quinta-feira, junho 28, 2012

Eu e a Revista Praça Velha n.º 31 e o Fio da Memória




Hoje, pelas 18 horas, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL) - Guarda. Na revista participo com uma recensão (a que dei o nome «A “palavra essencial” esquecida: acidente poético fatal, de Américo Rodrigues») ao livro Acidente Poético Fatal, de Américo Rodrigues, e na colecção "O Fio da Memória" com o Julgamento e Morte do Galo do Entrudo 2012 - Textos.

Abaixo leiam mais sobre o conteúdo da Revista Praça Velha 31 e sobre os novos números da colecção "O Fio da Memória".


"A Câmara Municipal da Guarda promove, no próximo dia 28 de junho, quinta-feira, na Sala Tempo e Poesia da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, pelas 18h00, o lançamento da Revista Cultural Praça Velha nº 31 e dos números 105 ao 109 da coleção “O Fio da Memória”.
O número 31 da Revista é dedicado ao tema "Comunicação Social na Guarda no Século XX" e contará com a colaboração de Adriano Vasco Rodrigues, Jesué Pinharanda Gomes, Victor Manuel S. Amaral, Aires Antunes Diniz, Manuel Leal Freire, António José Dias de Almeida, Joaquim Igreja, José Luís Lima Garcia e Luís Vieira Rente. A Grande Entrevista ao Dr. António José Teixeira é conduzida por Helder Sequeira. Poesia conta com a participação de Cristino Cortes. Portfolio é da responsabilidade de Ricardo Marta. Recensões críticas de livros e Cd’s incluem colaborações de André Boto, António Cunha, António José Dias de Almeida, Daniel António Neto Rocha, Francisco Manso, Joaquim Martins Igreja, José Alberto Ferreira, José Maria dos Santos Coelho, José Monteiro, José Manuel Suzano Louro, Ludgero Paninho, Pedro Dias de Almeida, Regina Gouveia e Vítor Afonso. Este número termina com a já habitual Súmula de Atividades Culturais.
A Coleção “O Fio da Memória” contará com mais cinco opúsculos dedicados aos seguintes temas: “João Nunes Velho - Vida em Poesia” de António Sá Rodrigues; “Julgamento e Morte do Galo do Entrudo 2012 - Textos” de Daniel Rocha; “Vela - O Teatro num Lugar” de António Manuel Gomes e João Neca; “Na sua mão direita - Manuel de Vasconcelos curador do sofrimento humano” de Manuel Poppe e “O dia em que a terra desabou” de Gabriela Marujo." (Fonte: Câmara Municipal da Guarda)

terça-feira, junho 26, 2012

17. Crónica Diária na Rádio Altitude (3.ª temporada) – Crónica das palavras ou da retórica demagógica (*)

1. “Quando a pátria que temos não a temos/ Perdida por silêncio e por renúncia/ Até a voz do mar se torna exílio/ E a luz que nos rodeia é como grades”, assim escreveu Sophia de Mello Breyner Andresen em 1962 no seu Livro Sexto. O poema chama-se “Exílio” e dá-nos a entender que a palavra e a participação pública são essenciais para a manutenção de uma saudável pressão democrática sobre os usurpadores do poder, que tantas vezes aprisionam as vozes do povo e as levam a um suicídio participativo. Quero com isto responder a ou esclarecer todos aqueles que levam e que são levados a pensar que as palavras são inacção, ou melhor, que demasiadas palavras servem, unicamente, para forrar as ruas ou as paredes não servindo para mais do que isso. Alguns, armados da aparente delicadeza e de uma ufana retórica parcial, parecem esquecer que o “verbo” é acção, tanto para a teoria da criação divina, como para o desenvolvimento semântico, logo gramatical, da frase. Claro que, sendo livre e despretensiosa (tal como o ar que respiramos), a palavra pode ser um enfeite ou uma ilusão se usada para encher o ar de coisa nenhuma ou para propalar os feitos encantatórios de quem a quiser usar de forma enganadora e, puramente, política. Porém, quem faz reflexões sobre a palavra deve saber distinguir aquilo que é a função nobre deste símbolo da liberdade de todas as outras utilizações pretensiosas, pois, e num registo extremamente metafórico, não é a faca que mata mas, sim, a mão que a segura. Esclareçamos. A arte política de enganar e de não executar o que prometeu não se deve à inacção da palavra, mas, sim, à falta de honra dos homens! As promessas eleitorais são feitas pela língua, tantas vezes, viperinas dos homens, sendo a palavra apenas um “objecto” transmissor! Os sofismas, de que tantos conceituados oradores são portadores, são habilidades dos homens e não das palavras! Talvez Sophia, a partir do livro já referido acima, possa ainda ajudar-nos a esclarecer todos aqueles que querem ver como culpadas as palavras e não a língua que as articula com o poema “O Velho Abutre”: “O velho abutre é sábio e alisa as suas penas/ A podridão lhe agrada e seus discursos/ Têm o dom de tornar as almas mais pequenas”.

