quinta-feira, julho 25, 2013

Freelance Writer: pergunte e eu escrevo

Serve agora este texto para explicar e dar a conhecer mais alguns pormenores desta minha nova faceta. 
O nome «ESCRITOR "FREELANCER"» parece apontar para unicamente para a realização de trabalhos de "grande envergadura", por exemplo a escrita de livros. Mas não é só isso que faço, aliás essa visão deste trabalho é, talvez, a que terá menor atenção. 

Segue uma listagem com trabalhos tipo que posso fazer: 
- textos curtos, médios ou longos (para os mais diversos fins, basta dizerem); 
- textos artísticos (visando a ligação ao design); 
- escrita de slogan e textos argumentativos que o acompanhem; 
- correcção de textos; 
- trabalho de edição; 
- outros pedidos. 


Todas as questões (perguntas sobre os tipos de texto a trabalhar e pedidos de orçamento) deverão ser enviadas para danielroc@gmail.com


(Atenção: 
Haverá o máximo sigilo no tratamento de quaisquer textos ou questões, nunca se revelando qualquer contacto existente.)

Pensalamentos #102

acordar para o dia 
com o anoitecer do pensamento

quarta-feira, julho 24, 2013

Repentes #29 - sugestões para o boneco?

Há uma anormal capacidade nas estruturas governamentais portuguesas para fazerem sugestões que, depois, são tudo menos respeitadas pelas estruturas governamentais que as deveriam receber e fazer actuar. É uma espécie de reino do fantástico, este, onde se fazem leituras e interpretações muito criteriosas e exactas, mas em que o resultado final é o cumprimento total de tudo aquilo que é sugerido que não se faça.
Li no Público o texto que apresento a seguir (sublinhado a negrito por mim), onde são feitas constatações pelo GAVE muito interessantes e importantes. Só falta agora voltar atrás no tempo e evitar todas as decisões contrárias a essas mesmas recomendações, nomeadamente o aumento brutal de alunos por turma e a redução colossal de professores nas escolas.
É que não basta elaborar relatórios, é preciso que os "decisores" nacionais se mentalizem do tempo necessário para o crescimento intelectual de um aluno, sabendo de antemão que os diferentes ritmos de aprendizagem criam embaraços suficientes numa sala de aula para impedir o avanço de uma turma devido à persistência do professor na explicação a um simples aluno. Se multiplicarmos este problema por 30, é capaz de ser um problema grandito, não? 
O exemplo que dou sempre, para tentar que tudo fique mais claro para todos, é o da criança que está a aprender a ler, literalmente. Como todos sabemos, existem diferentes ritmos na aprendizagem da leitura, havendo crianças que vão até à adolescência a soletrar. Agora, coloque-se o caso do momento em que dizemos às crianças que devem ler no sentido figurado ou que devem fazer inferências sobre aquilo que estão a ler, ou seja, devem ser capazes de ler o que não está, literalmente falando, no texto. Quem não trabalha com alunos mas com relatórios poderá não compreender aquilo que por aqui estou a dizer, mas é preciso tempo para criar nos alunos uma capacidade interpretativa que os leve a perceber a subjectividade dos textos e toda a semiótica que os envolve. 
Por fim, é essencial que o aluno seja visto por todo o sistema de ensino como aquela árvore que vai crescendo devagar e que precisa de cuidados constantes para crescer forte e sem doenças. 


"(...) Sugestões para Português 

Em relação ao exame de Português do 12.º ano, analisando os grupos de questões em que os alunos obtiveram piores resultados, o Gave assinala que as principais dificuldades se revelaram em “tanto em itens em que se avalia a leitura orientada de um texto literário, como em itens em que se avalia o funcionamento da língua, quando a resposta exige o domínio de metalinguagem”. 
“É de destacar que, nos itens que exigem resposta estruturada (...), além das dificuldades ao nível do conteúdo, os alunos revelam fracos desempenhos nos parâmetros da organização e da correcção linguística”, sublinha o GAVE. Segundo o documento, “os resultados obtidos nos parâmetros da correcção linguística são inferiores aos resultados obtidos nos parâmetros do conteúdo, embora tanto uns como outros se situem em níveis negativos”. 
Como propostas de intervenção didáctica, o GAVE sugere, no domínio da Leitura, além do desenvolvimento do conhecimento lexical, “um reforço do trabalho que envolva a realização de inferências e o posicionamento crítico face aos textos lidos”. No domínio da expressão escrita, defende a realização de um trabalho sistemático que envolva a aprendizagem e o treino de diferentes tipologias de texto, “assegurando um crescente domínio das capacidades envolvidas na planificação, textualização e revisão dos textos”. 
Já no domínio do funcionamento da língua, segundo o relatório, é fundamental “assegurar o desenvolvimento de um trabalho de acordo com a metalinguagem e as orientações metodológicas explicitadas no Programa”. Nas conclusões, o GAVE refere que se deve continuar a insistir na necessidade de assegurar a melhoria de desempenho ao nível dos processos de leitura e de escrita. 
“As fragilidades a este nível são recorrentemente diagnosticadas na análise dos resultados da generalidade das disciplinas, sobretudo na de Português, mas com igual relevo nas áreas da Matemática, das Ciências Naturais e das Ciências Sociais e Humanas, em qualquer dos níveis de ensino em causa”, acrescenta. 
O Gave insiste ainda que “os resultados continuam a mostrar que, em termos médios, são persistentes as dificuldades em várias vertentes, de que se destacam as capacidades para, entre outros, estabelecer adequadamente ligações entre os vários tópicos de uma mesma disciplina, explicitar relações causa-efeito e desenvolver raciocínios lógico-dedutivos, bem como raciocínios demonstrativos.(...)"
(Fonte: Público)

