quarta-feira, novembro 02, 2011

Repentes #2

Só hoje consegui respirar fundo e falar deste repente que me deu. Não, não é assunto de vida ou de morte! Ou melhor, nem sei.
Depois de ouvir, mil vezes por minuto, os louvores a uma atitude de poupança, Paulo Portas decidiu vir aconselhar (?) os portugueses a aceitarem uma qualquer lição, aula, formação ou o que for, de poupança desde tenra idade!
Para começar, será escusado dizer que qualquer um dos elementos partidários deste país estarão fora da órbita de docentes possíveis para aquele mini-curso. Escusado será também afirmar que concordo com esta sugestão, pois é preciso que o povo saiba que é pobre e que pobre será até ao fim do mundo ou arredores!
Não sei não, mas qualquer dia voltaremos a ouvir que a governação do país não se discute e que devemos ser fortes e defender "Deus, a pátria e a família".
Para que nos andamos a preocupar com o Governo do país se ele está tão bem entregue?

segunda-feira, outubro 31, 2011

Pensalamentos #19

Tartamudeio quando as velhas amizades
se aproximam. A afirmação das obrigações
e as escuras trementes recordações
abrigam as esquecidas idades.

domingo, outubro 23, 2011

Pensalamentos #18


As paredes metem medo.
O fogo apagado da cruz
do caminho atrai os lobos
e amedronta os cordeiros.

sexta-feira, outubro 21, 2011

Crónica Bombeiros.pt: A gramática de um tempo

1. Não foi assim há tanto tempo, se olharmos para os passos que outros já deram neste mundo de que todos gostamos demasiado para o abandonarmos de ânimo leve. O que é certo é que são já 12 anos de uma vida entregue a uma causa que mudou demasiado para se continuar a acreditar nela.

(...)

Guarda, 04 de Outubro de 2011
Daniel António Neto Rocha

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt a partir das 00h00m do dia 21 de Outubro de 2011)

sexta-feira, outubro 14, 2011

Medidas (algumas politicamente incorrectas) para equilibrar as contas #1

Não sou economista e não tenho pretensão em sê-lo (conforme já tive oportunidade de escrever), mas tenho algumas dicas para reactivar este país. Cá vai a primeira:

Pensão máxima no valor de 2.000 euros e mínima no valor de 1.000 euros. Aplicada a todos os pensionistas (mesmo os que recebem 18.000 euros) a partir de Janeiro de 2012. Com o corte efectivo de um número incalculável de ajuntamentos de pensões com origem no Estado.

Se alguém souber, digam-me (porque não sei!) em quanto poderia ficar esta medida. Mas sem dados percentuais, por favor!

quarta-feira, outubro 12, 2011

Este país é uma anedota #2

É impressionante como a justiça deste país actua! Não é que vão agora julgar e processar uns poucos de jogadores de futebol que agrediram dois seguranças que estavam a trabalhar? É impressionante! Onde está o respeito pela total impunidade que rege, neste país, os contratos de trabalho das super-estrelas futebolísticas e dos seus excelsos representantes? Esses dois seguranças da treta, que deviam ter vergonha de estar no mesmo espaço dos meninos ricos e que deviam ter vergonha de ganhar a miséria que ganham, nem sequer deviam ter apresentado queixa, pois assim, talvez, tudo passasse como habitualmente se passa: "os ricos, bonitos e que jogam bem" (em qualquer quadrante da "xuxalight" portuguesa) estão imunes ao vírus da aplicação da justiça e do respeito pelas leis do estado!

Em Portugal não pode haver uma só lei soberana porque vai sempre ser considerada defensiva de uns e opressiva de outros! Raios!, já me tinham dito que era difícil acusar alguém negligente, mas nunca me tinham dito que era impossível que alguém realmente culpado fosse condenado.

Como dizia o outro: "Seguranças para enfardar há muitos, senhor Juiz!"

sábado, outubro 08, 2011

Sumo da vida silabado

Hoje o meu filhote começou a ensaiar as primeiras palavras. Foram monossílabos pungentes capazes de fazer com que o mundo parasse por segundos. Mamã e Papá! Emocionou-me, o fedelho!

quarta-feira, outubro 05, 2011

Repentes #1

"Provavelmente, os maiores sacrifícios que esta geração teve que fazer." Esta é uma das frases destacadas pelos jornais naquilo que foi o discurso de Cavaco Silva. AS perguntaS que eu coloco são: poderemos falar em sacrifícios de uma geração? Qual é a geração que está, digamos, enrascada? São todas as pessoas desse geração? Ou há os gordos lambe-botas e lambe-pilas que escapam, através de trafulhices?

