bem. Não sendo uma novidade para os nossos lados a existência deste tipo de trabalhos teatrais (veja-se que o TMG foi um dos responsáveis por, anualmente, ter actores a mostrar a cidade da Guarda), é uma inovação ao nível das aldeias Só por isso já a pequena aldeia do Juízo (Azevo, Pinhel) e os responsáveis pelas Casas do Juízo estão de parabéns pela visão cultural que apresentam.
São seis actores, entre os quais estarei eu, a dar vida a uma visita que contará histórias, explicará espaços e situações históricas. O texto e a encenação são propostas minhas a partir das estórias que me foram contadas no Juízo, mas o trabalho evoluiu para uma espécie de proposta.
Zé, Maria, Fernanda, Daniel (o novo), Ana... e eu (já agora!)! Vamos lá divertir-nos!
Tudo vai começar aqui:
Espero ver-vos por lá!
segunda-feira, junho 09, 2014
Pensalamentos #243 - HH comercial
ver HH tornar-se comercial e transformar-se num objecto de consumo e não de fruição é algo que me assusta. estará a poesia a ser lida ou consumida como mero produto de compra e venda? estará a poesia, a infame e incompreensível - como muitos lhe chamam -, a ser olhada com novos e admiráveis olhos de espanto? ou estará, pobre e nua, a ser objecto de aproveitamento, tal como os escravos sem voz ou beira?
ver HH, silencioso e misterioso, a transformar-se numa voz da rádio...
ouvir HH é sinal de demência da poesia?
ouvir HH é...
HH o que é agora?
domingo, junho 08, 2014
Pensalamentos #242 - perceber
perceber que a vida
nos seus passos diários
possui rastos de sol
mas vive só da lua
nos seus passos diários
possui rastos de sol
mas vive só da lua
sexta-feira, junho 06, 2014
Agora os condecorados de Cavaco no 10 de Junho na Guarda
- Fiz no post anterior a previsão de algumas pessoas que seriam condecoradas no 10 de Julho. A lista oficial foi conhecida hoje e é a seguinte (a negrito estão aqueles que consegui acertar):
- "O Presidente da República vai condecorar, na Sessão Solene Comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, a realizar na Guarda, no próximo dia 10 de junho, as seguintes entidades:
Antigas Ordens Militares
- Dr. António Manuel de Carvalho Ferreira Vitorino – Ordem Militar de Cristo (Grã-Cruz)
- Juiz Conselheiro Vítor Manuel da Silva Caldeira – Ordem Militar de Cristo (Grã-Cruz)
- Vice-Almirante José António de Oliveira Viegas – Ordem Militar de Avis (Grã-Cruz)
- Tenente-General António José Maia de Mascarenhas – Ordem Militar de Avis (Grã-Cruz)
- Major-General Sílvio José Pimenta Sampaio – Ordem Militar de Avis (Grande-Oficial)
- Dr. Mário Costa Martins de Carvalho – Ordem de Sant’Iago da Espada (Grande-Oficial)
- Prof. Doutor Rui L. Reis – Ordem de Sant’Iago da Espada (Comendador)
- Doutor Rui M. Costa – Ordem de Sant’Iago da Espada (Comendador)
- Rui Chafes – Ordem de Sant’Iago da Espada (Oficial)
Ordens Nacionais
- Dr. António Castel-Branco do Amaral Borges – Ordem do Infante D. Henrique (Grã-Cruz) – A título póstumo
- Prof. Doutor Manuel António Garcia Braga da Cruz – Ordem do Infante D. Henrique (Grã-Cruz)
- Dr. Miguel António Igrejas Horta e Costa – Ordem do Infante D. Henrique (Grã-Cruz)
- Prof. Doutor Eduardo Lourenço – Ordem da Liberdade (Grã-Cruz)
- Dr. Álvaro dos Santos Amaro – Ordem do Infante D. Henrique (Grande-Oficial)
- Prof. Doutor António Ressano Garcia Lamas – Ordem do Infante D. Henrique (Grande-Oficial)
- Maria João Avillez Van Zeller – Ordem do Infante D. Henrique (Grande-Oficial)
- Rodrigo Costa Leão Munoz Miguez – Ordem do Infante D. Henrique (Grande-Oficial)
- Luís Manuel Godinho de Matos – Ordem do Infante D. Henrique (Comendador)
- Maria Cristina de Castro – Ordem do Infante D. Henrique (Comendador) - A título póstumo
Ordens de Mérito Civil
- Prof. Doutor Jorge Quina Ribeiro de Araújo – Ordem da Instrução Pública (Grã-Cruz)
- Dr. António Mota de Sousa Horta Osório – Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Comercial (Grã-Cruz)
- Eng.º Zeinal Abedin Mohamed Bava – Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Comercial (Grã-Cruz)
- Eng.º António Afonso Reynaud de Melo Pires – Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Indistrial (Grande-Oficial)
- Alfredo Henriques – Ordem do Mérito (Comendador)
- Eng.º António Jorge Nunes – Ordem do Mérito (Comendador)
- Dr. António Magalhães da Silva – Ordem do Mérito (Comendador)
- Maria da Luz Rosinha – Ordem do Mérito (Comendador)
- Dra. Maria das Dores Meira – Ordem do Mérito (Comendador)
- Dr. Sebastião Francisco Seruca Emídio – Ordem do Mérito (Comendador)
- Mário Sérgio Alves Nuno – Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Agrícola (Comendador)
- Alberto Machado Ferreira – Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Industrial (Comendador)
- Dra. Isabel Maria Mendes Furtado – Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Industrial (Comendador)
- João Miranda – Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Industrial (Comendador)
- José Eduardo Marques de Amorim – Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Industrial (Comendador)
- Manuel Barbeiro Costa – Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Industrial (Comendador)
- Manuel Madeira Grilo – Ordem do Mérito (Oficial)
- Jorge Nunes - Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Comercial (Oficial)
- Escola Regional Outeiro de S. Miguel – Ordem do Mérito (Membro Honorário)"
quinta-feira, junho 05, 2014
10 de Junho na Guarda: os condecorados são...
