sábado, outubro 12, 2013

Os Maias, com a visão de João Botelho

Parece-me que, e ao fim de muito tempo, haverá em Portugal um filme ou série (mesmo que em 4 episódios) que poderá ser um bom instrumento de divulgação do livro "Os Maias", de Eça de Queirós. Digo em Portugal porque no Brasil já foi feito um excelente trabalho de divulgação de "Os Maias", nomeadamente através da Rede Globo.
João Botelho, o mesmo que criou o "Filme do desassossego", a partir dos textos do "Livro do Desassossego", de Bernardo Soares (semi-heterónimo de Fernando Pessoa), meteu mãos à obra e parece que irá voltar a surpreender-nos com o tratamento cinematográfico de um grande livro
Eu estou muito curioso para ver o resultado final deste trabalho e lá terei de me contentar em esperar quase um ano.

Pensalamento #136 - pensar

pensar
o vazio

sexta-feira, outubro 11, 2013

Coimbra: TEUC um pouco menos às escuras?

Gostei de ler esta pequena comunicação por parte dos responsáveis do TEUC. O diálogo ainda é um princípio norteador que deve ser cultivado como forma de chegar a respostas concretas e à resolução de problemas. Espero que se chegue a um bom final!

Ontem foi um espectáculo memorável. Foi arrepiante sentir o público connosco daquela forma. MUITO OBRIGADA!
O VITRAL começou com o ruído da palmas a ecoar no Teatro de Bolso às escuras. A plateia contava com a Exma. Vice-Reitora para a Cultura, Prof. Doutora Clara Almeida Santos e todos os organismos autónomos da associação académica da Universidade de Coimbra.
No final, às escuras ainda, o espaço abriu-se para a voz do GEFAC e do CITAC que com as suas lanternas comunicaram o apoio ao TEUC, bem como o desagrado com a situação vivida pelos organismos autónomos desta academia.
No final a Exma. Vice-Reitora comunicou-nos que estava aberta a uma conversa com os organismos. Juntos, no Teatro de Bolso, falámos quase até à uma da manhã. Foi um primeiro passo, que na verdade foi apenas mais uma conversa informal e não vinculativa, já que continuamos a não saber como será resolvida toda a precariedade das condições facultadas.
Hoje pelo fim da tarde recebi um telefonema por parte da vice-reitoria para as instalações, em que foi garantido que este assunto está a ser tido em consideração e que haverá de facto uma audiência com o Exmo. Vice-Reitor para as Instalações Prof. Doutor Vítor Murtinho, entidade a quem o Reitor delegou esta questão.
Aguardamos esta audiência, não baixamos os braços e o VITRAL continua em cena (às escuras) até domingo, por respeito ao nosso público que nos tem dado todo o apoio.

Rafaela Bidarra

Pensalamento #135 - frio

sentir
com o frio de um dia quente
a mágoa real 
de não poder valer
a outro

quinta-feira, outubro 10, 2013

A força dos homens (4)

Sou um daqueles que trazem diariamente na mente os quatro amigos que se mantêm no hospital, depois de terem tido uma terrível provação no combate a um incêndio. O Filipe, o Albano, o Quim e o Valter estão a recuperar, lentamente, mas a conseguirem fazer com que o sorriso de tanta gente que gosta deles volte a ser uma presença real, mesmo que momentâneo ou preocupado. O caminho deles, em diferentes graus, ainda irá ser longo, mas aqui estamos para eles e para o que for preciso. Depois de ter estado com o Filipe e com o Albano no hospital da Guarda, confesso que as maiores preocupações se centraram naqueles que ainda não vi. Desses, lá fui sabendo notícias por vezes cruéis e outras vezes mais animadoras. Ainda com um nó na garganta, lá fui sabendo que o Quim está a recuperar e espero em breve dar-lhe um abraço. Mais longe, lá no Porto, está o Valter que é o motivo de pensamento de uma aldeia e de um conjunto enorme de homens e mulheres. É ele que nos tem preocupado mais e por quem as nossas orações têm sido mais fortes. E é por isso que o seu "acordar" nos deu a nós, também, um pouco mais de alento e de esperança num retorno em segurança. Eu quero, muito em breve, lembrar-lhe através de um abraço que é o seu exemplo de luta e de vontade em regressar a casa que faz com que todos nós, hoje, estejamos com um sorriso mais aberto do que ontem. Eu estou à espera de todos, tal como todos aqueles que me rodeiam.
Enfim, todos estes nossos homens valorosos estão a percorrer um caminho difícil e demorado que todos nós, que os queremos de volta, iremos tornar mais agradável através do nosso espírito de amizade e de entreajuda!

