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quarta-feira, outubro 17, 2012

Crónica Bombeiros.pt: Situation closed!


1. Incêndio extinto! Ocorrência resolvida! Pessoal desmobilizado! Época fechada! Tudo já está bem, agora só falta é que não haja mais incêndios e que o São Pedro seja, de facto, um dos nossos e colaborante. Ou seja, fiemo-nos na virgem (santa), mas não demasiado!

2. É hoje encerrada aquela que foi convencionada como a “Época de fogos” em Portugal, ilhas incluídas! E o que sobressai desta espécie de Concordata entre Bombeiros e Governo de Portugal é que a partir de agora as ocorrências de incêndio que vierem a eclodir terão de ser combatidas apenas em horário pós-laboral por muitas das Corporações de Bombeiros do país, pois não me parece que haja pessoal a poder voltar a faltar ao trabalho para apagar fogos. Como digo acima, espero que o nosso São Pedro seja simpático connosco e não nos castigue com muitos dias de tempo quente ou que o conhecido e famoso Verão de São Martinho seja apenas para um par de dias e não nos faça andar a subir e descer serras. É que a partir de agora o nível de prontidão está completamente comprometido e não me parece que só a vontade dos homens e mulheres deste país consiga apagar fogos à nascença. Claro que, visionários como são os nossos governantes e conhecedores do grande número de bombeiros que foram despedidos nos últimos tempos, talvez estejam a contar que esses desempregados bombeiros possam ter disponibilidade para serem, mais uma vez, a resolução para o problema. Mas, num clima social quente e faiscante, estaremos nós disponíveis para colocarmos a vida em risco enquanto alguns insistem em nos deitar a corda ao pescoço? Sinceramente, e falando de forma muito geral, penso que estaremos na disposição de irmos até ao limite da nossa área de intervenção (falo, como é óbvio das áreas de intervenção de cada corpo de bombeiros), mas não me parece que estejamos disponíveis para ir para áreas que não são nossas, até porque os recursos das Associações são cada vez menores e não se podem dar ao luxo de perder meios que podem ser essenciais no seu próprio território. Esta é a minha leitura daquilo que pode vir a acontecer em muitas corporações. Pessoalmente, e perante a reflexão que fiz acima, penso que terei muita dificuldade na tomada de uma decisão, caso seja confrontado com uma situação destas. E, sim, também estou numa situação extremamente precária em termos profissionais. O problema é que o nosso país está a obrigar-nos a pensar de forma individualista e isso significa que o voluntarismo que caracteriza a maior parte dos homens e mulheres que abraçaram esta causa começa a ter problemas em se realizar plenamente. Todos nós sentimos na pele o desrespeito do poder pelo nosso trabalho voluntário, cortando a torto e a direito aquilo que cada um de nós acaba por merecer!

3. De forma muito serena, como é hábito do Professor Xavier Viegas, foi entregue o relatório sobre o grande incêndio florestal do ano que aconteceu em Tavira. Já tive oportunidade de o ler (não sei se incorrendo numa ilegalidade!) e é um óptimo exercício de aprendizagem e de esclarecimento. De uma forma extremamente pedagógica e informativa, os autores vão analisando os diversos factores que estiveram em causa desde a eclosão do incêndio até à sua extinção. Relatando, analisando, confrontando e criticando, o relatório faz aquilo que todos nós deveríamos fazer em todas as nossas corporações e, porque não dizê-lo, nas nossas profissões: uma reflexão sobre o que correu bem e o que correu mal. E, ao contrário do que possivelmente esperávamos todos, a principal causa do desnorte no combate ao incêndio (na leitura que eu faço da informação que li no relatório) ficou a dever-se a algo que é comum acontecer em todos os sectores da nossa sociedade, ou seja, impreparação e falta de treino de cenários extremos e quase impensáveis. É comum sabermos de grandes incêndios que acontecem, principalmente, nos Estados Unidos da América e na Austrália que envolvem milhares de elementos da protecção civil, mas nunca se imaginou que um dia, em Portugal, isso também poderia acontecer. Logo, não se pensou se o pior cenário que o SIOPS preconiza era ou não o pior que poderia/pode vir a acontecer. Penso que o problema está aqui: no planeamento a longo tempo. Não se pode pedir que uma estrutura (desde o topo até ao mais pequeno elemento da base), que não foi treinada para reagir a algo que parecia impensável que viesse a acontecer, que o faça de forma perfeita e coordenada. Daí que os nossos governantes têm de se mentalizar de que nem sempre o nosso espírito de MacGyver resolve os problemas que, essencialmente, foram criados por eles!       

