terça-feira, abril 23, 2013

Crónica ao Miguel “Faísca” ou do problema da diarreia mental - 13. Crónica Diária na Rádio Altitude (4.ª temporada)

1. E sempre que se fala em abuso de poder e se exige uma maior responsabilização dos “pagadores” face aos seus empregados lá vêm os belos e perfeitos exemplares da ilustre massa palradora de Portugal a defender que o que está mal, ouçam bem, é “que os desempregados portugueses ou, simplesmente, os portugueses não gostam de trabalhar e não querem trabalho“. É óbvio que eu não sei onde estas mentes escancaradas se baseiam para dizer isto, mas não acredito que tenham a mais pequena noção dos esforços que pais e mães deste país fazem para conseguirem trabalhar e, assim, conseguirem matar a fome dos seus filhos. Sim, a única parte em que concordo com aquelas palavras abusadoras e claramente de gente que vive dos subsídios ou da carteira da mamã (que até chora por causa das pessoas dizerem que o seu filho, além de oportunista, é um jovem dado para dizer coisas estúpidas) é a parte em que ele quer dizer que os portugueses não gostam de trabalhar para pagar ordenados às sanguessugas que vivem à mama do estado! Sim, eu também não gosto de trabalhar doze meses por ano, para o estado me fazer descontos sobre catorze meses, pois imagina que recebo subsídios de férias e de natal, e para o mesmo estado me recusar qualquer tipo de protecção social caso, e olhem a minha sorte, eu fique sem emprego! Mas o menino Miguel deve gostar! Numa entrevista que hoje tive o azar de ler, o homem diz que não teme ser polémico. O que não diz, mas devia dizer, é que também não teme parecer estúpido e oportunista, pois a vida dele e o seu sucesso assentam claramente nisso mesmo, numa oportuníssima convocação do exemplar Relvas através do Youtube. Novas tecnologias, velhas potencialidades de carreirismo. 
(...)


Moimenta da Serra, 22 de Abril de 2013 
Daniel António Neto Rocha 

(Excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 23 de Abril de 2013 - disponível em podcast em Altitude.fm)

segunda-feira, abril 22, 2013

Li: ”Um Homem de Partes”, de David Lodge


Não me decidi a avançar para a leitura deste livro por saber que ele tratava de Wells, pois não fazia a mínima ideia de que era um romance biográfico, mas surpreendeu-me muito pela positiva. Foi com um incentivo muito ocasional que comecei a ler romances de David Lodge, penso que em 2005 ou 2006. Daí para aqui, lá tenho vindo a descobrir a sua obra, mas de forma muito desligada, ou seja, lendo à medida que posso comprar um ou outro livro. Desta feita, aproveitando uma boa promoção e uma altura em que havia uns trocos disponíveis (situações cada vez mais improváveis), lá me aventurei nesta aventura bastante interessante. 

Abri o livro e fiquei admirado, visto que não esperava uma tão directa alusão a um qualquer personagem “real”. De H. G. Wells conheço os grandes sucessos: “A Guerra dos Mundos” e “A Ilha do Doutor Moreau”, e, depois desta leitura, compreendo o porquê do seu relativo apagamento: uma vida dificilmente tida como moralmente apresentável. 

Abrindo no período final da vida de Wells, o romance de David Lodge é construído de forma analéptica e, nesta estratégia narrativa, evolui até voltar ao ponto de partida que representa o final do romance. A construção do romance é diversa e condensa em si diferentes vozes narrativas, optando o autor por uma curiosa e bem urdida estratégia de misturar a voz de um narrador heterodiegético (presente em todo o romance) com a própria voz do narrador nas várias entrevistas imaginárias (esquizofrenia?) que servem de escape momentâneo à grande analepse, servindo como escapes explicativos de comportamentos ou de decisões. Outra das vozes (múltiplas vozes) é a que sobressai dos registos epistolares que servem de argumento para a estratégia de fuga à ficcionalidade por parte do romancista, que oferece aos seus leitores uma espécie de pista que os leve a olhar para este romance como se se tratasse de uma biografia. 