Pensalamentos #101 - com fumo nos olhos

correr para o inferno
com ânsia e vertigem
como se no purgatório estivesse a chave
da vida sólida e contínua
ou da realização dos sons e do cheiros

sorver o fumo decadente
como se de uma especiaria se tratasse
enquanto ele morre, espaçadamente,
ao ritmo do vento que passa

e continuar a sentir
o som sério da vida
que me passa ao lado

segunda-feira, julho 22, 2013

Pensalamentos #100

subir um monte
quebrar-lhe o dorso com passos largos e cansados
romper-lhe as entranhas
ouvir-lhe os gestos e as cores
e vencer-lhe o pico

descobrindo que estamos agora no sopé da montanha

sábado, julho 20, 2013

Acordos na Guarda? #7 - Pink is orange? Orange is pink?


Há uma curiosa expressão, que no dia de ontem foi usada no interessante e desconcertante programa da TSF "Governo Sombra", que se pode utilizar para caracterizar a estratégia de alguns candidatos à Câmara Municipal da Guarda. Essa expressão é "anilhar". Ao que parece, esta expressão procura ridicularizar aquilo que o enigmático Cavaco Silva andou a fazer nos últimos tempos, anilhando uma Cagarra nas Ilhas Selvagens e, com uma conotação mais sádica, "anilhando" António José Seguro no continente, obrigando-o a tomar uma posição que ou seria de mariquinhas (caso aceitasse o acordo tripartido) ou seria de um irresponsável (caso fizesse aquilo que fez ontem). Agora a retórica partidária tratará do resto e Cavaco não se sabe bem do que tratará, mas dizem as más línguas que ele gostou tanto de anilhar que passará ao ataque e "anilhará" mais uns quantos.
Não falo neste ponto de Álvaro, pois lá apresentou a sua lista e... enfim, não se sabe bem o potencial da coisa, mas se Carvalho Rodrigues aposta nela talvez não seja completamente má.
Aqui também não entram as outras candidaturas nem Igreja, pois a lógica partidária aponta de forma mais ou menos objectiva para os putativos e dali não sairá (aposto!) nenhuma surpresa de grande estalo.
Pois bem, ao que me parece a estratégia política da coligação Bento/ Rodrigues está exactamente a fazer o mesmo que Cavaco, ou seja, está a juntar apoios sem os respectivos apoiantes saberem o que estão a apoiar. Difícil? Sim, ao que parece a estratégia parece apontar para uma espécie de "anilhar" de um conjunto alargado de pessoas que, com promessas ou com ilusões, acabarão por estar a apoiar o único tipo que nunca apoiariam na vida. Ou seja, vão acabar por ser "anilhados" de forma fria e consentida, pois quem não se guia pelos seus princípios acabará por cair por falta deles. Depois dos nomes, talvez faça uma análise aos opostos que, afinal, se atraem!

Pensalamentos #99

Saber a missão e conhecer como vencer,
mas não ter as armas para combater.

Eis o indecifrável semblante que ressuma ironia.

quinta-feira, julho 18, 2013

Entrevista ao Portal Bombeiros.pt

Caso vos interesse, leiam o que disse ao Portal Bombeiros.pt sobre o Projecto Sérgio Rocha. A entrevista e texto introdutório são da responsabilidade de Nicolas Reis, aluno do curso de Ciências da Comunicação da Universidade da Beira Interior (UBI). Leiam aqui.

quarta-feira, julho 17, 2013

terça-feira, julho 16, 2013

Pensalamentos #97 - a olhar para a Guarda

 
(Uma luz na floresta negra - Óleo sobre tela - de Daniel Martins)

