sábado, dezembro 08, 2012

Pensalamentos #61

3.

Seguir sempre as intenções
e vergar a espinha perante a fé
que se assemelha a algo divino.
Não é preciso acreditar, basta parecer!

sexta-feira, dezembro 07, 2012

Revista Praça Velha n.º32

No próximo dia 13 de Dezembro, pelas 18 horas, acontece na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço - Guarda, o lançamento do número 32 da Revista Praça Velha. Neste número colaboro com poemas de teor mais dolente, que espero que o caro leitor consiga compreender e apreciar. Para além desta colaboração, serão alvo de recensões críticas o meu "Refracções em três andamentos (poesia)" e o meu "Julgamento e Morte do Galo do Entrudo - 2012 (teatro)". Estou com curiosidade para conhecer o que a "crítica" diz destes meus trabalhos e para conhecer o nome dos que manusearam a pena.
 

"O 32º número da Revista conta com colaborações de Carlos d’Abreu/Emilio Rivas Calvo, Pedro Carvalho/João Carlos Lobão/ António Carlos Marques, Rui Pissarra, João Bigotte Chorão, Manuel a. Domingos, Maria de Lurdes Sampaio, Carlos Barroco Esperança, Célio Rolinho Pires. Portfolio é da responsabilidade de Daniel Margarido. A Grande Entrevista a Valentín Cabero Diéguez é conduzida por Fernando Paulouro. Poesia conta com a participação de Daniel Rocha e João Esteves Pinto. Recensões críticas de livros e cd’s incluem colaborações de José Manuel Mota da Romana, José Luis Lima Garcia, José Monteiro, Antónia Terrinha, Fernando Carmino Marques, Teresa Correia, António José Dias de Almeida, Adelaide Lopes, Joaquim Igreja, Antonieta Garcia, Manuel Sabino Perestrelo, Aires Almeida, e Pedro Pires. Este número termina com a já habitual Súmula de Atividades Culturais." (Fonte: TMNEntradaLivre)

quinta-feira, dezembro 06, 2012

Crónica Bombeiros.pt: Ventos de mudança!

1. É um mundo completamente avesso e cheio de complexas incoerências este em que nós vivemos. Se, por mero acaso, já nos habituámos a coexistir com as grandes tempestades junto aos Estados Unidos da América, parecemos ainda não ter percebido que o clima se alterou e que hoje até nós, gente feliz mas esquecida do passado tremente, estamos susceptíveis a ser atingidos com violenta afeição por um qualquer fenómeno habitual de outros quadrantes. Assim tem acontecido e, estranhamente, continuamos a deixar que tudo se resolva de forma natural, ou seja, com o velho ditado originário do futebol: “Pontapé para a frente e fé em Deus!” Mas, não sabemos já todos que não se combatem as contrariedades só com o espírito voluntarista que, felizmente, ainda vai sendo apanágio do povo português? Os recentes casos dos tornados, o mais recente no Algarve mas não se esqueçam daquele que atingiu a região centro do país no ano passado, vieram colocar a nu uma questão fundamental que exijo que seja respondida pelas entidades competentes: há algum plano formativo a aplicar nas corporações de bombeiros no que diz respeito à reacção a fenómenos meteorológicos extremos? Sim, dirão que o DECIF está preparado para enfrentar um determinado número de eclosões provocadas por altas temperaturas, mas e no que diz respeito a fenómenos provocados por movimentações de ar extremas? Talvez fosse bom que esta variante de acção começasse a ser tida em conta na equação do socorro em Portugal. 

2. E chegamos ao ponto mais interessante desta crónica. Aparentemente conseguimos, a partir destes dias frios de Dezembro, atingir a condição perfeita em termos de Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC). Não, não sei coisas que o estimado leitor não saiba também. Parece-me é que, pelas sorridentes reacções que tenho lido à provável (certa?) substituição do Comandante Nacional Vítor Vaz Pinto pelo CODIS de Leiria José Manuel Moura, há demasiada gente satisfeita ou aparentemente satisfeita com esta troca no topo da pirâmide operacional. Ao nível curricular conheço muito pouco do futuro (?) CONAC, mas parece ser alguém interessado em melhorar sempre (tendo em conta o número de especializações na área do socorro que tem efectuado), o que é muito positivo para todos aqueles que pensam que é na constante actualização de conhecimentos que está o futuro de todas as áreas do país. Sendo assim, e pressentindo-se já um imenso mar de alterações na organização da estrutura de Comandos Distritais do país, só gostaria que as futuras notícias nos dessem a perceber se existe ou não da parte deste homem (convém lembrar que é um homem, com feitos e defeitos, e que não passará num golpe de asa a ser um deus omnipotente e omnisciente!) uma abertura real para os problemas que atingem a base do socorro e que são constantemente varridos para zonas mais recônditas do “nem sei nem quero saber”. 

