quinta-feira, fevereiro 07, 2013

Repentes #18 - Investimentos naquilo que é nosso

Soube-me bem ver ontem o programa "Portugal de..." com o jornalista Ricardo Costa. Como é comum dizer, não conheço muitas ideias dele para além daquilo que passa na televisão, que como todos sabemos é uma imagem demasiado limitada para ser levada a sério, mas bastaram duas ou três ideias para perceber que o homem "não é tolo de todo".
Pois bem, concordei com ele especialmente em dois assuntos: a invasão da "sagrada família da economia", que é o mesmo que dizer "troika", e o investimento estratégico no ensino do português no estrangeiro. O primeiro dos assuntos é uma questão que me perturba e me deixa cada vez com mais dúvidas. Não é que este homem, que sentiu na pele as anteriores vindas do FMI, levantou a lebre e disse que em termos de futuro do país não percebe o que este "trio maravilha" está a fazer em Portugal? Porque é que estão por aqui a "orientar" uma tropa cada vez mais fandanga que não tem estratégia para o país? Eu até tentava explicar isto com palavras brutas ou agrestes, mas prefiro fazer uma pequena alusão: a satisfação e o silêncio que os senhores dos bancos e dos grandes grupos económicos assumiram é para estranhar! No segundo caso, o do investimento estratégico, o homem fez uma alusão que é essencial e que parece que ninguém vê: a atracção de investimento faz-se através da sedução pela cultura. E que melhor embaixador do que alguém que ensine Português e a cultura portuguesa? O problema é que quanto mais cultura há, menos controle social há, pois se "as palas" forem rejeitadas descobrem-se todas as porcarias que os pequenos ditadores querem impor.    

terça-feira, fevereiro 05, 2013

Pensalamentos #72

No sem luz
do dia,
virando a esquina
mais apertada,
a Noite
dá-me silenciosa
o pensamento
da ausência
encontrada

segunda-feira, fevereiro 04, 2013

Pensalamentos #71

A porta
entreaberta
pelo medo
recusa a luz
e as gentes
honestas
que junto dela 
morrem

domingo, fevereiro 03, 2013

Investigador da Guarda em destaque no Portal Bombeiros.pt


"Sempre curioso e disponível para aprender, Elmano Silva tem 44 anos e iniciou há 28 anos a sua ligação ao mundo da emergência (na coluna de socorro Henry Dunnant da Cruz Vermelha) e ao universo da proteção civil (no serviço regional de proteção civil da Madeira). Licenciado em Sociologia, Mestre em Sociologia, Pós-Graduado em Proteção Civil, mestrando em Proteção Civil, Oficial Bombeiro no CB de Fornos de Algodres, Mestre Florestal Principal e Técnico superior de Proteção Civil, é o convidado de Fevereiro na rubrica “à conversa com”." (Fonte: Portal Bombeiros.pt)

Ler mais aqui.

sábado, fevereiro 02, 2013

Repentes #17 - Escritor "freelancer"

Dada a vocação que vou tendo e o desafio constante a que o empreendedorismo nacional me vai obrigando, darei início em breve à minha carreira de freelance writer. Caso queiram já conhecer mais (uma vez que esta profissão pode englobar também trabalhos de produção editorial), podem contactar-me pelo email: danielroc@gmail.com .

Pensalamentos #70

E a ferida
aberta
e sanguinolenta
vai largando
vivas

quinta-feira, janeiro 31, 2013

Surpresas no meio da Serra da Estrela

São surpresas que nos fazem olhar de novo para os sítios por onde passámos os olhos com descuidada atenção. Aconteceu isso, dizem os meios de comunicação social, com o escritor Gerrit Komrij que, sendo famoso e muito considerado na Holanda, viveu durante grande parte da sua vida "escondido" em Portugal. Perderam-se com este desconhecimento imensas oportunidades para um cruzamento real de experiências e aprendizagens, digo-o eu com toda a segurança.
Daí que aqui por Gouveia descobri um grupo de holandeses que, nem eu desconfiava, têm uma capacidade imensa de adaptação e de criação. 
Ver mais sobre a Quinta das Cegonhas e sobre os artistas Jos e José van de Hoogen.

quarta-feira, janeiro 30, 2013

Pensalamentos #69

o silêncio escondeu-te
dentro do ocaso
de um som
negro

Crónica da escatologia financeira - 07. Crónica Diária na Rádio Altitude (4.ª temporada)