De facto, as cidades são seres inesperados e amorfos, onde qualquer lógica moral perde o sentido mal interesses superiores se mostram. Quem pensaria que delas poderia sair algum tipo de exemplo moral, ao bom estilo dos heróis que cavalgam a terra em busca do bem supremo (veja-se por exemplo a literatura sobre a Demanda do Graal), está hoje, como eu, plenamente convencido de que, mais do que seguir aquilo que realmente se sente e pensa, ela, a puta suprema e agregadora de poderes e de saberes, é falsa e interesseira. Talvez haja mesmo necessidade, perante este novos desenvolvimentos da cidade pardacenta, de questionar a sociedade de hoje se foi realmente benéfica para a população dita normal a passagem de um regime ostracizador para um regime de controlo nas sombras e ligeiramente aberto ao diálogo. Estas cidades de hoje (não lhes chamarei polis pelo conhecimento histórico sobre o funcionamento e a hierarquização daquele nome grego) são apenas carcaças quase putrefactas onde os abutres pousaram as garras e onde vão, ciclicamente, debicando as últimas amostras de vivência salutar. É nesta cidade, cheia de ruas escuras e de duvidosas palavras de liberdade, que eu me apercebo da demagogia e do engano consciente que muitos assumem. É esta cidade que me enche de raiva e de desilusão, e que me afasta de quem um dia olhei como uma lanterna que servia de guia pela escuridão dos tempos. É nesta cidade que caminho sozinho. 

quinta-feira, julho 11, 2013

Campanha: "Sabia que os seus actos não matam só árvores?"

(Clique aqui e consiga o pdf desta acção)

Foi lançada há dois dias a campanha de sensibilização "Sabia que os seus actos não matam só árvores?", destinada a toda a população e tentando criar bases de acção que nos levem a todos enquanto cidadãos a um comportamento mais responsável ao nível da prevenção de incêndios. A campanha é agressiva mas real, pois o resultado final de cada incêndio provocado por mão humana ou por um factor natural é de difícil previsão. No caso de Famalicão da Serra, no dia 9 de Julho de 2006, um acto grosseiro e abusivo deu origem a uma das maiores tragédias nos bombeiros em Portugal. E isto convém que não seja esquecido! Se vir uma queimada a ser realizada sem a presença das autoridades competentes, comunique para os números 112 ou 117! Se vir trabalhos com máquinas junto à floresta num dia de calor intenso, avise as autoridades pelos números 112 ou 117! Se se aperceber de movimentos estranhos de pessoas ou viaturas junto de mato ou florestas, comunique de imediato às autoridades pelos números 112 ou 117 e fixe informações como matrículas ou outras formas de identificação! Todos os anos há bombeiros que morrem ou ficam gravemente queimados nos incêndios de forma a protegê-lo a si! E a si só lhe pedimos que nos ajude a defender aquilo que é seu e nosso! Custa assim tanto tomar a decisão de se proteger? 

Partilhe esta mensagem por todos os seus familiares e os seus amigos! Ajude-nos a ajudá-lo! Ajude-nos a evitar que mais caixões nasçam das cinzas carregados com um dos seus amigos ou familiares!

quarta-feira, julho 10, 2013

Sabia que os seus actos não matam só árvores?




No dia 9 de Julho de 2013, dia em que se assinalam os 7 (sete) anos do acidente de Famalicão da Serra que matou seis homens, o Projecto Sérgio Rocha, em colaboração com a Afocelca, a Freguesia de Famalicão da Serra, os Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra, o Portal Bombeiros.pt e o atelier Puro, lançou uma campanha de sensibilização para a prevenção de comportamentos de risco que originem incêndios florestais. Subordinada ao lema “Sabia que os seus actos não matam só árvores?”, a campanha é provocatória e incomodativa, uma vez que apresenta uma paisagem queimada onde se destaca a imagem de cinco caixões colocados no meio da queimada, logo debaixo da pergunta que serve de lema e da imagem do bombeiro Sérgio Rocha. Esta campanha tentará atingir o máximo de público possível, havendo vontade, por parte dos promotores, de a transformar numa campanha nacional.

segunda-feira, julho 08, 2013

Pensalamentos #95

Passam os carros e as gentes que neles iam
mais o vento e os raios de um sol quase eterno
Passam todos os gritos do mundo
e os seus ecos que quase falam

Mas eu sentado fico
a olhar o fio a desenrolar-se
e a apreciar os movimentos
determinados
na urdidura de outros tempos

domingo, julho 07, 2013

Repentes #28 - os fins educativos

Há um pequeno pormenor em tudo aquilo que se chama relação educativa/ pedagógica que me deixa sempre incomodado. Não é fácil de explicar, mas nunca me dei bem com os finais de ano ou com o finalizar de um curso. E o curioso é que sempre pensei que nos cursos com adultos seria diferente, que aquele corte seria mais suavizado e que a distanciação seria mais simples. Mas não é! Há, nestes encontros e desencontros educativos, uma relação de maturidade, de atenção aos problemas dos outros e de olhares perdidos que nós (educadores) tentamos tantas vezes decifrar que me afectam de forma real. Já terminei alguns cursos e estive à espera para perceber se isto só me acontecia num dos sítios, mas a realidade é que fico sempre com uma sensação de perda. Enfim, talvez o problema seja só meu e esta atitude e percepção não devam fazer parte desta relação entre quem é professor e os seus alunos.