Como outros terão o vício de tudo e de mais alguma coisa, eu tenho o vício de aconselhar bom teatro e com excelentes actores e encenadores. Sendo assim, e que tal não perderem por nada nesta vida o (tenho a certeza ainda sem ter visto) "RADIO CABARET"apresentado pelo Teatro das Beiras. Se não conhecem, vão até à Covilhã e perguntem onde fica o auditório do Teatro das Beiras.
A peça estreou no dia 15 Maio, mas haverá ainda sessões hoje (18) às 16h, assim como acontecerá no dia 25 (votem a tempo e vão ao teatro depois), e depois nos dias 22, 23 e 24 de Maio às 21h30.
A encenação é de um amigo e Mestre, Gil Nave, que tem um imenso defeito, pois tudo o que encena tem um toque de excelência.
Informação do Teatro das Beiras:
"RADIO CABARET" de Karl Valentin no auditório do Teatro das Beiras
estreia: 15 Maio às 21h30
em cena: 16, 17, 22, 23 e 24 de Maio às 21h30 e 18 e 25 Maio às 16h
sinopse:
“Radio Cabaret” é um espetáculo construído a partir dos textos do
comediógrafo alemão Karl Valentin. Num ambiente social de um bairro
popular é emitido a partir de um pequeno auditório, (o auditório da
Emissora de Rádio do Bairro), um programa de variedades onde desfilam
personagens-tipo, criados pelo imaginário daquele que foi um dos
autores que no seu exercício de criação teatral, mais influenciou e
determinou o chamado teatro de variedades europeu. Através de paródias,
jogos de palavras, trava-línguas, enredos linguísticos, a construção
deste espetáculo é estruturada tendo como ponto de partida alguns dos
elementos mais representativos da sua obra; monólogos, diálogos,
cenas, peças e canções, que são o universo da criação artística e
teatral de Karl Valentin, organizadas numa linha estética que supõem
poder interessar e agradar ao público contemporâneo português. O
carácter clownesco e multidisciplinar inspirado em situações do real
confluem para um universo ficcional onde ao real-programático se opõe o
absurdo e o irreal-fantástico. Propagado e difundido pela produção
artística no século XX no espaço europeu e de origem remota e distante
no tempo (antiguidade clássica e idade média), o chamado teatro de
variedades, que em Portugal era designado por Teatro de Revista, foi
sempre um território de expressão artística onde a crítica e o sentido
cómico, às vezes trágico, era consubstanciado em torno das questões
sociais. As obras de Karl Valentin, como Charlie Chaplin ou Buster
Keaton cujas características são exemplo de comunicação estética e
artística, influenciaram a criação teatral do último século. Muita da
criação teatral contemporânea está marcada por esta influência,
visível no teatro do absurdo (Ionesco, Samuel Beckett , Adamov), surgido
no rescaldo da Segunda Guerra Mundial, cuja atmosfera é marcada por
um ambiente de devastação, isolamento e falta de comunicação na
sociedade contemporânea, mostrada artisticamente por meio de alguns
traços estilísticos e temas que divergem decididamente do teatro de
carácter realista.
Ficha técnica:
Encenação: Gil Salgueiro Nave
Interpretação: Adriana Pais, Marco Ferreira, Pedro Damião e Sónia Botelho
Cenografia e figurinos: Luís Mouro
Desenho de Luz: Jay Collin
Operação de som e luz: Jay Collin
Fotos: Paulo Nuno Silva