Pensalamento #134 - nobel

vender-se-ão 
os livros 
como bolas de berlim 
nos ajuntamentos estivais
mas
ler-se-ão 
os livros
com a ânsia 
de quem
parece aspirar
ali
a compreender
verdadeiramente
a vida?

Fonte segura: o Prémio Nobel da Literatura 2013 vai para...

... Picasso!

Sei de fonte segura que algum vencedor há-de ter este Prémio Nobel da Literatura 2013. Os nomes apontados pelas apostas inglesas são muito curiosos e muito desconhecidos para mim, tirando alguns casos gritantes de presença contínua nestas listas.
Como estou tão curioso para saber quem levará para casa o "dinheirito" que estes reconhecimentos envolvem, vou dar uma volta e comprar comida ao Picasso! Sim, porque a ele a literatura é meramente um assunto do "dono" e um cão tem sempre um apetite voraz. O meu Picasso é um cão e, naquilo que me diz respeito, ele é bem mais importante do que aquele ou aquela que hoje vir a conta mais "gordinha"!

Até mais logo!

P.S. - Claro que este dia é de imensa pressão para as editoras comerciais e que não ligam patavina à literatura, pois podem estar perante um encaixe financeiro repentino de alguns milhares de "petiscos" económicos!

quarta-feira, outubro 09, 2013

Atitude Crónica - a Guarda como centro



Em fase de acabamentos e de revisão. Em breve estará em pré-venda!

Projectos com pedras metafóricas dentro

Há, nestes dias que passam, o regressar de um projecto que esteve a amadurecer na gaveta. Hoje, num café muito agradável pela manhã, vi a surpresa que se vai juntar a estas pedras que andei a perseguir. Uma surpresa de que gostei muito e que já reservei em meu nome. Vamos ver se, como minha prenda de Natal, consigo pôr cá fora o livro de crónicas, já anunciado, e este livro de poesia.
Agora vou trabalhar!

terça-feira, outubro 08, 2013

Pensalamento #133 - o vazio da resposta

um vazio
oco
transparente
quase inexistente 
(semanticamente prestando atenção)
onde o eco
cortante
e sonoro
ocupa 
o espaço
ingrato e 
absurdo
com a esperança de
um preenchimento
leve 
e efémero

lição:
raios para a metáfora!

segunda-feira, outubro 07, 2013

Pensalamentos #132 - falha

falhámos
a sociedade
falhámos 
a civilização
e
parafraseando em parte Ega
falhámos 
a vida
meninos

Pensalamentos Emprestados #13

"Só digo que as pessoas tornam a vida muito pior do que tem que ser e, acreditem, já é um pesadelo sem a ajuda delas. Mas no conjunto, lamento dizer, somos uma espécie falhada."