    
Guarda, 15 de Outubro de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 15 de Outubro de 2012)

domingo, setembro 30, 2012

A memória de peixe na cidade da Guarda ou "A falta de vergonha?"



Se as pessoas devem ter memória de peixe, digo-vos já que não! Não penso que  homens e mulheres que devem ter neurónios possam ter memória de peixe, mas que a têm, têm! Ou pelo menos, assim deve acontecer com pelo menos três das pessoas que constam nesta lista que apresento já de seguida:

1 - Presidente da Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios: Eng.º Joaquim Valente;
2 - Serviço Municipal de Protecção Civil: Jorge Granja de Sousa;
3 - Gabinete Técnico Florestal: Eng.ª Catarina Coimbra;
4 - Associação Humanitária Bombeiros Voluntários Egitanienses: Comandante Luís Santos;
5 - Associação Humanitária Bombeiros Voluntários de Gonçalo: Comandante Orlindo Cabeças;
6 - ICN – Parque Natural da Serra da Estrela: Eng.º Jorge Coimbra;
7 - Policia Segurança Publica: Subintendente José do Nascimento Salvado Lopes;
8 - Guarda Nacional Republicana: Cabo-chefe Manuel Batista;
9 - Assembleia Municipal: António Fontes;
10 - Associação de Produtores Florestais de Fernão Joanes: Daniel Vendeiro;
11 - Associação de Produtores Florestais do Alto Côa: Eng. Técnico João Ribeiro.

As pessoas identificadas com os números 1, 9 e 10 são pessoas que pertencem (pelos menos) à Assembleia Municipal da Guarda (AM) há pelo menos 7 (sete) anos. Ora bem, o episódio que aqui trago tem 6 (seis) anos, daí eu pensar que, provavelmente, estes três senhores sabiam bem daquilo que falavam. Se consultarem a acta da Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (CMDFCI) do dia 28 de Agosto de 2006, irão, a determinado passo, encontrar as imagens e as palavras que mostro no início deste texto e confirmarão que todos os nomes que refiro acima são membros desta tal Comissão. Pois bem, o incrível está aqui! Como podem ler, a determinado momento é feita, de uma forma honrada e nobre, a seguinte sugestão: "que a Comissão proponha à Assembleia Municipal a atribuição da Medalha da Cidade a título póstumo, ao jovem bombeiro Sérgio Costa e aos cinco sapadores chilenos" e acrescenta a acta "tendo sido esta ideia aprovada por todos os presentes." Tirando o facto de haver por ali um erro grosseiro no nome do meu irmão, que é Rocha e não "Costa", como o presidente da Junta de Famalicão ou o Presidente da Junta de Fernão Joanes, com assento nesta Comissão, poderiam ter confirmado, a acção ou o palavreado destes elementos foi meritória dos melhores elogios. Mas, afinal, tratava-se mesmo de palavreado! Como se processa a proposta ou a sugestão à AM, não o sei! Mas acredito que nem eles, pois em nenhuma AM desde a realizada no dia 31 de Outubro de 2006 até à última realizada no dia 30 de Abril de 2012 (refiro-me, como é óbvio, às actas disponibilizadas no site da Câmara Municipal da Guarda neste mesmo dia 30 de Setembro de 2012). Já nem me refiro ao facto de nem sequer ter havido, por parte de todos os "ilustres" deputados com assento na AM, uma única menção, fosse em jeito de lamento ou de louvor pelos que partiram, ao sucedido no incêndio de Famalicão (no dia 9 de Julho de 2006). Será que as suas vidas ocupadas não lhes permitiram contactar com uma das notícias mais "marteladas" nos jornais da cidade ou nos noticiários nacionais? 
Enfim, desvio-me do foco do meu lamento. Nem o Eng.º Valente (que não me parece que tenha faltado a alguma dessas reuniões de Assembleia), nem os presidentes António Fontes e Daniel Vendeiro se lembraram daquilo que tinham proposto na reunião da CMDFCI? Peixes, senhor, serão peixes? Ou terão somente a, já lendária, memória de peixe?
Talvez alguém me possa dizer o que terá acontecido, mas eu desconfio de que esta gente deixou de se fiar nas suas próprias palavras! E aquilo que defendeu ontem não é o que defende hoje, quanto mais amanhã ou nos próximos dias. Com um bocadinho de sorte, talvez consigam lembrar-se daquilo que um disseram ou julgaram dizer! Mas que está escrito está!
Deixem-me quase acabar com uma frase que poderá servir de provérbio no futuro: "Eu não acredito em nada daquilo que alguns ditos políticos escrevem, mas que está escrito está!"
Espero, sinceramente, ter respostas a este meu lamento. Nem que seja só para me esclarecerem! Daí agradecer a quem me lê que partilhe esta questão!