Quando Cavaco enfatiza que "devemos a todo o custo" escapar a um segundo pedido de empréstimo, a todo o custo significa: passar fome? Ou morrer à fome? Ver os filhos com fome? Ou matar os filhos para não terem fome? Deixar de pagar contas e ir para a prisão? Ou roubar para poder pagar contas e ir parar à prisão?

Enfim, contas que a República apresenta para continuar a sustentar as gordurinhas de quem mama nas suas excelsas e consideráveis mamocas!

terça-feira, setembro 20, 2011

Este país é uma anedota #1

Depois de se saber da existência de um buraco negro financeiro na Madeira, Alberto João Jardim ligou para os camaradas de lides políticas do pós 25 de Abril e disse-lhes:
"Então? Quando vinham passar uns dias e não pagavam, pensavam que a factura ia para quem? Oh! meus amigos, eu bem tentei que a minha banana tapasse o buraco, mas a taxa de exportação é fraca!"

sábado, setembro 17, 2011

Pensalamentos #17


Continuo, incessantemente,
o meu trabalho de supererogação
na identificação das bestas sadias
que infectam a sociedade necessária.


quinta-feira, setembro 15, 2011

Deputados andam a copiar, sem citar fontes, as ideias deste blog

Enquanto lia o "Público" de hoje (15 de Setembro de 2011), dei-me conta da falta de vergonha de um deputado da bancada Socialista ao citar a ideia criada no post com o nome Cartão Pedinte para atacar a falta de vergonha do Governo da coligação sem vergonha Social Democrata e sem vergonha Democrata Cristã.
Não é que os direitos de autor sejam muito bem pagos, mas a honestidade intelectual deve ser respeitada por todos aqueles que representam os cidadãos e por todos aqueles que não foram eleitos para roubar as ideias aos cidadãos.
Era só o que faltava! Pior do que isto, e falando da minha profissão, só se alguém se aproveitasse dos resultados positivos de um professor, que já não está numa escola e não se pode defender, para promover e valorizar outro professor. Isto é que era uma pouca vergonha das grandes.
Mas vão lá, leiam na página 6 do "Público" a notícia (ou, se quiserem só perceber o teor da notícia, mesmo aqui, na TVI) e depois vão ver a data do post deste blog. Façam lá uma leitura atenta e genuína, e digam-me se não andam os deputados a usar ideias deste que aqui escrevinha.

Deputados, deputados...

quarta-feira, setembro 14, 2011

Pensalamentos Emprestados #4

"Desgraçadamente a vida partidária em Portugal gira ainda em volta da educação monárquica. Quem dentro dos partidos quiser servir ideais, obriga-se principalmente a servir os homens."

Jaime Cortesão, Memórias da Grande Guerra


Não recebo muitas ofertas de livros pelo correio (mas gostava!), mas não deve ser só por eu ter mau feitio. Talvez as pessoas não soubessem deste meu gosto.

Esta citação retirei-a de uma separata que me foi enviada por um amigo, que é um excelente investigador. É uma separata de um artigo que vem na revista Biblos, número VIII (2010), dedicada à República. Chama-se "Jaime Cortesão: o escritor combatente na I Guerra Mundial" e foi escrito pelo Professor Jorge Pais de Sousa. Se puderem, leiam!

"É antipedagógico!": gritam alguns algures


(Reportagem da TVI, aqui colocada com todo o respeito pelos direitos de autor.)

Conheço uns tipos que ficariam com os "cabelos em pé" por causa desta tua pedagogia, Clarisse!

Onde já se viu, professores de Português a usarem e a permitirem que os alunos tenham os computadores ligados na sala de aula!? Impressionante! Não sabes que os professores de Português devem ensinar a ler e a escrever!?

Ah!, Clarisse, Clarisse!

Já agora, beijos para a família e deixa-te lá de modernices!

terça-feira, setembro 13, 2011

Cartão Pedinte




Depois de me dar conta dos sucessivos e sem conta descontos que este Governo anda a dar aos pobres e desfavorecidos, decidi lançar esta ideia: vamos fazer um Cartão Pedinte, pessoal e intransmissível.