(...)


Guarda, 25 de Junho de 2012
Daniel António Neto Rocha

(excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 26 de Junho de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)

(*) Porque acabou a temporada deste ano.

segunda-feira, junho 25, 2012

6.ª Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão - 14 de Julho de 2012



"O Projecto Sérgio Rocha, em colaboração com o Portal Bombeiros.pt, tem tentado ao longo dos últimos cinco anos homenagear de forma vertical e serena os seis homens que perderam a vida no fatídico incêndio de Famalicão da Serra (no dia 9 de Julho de 2006). Assim, criou a Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão que tem decorrido em Famalicão da Serra e tem conseguido criar condições formativas a todos os seus participantes através da colaboração das mais diversas entidades relacionadas com a Protecção Civil. Neste ano, lembram-se os seis anos desse trágico acidente e, tal como em anos anteriores, far-se-á uma jornada que honre a memória daqueles que caíram.
Desta forma, venho pedir a vossa melhor divulgação da 6.ª Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão da Serra (a realizar no dia 14 de Julho de 2012, com início às 14 horas, na Casa da Cultura de Famalicão). A inscrição na Jornada é gratuita e deve ser efectuada no Portal Bombeiros.pt (no endereço: www.bombeiros.pt).
Agradecendo desde já a atenção que concederá a esta missiva, aproveito para o convidar a estar presente no dia da actividade, encontrando-me desde já à disposição para qualquer esclarecimento ou informação adicional.

Segue em anexo o programa da actividade.

Programa

14 horas
Recepção aos participantes e aos convidados

14h15m
Tema: O estado dos Bombeiros no seio da Proteção Civil: seis anos de evolução?
José Luis Bucho – Membro do Grupo de Trabalho do Partido Comunista Português (PCP) para as questões dos Bombeiros e Protecção Civil (em representação do Grupo Parlamentar do PCP)

14h45m
Tema: O papel dos agentes de combate aos incêndios florestais na investigação criminal
Elmano Silva - Mestre em Sociologia, Pós-Graduado em Riscos e Proteção Civil

15h45m
Tema: “Fire Protection”: Autoproteção e monitorização de veículos de bombeiros para o combate a incêndios florestais.
Sérgio Cipriano – Presidente da Associação Amigos Bombeirosdistritoguarda.com

16h15m
Intervalo e deslocação para a Serra de Famalicão

16h30m
Início do “staff-ride” e visita ao local do acidente.

17h30m
Homenagem

19h
Lanche/jantar convívio e encerramento da Jornada no Quartel dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra


O responsável pelo Projecto Sérgio Rocha"

sábado, junho 23, 2012

Quem usará da palavra?

A apresentação do livro fica entregue a uma mulher extremamente competente nestas andanças da literatura. O seu nome é Joana Duarte Bernardes e é uma amiga de longa data (desde os tempos de Coimbra). Para além da amizade que nos une e da competência que todos lhe reconhecem, é uma pessoa de grande sensibilidade poética.

