quarta-feira, outubro 09, 2013

Projectos com pedras metafóricas dentro

Há, nestes dias que passam, o regressar de um projecto que esteve a amadurecer na gaveta. Hoje, num café muito agradável pela manhã, vi a surpresa que se vai juntar a estas pedras que andei a perseguir. Uma surpresa de que gostei muito e que já reservei em meu nome. Vamos ver se, como minha prenda de Natal, consigo pôr cá fora o livro de crónicas, já anunciado, e este livro de poesia.
Agora vou trabalhar!

terça-feira, outubro 08, 2013

Pensalamento #133 - o vazio da resposta

um vazio
oco
transparente
quase inexistente 
(semanticamente prestando atenção)
onde o eco
cortante
e sonoro
ocupa 
o espaço
ingrato e 
absurdo
com a esperança de
um preenchimento
leve 
e efémero

lição:
raios para a metáfora!

segunda-feira, outubro 07, 2013

Pensalamentos #132 - falha

falhámos
a sociedade
falhámos 
a civilização
e
parafraseando em parte Ega
falhámos 
a vida
meninos

Pensalamentos Emprestados #13

"Só digo que as pessoas tornam a vida muito pior do que tem que ser e, acreditem, já é um pesadelo sem a ajuda delas. Mas no conjunto, lamento dizer, somos uma espécie falhada."

(Boris Yellnikoff, personagem de "Whatever Works", Woody Allen)

domingo, outubro 06, 2013

Pensalamentos #131 - desilusão


Conclusão:

por tudo isto e por nada mais
abrigámos os dias passados
gloriosos alguns
debaixo de uma capa de esquecimento

enquanto
por caminhos dirigidos ao futuro
um vil apagamento se apoderava de mim
e de tudo aquilo que poderia fazer

finalmente
apercebi-me de que a morte
ainda que distante
era o único elemento
que me dava vida

sábado, outubro 05, 2013

A força dos homens (3)

Passo a passo, lentamente como se quer, a força dos homens vai sendo recompensada e as notícias são encorajadoras. Ainda há um longo caminho a percorrer, mas cá estamos para vos dar a mão e a nossa amizade. Estamos aqui!

Coimbra: TEUC às escuras?

Devido a um conjunto de factores que dariam origem a um ensaio sobre a integração coimbrã e suas variantes, nunca entrei ou visitei as instalações do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC) com o propósito de integrar a sua equipa de actores. No entanto, a minha grande paixão artística quando entrei para a Universidade era mesmo o teatro. Estive até, só devido às exigências (data de realização de pré-requisitos) de então o não fiz, para ir para Évora onde poderia ter cumprido esse sonho de ser actor. Águas passadas... adiante! O TEUC é um dos grandes nomes culturais de Coimbra e um dos palcos iniciáticos de alguns dos grandes actores portugueses do meio teatral. Isto, por si só, não tem validade? Claro que tem! Por isso penso que é importante focar com atenção um comunicado revelado por este grupo teatral e tentar perceber o que se passa. 
O comunicado é este:

No dia 7 de Outubro o TEUC estreia a sua nova co-produção com o Projecto D - VITRAL.
Ironicamente esta estreia e a respectiva temporada vão realizar-se às escuras. A razão destas circunstâncias prende-se com os cortes que o TEUC tem vindo a sofrer nos apoios por parte da universidade de Coimbra e instituições a ela agregadas (AAC e SASUC). Primeiro cortaram o apoio financeiro, depois o apoio logístico, e finalmente a iluminação.
Não nos restando nenhuma outra hipótese, estreamos às escuras.

Percebemos bem as contingências a que todo o país está sujeito. Todavia, não nos conformamos com cortes cegos, não justificados e camuflados em redes de autorizações burocráticas. Assistimos a um estrangulamento que vai levar à extinção do Teatro Universitário.
Neste contexto é importante perceber que o TEUC é o grupo de teatro universitário mais antigo da Europa em actividade contínua, comemorando este ano o seu 75º aniversário, e pelo qual passaram inúmeras figuras do panorama cultural português. A actividade do TEUC e as suas propostas são reconhecidas por toda a parte mas nunca pela sua cidade. As instituições de Coimbra têm progressivamente deixado de apoiar as nossas actividades subsistindo apenas com o apoio anual da Fundação Calouste Gulbenkian.

