1. Ano novo, vícios e artimanhas velhas! Poderíamos nós viver num país onde tudo funcionasse às mil-maravilhas? Poderíamos, mas não era a mesma coisa! É que isto de andar sempre enrascado tem a sua piada e precisamos urgentemente de quem nos faça rir, pois chorar já nos fazem há quase novecentos anos. Como é óbvio, os desejos de início de ano sucedem-se e repetem-se. Para uns, o bom era estar a milhas de Portugal. Para outros, mais pobres, já era bom conseguir sobreviver em Portugal. Para os altos cargos na banca e governo da Nação, os desejos são ainda mais complexos e tem sido complicado, para eles, descobrir qual dos amigos de caçada ainda está em dificuldades e a precisar de um aumentozito salarial. E há, ainda, muitos e melhores desejos de início de ano, mas confesso que a minha imaginação não anda à velocidade da mestria trafulha e não atinge tamanha sofisticação criminal. Como todos poderão observar, neste círculo à beira-mar plantado, o novo ano começa com uma fantástica acreditação de qualidade, feita pelas máfias internacionais, à capacidade inventiva e criativa dos responsáveis maiores do nosso país.
(...)
Guarda, 03 de Janeiro de 2011
Daniel António Neto Rocha
(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 04 de Janeiro de 2011 - disponível em podcast em
Altitude.fm)