Os temas são vários e inserem-se na leitura e análise das várias obras da personagem principal. Há, no entanto, uma especial atenção aos relacionamentos sexuais e amorosos que chocaram o Reino Unido e a puritana sociedade do início do séc. XX. Este facto é largamente associado ao tema da batalha que se gerava naqueles anos em relação à ascensão social da mulher e à visão que Wells tinha da sociedade ideal, onde a mulher tinha as rédeas da sua própria vida. Socialista utópico, a visão que tinha do mundo é um dos grandes valores que este romance nos traz e que, no meu caso, me obrigará a uma leitura das suas obras mais interventivas. 

David Lodge consegue construir um romance atractivo e extremamente informativo que terá o condão de chamar o leitor para a redescoberta de H. G Wells. Mas, como é óbvio, esta é só a minha modesta opinião.

terça-feira, abril 16, 2013

Crónica Bombeiros.pt: Acerca dos livros e dos bombeiros





(Fotos: Sara Esteves - em reportagem para o Portal Bombeiros.pt)

1. Tenho muitas vezes a ousadia de querer encontrar nexos de entendimento entre este mundo dos bombeiros e o universo da literatura. Não pensem que é por uma questão de fechar a compreensão das crónicas, mas, sim, por uma questão de construção de horizontes de significação mais alargados. O que significa isto? Simplesmente que o mundo está todo inventado nos grandes livros e quem o quiser conhecer e analisar mais de perto só tem de ler e interpretar os vários autores.



2. Porque me lembrei disto? Porque neste fim-de-semana (14 de Abril) foi completado o primeiro Quadro de Comando da história dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra. Dito só assim também não serve de explicação, mas tem tudo a ver com aquilo que nestas datas se deseja aos recém-empossados. Não é um hábito dar-lhes os “Parabéns”? Claro que sim, mas, na minha modesta opinião, não é esta palavra que devemos utilizar nestas alturas. O melhor que podemos desejar a quem assume estas funções são votos de bom trabalho e de boa sorte. E é isto que todos nós esperamos que tenham todos aqueles que assumem as funções de comando nos Corpos de Bombeiros, para que no futuro, quando deixarem de desempenhar estas mesmas funções, podermos, aí sim, dar-lhes os parabéns!



3. No livro O Nome da Rosa, de Umberto Eco, encontramos uma história que é, por si, um imenso mundo de significados e de possibilidades de análise. Não me interessa aqui desfolhar este livro, mesmo que pudesse aqui tentar lançar as bases de uma análise quase irreal sobre os métodos mais eficazes de ataque a um incêndio que ocorre numa grande biblioteca. Mas não é isso que me interessa. Interessa-me sim o potencial de análise da sua personagem principal: Guilherme de Baskerville. Construído debaixo do enigmático véu da Idade Média, este frade franciscano é um observador atento do mundo que o rodeia e um ágil decifrador de mistérios que se adensam à sua volta. Claro está que isso lhe causa alguns dissabores, mas nada que o destino não se encarregue de corrigir. Pois bem, este frade franciscano tem um aprendiz, que o segue pelo mundo e que com ele apreende aos grandes ensinamentos da vida, até que é hora de se separarem. Mas é a este aprendiz que ensina a melhor forma de pensar e compreender o mundo. Diz Guilherme, logo depois de o seu aprendiz ter ficado admirado com a forma como o Mestre descobre o que parecia impossível de descobrir: “Em toda a viagem te tenho ensinado a reconhecer os traços com que o mundo nos fala como um grande livro.” E é este reconhecimento dos traços negativos que existem no mundo dos bombeiros que eu gostava que acontecesse, visto que permitiria a todos aqueles que “comandam” melhorar, na realidade, as nossas corporações de bombeiros.               



    

Famalicão da Serra, 14 de Fevereiro de 2013

Daniel António Neto Rocha


(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 15 de Abril de 2013)


Importante: ver aqui a foto-reportagem da tomada de posse do 2.º Comandante e do Adjunto de Comando, e da bênção das viaturas adquiridas recentemente!

segunda-feira, abril 15, 2013

Economia de cabeceira #1

Depois de ler alguns artigos de opinião de Paul Krugman, dei comigo a pensar no seguinte: quantas pessoas em Portugal conseguem, de uma forma limpa e não evasiva, pagar contas, pagar impostos e sobreviver? É que todas as medidas que todos os dias são tomadas parecem dizer ao comum dos mortais que vive em Portugal para se desenrascar! 
Será que o nosso papel enquanto cidadãos passou de cooperadores do Estado de Direito Social para pagadores ao Estado com dinheiros que podem ter as mais variadas origens e nem todas muito claras?
Apetece-me perguntar: o Estado de hoje não é uma grande máquina fiscal de processamento e de branqueamento consciente de capitais?

sábado, abril 13, 2013

Pensalamentos #79

Conspiração?
Talvez seja demasiada elaboração junta!