Pensamos ser nosso dever dar conhecimento público desta situação e da nossa indignação.

Grata pela atenção,
Pela Direcção do TEUC,
Rafaela Bidarra

Perante este comunicado fiquei algo preocupado com o que se passa em Coimbra e com a falta de unidade académica que isto pode revelar. A sala do TEUC funciona nas instalações da Associação Académica de Coimbra (AAC) e, sendo um organismo autónomo, terá um contrato que lhe dará deveres e direitos de usufruto do espaço. A questão que eu coloco é esta: será que, não havendo dinheiros, a direcção da AAC ou a própria Reitoria não conseguem perceber a importância que este grupo carrega? É que não é só uma questão de história passada mas também uma questão de história futura.
Como não quero ser tão papista como me parece que estará a ser alguém em todo este processo, cabe-me apenas referir que irei acompanhar com redobrada atenção este caso. É que, no meu tempo de dirigente associativo em Coimbra, no Coral de Letras da Universidade de Coimbra (CLUC), estas questões eram resolvidas com um diálogo entre as partes e com o superior interesse das várias partes a ser salvaguardado. Mas talvez a importância da cultura e, especificamente, da cultura centrada nos estudantes esteja a agonizar por terras que são, na base, o centro onde nasceu muita da da cultura portuguesa. 

sexta-feira, outubro 04, 2013

Pensalamentos #130 - bem-comum

ter a plena noção de que o mundo é grande demais para o bem-comum

Acordos na Guarda? #18 - nova Câmara

Mais do que as palavras da campanha, estou agora na expectativa de ver como resolverá Amaro a questão dos pelouros camarários. Não querendo, para já, tecer qualquer juízo de valor sobre algo que ainda não conheço, estou curioso para saber quem ficará com as obras públicas e com as áreas da cultura e da educação. Por um lado, porque as obras públicas sempre obedeceram à lei da proximidade, ou seja, a obra era para o que fosse mais amigo. Como vai ser agora? A área da cultura e da educação interessam-me por uma questão de gosto pessoal. Neste campo, a pergunta para a cultura é: haverá a continuação da aposta na criação e nos criadores locais ou haverá o fechamento nas associações? Na educação: haverá a defesa de um ensino preocupado com a evolução ou, à laia daquilo que se faz por muitos sítios, faremos apenas o essencial para que os pais não chateiem? Vamos ver, efectivamente, o que o futuro nos traz!

Pensalamentos #129 - basta

ganhar inimigos?
basta
respirar bem

quinta-feira, outubro 03, 2013

Olhar a Educação: "A importância do professor tutor no percurso académico"

Há alguns anos, como proposta conjunta que podem ler aqui ("Projecto Pedagógico de Ensino do Português"), propusemos algo que agora (ver o artigo "A importância do professor tutor no percurso académico" aqui) alguns investigadores da Universidade de Coimbra comprovaram através de estudos: a importância da existência, nos dias que correm, de um professor tutor. A nossa proposta, especificamente este ponto, era um olhar novo para o ensino profissional, tal como nós, a Liliana Verde e eu, o imaginávamos então e, penso-o, continuamos hoje a imaginar. Este trabalho deu origem a um artigo mais reduzido: "Re(com)pensar o Ensino do Português – Proposta para um Projecto Pedagógico no Ensino Profissional". In: Cadernos do E.C.B. n.º 3. – Benedita: Instituto N.ª Senhora da Encarnação, Fevereiro de 2010. – p. 85 a 98. 
Gosto de ver este tema na ordem do dia, pois é um mecanismo essencial para recuperar algum do tempo perdido ao nível do nosso ensino e dos crimes cometidos contra ele.

Pensalamentos #128 - novidade

e em pleno
a novidade cumpre-se
destruindo-se
abrindo
o espaço
à outra 
novidade
perpetuando o movimento
e o ciclo
dos novos olhares

quarta-feira, outubro 02, 2013

Pensalamentos #127 - amizades

vêem passar 
em alarido visual
os outros a quem não falam
falando então
por vergonha ou não?

esquecem tudo
ou são levados à amnésia
o dinheiro é tudo
e pouco mais

as sombras amedrontam
e a luz
que querem apagar
lá vai andando
por aí
a deambular

terça-feira, outubro 01, 2013