Por certo já todos saberão quem vão ser os condecorados pelo Presidente da República no dia 10 de Junho na cidade da Guarda. No entanto, como eu estou aqui para o outro lado da serra onde o vento nem sempre passa, nada chegou sobre os "nomes" que receberão tão almejada condecoração. Assim sendo, vou deitar-me a adivinhar, com aquele grau de acerto que me caracteriza. Ou seja, com a grande possibilidade de não acertar nenhum dos nomes. Mas, tal como faço ocasionalmente com o Euromilhões, farei a minha aposta em alguns nomes e tentarei juntar-lhe uma pequena nota justificativa daquilo que poderá pesar para essa atribuição ser afastada do simples afago amigável. Quero, para que não me critiquem sem razão mas com alguma dose de sentido, deixar bem claro que não faço a mínima ideia se alguns destes nomes já terão sido condecorados noutros anos (e não me apeteceu fazer grandes pesquisas para o garantir, pois isto não passa de um exercício divertido sobre a cidade e o país).
Para começar, gosto de pensar que Cavaco Silva dará um bom rebuçado aos seus amigos mais próximos ou antigos Ministros e Secretários de Estado, logo Marília Raimundo (talvez pelo seu papel no Apoio Social com a Fundação Augusto Gil) será, na minha opinião, uma das condecoradas. Ao mesmo nível estará Álvaro Amaro (talvez pelo papel no desenvolvimento do interior (?) e na "batalha" que trava contra a sua desertificação) que, todos sabemos, foi também um secretário de estado de Cavaco.
Depois, porque fica sempre bem na fotografia ter alguns nomes da oposição, penso que será uma boa altura para Almeida Santos, histórico do PS e antigo Presidente da Assembleia da República, receber uma condecoração na "sua terra". E será pelo papel importante no desenvolvimento da democracia e na defesa de Portugal.
Como empresários que são, vejo uma possível distinção de Luís Veiga, dono da cadeia IMB Hotels, e do antigo primeiro-ministro Pinto Balsemão. Também pelo valor acrescentado de serem oriundos na Guarda e por serem bem sucedidos.
Depois, e pelo grande destaque que sempre pareceu ter ao nível da política nacional e do associativismo automóvel, o nome de Luís Celínio também surge como uma das possibilidades na minha mente, apesar de não conhecer a fundo todo o papel e trabalho dele nesta área.
Na área unicamente do mérito individual que a ciência permite, os nomes fortes são Rui Costa e Carvalho Rodrigues. Dois cientistas guardenses que são nomes fortes para a lista de condecorados e que, julgo, serão merecidamente condecorados.
Na área das artes e literaturas, dois nomes surgem desde logo: Eduardo Lourenço, por ser um dos nomes portugueses mais respeitados ao nível do "pensamento" cultural e literário mundial; e Américo Rodrigues, pelo trabalho realizado ao longo de cerca de 40 anos no elevar dos padrões culturais e artísticos de uma região e pelo trabalho poético e teatral que a sua já vasta obra encerra.
Por fim, outros nomes poderia aqui colocar, como o de Pinto Monteiro, Santinho Pacheco, Alípio de Melo, Adriano Vasco Rodrigues, o dono da empresa Gelgurte, ...
São, portanto, meia dúzia de nomes de que me lembrei e que quis deixar na ordem do dia para ver se percebo alguma coisa desta coisa da escolha dos condecorados Os nomes correctos devem estar quase a ser lançados para a comunicação social e, nessa altura, farei um comentário breve às condecorações do 10 de Julho que forem efectivamente feitas.
terça-feira, junho 03, 2014
Nota Guardense: Amaro é Scolari
É bonito quando a "energia positiva" é para ser partilhada!
Parece que o presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, terá citado Scolari e dito (neste caso) aos guardenses "para colocarem nas suas janelas, varandas e fachadas a bandeira
nacional, símbolo da Pátria, que representa a soberania da Nação e a
independência, a unidade e a integridade de Portugal" (segundo o jornal i). Até me chegaram as lágrimas aos olhos!