Conluio?
Sim, de certeza que as sanguessugas se unem para se alimentar!

E?
Nada, até que o primeiro atire uma pecadora pedra!

quarta-feira, abril 10, 2013

Crónica sobre o “cóninhas” do Coelho da Páscoa vingativo - 12. Crónica Diária na Rádio Altitude (4.ª temporada)



1. A parte mais interessante de viver em Portugal é, como todos sabem, poder de quando em vez e de vez em quando chegar à conclusão de que não há o raio de um político que acerte uma única vez. Não estou (claro que estou, mas não o posso dizer de uma forma muito espampanante!) a dizer que não haja por aí por esse infinito mar de jovens jotas e de seniores tachistas um outro que, pelo menos, sirva para melhorar um ou outro canto do país. Mas, na generalidade, talvez só sirvam mesmo para estrume e mesmo para isso, não sei não. Estão já dois elementos do auditório com o cabelo em pé? Pois bem, caros ouvintes, em Abril não são só as águas mil que o ditado popular diz que aparecem mas também as mil e uma queixinhas que um Primeiro-Ministro “cóninhas” e pieguinhas vem fazer depois de lhe terem tirado o fato de Action-Man que tudo pode fazer em nome da sua consciência intimamente capitalista e bancária. Não pensem que estou a defender a oposição ao Governo, pois também esses parecem uns desmiolados que querem deitar areia na engrenagem e não apresentam qualquer solução para este triste país que não seja a das eleições antecipadas. Irra, é caso para constatar que são tantos os lobbys que criam para favorecer não sei quantos mil dos vossos partidários nas empresas ou em fundações que vivem à mama do estado e não conseguem, durante dois ou três mesitos, criar um plano de acção conjunta? E aquele exemplo mal-amanhado de homo erectus com orelhas de herbívoro saltitão ainda não aprendeu que ao ameaçar o seu próprio país e depois defender a diabólica trindade só está a cavar mais fundo o buraco, mostrando que mesmo que a fome nos mate os esclavagistas continuarão a ter a anuência do poder político para sugarem o país? (...) 

         
 
Moimenta da Serra, 8 de Abril de 2013

Daniel António Neto Rocha



(Excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 9 de Abril de 2013 - disponível em podcast em Altitude.fm)


segunda-feira, abril 08, 2013

Momentos em imagem #13 - Sessão de apresentação no Manigoto










Estes momentos são sempre de algum nervosismo. Mas nem por isso deixam de ser bons para se criar o futuro de hoje de forma bem mais substancial. Com um abraço especial às gentes do Manigoto e aos meus amigos que quiseram apoiar-me num dia que é sempre muito especial - o lançamento de um livro. Eles são pedras fortes onde nos podemos sempre apoiar e cada vez me convencem mais de que a sua amizade não tem fronteiras! Claro que um beijo especial é para a minha esposa, a Eunice, que tirou estas fotos e tem andado comigo nesta roda viva, cansativa, mas muito enriquecedora. E para que fique escrito: a partir de agora sou um Manigotense de alma.  Não te esqueças disto, José Martins Ferreira!
Daqui a uns dias escreverei o diário do dia de ontem.

sexta-feira, abril 05, 2013

Manigoto (Pinhel): Lançamento e apresentação de "A Casa da Memória" (actualizado)


É já no Domingo (dia 7 de Abril) que acontece o lançamento e apresentação do livro A Casa da Memória.  A sessão decorrerá no edifício da antiga Escola Primária do Manigoto (Pinhel). Começará às 15 horas e promete algumas surpresas. Não me perguntem quais, pois eu vou ser um dos que ficarão por certo surpreendidos com a capacidade de reinvenção e com o altruísmo desta gente do Manigoto. O livro poderá ser comprado neste dia por 5 (cinco) euros, um preço especial para o lançamento.
Até Domingo e espero-vos lá no Manigoto!

quinta-feira, abril 04, 2013

Repentes #20 - Oh Relvas, oh Relvas, bye, bye à vista?

