terça-feira, dezembro 03, 2013

Pensalamentos #166 - dead can dance

cair no chão
uma e outra vez
arrastados por quem nos ama

materiais pródigos
para a desilusão
marcada

Ainda um pouco de Educação

Não queria voltar a este tema, mas a estupidificação de um povo e o "gozo" infernal que lhe é dado por uma cambada de usurpadores obriga-me a exorcizar este mal-estar.
É muito interessante observar o "jogo" político e social que está imerso neste imenso pantanal que é Portugal. Ontem, mais uma vez, vimos como se consolidam os protectorados e como se continua a gozar (para não dizer um palavrão!) com uns e outros. Vamos lá falar direito: só os professores formados há (até) cinco anos é que podem estar "não aptos para a docência" e, por isso, devem fazer uma prova? Quer isto dizer que quem tem tido ao longo dos anos uma atitude estanque e mumificada nas escolas, não investindo em qualquer formação que lhe permita evoluir, é bom professor? Então e quem ao longo de seis, sete, oito, nove anos ou mais tem trabalhado em escolas, centros de formação, escolas profissionais, aec e afins? Estes últimos, pela contagem do Ministério, não têm (muitos deles) nem três anos de serviço, mas têm entre seis a nove de experiência! O que é um professor experiente? São muitas e variadas as cores com que se pode pintar um burro, mas ele não deixa de o ser! O protectorado é algo que eu tenho acompanhado ao longo dos tempos até por aquilo que andei a fazer nos meus tempos de estudante. Na Faculdade, e presente em muitas reuniões do Conselho Pedagógico, pude ser daqueles que olharam para o processo de criação de novos cursos como algo muito duvidoso! Sim, garantia o lugar aos professores, mas garantia uma vida de miséria a quem frequentasse cursos de saída duvidosa! Depois veio Bolonha e, mais uma vez, era obrigatório que tudo fosse aceite como os Ministérios e a Europa diziam, pois garantia-se a propina dos três anos e ainda haveria propinas para mais dois (mais caras estas). E nós, os alunos, lá íamos referindo que era uma estratégia manhosa que faria com que os profissionais saíssem com menos competências do que frequentando o modelo antigo. Claro que nada disso foi aceite como justificação e, sempre pensando em preservar lugares e ter o máximo de cabeças nas salas, tudo foi avante!
Agora? Agora é o silêncio das Universidades e dos Politécnicos. Agora é ver o meu Reitor a dizer que a guerra deles é outra e não podem dar atenção a esta ridicularização pela qual as Universidades e os Politécnicos estão a passar. Mas qual é a guerra deles? Bem, preservar lugares e conseguir garantir o emprego de professores. É o que sempre fizeram! Pensam mal? A garantia dos lugares dos professores não existe! Vai haver um dia em que ninguém se vai inscrever nos cursos de ensino superior por tudo isso não passar de um engano e tudo colapsa! Será que ainda ninguém se apercebeu que estamos a chegar ao ponto do desinteresse total? As pessoas emigram porque o país não as quer e as manda embora, não só com as palavras dos políticos mas também com a ridícula oferta de condições de trabalho e de pagamento. Vai chegar o dia em que as pessoas não se irão inscrever no ensino superior porque as suas universidades ou politécnicos, quando é preciso defenderem os seus alunos ou ex-alunos, os tratam como gado já transaccionado: não é problema deles!

Neste país quem defende as novas gerações? Ninguém, pois não fazem parte do protectorado! Por isso, vão gozar com outro!

segunda-feira, dezembro 02, 2013

Pensalamentos #165 - Inferno vs Inverno

sim
nas cartas astrológicas
mesmo nas mais acertadas
até o Inferno era mais quente do que o Inverno

agora
sim
confirmamos todos exaustos
rotos pela imenso roubo
que o Inferno 
é muito mais frio 
do que o próprio
Inverno

Os desafios do Ponto de Avesso e dos Stamp Lovers

Nem sempre nem nunca, não é esta uma máxima de gente cuidadosa e coerente? Se não for, passa a ser! Pois bem, nestas voltas intermináveis e imprevisíveis que o mundo dá, há pequenos projectos pessoais que nos vão agradando e que nos vão lançando, também, a nós alguns novos desafios. Daí que hoje abri um pequeno espaço para vos mostrar dois desafios que têm a minha total aprovação e que quero partilhar convosco!

Quero mostrar-vos esta imagem:


E depois mostro esta:




E convidar-vos a visitar estas páginas:




Criatividade e bom gosto aliados! Não, não sou eu o responsável por estas marcas! São de pessoas de quem gosto muito e que merecem não só toda a sorte do mundo mas muito mais do que isso!

E, sim, um destes dias vou ter também uma pequena participação numa destas novas marcas. Por um pequeno grande motivo: a literatura e a moda também pode relacionar-se com muito bom gosto!

domingo, dezembro 01, 2013

Pensalamentos #164

nesta imensa sociedade da informação rápida, a dor da partida de alguém nem por isso se assimila velozmente

sábado, novembro 30, 2013

Pensalamentos #163

transformar a alma num imenso dejecto humano
e, numa atitude de grande nobreza,
puxar o autoclismo com firmeza

sexta-feira, novembro 29, 2013

... para sobreviver na Guarda!

E encontrei a única forma de conseguir sobreviver numa Guarda onde a cultura possa vir a desaparecer. O remédio é este, marcar um café com todos os homens e mulheres que gostam de falar sobre cultura e repetir esse encontro todos os dias que se seguirem. Outra das opções é, finalmente, criar-se um Círculo das Artes ou algo parecido. Fico à espera de propostas e em breve vou chatear as pessoas com quem gosto de conversar para isto.