terça-feira, setembro 04, 2012

Há dias em que gostava de ter sido ouvido/ lido



Isto foi o que eu sugeri, em resposta a uma pergunta do jornal A Guarda, como forma de evitar situações como a que ainda hoje vivemos aqui no distrito da Guarda. Penso que é evidente, para quem acompanha o incêndio de Seia, que o número de combatentes é muito reduzido para o perímetro de fogo que é apontado nos órgãos de comunicação social (acima dos 20 km foi a última indicação que recebi), mas parece que não há mais viaturas disponíveis. Por vezes gostava de ser ouvido ou lido por gente que se diz responsável!
Senhor Ministro, que tal haver umas viaturas que agreguem bombeiros voluntários de diferentes corporações?



"A Guarda (10) – Em sua opinião, o que é que devia ser feito para diminuir o número de incêndios florestais?

D.R. - Existem alguns factores que são determinantes no combate aos incêndios: as condições atmosféricas, o combustível e o dispositivo de combate. O primeiro não é passível de controlo de maneira nenhuma. O segundo depende dos proprietários dos terrenos e sabemos que existe uma total falta de responsabilização de proprietários e dos seus actos. O terceiro é aquilo que todos nós quisermos fazer com ele. Assim, penso que há três apostas que alterarão o cenário que é montado todos os anos: uma real aplicação da lei, sem favoritismos e sem desculpabilizações, fazendo com que quem arrisca o comportamento negligente opte por não arriscar; uma prevenção efectiva assente na distribuição de meios de combate pelos corpos de bombeiros das zonas mais afectadas pelos incêndios (sabe que não é possível que a corporação a que eu pertenço continue unicamente com uma viatura ligeira de combate a incêndios e ninguém se preocupe com isso); e, como medida eficiente e algo utópica no combate aos incêndios, a criação de grupos de reforço (GRIF’s) distritais assentes no voluntariado, ou seja, a aquisição por parte da protecção civil de veículos de combate que possam estar situados ou estacionados junto dos Centros Distritais de Operações de Socorro e que, em situações de emergência, possam ser accionados pelo recurso a bombeiros que não estejam integrados nas Equipas de Combate (ECIN). Sabe que eu acredito que os problemas que nós vamos ter com os incêndios justificam investimentos elevados, tal como o investimento nas Forças Armadas."


Caso tenham interesse, leiam a totalidade da entrevista aqui.

segunda-feira, setembro 03, 2012

Cá tão perto há heróis de vermelho


E há momentos amargos e de um silêncio tremendo, em que a preocupação e a vontade heróica nada resolvem. Nestes dias, onde parece que entrámos em guerra, milhares de homens e mulheres dão de forma abnegada e voluntária, buscando forças onde ninguém sabe que as tem, um exemplo perfeito daquilo que é o amor à pátria ou a preocupação com as populações. São homens e mulheres de todo o país que não recusam a ajuda a quem solta lágrimas de medo ou de terror, que não deixam para amanhã o que sabem ser essencial fazer hoje e que não se esquecem de que estão a servir o país e os portugueses. Assim haja quem os olhe com admiração e com o respeito que todos eles merecem. Assim haja quem lhes conceda um momento de oração. Assim haja quem os ajude, sem crítica gratuita e injusta. São homens e mulheres que estão, por imposição governamental, a lutar com armas desiguais, enquanto as águas da corrupção se vão enchendo de submarinos ou os ares exóticos dos gabinetes se vão enchendo de assessorias familiares.
Mas a amargura persiste e só se acalma com a certeza de que o cansaço não fará desistir aqueles que, realmente, amam o próximo!