(Fonte da foto: Jornal de Notícias)



Ao que parece, parece que a vergonha finalmente aparece e aquilo que parece afinal pareceu mesmo. Parecia mal, mas só a quem tudo parece bem é que não aparecia o mal que o mal que parece aqui aparecer afinal apareceu. Em suma, o que parecia afinal acabou por aparecer e quem não queria que parecesse afinal desaparece!


(Ver mais aqui)

segunda-feira, abril 01, 2013

Pensalamentos #78

Risco de pobreza infantil... Há quem diga que o país é "civilizado" quando os números rondam os 30%?
Realmente as prioridades governativas mantêm-se tal como eram no tempo do Estado Novo: as elites encarreiradas têm sempre a primazia!

sábado, março 30, 2013

Pensalamentos #77

E dias há
em que a aurora
reluzente e nova
traz consigo a treva
e o tormento de quem
acorda para a dor.

sexta-feira, março 29, 2013

Pensalamentos #76

Há dias em que a escuridão 
fixa os seus olhos famintos 
na pureza 
e suga lentamente o conforto 
dos passos seguros.

terça-feira, março 26, 2013

Crónica do meu avô Zé Bico - 11. Crónica Diária na Rádio Altitude (4.ª temporada)




1. Estes dias de chuva intensa, a bater velozmente nas janelas, fazem com que o ritmo alucinante deste tempo de enigmas constantes e de incontroláveis agitações sociais se dilua no centro de memórias longínquas ou de rememorações familiares. E é nesse calor da lareira dos avôs que me encontro neste momento, afagado por braços ternos e de uma sensibilidade gigantesca. No ninho inicial, aqui mesmo onde se forma o mundo e o fim de tudo. Prestes a chegar à triste memória de sete anos, é o sorriso trocista do meu avô que serve de pauta à música que vai soando lentamente e que é acompanhada pelo bater incessante das pequenas gotas da natureza, lá fora, onde se ouve o natural enleio do mundo. Cá dentro é o som de Haendel e do seu belíssimo oratório “A escolha de Hercules” que vai acompanhando a memória e tudo o que ela encerra. 

(...)


Moimenta da Serra, 25 de Março de 2013 
Daniel António Neto Rocha 

(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 26 de Março de 2013 - disponível em podcast em Altitude.fm

segunda-feira, março 25, 2013

Santa Páscoa! Com um bocadinho de Gouveia


Mais uma vez, é com um "postal" com a decoração da Escolinha do meu filhote, em Gouveia, que vos quero desejar uma Santa Páscoa! Que seja um período de descanso e de reflexão que vos dê forças para o resto do ano.

quinta-feira, março 21, 2013

Pensalamentos #75 - Dias do dia 21 de Março

Do poético olhar
da natural reinvenção vegetal
ou da morte rápida
de quem transforma o ar,
há quem lembre
a reunião intempestuosa
de dois mundos
que gostavam de não conviver.

quarta-feira, março 20, 2013

Manigoto (Pinhel) - Lançamento e apresentação do livro "A Casa da Memória"

(Capa: design de Ricardo Torrão e fotografia de Alexandre Sampaio)

Será lançado e apresentado no primeiro fim-de-semana de Abril o livro A Casa da Memória, que é uma peça teatral que tive o prazer de escrever para o Teatro do Imaginário - Grupo de Amigos do Manigoto (GAM). Este livro contém a peça teatral com o mesmo nome e um conjunto de textos que pretendem complementar e explicar a origem da peça: a "Nota Inaugural" de José Martins Ferreira (Presidente do GAM); o "Prefácio" da Professora Ana Maria Machado (Professora de Literatura Portuguesa da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra); o "Posfácio" de João Neca; sendo os restantes, "Introdução" e "Notas Finais", da minha autoria. A edição é do GAM.
O lançamento decorrerá no dia 7 de Abril (Domingo), pelas 15 horas, no Manigoto (Pinhel) e o Professor Joaquim Igreja (professor na Escola Secundária Afonso de Albuquerque e um amigo que muito prezo) fará a apresentação do livro.
Espero poder contar com a vossa presença. Oportunamente direi onde poderão encontrar este livro.      