(Boris Yellnikoff, personagem de "Whatever Works", Woody Allen)

domingo, outubro 06, 2013

Pensalamentos #131 - desilusão


Conclusão:

por tudo isto e por nada mais
abrigámos os dias passados
gloriosos alguns
debaixo de uma capa de esquecimento

enquanto
por caminhos dirigidos ao futuro
um vil apagamento se apoderava de mim
e de tudo aquilo que poderia fazer

finalmente
apercebi-me de que a morte
ainda que distante
era o único elemento
que me dava vida

sábado, outubro 05, 2013

A força dos homens (3)

Passo a passo, lentamente como se quer, a força dos homens vai sendo recompensada e as notícias são encorajadoras. Ainda há um longo caminho a percorrer, mas cá estamos para vos dar a mão e a nossa amizade. Estamos aqui!

Coimbra: TEUC às escuras?

Devido a um conjunto de factores que dariam origem a um ensaio sobre a integração coimbrã e suas variantes, nunca entrei ou visitei as instalações do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC) com o propósito de integrar a sua equipa de actores. No entanto, a minha grande paixão artística quando entrei para a Universidade era mesmo o teatro. Estive até, só devido às exigências (data de realização de pré-requisitos) de então o não fiz, para ir para Évora onde poderia ter cumprido esse sonho de ser actor. Águas passadas... adiante! O TEUC é um dos grandes nomes culturais de Coimbra e um dos palcos iniciáticos de alguns dos grandes actores portugueses do meio teatral. Isto, por si só, não tem validade? Claro que tem! Por isso penso que é importante focar com atenção um comunicado revelado por este grupo teatral e tentar perceber o que se passa. 
O comunicado é este:

No dia 7 de Outubro o TEUC estreia a sua nova co-produção com o Projecto D - VITRAL.
Ironicamente esta estreia e a respectiva temporada vão realizar-se às escuras. A razão destas circunstâncias prende-se com os cortes que o TEUC tem vindo a sofrer nos apoios por parte da universidade de Coimbra e instituições a ela agregadas (AAC e SASUC). Primeiro cortaram o apoio financeiro, depois o apoio logístico, e finalmente a iluminação.
Não nos restando nenhuma outra hipótese, estreamos às escuras.

Percebemos bem as contingências a que todo o país está sujeito. Todavia, não nos conformamos com cortes cegos, não justificados e camuflados em redes de autorizações burocráticas. Assistimos a um estrangulamento que vai levar à extinção do Teatro Universitário.
Neste contexto é importante perceber que o TEUC é o grupo de teatro universitário mais antigo da Europa em actividade contínua, comemorando este ano o seu 75º aniversário, e pelo qual passaram inúmeras figuras do panorama cultural português. A actividade do TEUC e as suas propostas são reconhecidas por toda a parte mas nunca pela sua cidade. As instituições de Coimbra têm progressivamente deixado de apoiar as nossas actividades subsistindo apenas com o apoio anual da Fundação Calouste Gulbenkian.

Pensamos ser nosso dever dar conhecimento público desta situação e da nossa indignação.

Grata pela atenção,
Pela Direcção do TEUC,
Rafaela Bidarra

Perante este comunicado fiquei algo preocupado com o que se passa em Coimbra e com a falta de unidade académica que isto pode revelar. A sala do TEUC funciona nas instalações da Associação Académica de Coimbra (AAC) e, sendo um organismo autónomo, terá um contrato que lhe dará deveres e direitos de usufruto do espaço. A questão que eu coloco é esta: será que, não havendo dinheiros, a direcção da AAC ou a própria Reitoria não conseguem perceber a importância que este grupo carrega? É que não é só uma questão de história passada mas também uma questão de história futura.
Como não quero ser tão papista como me parece que estará a ser alguém em todo este processo, cabe-me apenas referir que irei acompanhar com redobrada atenção este caso. É que, no meu tempo de dirigente associativo em Coimbra, no Coral de Letras da Universidade de Coimbra (CLUC), estas questões eram resolvidas com um diálogo entre as partes e com o superior interesse das várias partes a ser salvaguardado. Mas talvez a importância da cultura e, especificamente, da cultura centrada nos estudantes esteja a agonizar por terras que são, na base, o centro onde nasceu muita da da cultura portuguesa.