quinta-feira, agosto 30, 2012

Crónica Bombeiros.pt: “Papito siempre estaras en mi corazón” (Paizinho, estarás sempre no meu coração)





1. Há dias em que não conseguimos responder a todas as solicitações que se nos apresentam, e ficamos furiosos! Há dias em que, com um estranho sentimento preso ao coração, saímos de casa para defender outras famílias e bens, deixando aquilo que é realmente nosso: os nossos pais, as nossas esposas, os nossos filhos, a nossa família, enfim, a nossa casa. Há dias em que voltamos cansados, com o corpo ferido, mas com um sorriso no rosto: a nossa missão cumpriu-se! Há dias em que não voltamos e o sorriso apaga-se dos rostos que connosco partilharam tantas e tantas desventurosas saídas do quartel. Há dias em que a nossa família, a nossa carne, a nossa verdadeira razão de viver, perde aquilo que tem de mais precioso. Há dias em que a vida deixa de fazer sentido para um grupo de infelizes que são o nosso sangue. Há dias em que nos perdemos na memória dos homens e restamos, nomes singulares, numa lápide que alguns irão esquecer, mas não os nossos amigos e familiares. Há dias em que quem cai não pode deixar de merecer o nosso respeitoso cumprimento, o verdadeiro cumprimento: lembrarem-se da família que fica!

(...)



Guarda, 29 de Agosto de 2012
Daniel António Neto Rocha

(excerto do Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 29 de Agosto de 2012)

domingo, agosto 19, 2012

segunda-feira, agosto 13, 2012

Quem é que a Guarda leva a sério?

Foto do Professor Xavier Viegas (do premiado fotógrafo Edgar Martins)


Professor Xavier Viegas com Sérgio Cipriano e este vosso escriba (Foto da organização da Jornada)


E depois acontece isto! O Ministro da Administração Interna decidiu, de uma forma que eu considero merecedora de maior esclarecimento, pedir a um especialista externo à ANPC a análise do grande incêndio que andou livremente pelo Algarve. E quem decidiu ele convidar para tal análise (ler aqui)? Nada mais, nada menos do que alguém que tem colaborado intensamente com o concelho da Guarda em termos de formação para o combate aos incêndios florestais – o Professor Domingos Xavier Viegas. Espantados? Pois, é que o Projecto Sérgio Rocha ou o Portal Bombeiros.pt não têm o peso “cunhista” de outras entidades (sejam fundações, partidos, associações, ou outras coisas quaisquer). Daí que metade do concelho e do distrito desconhecem (quanto a mim não querem conhecer) a mais-valia que todos os anos é oferecida de forma gratuita ou a preço simbólico na jornada formativa que se chama “Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão” e que é a única actividade formativa do distrito para bombeiros desde há seis anos, apresentando também o único “staff-ride” que se realiza na Europa. Mas tudo isto não interessa às entidades da cidade (apenas a Governadora Maria do Carmo Borges olhou para esta actividade com visão de futuro!) e continua a ser feita sem o devido apoio de quem quer um melhor distrito e melhores e mais preparados agentes de protecção civil. Mas, como se pode ver sempre que um bombeiro morre, todos os responsáveis choram amargamente para poderem esquecer no momento seguinte.
Agora, é o senhor Ministro Miguel Macedo que nos dá razão e que nos, aos organizadores, obriga a continuar a nossa actividade, pois, se a sociedade civil desiste, quem nos valerá?
Para finalizar, tenho a certeza que deste relatório agora encomendado sairá uma análise fria e competente daquilo que se passou no Algarve. Espero é que depois não fique guardado na gaveta, pois é uma chatice termos de andar sempre fora da lei a tentar saber as conclusões dos relatórios que nos servem enquanto bombeiros. Só uma ressalva: lembrem-se que, caso fosse necessário, este relatório não serve de investigação policial (talvez o senhor Director Nacional da Polícia Judiciária possa esclarecer o como e o porquê de haver incêndios que não mereceram uma investigação a sério apesar dos resultados deles!), como se tentou fazer crer com outros relatórios.

domingo, julho 22, 2012

Crónica Bombeiros.pt: Leiam, por favor, com atenção!