Aqui fica um pouco do seu "currículo":


"Joana Duarte Bernardes é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade de Coimbra e Mestre em Teoria e Análise da Narrativa. Como membro do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX, integra o projeto “Correntes Artísticas e Movimentos Intelectuais”.

Áreas de investigação: Teoria da História e Historiografia; Estudos sobre Memória e Morte; Literatura e Cultura Portuguesa (séculos XIX-XX); Poéticas do Limite.

De entre os trabalhos já publicados, contam-se: “Quando ainda se acreditava que as ideias faziam revoluções: Manuel Emídio Garcia e Eça de Queirós”, Revista de História das Ideias, nº 29, 2008 ; “O século XX ou o ambíguo tempo dos profetas”, Estudos do Século XX, nº 9, 2009; “Limite e utopia: a praia como limiar”, Biblos: Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, nº VII, 2009; “Habiter la mémoire à la frontière de l’oubli: la maison comme seuil”, Conserveries Mémorielles, 7, 2010 ; “A História como sagesseˮ, Revista de Teoria da História, Ano 1, Número 3, 2010; “O ocaso do eurocentrismo”, Estudos do Século XX, nº 9, 2009.

Presentemente, prepara a sua tese de doutoramento em História, especialidade Teoria da História, na Universidade de Coimbra.

É bolseira da FCT.
"

(Fonte: Imprensa da Universidade de Coimbra)

segunda-feira, junho 18, 2012

Ecce diem libri!





Dia 7 de Julho, às 16 horas, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (Guarda). Durante a semana divulgarei os restantes dados. Para já, espero que seja um bom dia para vós, pois gostava de vos ver por lá!

quinta-feira, junho 14, 2012

A pele do livro!



Esta é a capa do livro!
O design é do Edgar Silva, meu amigo de Liceu e designer de reconhecido talento na região centro (talvez o nome Puro Design vos diga alguma coisa mais).
Mais informações sobre o dia do lançamento e sobre os responsáveis pela apresentação do livro e do seu autor seguem dentro de momentos!

terça-feira, junho 12, 2012

16. Crónica Diária na Rádio Altitude (3.ª temporada) – Crónica do ataque ao interior ou da tentativa de desertificação também cultural

1. “Ne sutor supra crepidam iudicet!”, ou seja, “que nem o sapateiro julgue acima da sandália!” Assim exclamou um dos mais importantes pintores da Grécia antiga, de nome Apeles, aquando da mera crítica destrutiva que um vulgar sapateiro fez ao seu quadro. A história é simples e conta-se em meia dúzia de linhas. Apeles gostava de expor os seus quadros na ágora com o fino propósito de ouvir as críticas e, assim, modificar algo que pudesse estar errado. Um dia, um sapateiro, que por ali costumava passar, criticou a forma como estavam pintadas as sandálias de uma das figuras pictóricas. Consciente do conhecimento que aquele artesão tinha, Apeles retocou o quadro segundo as críticas do sapateiro. No dia seguinte, o pintor voltou a colocar o quadro para ser visto pelo artesão. Este que confirmou a, agora, perfeição da sandália começou, então, a criticar a forma como estavam pintadas as pernas e outras particularidades das figuras. Ao ouvir estas críticas, Apeles surge e grita a frase que apresento acima, demonstrando ao sapateiro que cada um deve criticar aquilo que conhece ou, pelo menos, aquilo sobre o qual tem informações bastantes e esclarecedoras.

(...)

Guarda, 11 de Junho de 2012
Daniel António Neto Rocha

(excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 12 de Junho de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)

sexta-feira, junho 08, 2012

Momentos em imagem #7


Esta foto foi tirada por uma romena, acompanhada de uma portuguesa, na praia de Vai que fica no extremo Este de Creta. Eu tentava encontrar um rumo, um caminho que apontasse para algo que, efectivamente, vim a encontrar algum tempo depois. Hoje, recordo e partilho este momento numa altura em que a minha faceta de Infante D. Henrique e o meu espírito de Vasco da Gama se cruzam.
A decisão está perto. Penso-o!

quinta-feira, junho 07, 2012

Obrigado, Ray Bradbury!