Só há vantagens:

1 - para o Governo: os pobres que são pobres ficam a fazer parte de uma lista onde não entra mais ninguém, logo podendo as taxas ser mais convenientemente aplicadas a quem não fizer parte do grupo;
2 - para a oposição: podem socorrer-se deste grupo para fazerem manifestações a pedir mais direitos, pois são paupérrimos (os pobres, não a oposição!);
3 - para o pobre: sempre é mais um cartão de desconto a juntar aos dos hipermercados, das sapatarias, das farmácias, dos cafés, dos clubes, das gasolineiras, etc. (já não me lembro de mais!);
4 - empresas e instituições que beneficiam os pobres: ficam com uma carteira privilegiada de clientes, podendo manter uma receita, digamos, interessante.


Problemas:

1 - (único): os que são consideravelmente ricos (tipo o pobre do Amorim!) terão dificuldade em provar que são ricos, pois pelos vistos a sua declaração de IRS é do tamanho de um desempregado.


O grafismo do cartão pode basear-se na imagem que roubei não sei onde e que se encontra aí em cima.

Com o Alto-patrocínio de Suas Ex.as os Presidentes da República (todos desde o 25 de Abril).

Os patrocinadores oficiais deste Cartão de Pedinte, discriminados no próprio, serão: o Governo (qualquer um deles desde o 25 de Abril); a Assembleia da República; os Partidos Políticos; e todos os outros orgãos (não sexuais!) de teor e de nomeação política do país.

Quem apoia: GALP, REN, EDP, TAP, BRISA, SCUT, CP, METRO, CARRIS, PT e muitas outras.


Este Cartão Pedinte facilitará a vida a todas as entidades que tenham de fazer desconto aos pobres e permitirá que os seus possuidores não continuem a tirar fotocópias e a pagar autenticações e a pagar declarações, certidões, documentações, e pagar mais viagens para arranjar papéis que originem outros papéis que evitem ter de comprar outros papéis que... PUTA que pariu os papéis e mais papéis! (Percebeu-se a ideia?)

Pois bem, importante, importante é o slogan, para que a malta se sinta bem com o seu Cartão Pedinte e para que o utilize com dignidade. A minha proposta é: um homem esfarrapado e esfomeado mostra ostensivamente o Cartão Pedinte e diz (eis o slogan...) "Hoje já somos muitos, amanhã seremos mais!", e depois mostra um sorriso aos bocados. Bom, não é?



P.S. - Digam ao Gaspacho das Finanças que pode começar a ser austero (e a dizê-lo aos Comparsas Europeus) com a sua própria conta, pois a minha já não dá mais nada.

Crónica: Os incontornáveis caminhos do destino

Escrevo à distância fugaz de uma lágrima. Escrevo à memória de alguém que me ouve o pensamento e me dirige a mente para rumos incertos, mas reais. Escrevo, enfim, na suspeição de um ouvido atento às minhas preces e às minhas emoções. Escrevo-lhe e, ao mesmo tempo, partilho a minha fome de uma presença que me foi roubada no percorrer dos incontornáveis caminhos do destino.

Este ofício de escrever confunde-se, não raras vezes, com o ofício de viver e, assim, rouba-nos (muitas vezes) a percepção da realidade escondida atrás da ilusão criada no acto de fazer ficção. Não é uma ilusão qualquer. Aquela de que eu falo, é uma ilusão que se procura transformar na própria realidade e, daí, matar as dores criadas na vivência dessa mesma realidade. Eu confundi, até há bem pouco tempo, estes dois mundos tão distantes. Agora, que despertei, o mundo é diferente, a realidade é outra e é preciso recomeçar.

(...)


Famalicão da Serra, 12 de Setembro de 2007
Daniel António Neto Rocha

(Crónica publicada no Portal Bombeiros.pt e disponível online desde o dia 13 ao dia 28 de Setembro de 2007)

P.S. - Há quatro anos iniciei uma nova demanda. Precisamente nesta altura. Como ainda não tinha esta crónica no blog, aqui a coloco agora. O professor Xavier Viegas deu-me a honra de a ter publicada no seu livro Cercados pelo fogo 2.