1. Às portas de mais uma actividade formativa ao nível do combate aos incêndios florestais (informem-se sobre a 6.ª Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão), a pergunta que orienta esta reflexão é esta: “O que mudou nos últimos seis anos?” Todos temos consciência de tudo aquilo que era inoperante, arcaico ou mesmo inexistente, mas estaremos hoje melhor preparados? Penso que não. Apesar de termos procurado fornecer às corporações um sem número de equipamentos realmente úteis, parece-me que estamos a falhar em algo que é o mais importante: a formação intelectual. Não, não defendo que se formem mentes brilhantes ou que se transformem os bombeiros em escolas contínuas, onde o mais importante seja sentar os homens e “espetar-lhes” com “carradas de teoria”. O que defendo é que de uma vez por todas se ofereça aos homens o conhecimento prático de alguns dos perigos que o combate encerra.

(...)


Guarda, 9 de Julho de 2012
Daniel António Neto Rocha

(excerto do Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 10 de Julho de 2012)

sábado, julho 14, 2012

O Miguel Esteves Cardoso já percebeu! E tu?

Porque é que continuamos, teimosamente, a fazer a Jornada? Talvez por aquilo que diz o Miguel Esteves Cardoso e por aquilo que nós sentimos. A memória!



(Fonte: Jornal Público (13-07-2012), através do portal Bombeiros para sempre)

segunda-feira, junho 25, 2012

6.ª Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão - 14 de Julho de 2012



"O Projecto Sérgio Rocha, em colaboração com o Portal Bombeiros.pt, tem tentado ao longo dos últimos cinco anos homenagear de forma vertical e serena os seis homens que perderam a vida no fatídico incêndio de Famalicão da Serra (no dia 9 de Julho de 2006). Assim, criou a Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão que tem decorrido em Famalicão da Serra e tem conseguido criar condições formativas a todos os seus participantes através da colaboração das mais diversas entidades relacionadas com a Protecção Civil. Neste ano, lembram-se os seis anos desse trágico acidente e, tal como em anos anteriores, far-se-á uma jornada que honre a memória daqueles que caíram.
Desta forma, venho pedir a vossa melhor divulgação da 6.ª Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão da Serra (a realizar no dia 14 de Julho de 2012, com início às 14 horas, na Casa da Cultura de Famalicão). A inscrição na Jornada é gratuita e deve ser efectuada no Portal Bombeiros.pt (no endereço: www.bombeiros.pt).
Agradecendo desde já a atenção que concederá a esta missiva, aproveito para o convidar a estar presente no dia da actividade, encontrando-me desde já à disposição para qualquer esclarecimento ou informação adicional.

Segue em anexo o programa da actividade.

Programa

14 horas
Recepção aos participantes e aos convidados

14h15m
Tema: O estado dos Bombeiros no seio da Proteção Civil: seis anos de evolução?
José Luis Bucho – Membro do Grupo de Trabalho do Partido Comunista Português (PCP) para as questões dos Bombeiros e Protecção Civil (em representação do Grupo Parlamentar do PCP)

14h45m
Tema: O papel dos agentes de combate aos incêndios florestais na investigação criminal
Elmano Silva - Mestre em Sociologia, Pós-Graduado em Riscos e Proteção Civil

15h45m
Tema: “Fire Protection”: Autoproteção e monitorização de veículos de bombeiros para o combate a incêndios florestais.
Sérgio Cipriano – Presidente da Associação Amigos Bombeirosdistritoguarda.com

16h15m
Intervalo e deslocação para a Serra de Famalicão

16h30m
Início do “staff-ride” e visita ao local do acidente.

17h30m
Homenagem

19h
Lanche/jantar convívio e encerramento da Jornada no Quartel dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra


O responsável pelo Projecto Sérgio Rocha"

segunda-feira, maio 21, 2012

Crónica Bombeiros.pt: Que futuro?