terça-feira, março 19, 2013

Pensalamentos #74

E o ar frio
das negras sinas
percorre-te o horizonte
puxando e alongando
a meia luz
que viste fugaz.

domingo, março 17, 2013

Momentos em imagem #12 - "Finalmente", o trio

(Depois da última apresentação de "Finalmente", no camarim do Teatro Municipal da Guarda)


(Foto de Armando Neves/TMG, nos últimos ensaios no Pequeno-Auditório do Teatro Municipal da Guarda)


Foram muitos dias de trabalho e a recompensa final, o sentimento de missão bem cumprida, está à vista na primeira foto. São sorrisos honestos e de um companheirismo que uniu estes três aventureiros neste mundo do teatro. Todos eles, cá estou eu a enfiar-me no saco, estão de parabéns! Lá mais para a frente, daqui a uns dias, tentarei fazer uma análise mais técnica e mais exaustiva de todo o trabalho. Mas, e para já, as dúvidas iniciais e a atenção que votámos aos ensaios (vistas na segunda foto) merecem bem os sorrisos finais.

sábado, março 16, 2013

"Finalmente", última oportunidade

Sofia e Teófilo, interpretados por Carla Morgado e Pedro Sousa  (Foto de Armando Neves/TMG)

E chegamos ao último dia desta aventura. Finalmente, chegamos ao ponto onde gostaríamos de ouvir críticas bem construtivas (mesmo que sejam de teor destrutivo) que nos possam ajudar, a nós que nos responsabilizámos por trazer a cena algo, a melhorar ou cimentar uma ideia ou um trajecto. Sim, todos gostamos de ouvir um "gostei" ou um "está bom" ou qualquer coisa parecida. Ou mesmo um "não gostei"! Não gostamos tanto, é óbvio, mas existem todas as possibilidades. No entanto, como todos saberão, a crítica é feita com análise e com respostas objectivas. Logo, quando nos disserem se gostaram ou não gostaram, digam-nos também o porquê da vossa resposta. Nós gostamos de ouvir!

sexta-feira, março 15, 2013

"A Casa da Memória", pelo Teatro do Imaginário, em Paris


No dia 17 de Março, a partir das 14 horas, em Bourg-la-Reine (Paris), o Teatro do Imaginário (Manigoto - Pinhel) leva a palco no Théâtre de L'Agoreine a peça "A Casa da Memória". Trata-se de uma iniciativa do Centro Cultural dos Portugueses de Bourg-la-Reine. Será, com toda a certeza, um excelente momento para reavivar memórias e reviver momentos que nunca se esquecem. Se algum famalicense ou guardense andarem lá por perto, não percam este delicioso momento.

terça-feira, março 12, 2013

Finalmente, em crónica - 10. Crónica Diária na Rádio Altitude (4.ª temporada)

1. Em todos os cantos da cidade se vai por estes dias levantando a voz para comentar ou tentar perceber quem vão ser as caras que aparecerão como candidatos à presidência da Câmara Municipal da Guarda. Há já candidatos assumidos, como são os casos daquele que tem nome de Rei Mago e do outro que na minha meninice se me apresentou sempre como o advogado do Diabo, mas consubstanciado num eufemismo religioso. E há os putativos candidatos, sendo que, na minha modesta opinião, um é mais putativo do que outro. Por um lado Virgílio Bento, um candidato forte e com provas dadas junto dos cidadãos que vive refém dos apoios que não desejaria ter, mas que lhe são dados porque esses apoios não têm mais nenhum candidato sério que os aceite como apoiantes, e refém também de uma “esquisita” vontade popular que parece capaz de galvanizar o próprio Vice-presidente da Câmara. E o problema de Virgílio coloca-se neste exacto ponto, pois não parece ser conciliável o apoio da massa cidadã que está cansada dos bastidores da política com o apoio da velha guarda que só sobrevive à custa dos bastidores da política e do carneirismo. 

(...)