1. A “festa nacional”, tão popularizada na voz estridente da Milu (antiga Ministra da Educação e actual Presidente da Fundação Luso-Americana), parece ter regressado ao panorama nacional. Não a festa como sinónimo de novas obras, de novos contractos de parcerias duvidosas com os privados ou de novos lugares de ouro para gente sortuda. A festa, durante a última semana, foi de alívio pelo regresso aos mercados a uma taxa de juro inferior (signifique lá isso o que significar!) que me cheirou a mim a um daqueles pratos bem condimentados e repletos de picante. A taxa de juro do empréstimo de dois mil e quinhentos milhões de euros, a cinco e a dez anos, ficou num patamar de cerca de 5% e o Gaspar sorriu. Eu, na minha leiguice económica, estremeci! 

(...)

Moimenta da Serra, 28 de Janeiro de 2013 
Daniel António Neto Rocha 

(Excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 29 de Janeiro de 2013 - disponível em podcast em Altitude.fm)

Pensalamentos #68

em tempos de guerra

enquanto uns
e outros
se digladiam em torno do poder

o mortal 
respira
e aspira
contando os segundos
até ao fim
do seu tempo

terça-feira, janeiro 29, 2013

Repentes #16 - A fome e o crime






Esta imagem não é de uma criança portuguesa, mas, pelo que acabo de ouvir na rádio TSF, não deverá tardar a que imagens de crianças portuguesas venham a ser muito iguais. "Em Guimarães, um Jardim Infantil foi assaltado. Os únicos produtos roubados foram dois pacotes de leite e quatro embalagens de farinha láctea." Estas foram as palavras que me deixaram quase sem reacção... Para onde estamos a andar?

Pensalamentos #67

E o pior
no meio do paraíso ensurdecedor
é ficar 
com a certeza de morrer
um dia
mas com os olhos
bem abertos
para tudo
o que é
mau

domingo, janeiro 27, 2013

Hipócritas Profissionais #1

Recebi uma mensagem na minha caixa de email de um empresário, gestor e director de algo  da Guarda que fazia apelo a um chavão que se vai desenvolvendo nos últimos tempos e que apela ao orgulho português naquilo que é nosso para poder vender mais um curso. É mais ou menos aquilo do compre o que é nosso! Apaguei o email de imediato, pois podia contaminar-me o pc, não fosse aquele senhor um carneiro de estimação de alguém que diz que prefere que as pessoas que trabalham para ele sejam de fora da Guarda, porque não têm vida pessoal na cidade!

Medidas (algumas politicamente incorrectas) para terminar com a crise #5



É a medida que se apresenta mais de acordo com os tempos que correm em Portugal Continental, já que pelas Autónomas não se sabe o que está a acontecer. E tenho a certeza que o meu amigo Gaspar terá toda a vontade em fazer cumprir esta medida. Já nós população... Alguns sim! Outros não! Uma grande parte nem sequer quer ouvir falar disto! Pois bem, parece-me que não há receita fiscal suficiente para satisfazer a gula governamental e, por esse facto, o Governo prepara-se para baixar ordenados e despedir na Função Pública. Criando mais desempregados com direito a Subsídio de Desemprego e provocando um problema nos planos de pagamentos e gastos daqueles trabalhadores que vêem os rendimentos bem reduzidos de uma hora para a outra. Daí que é um problema! Já ao nível dos outros trabalhadores o pior é mesmo a falta de trabalho e a precariedade, mas isso não deve preocupar em demasia o Governo que continua a querer cobrar a Comparticipação para a Segurança Social aos trabalhadores mesmo nos meses em que não têm rendimentos. A minha sugestão! E que tal se, em vez de nove meses a pagar ao Governo, nós passássemos um ano a trabalhar em exclusividade para ele? Calma... Não estou a provocar uma maior despesa salarial ao Estado. E que tal se o Governo estabelecesse connosco um contrato deste tipo: o Governo garante a todos os trabalhadores (do público e privado) e reformados o pagamento das suas dívidas mensais e das suas necessidades básicas, não deixando que as pessoas vivessem com dignidade; o trabalhador comprometia-se a não receber salário durante um ano, fazendo com que todo esse dinheiro servisse para ajudar o Governo a resolver o problema da dívida no imediato; esta medida seria aplicada a todos os portugueses, desde o Presidente da República até ao pedinte mais pobre (desculpem lá este pleonasmo).
Passado um ano: os portugueses teriam a sua contribuição plenamente cumprida (nem sei por quantos nos) e o Governo provaria se é realmente um bom gestor ou só um bom gastador.