1. O futuro é aquilo que nós quisermos, dizem muitos e com alguma razão, mas só em parte. O “tempo que há-de vir” é o que gera a preocupação de muitos homens e mulheres que pensam a sua vida em função de muitas variantes: sociais, políticas, económicas e, até, habitacionais. Mas nada disto é preocupação dos muitos que se preocupam unicamente com o seu umbigo e com o número de ganhos que conseguirão ao usurpar mais umas quantas de mais-valias. É com o horizonte, aquele espaço indefinido que está sempre muitos metros à nossa frente, que devemos interagir, pensando em formas mais sólidas de fazer uma sociedade justa e tentando sempre errar o mínimo (algo que hoje em dia, a bem de muitos, não se faz!).

(...)


Guarda, 21 de Maio de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 21 de Maio de 2012)

segunda-feira, abril 02, 2012

Crónica Bombeiros.pt: Aos bombeiros ninguém deve nada! Ou querem resolver isso à bastonada?

1. Era engraçado se fosse mentira, mas não é! O Ministério da Administração Interna (MAI), através do seu trapalhão porta-voz que é ao mesmo tempo o responsável máximo do Ministério, Miguel Macedo, veio por estes dias afirmar a plenos pulmões que o MAI não deve nada aos bombeiros portugueses. Claro está que, no entanto, se prontifica desde já para apoiar os bombeiros naquilo que for necessário, nomeadamente ao nível dos gastos com as refeições. Depois disto, eu só consegui ter voz para referir meia dúzia de coisas: “Obrigado, senhor Ministro! Muito obrigado mesmo! Então quando houver dinheiro para pagar o arranjo dos carros e para comprar aquela coisa que faz andar as viaturas, que todos os dias aumenta de preço, faça favor de chamar. É que eu vou estar ali no quartel a comer uma bifana que o senhor pagou! Ok?” Como é óbvio, não estou para aqui a queixar-me da pronta intenção solidária do senhor em encher a barriga aos combatentes, mas talvez seja preciso mais qualquer coisinha. Para além disso, será que devemos receber de forma passiva estas palavras? Então, todos os dias há incêndios. Para aqueles que não sabem, a estrutura de combate a nível nacional está a funcionar com cerca de 70% de voluntários. E o Ministro diz que o MAI não deve nada aos bombeiros?

(...)

Guarda, 01 de Abril de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 02 de Abril de 2012)

terça-feira, fevereiro 28, 2012

Crónica Bombeiros.pt: A derradeira encruzilhada?

1. Todos, mas mesmo todos, parecemos ter agora descoberto a pólvora, pois ninguém parece ter-se apercebido antes do porquê da queda em desgraça de centenas (já serão milhares?) de postos de emprego nas corporações de bombeiros! Depois de vários anos de desnorte e de vida desafogada, onde a questão da sustentabilidade mais não era do que um problema que se resolvia com o subsídio governamental e com as verbas provenientes do transporte de doentes, vemo-nos agora sem alternativas. Como é óbvio, o número de transportes de doentes pagos pelo governo teria de diminuir a partir do momento em que a “máquina hospitalar” passou somente a ser gerida por calculadoras, deixando de parte qualquer espécie de acção social. Claro que as corporações de bombeiros eram beneficiadas com as verbas provenientes destes transportes que não eram urgentes. Com a passagem do papel de pagador do transporte de doentes não urgentes das unidades hospitalares para os utentes desfavorecidos financeiramente, a leitura final é simples: os utentes não têm dinheiro para pagar um serviço que é, temos de ser honestos, caro para o português médio! Enquanto utentes de um serviço nacional de saúde, poderemos afirmar que a falta de valências hospitalares numa determinada região desfavorecida do país será algo que não nos pode afastar dos cuidados de saúde de excelência que existem noutros pontos do país. E estamos certos! Por isso é que as despesas de transporte de doentes não urgentes para realização de consultas ou exames, por exemplo, em Coimbra eram, de uma forma justa, assumidas pelo Ministério da Saúde. Mas tudo isto terminou com a ascensão do interesse económico cego.

(...)