Pensalamentos #162 - bytes

acumular dias e dias
a ver a vida esvair-se em bytes
sem substância

quinta-feira, novembro 28, 2013

Sustos na Guarda! #1

Ler e ouvir sobre "o caso TMG" na imprensa local guardense é um exercício de difícil compreensão. Ou vivemos realmente num mundo onde a hipocrisia e o rastejar são factores essenciais para a sobrevivência dos "escribas" ou existe realmente incompetência no tratamento jornalístico e opinativo que se faz aquando da escrita. E isso, caros senhores, é revelador de muita coisa e do porquê de poucos ainda terem percebido que a "machadada" é profunda e mortífera!
Cristina Branco é uma figura só conhecida em Portugal? Não o diriam os holandeses (e o poeta já desaparecido Slauerhoff) e todos os apreciadores da world music que têm enchido auditórios por esse mundo fora para a ouvirem! 
E Américo Rodrigues é uma figura regional? Realmente, os horizontes da cidade acabam logo à saída da Avenida Dona Amélia e não passam além da rotunda da Ponte Europa. 
Triste sina a nossa, caro leitores!

(continua)

quarta-feira, novembro 27, 2013

terça-feira, novembro 26, 2013

O que lá vem daquilo que foi o Teatro Municipal da Guarda



Estive a ouvir e a ler esta peça jornalística da Rádio Altitude onde, penso que pela primeira vez, se ouve o presidente da Câmara da Guarda a falar da sua decisão de afastar Américo Rodrigues da direcção do Teatro Municipal da Guarda. Diz ele que a sua decisão é legitimada pelo facto de ter sido elegido para tomar decisões e isso legitima aquela que tomou. Hitler e outros bem comportados déspotas também foram eleitos, logo (nesta espécie de silogismo) Amaro é também ditador. Ponto. Não se ouviu nesta peça qualquer palavra do decisor sobre as consequências para a imagem (positiva) da Guarda em termos culturais que esta decisão acarreta, mas também não deve ser importante, pois o povo elegeu-o.

Quanto ao futuro da programação, tudo fica entregue à "colegialidade", ou seja, todos os elementos que pertencem à equipa técnica da Culturguarda vão ser responsáveis por programar e pensar o próximo ano com actividades que não acarretem custos. O que é que hoje não apresenta custos? Assim, sem custos, o que será essa programação? Uma manta de retalhos, de qualidade duvidosa, ao sabor do foguetório citadino e clandestino? Eu temo que a programação seja zero actividades! E desliguem as luzes, no quadro, quando saírem!

Quanto à "colegialidade", e daquilo que é perceptível na peça, ela será uma espécie de "troika": restante direcção do teatro, administração da Culturguarda e vereador da cultura. Depois, e a perceber pelas declarações de Amaro, terá de existir o factor de subordinação, ou seja, há um espécie de escada: direcção do teatro pede autorização à administração e esta pede autorização ao vereador. O vereador, para poder saber se pode ou não decidir "assim ou assado" ainda terá de subir ao púlpito e pedir autorização ao presidente que foi eleito pelo povo. Já que o povo o escolheu, e ele tão fervorosamente defende isso, será que ainda ele pedirá autorização ao povo? Concluindo esta espécie de raciocínio, apenas me falta dizer que, naquela espécie de organograma desenrascado, o papel de director (por aquilo que representa enquanto orientador de uma política de programação) está claramente entregue ao vereador Victor Amaral, com a sempre presente sombra tutelar de Amaro, sendo, assim, de esperar que a programação de qualidade terminou e que ninguém pode fazer nada. Triste dia, ontem!

Quanto ao resto, parece que, depois da "fartura" de ter o TMG mais as salas de Famalicão e de Gonçalo, vamos passar na Guarda a ter três salas com o mesmo tipo de programação: a ocasionalidade!
 

segunda-feira, novembro 25, 2013

Guarda: educação e cultura

É um artigo muito interessante em termos de reflexão pessoal que o jornal Público trouxe num destes dias (pode ler-se aqui).
Numa dessas partes é defendida a coexistência entre Cultura e Educação (e veio-me logo à memória o Teatro Municipal da Guarda e o Américo Rodrigues, que representa e todos aqueles que por ali por aquele espaço têm dado tanto e recebido tão pouco em troca...), e eu lembrei-me também daquilo que foi alegado em off para a minha saída de uma escola da cidade: eu seria um gajo do teatro e da cultura, logo seria perigoso.
Claro está que o perigo é agora bem visível naquilo que disse o Secretário de Estado da Cultura: "Ao PÚBLICO, o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, reconhece que “estes números não nos ficam bem” e defende a necessidade de se reforçarem as políticas educativas com as políticas culturais. “Temos de ter em conta estes dados para reforçar a minha convicção de que a dinâmica de colaboração entre a área da Cultura e a área da Educação, desde o pré-escolar até ao ensino secundário, é absolutamente essencial”, diz Barreto Xavier."
E, sim, é uma questão de gerações. Este que agora quer acabar com o trabalho do Teatro Municipal da Guarda é exactamente da mesma geração (foram muito "amiguinhos") daquele que me dispensou em tempos.

Pensalamentos #160 - profissão

definições:

libertei há dias
como quem dá um suspiro angustiado
a definição invulgar e cómica
de uma hipótese de profissão incomum