3. É esta a prenda que desejo que o novo ano (que todos antevemos difícil e penoso) possa trazer a toda a estrutura da ANPC: um olhar real e preocupado sobre os nossos problemas e sobre os futuros problemas do socorro do país, não deixando de ser coerente com o rigoroso cumprimento de todas as missões.


Guarda, 5 de Dezembro de 2012 
Daniel António Neto Rocha 

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 5 de Dezembro de 2012)

quarta-feira, dezembro 05, 2012

Medidas (algumas politicamente incorrectas) para terminar com a crise #4

Se o Governo pede emprestado ao exterior (dizem que!) por obrigação, pagando aquilo que o exterior exige, porque é que o Governo não cria um sistema de empréstimos a partir dos salários dos portugueses, pagando um juro parecido com o que paga no exterior?
Em contas: se o Governo exige que se faça uma retenção em sede de IRS no valor de (imaginemos) 200 euros, porque é que não permite aos cidadãos que essa verba possa ser alterada, permitindo ao comum cidadão emprestar ao Estado um valor maior (250 euros) do que esse e recebendo esse cidadão um pagamento de juros (250+juros- IRS) pelo dinheiro emprestado ao Estado?
No final de contas, o cidadão até podia não receber os juros, pois estes seriam contabilizados como imposto (IRS), mas receberia todo ou parte do dinheiro que tinha entregue em sede do IRS. Quanto ao Estado, não teria de pagar os juros assassinos que ultimamente tem gostado de pagar.

Crónica da água no bico e das histórias com éguas dentro - 03. Crónica Diária na Rádio Altitude (4.ª temporada)

1. Aprender a duvidar da própria sombra quando ela se apresenta perfeita demais é um princípio que nos deveriam ensinar logo nos primeiros anos de escola. Ao contrário daquilo que se vai vendendo e procurando inculcar na sociedade, nem sempre o elogio ou o panegírico é algo que deva ser levado a sério, pois a maior parte das vezes traz anexada uma intenção claramente falsa e com propósitos muito suspeitos. Daí que já aprendi a usar uma expressão tão querida ao povo de cada vez que alguém me diz que fulano ou sicrano proferiu isto ou aquilo em meu favor. A expressão, como todos facilmente reconhecerão, é “Isso traz água no bico!” e significa que alguém pretende fazer algo a seguir ao elogio que é quase sempre negativo para o elogiado. Em Portugal, como já todos percebemos, a onda de elogios é sempre idêntica e apesar de Portugal “ter a geração mais preparada de sempre” e de o “povo português ser o melhor do mundo” percebe-se claramente que o elogio serve apenas para encher balões. Assim sendo, compreendem-se as salvaguardas de quem ouve estas palavras e ouve nelas não um elogio ou uma qualquer constatação, mas sim uma tentativa de criar falsas expectativas e esperanças num futuro que se espera melhor que o presente, mas não para os elogiados. 

 (...)


Guarda, 3 de Dezembro de 2012 
Daniel António Neto Rocha 

(Extracto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 4 de Dezembro de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm

terça-feira, dezembro 04, 2012

Medidas (algumas politicamente incorrectas) para terminar com a crise #3

Cá venho eu com mais uma das minhas teorias económico-sociais que permitirá ao país salvar-se sem matar ninguém à fome. Pois bem, penso que para alturas excepcionais (em que até se rompem bolsos por tanto lá procurar o dinheiro que já não há) a Europa terá de perceber as nossas medidas quase radicais. A minha pergunta, em jeito de sugestão, é: Porque não criamos um modelo de imposto de valor acrescentado (IVA) com produtos nacionais nos 6% e 13%, e todos os produtos importados taxados a 23% e, para produtos de luxo, 30% ou mais?

segunda-feira, dezembro 03, 2012

Nota sobre o lançamento e apresentações: "A casa incendiada", de Américo Rodrigues


No próximo Sábado (dia 8 de Dezembro) será lançado o livro "A casa incendiada", de Américo Rodrigues. Conhecendo eu (bem!) a obra que antecedeu esta, o "Acidente poético fatal", estou com muita curiosidade em perceber aquilo que as entrelinhas já explanavam. Eu vou até lá, à Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço - Guarda.
Mas há mais apresentações e actividades relacionadas com este livro (conferir aqui)!