Moimenta da Serra, 11 de Março de 2013 
Daniel António Neto Rocha 

(Excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 12 de Março de 2013 - disponível em podcast em Altitude.fm

segunda-feira, março 11, 2013

Guarda: Finalmente o "Finalmente"

(Foto: Armando Neves/TMG)

"Estreia a 14 de Março a nova aventura do Projéc~; chama-se “Finalmente [em quatro andamentos]” e é levada a cabo no âmbito do seu laboratório criativo, o Lab~. Foram desafiados quatro criadores guardenses a encenar, cada um deles, uma peça com o mesmo tema: o fim. ”. Quatro artistas, quatro pontos de vista, quatro abordagens criativas, o mesmo “Fim”. Daniel Rocha, Daniel Martins, João Louro e Élia Fernandes são os encenadores convidados. Entre quinta e sábado (de 14 a 16 de Março) o espectáculo sobe ao palco do Pequeno Auditório do TMG com sessões às 21h30.

Na história de Daniel Rocha há uma casa em construção e duas pessoas que não se conhecem, mas que se relacionam profissionalmente. Com eles ficaremos a saber mais sobre as estranhas errâncias do Fim.
O texto e encenação são de Daniel Rocha e a interpretação estará a cargo de Carla Morgado e Pedro Sousa.
Daniel Rocha iniciou-se na encenação em 2007 num curso promovido pelo Inatel e pelo TMG que teve como orientador Gil Nave. Desde esse curso, tem vindo a preparar pequenas encenações em contexto escolar e formativo. Tem colaborado, como actor e autor, em vários espectáculos do TMG, como o Julgamento e Morte do Galo do Entrudo.

No segundo andamento de “Finalmente” surge a trabalho de Daniel Martins. O criador guardense mostra que «… unicamente o infinito pode ter fim!», numa interpretação de Paulo Lisboa e Paula Costa com encenação de Daniel Martins e Tânia Maria.

Na versão de João Louro, o “fim” é «Um dia bem passado entre a vida e a morte nas viagens que se somem no trilho da sorte de cada homem e seu filho». O texto é de Galo Porno; a encenação é de João Louro; a interpretação de João Neca, Nuno Tavares, Carlos Morgado e Filipe Ruas; a música/sonoplastia tem a autoria de João Clemente, o vídeo de Mecca e a voz off de Américo Rodrigues.
João Louro nasceu na Guarda em 1979. É licenciado em Design Multimédia pela Universidade da Beira Interior. Entre 1996-2006 integrou várias peças como actor no Teatro Aquilo no qual colaborou também como cenógrafo, figurinista e em bandas sonoras. Posteriormente encenou “Gregoire” com texto de Galo Porno e realizou “Fado Citrino”.

O último andamento de “Finalmente” é o da criadora Élia Fernandes. A encenadora apresenta um excerto da obra ”O Fim” de António Patrício, peça estreada em 1909, integrando-se na estética teatral simbolista. Este trabalho conta com a interpretação de Teresa Mendonça e de Américo Rodrigues.
Élia Fernandes é co-fundadora do Aquilo-Teatro e da Associação Luzlinar. Como actriz participou em “Nana Ina Não…”, “O homem de V.W branco da minha juventude”, “A morte de príncipe”, “ A mão deslizante sábia no amor e deslizante” e “O amor a dois”. Desenhou figurinos e criou música original para várias peças. Encenou “Memória de sombras e de pedra”, “Duendes do lago”, “A menina do circo” e “Escolinha do mar” e “O amor está no ar”, entre outras.

“Finalmente [em quatro andamentos]” fica em cena até sábado, dia 16 de Março, o espectáculo é para maiores de 16 anos."
(Fonte: TMG)

domingo, março 10, 2013

Estreia de "A casa da memória"