E chorei mesmo quando, segundo a mesma fonte, Amaro terá referido que gostaria "que essa energia positiva chegue também à
Seleção Nacional", que lá pelo Brasil estará em competição!
Para não dizerem que sou um desmancha-prazeres, aqui fica a minha bandeira, na minha janela para a Guarda e para o mundo!
domingo, junho 01, 2014
Li: "O Menino Rei", de Carlos Carvalheira
Os espaços vazios: O Menino Rei, de Carlos Carvalheira
Os
homens precisam de monstros para se tornarem humanos.
(José
Gil)
Há quem diga que o espaço do “já
contado” é território proibido e que qualquer acrescento ou substituição de
tópicos será crime de “lesa majestade”. A ser assim o entendimento do leitor do
processo criativo que está implícito na escrita, fica o conselho: não leiam
este livro, livrinho ou opúsculo!
Assente nos textos bíblicos de Mateus, o mais atento dos
autores do Novo Testamento à questão do nascimento, sobrevivência e crescimento
de Jesus da Galileia, o autor, Carlos Carvalheira, concebe um pequeno conto que
vai preencher muitos dos espaços vazios que se se reconhecem nos textos dos
Evangelhos. Carvalheira desconstrói a visão ocidentalizada da ira de Herodes
(como se sabe, o governador sanguinário) e constrói-a segundo uma “visão nova”
onde o perseguidor do Menino se torna num dos centros da acção. E aí está a
riqueza desta narrativa “em dois andamentos”. Por um lado, o nascimento e a
fuga para o Egipto com a finalidade de proteger o recém-nascido. Pelo outro, a
notícia do nascimento e a perseguição movida por Herodes. A novidade, que
também apelidaremos como “Toque de Midas criativo”, está no tratamento que o
autor dá aos espaços não preenchidos nos textos bíblicos e que consistem na
categorização do medo sentido pelos fugitivos e pelo perseguidor. Se os
fugitivos temem pela vida do “Menino de olhos grandes e com caracóis nos
cabelos” e pelas suas próprias, o perseguidor, com traços de monstro
insaciável, teme pelo fim do seu espaço (consubstanciado, ironicamente, em toda
a opulência da posse de bens materiais e do direito a mandar) enquanto “todo-poderoso”.
O autor, segundo nos parece, estabelece aqui um curioso e bem conseguido
paralelismo com os tempos actuais, onde a perseguição ao mais fraco com a
finalidade de se manterem os lugares de destaque permanece uma evidência social
impossível de se menosprezar ou esconder. Neste ponto, uma interrogação parece
ganhar destaque e hipóteses de ressoar para além da leitura: até que ponto estamos
dispostos a chegar para conseguirmos manter o estatuto social? Não existe uma
resposta, ou não se pretenderá dar resposta a esta pergunta, funcionando o
conto como catalisador da reflexão para além das barreiras da própria história.
Como refere José Gil (no texto “Metafenomenologia
da monstruosidade: o devir-monstro”), e como nos parece que Carlos Carvalheira pretende com o seu
conto, “nós exigimos
mais dos monstros, pedimos-lhes, justamente, que nos inquietem, que nos provoquem
vertigens, que abalem permanentemente as nossas mais sólidas certezas; porque
necessitamos de certezas sobre a nossa identidade humana ameaçada de
indefinição. Os monstros, felizmente, existem não para nos mostrar o que não
somos, mas o que poderíamos ser. Entre estes dois pólos, entre uma possibilidade
negativa e um acaso possível, tentamos situar a nossa humanidade de homens.” Ou seja, o conto vem revelar que a sociedade de hoje
precisa de “monstros” que permitam a nossa localização enquanto homens,
entendendo-se estes homens como elementos harmonizadores de uma existência
comum. Herodes ganha, portanto, o direito de ser o centro da acção desde a
primeira até à última página, só perdendo esta centralidade nas últimas linhas
do conto quando (levantem-se em defesa da pureza do “verbo inicial”) o Menino
Rei lhe dirige algumas palavras plenas de ocasião e de ingenuidade. Os dois
planos narrativos interagem por fim e a distância que os afasta transforma-se
no inusitado e no criativo do momento, rendendo-se o “monstro” perante a fragilidade do Menino.
Um conto em forma infantil (notem-se as repetições, as
aliterações e a recorrência, na sua maioria, a um vocabulário simples e
claramente perceptível), mas com um subtexto forte e socialmente capaz de
provocar no leitor atento uma visão diferente da forma como o mundo de hoje se
manifesta.
Guarda, Abril de 2014
Daniel António Neto Rocha
(recensão crítica publicada In: Revista Praça Velha n.º 34. – Guarda: NAC/ CMG, Maio de 2014. – p. 224 a 225.)
sábado, maio 31, 2014
Pensalamentos #239 - dúvida
criar feridas
como quem cria filhos
amá-las
acariciá-las
e, numa alucinação permanente,
duvidar
a alma cheia
de vazio
como quem cria filhos
amá-las
acariciá-las
e, numa alucinação permanente,
duvidar
a alma cheia
de vazio
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