sexta-feira, novembro 30, 2012

Guarda: Livraria da BMEL

A partir de hoje o livro Refracções em três andamentos também estará à venda na Livraria da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na Guarda.

quarta-feira, novembro 28, 2012

Repentes #12 - Breves enganos

No passado fim-de-semana, como sabem, estive envolvido em mais um grande espectáculo no Teatro Municipal da Guarda (TMG). O meu personagem era um homem martirizado pelo mundo e pela doença, o que me dizem que foi bem visível durante toda a peça. Pois bem, o feitio deste homem, Alberto Aleixo Azevedo, ficou bem marcado nas pessoas que andaram em ensaios atrás de ensaios até ao desenlace final. O comum no início e fim dos ensaios e dos dias do espectáculo era perguntarem as Sr. Azevedo: "Está bem disposto?" E eu ria-me, pois parece que o tipo estava mesmo lá durante os ensaios, o Azevedo! O melhor de tudo, porém, veio nos dias do espectáculo quando uma pequena actriz (da qual me permito preservar o nome) se chegou ao pé de mim, enquanto eu relaxava ouvindo música, e perguntou: "O que está a fazer, Sr. Azevedo?" Ao que eu respondi: "Estou a relaxar!" No dia seguinte, a pequena actriz bateu à porta do camarim onde o Sr. Azevedo ganhava formas e perguntou: "Então o Sr. Azevedo hoje não vem relaxar? Já trouxe a minha música para ir também relaxar!" Pequena M., não te esqueças: "Segunda fila, lugar 14!"
E no final de contas a pergunta fica no ar: "Mas o Sr. Azevedo não era um tipo mal-disposto?"

segunda-feira, novembro 26, 2012

Pensalamentos #60

Quão terrível dom este
que nos obriga a viver
sem o conseguirmos fintar.
Quão tenebroso desígnio
este de acordar de cada sonho
para poder respirar
mesmo o ar fétido dos dias.

quinta-feira, novembro 22, 2012

02. Crónica da Teoria da Rolha ou dos afogados - Crónica Diária na Rádio Altitude (4.ª temporada)

1. Haverá momentos em que uma crónica pensa em emigrar dada a míngua de assuntos novos que a mereçam. É que este país, para além de não ter nada em que os seus contribuintes se possam empregar, ainda tem o condão de obrigar a pobre crónica a voltar sempre ao assunto do costume: o embuste político nesta espécie de passerelle política onde feios e incapazes “boys” e “girls” passeiam as suas contas em constante aumento. Por isso, crónica, pobre crónica, hoje fugimos destes temas que nos perseguem e fugimos em direcção ao mundo do faz de conta, em que todos nós somos gentes felizes e em que o pessoal não pensa só nos amiguinhos dos tempos do PREC e dos tempos das deliciosas soirées em plena boulevard de Paris!

(...) 

Guarda, 19 de Novembro de 2012 
Daniel António Neto Rocha 

(Excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 20 de Novembro de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)

domingo, novembro 18, 2012

Desta vez não escapei...

Foto antiga do Sanatório. Hoje está diferente.

"Caros amigos, é com alguma preocupação que vos digo que por conselho médico serei internado no sanatório da Guarda a partir de Quinta-feira. Apesar dos temores que me acompanham, sei que deverei contar com algumas visitas da vossa parte. O problema é respiratório! E somos tantos ali naquele sítio onde a doença impera. Não sei se escaparei!"

(Azevedo)

Podem encontrar mais informações sobre o horário das visitas neste link: Visitas a doentes internados no Sanatório da Guarda

Guarda: Sopro Vital (23, 24 e 25 de Novembro de 2012) (actualizado)



É já no próximo fim-de-semana! Vão ver pois irão gostar!