Guarda, 26 de Fevereiro de 2012
Daniel António Neto Rocha

drocha@bombeiros.pt


(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt a partir das 00h00m do dia 27 de Fevereiro de 2012)

quarta-feira, dezembro 07, 2011

Crónica Bombeiros.pt: Mas isto Liga ou desLiga?

1. Talvez tudo não passe de cansaço e de tristeza pela forma como são tratados os homens e mulheres que todos os dias se esquecem da importância da família. Talvez, e começo a não ter dúvidas, tudo se deva ao simples facto de não serem o esforço, a dedicação e o conhecimento (fruto dos dois factores anteriores) os principais responsáveis pelos avanços ou recuos do voluntariado em Portugal. O que sei é que nos encontramos num beco sem saída e nada disso se deve aos “subordinados”, mas, sim, aos grandes dirigentes (entre presidentes e comandantes) das corporações de bombeiros voluntários. “Senhores, estão em dificuldades? Parabéns pelo excelente trabalho! Agora que a “vaca” foi sugada até à exaustão, o que vão fazer? Continuar a morder os ossos?”

(...)



Guarda, 05 de Dezembro de 2011
Daniel António Neto Rocha

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt a partir das 00h00m do dia 07 de Dezembro de 2011)

sexta-feira, outubro 21, 2011

Crónica Bombeiros.pt: A gramática de um tempo

1. Não foi assim há tanto tempo, se olharmos para os passos que outros já deram neste mundo de que todos gostamos demasiado para o abandonarmos de ânimo leve. O que é certo é que são já 12 anos de uma vida entregue a uma causa que mudou demasiado para se continuar a acreditar nela.

(...)

Guarda, 04 de Outubro de 2011
Daniel António Neto Rocha

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt a partir das 00h00m do dia 21 de Outubro de 2011)

quinta-feira, agosto 04, 2011

Crónica Bombeiros.pt – A bem de uns, façamos a desunião entre todos!

1. Portugal é um país verdadeiramente abençoado pela graça divina em alturas de aperto. Foi assim há oitocentos e tal anos, quando Afonso Henriques tentava formar um país; foi assim há quinhentos e tal anos, quando os Deuses decidiram que seriam os Portugueses os ilustres descobridores de novos mundos e da rota marítima para a Índia (pelo menos na versão de Camões!); e é assim no ano do senhor de dois mil e onze, quando de corte em corte se vão acalorando os bombeiros portugueses. Graças a Deus ou aos deuses, cá vamos tendo uma semanita de fogos, mas sol de pouca dura e tempo bastante para um descanso merecido no quartel, sendo que desta forma o dispositivo pode retemperar forças e preparar-se com solidez para a próxima semana quente que virá quando São Pedro quiser. Felizmente que há quem pense nos bombeiros, pois pareceu-me no início deste verão que para os nossos governantes é mais necessário ter administrações com mais quatro a ser ricos administradores do que investir em mais meios terrestres ou colocar mais um ou dois meios aéreos para apoiar o ataque aos incêndios florestais. A leitura que faço é tão simples quanto isto: os bombeiros podem bem estar enrascados a defender o país e os bens dos portugueses e, quiçá, ter durante esta época de incêndios duas ou três baixas mortais, mas os amiguinhos e carneiros de estimação dos partidos políticos têm de continuar a comer caviar e a beber “champagne” francês de papo para o ar durante esta altura de calor.

(...)


Guarda, 03 de Agosto de 2011
Daniel António Neto Rocha

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt a partir das 01h00m do dia 04 de Agosto de 2011)

segunda-feira, junho 27, 2011

5.ª Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão (9 de Julho de 2011)



"O Projecto Sérgio Rocha tem vindo a realizar, ao longo dos últimos quatro anos, em colaboração com o Portal Bombeiros.pt e com o Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF – ADAI), uma actividade formativa relacionada com o Incêndio que ocorreu no dia 9 de Julho de 2006 e que vitimou seis bombeiros, entre os quais o Sérgio Rocha (que empresta o seu nome a este projecto). Essa actividade tem sido reconhecida como um exemplo essencial para a formação de bombeiros e demais agentes da Protecção Civil, sendo-lhe concedidos os mais variados elogios por parte, principalmente, dos participantes (num total de cerca de trezentas pessoas) mas também por parte dos vários organismos e instituições relacionados com o combate a incêndios.