Faleceu ontem (dia 6) um dos homens que escreveu contra os regimes totalitários e limitadores do pensamento humano. A sua novela quase romance (como gosto de lhe chamar) Fahrenheit 451 é um grito de alerta, com mais de cinquenta anos, ao futuro. Já o aqui apresentei segundo um determinado contexto, mas leiam-no e evitem que o nosso futuro seja assim!
Até sempre, Ray Bradbury!

quarta-feira, junho 06, 2012

Pensalamentos #50


Sorte ou azar?
Momento ou pausa?
Compasso ou descontínuo?

Azul celeste ou vermelho fogo?

Verde!

terça-feira, junho 05, 2012

Repentes #9 - esperança estatal

Ouvir um alto representante do estado afirmar que a única coisa que o Governo tem para oferecer aos jovens é "esperança" é tremendamente encorajador. Associar isso à Ministra da Agricultura e pensar que ela esperava um milagre dada a escassez da água é traçar um retrato fantástico da nossa sociedade democrática: "Fiquem à espera de milagres e não corram!"
Quando eu esperava uma visão objectiva e real dos governantes, eles respondem com esperança, milagres e, um destes dias, fé!
Percebi a mensagem: "O único remédio é sair!"
Amém!

segunda-feira, junho 04, 2012

Pensalamentos #49 - matar


Matar,
matar talvez de fome
com mesquinhez
e com tortuosa
intenção.

Matar,
matar talvez de solidão
rompendo os laços
e impedindo o fonema
de se articular.

Matar,
matar talvez de sufoco
apertando os pulmões
de sílabas
até acabar o ar.

Matar,
matar talvez de página branca
apagando as palavras quentes
e raspando os ecos
de significantes enleios.

Matar,
matar talvez de silêncio
as sílabas de liberdade
e as rimas ricas
dos versos.

Matar,
matar talvez...
o opressor!

Momentos em imagem #6


Foi uma das suas últimas "batalhas". Há cerca de seis anos, enquanto alguns se remetiam a um silêncio político, o Sérgio e os seus amigos da música, juntaram-se às vozes que defendiam a manutenção da Maternidade da Guarda. Rezam as crónicas que o fez de forma séria e brincalhona. Acredito! "Conseguiu" mantê-la aberta até dela terem saído mais uma primita sobrinha, a Clara, e um sobrinho, o seu homónimo Sérgio. E agora? Quando se volta a falar de fechar a Maternidade da Guarda, haverá quem encabece outra luta? Haverá quem queira dar o nome por causas que não dão dinheiro? Haverá um grito musical que embale futuros pais e mães na defesa do nosso "ninho"? Só para vos clarificar uma coisa, o Sérgio (tio) nasceu na Covilhã, o local para onde parecem desembocar hoje as correntes nascedoiras da região centro, mas defendeu esta Maternidade da Guarda por ser o sítio onde nasceram os irmãos e todas as primas e primos.
A imagem mostra tudo: com um sorriso conseguimos tudo, até o que parece impossível! Há seis anos o Sérgio deixou-nos mais ricos. Espero que também este seu esforço não tenha sido em vão!

sábado, junho 02, 2012

Pensalamentos Emprestados #9

"Já nada nos pertence,
nem a nossa miséria.
O que vos deixaremos
a vós o roubaremos."


(Manuel António Pina)

sexta-feira, junho 01, 2012

Lá vem livro!

Estou a ultimar os preparativos para o meu primeiro lançamento de livro. Será em Julho! É um livro que vem com algum tempo de atraso, mas que tem as suas virtudes. É de poesia e espero por vós no dia do lançamento. Em breve darei dados mais precisos.