"Nos próximos dias 23, 24 e 25 de Novembro a Guarda comemora o seu aniversário com um espectáculo comunitário que contará com o envolvimento de centenas de participantes das colectividades e associações do concelho, bem como músicos e actores da cidade, bem à semelhança das anteriores edições: “Guarda: Paixão e Utopia”, “Guarda: Rádio Memória” e “Guarda: A República”. Em “Guarda: Sopro Vital”, desta vez é o “Ar” o protagonista de toda a trama, ou não fosse a Guarda, cidade distinguida pela Federação Europeia
de Bioclimatismo com a insígnia “Cidade Bioclimática Ibérica”. Em palco, personagens reais e outras inventadas arquitetam ideias para a cidade num tom surrealista e bem-humorado. É assim “Guarda: Sopro Vital”. Trata-se de um espetáculo produzido em parceria pela Câmara Municipal da Guarda, pelo Teatro Municipal da Guarda e pelo Trigo Limpo – Teatro ACERT, com a coordenação geral de Américo Rodrigues, o guião e textos de Américo Rodrigues, João Neca e José Rui Martins, a encenação de José Rui Martins, a assistência de encenação de João Neca, a direcção musical e música original de César Prata, a cenografia de José Tavares e o vídeo de Mecca (RM21). No elenco do espetáculo: João Pereira, Carlos Lopes, Pedro Sousa, Alcides Fernandes, António Rebelo, Américo Rodrigues, Filipa Teixeira, Albino Bárbara, Daniel Rocha, Agostinho da Silva, Ana Luisa Neves, Carla Morgado, Elisabete Fernandes, Vanda Rodrigues, Rui Pedro Dias, Luís Teixeira, Ronaldo Fonseca, Sá Rodrigues, Sérgio Currais, José Rui Martins, Honorato Esteves, António Godinho, Carlos Morgado, Anabela Chagas, Helena Rodrigues, José Monteiro e João Teixeira. As coletividades participantes são: Aquilo Teatro, Ronda do Jarmelo, Associação Cultural Social e Recreativa da Sequeira, Grupo de Cantares da Arrifana, Gambozinos e Peobardos, Conservatório de Música de São José, Rancho Folclórico do Centro Cultural da Guarda, Grupo Coral Pedras Vivas, Camponeses de Aldeia do Bispo, Grupo de Cantares “A Mensagem”, Clube de Montanhismo da Guarda e “Ontem, Hoje e Amanhã” de Maçainhas." (Fonte: TMG)

sábado, novembro 10, 2012

Boas ideias: Biblioteca do Liceu e o Clube "Os Poetas Vivos"


Antigamente (no meu antigamente) era assim!


São ideias que valorizam não só o poeta escolhido mas também os alunos e os professores que se envolvem nessa actividade. Neste caso, deixem-me desde já agradecer! 
Está neste momento a decorrer na Guarda (e até ao final do mês de Novembro) no Centro de Recursos - Biblioteca Escolar da Escola Secundária Afonso de Albuquerque (ESAAG), uma "mostra" dedicada a este vosso amigo. A iniciativa intitula-se Clube "Os Poetas Vivos".
Na Biblioteca poderão encontrar o livro e os cadernos que já publiquei, algumas das minhas preferências de leitura (neste caso adequadas aos níveis de ensino leccionados na ESAAG) e, se não estou em erro, alguns trechos das crónicas que fui publicando em versão radiofónica na Rádio Altitude (para o ano sairá um volume, com todas as crónicas publicadas na Rádio - terá também um CD com algumas das crónicas que marcaram os dias e os ouvidos das gentes guardenses - e no Portal Bombeiros.pt, assim como uma colaboração com o "Expressão" - o jornal escolar da ESAAG). Por acaso, gostaria que o lançamento do meu livro de crónicas fosse feito neste local, mas isso será outra história.
Eu passarei por lá em breve, para me sentir orgulhoso de uma escola que cuida da sua própria memória e que vai enriquecendo o património educativo da Guarda a cada ano que passa.
Bem-hajam!  

sexta-feira, novembro 09, 2012

01. Crónica Diária na Rádio Altitude (4.ª temporada) – Crónica Americana ou do Autoclismo


1. Hoje é mais um daqueles dias em que a palavra mudança assume contornos reais e ilusórios, dada a impossibilidade que a honestidade tem de ganhar em qualquer parte do mundo. É impressionante como num mundo em que tudo está controlado pelo lucro e pela escravidão existem estes espaços de luz e de ar puro que nos vão aliviando o sofrimento com contornos de liberdade. Há quatro anos atrás uma onda de confiança e de crença varreu o mundo. Há quatro anos atrás, do outro lado do Atlântico, veio uma lufada de ar fresco que prometia agitar todo o globo e condenar a tirania e a escravidão ao desaparecimento. Há quatro anos atrás eu acreditei que poderia de facto acontecer algo bom. Sim, estou a falar da incrível eleição de Barack Obama como presidente daquele que todos admitem ser o país mais democrático do mundo. E realmente a democracia funcionou e o povo escolheu o seu representante. Aquela eleição marcou uma completa reviravolta naquilo que era o sistema quase monárquico a que o país dos hambúrgueres nos tinha habituado. (...)

Guarda, 05 de Novembro de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 06 de Novembro de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)