No presente ano, apesar de efectuadas múltiplas diligências para uma atempada realização, constatou-se que precisaríamos de reformular a forma como temos abordado os temas e a forma como deveríamos trabalhar no terreno o processo formativo, verificando que o montante a investir era incomportável para este projecto, uma vez que não possui verbas necessárias a essa realização.
Assim sendo, decidiu-se interromper por um ano esta Jornada, estando previsto para 2012 o seu regresso com mais e melhores actividades.
Desta forma, este ano o Acidente de Famalicão será recordado com uma acção mais informal e mais intimista, que consiste numa ida ao local do acidente (pelas 15 horas do dia 9 de Julho de 2011), onde se colocará uma coroa de flores e se fará um momento de reflexão e de troca de ideias por parte daqueles que queiram partilhar connosco este momento. Depois deste momento, o Projecto oferece um lanche a todos os participantes. A inscrição para esta deslocação deverá efectuar-se no Portal Bombeiros.pt.
No entanto, pretendemos que todos aqueles que se queiram deslocar ao local do acidente em dias diferentes daquele em que iremos assinalar este quinto aniversário o possam fazer. Desta forma, aceitam-se inscrições de grupos de pessoas para dias diferentes, tendo os interessados de enviar um pedido para o e-mail: projecto.sergiorocha@gmail.com, a solicitar esse acompanhamento. A partir desse contacto será efectuada a marcação.

Pela organização,

Daniel António Neto Rocha"

quarta-feira, junho 08, 2011

Crónica Bombeiros.pt: Mais do que exigir respeito, temos de aprender a merecê-lo!

1. Tenho andado algo atrasado na forma como interajo com os leitores deste nosso Portal, pois tenho uma vida, neste momento, intensa e, obviamente, muito saborosa. Nesta grande azáfama, tenho pensado muito naquilo que acontecerá aos bombeiros voluntários portugueses no ocaso (se posso ser assim optimista!) desta crise económica. Todos sabemos que haverá grandes reorganizações em todos os sectores da vida. O que fazer com um corpo social extremamente necessário mas que se pauta por um comportamento muito diferenciado e, se mo permitem, completamente destrambelhado (se atentarmos na forma como tantas “casas” são governadas)?

(...)


Guarda, 8 de Junho de 2011
Daniel António Neto Rocha

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt a partir das 17h00m do dia 08 de Junho de 2011)

segunda-feira, abril 11, 2011

Crónica Bombeiros.pt: Foram-se os anéis! Manter-se-ão os dedos?

1. A crise, a malfadada crise que varre o planeta e, especialmente, os povos que sempre se julgaram imunes ao perigo de bancarrota, não afecta unicamente as actividades dos outros. A reorganização, com cortes acentuados, das contas públicas e dos gastos inerentes à contratação de serviços por parte das entidades estatais veio provocar um cataclismo de resultados ainda não completamente visíveis nas nossas corporações de bombeiros. Por um lado, temos um corte imenso nas receitas que provêm do transporte de doentes (vejam que nunca ninguém assumiu que esta era até há bem pouco tempo a maior fonte de receitas de quase todas as associações de bombeiros do país) e, como sabemos, sem transporte de doentes deixa de haver espaço para a existência de contratados. Por outro lado, quais serão os apoios governamentais que numa situação de crise financeira poderão colmatar essa ausência de receita e quais serão os apoios populares que resistirão ao desgaste provocado por muitos anos de exploração política?

(...)


Guarda, 10 de Abril de 2011
Daniel António Neto Rocha


(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt a partir das 17h00m do dia 11 de Abril de 2011)

domingo, fevereiro 13, 2011

Crónica Bombeiros.pt - Assim é difícil!



1. Talvez não haja muitos dos nossos camaradas em estado de alerta para as constantes violações a uma vivência plena e clara dentro dos quartéis de bombeiros, mas, como é da praxe, alguém tem de trazer factos concretos (mas não totalmente escancarados!) à reflexão de uma nova geração de bombeiros.


(...)


Guarda, 14 de Fevereiro de 2011
Daniel António Neto Rocha

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt a partir das 0h00m do dia 14 de Fevereiro de 2011)