Alegria, esforço e muita dedicação são os grandes ingredientes de uma estreia com um resultado final muito interessante. Como em todas as estreias, o nervoso miudinho e a ânsia de fazer bem foram os grandes obstáculos que este Teatro do Imaginário teve de enfrentar, mas, na modesta opinião deste membro do público, o sucesso da peça está garantido! Sobre o texto não falarei, pois estaria a ser juiz em causa própria, reservando algumas palavras para o lançamento do livro com a peça no, sempre poético, dia 23 de Março. Gostei muito da encenação e do esquema de luz. Ambos simples, mas muito eficazes. O trabalho dos actores é maravilhoso e extremamente gratificante. Parecendo simples, é muito exigente e requer uma disciplina rígida durante cerca de 1 (uma) hora. E todos eles se comportam muito bem! Mais importante ainda, e tanto que eu gosto desse aspecto, é o brilho que emana dos olhos de todos eles! Correções e melhorias? Claro que há a fazer, mas sempre se pode fazer melhor, mesmo quando tudo parece já perfeito!
Daqui a minutos voltam a pisar o palco e o meu desejo é que, no mínimo, corra como ontem e que os seus olhos voltem a cativar todos aqueles que tiverem o privilégio de assistir!

quinta-feira, março 07, 2013

Pausa

Depois de mês e meio de intensa labuta, apanho com dois dias de zero actividade que, aliada ao tempo cinzento e húmido, me empurra para dentro de casa. Depressão potencial, dirão os mais atentos pesquisadores e investigadores deste espaço. Leitura e escrita, direi eu. "A vida em surdina", de David Lodge, está prestes a encerrar as suas capas e o conto "O fato", deste vosso amigo, verá a luz do dia. Amanhã é dia de fins! 

terça-feira, março 05, 2013

A equipa responsável por "A casa da memória"

Foto do ensaio ("pedida emprestada" da página do facebook do Município de Pinhel)


"A Casa da Memória", pelo Teatro do Imaginário - Manigoto
Cineteatro São Luís - Pinhel
Sábado - 9 de março, 21.30h | Domingo - 10 de março, 16.00h



Ficha técnica: 

Encenação de Alexandre Sampaio a partir da obra “A Casa da Memória”, de Daniel Rocha; 

Interpretação de Ana Mesquita, Bernardo Cerdeira, Daniel Ferreira, Diogo Cerdeira, Diogo Paulino, Fernanda Fernandes, José Ferreira, Maria Gonçalves, Maria Luísa Mesquita e Sofia Paulino; 

Luminotecnia de António Freixo; 

Produção Teatro do Imaginário 2013.


Podem seguir a apresentação do elenco aqui

domingo, março 03, 2013

Um dia antes

O dia 4 de Março vai ser sempre o dia mais importante que já conheci e que, provavelmente, virei a conhecer.

sábado, março 02, 2013

Pinhel: o bilhete para "A casa da memória"


A estreia da peça "A casa da memória", pelo Teatro do Imaginário, está marcada para o dia 9 de Março, pelas 21h30, no Cine-Teatro de Pinhel. No dia seguinte (10 de Março) haverá, pelas 16h, a segunda representação desta peça. O preço do bilhete ( 3€ ) é simbólico e, por certo, não será impeditivo de assistir a esta realização de uma das entidades mais activas do concelho de Pinhel. Podem comprar os bilhetes com antecedência ou pedir mais informações através do número de telefone do Grupo de Amigos do Manigoto (GAM): 271 411 472

723 anos de História (nem sempre positiva, é certo!)


Parabéns atrasados, Alma Mater! Imagem (da Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra) de marca de uma "casa" com muita e variada história. Ainda aqui há dias falava com alguns imigrantes sobre o peso que esta Universidade continua a carregar como agente de excelência do ensino superior na Europa e no resto do mundo. Diziam-me eles que o reconhecimento da História da Universidade de Coimbra faz com que se olhe para os portugueses como um povo culto e inteligente. O que eles não sabiam era da existência de mais de cinquenta entidades privadas que se dedicam ao ensino superior (o número que avancei foi, sei-o, muito baixo!) e que a maior parte dos governantes deste país saíram (alguns passaram por lá só para recolher um grau, lembrando-me eu das licenciaturas relâmpago que tanto alarido criaram) destas instituições.
Foi ontem, dia 1 de Março de 2013, que se celebrou o Septingentésimo Vigésimo Terceiro aniversário da Universidade de Coimbra. Convém aqui fazer uma chamada de atenção para algo que é pouco importante para os Relvas e Coelhos deste país, mas que é um facto: foi um Rei poeta que imaginou esta Universidade!
Continuo eu a dizer: só quando voltarmos a ter um Governo de humanistas é que este país da treta poderá reinventar-se!