quarta-feira, dezembro 09, 2009

Desculpa, Fernando Pessoa!


Com todos os afazeres e distrações que tenho tido, não assinalei aqui uma data que é importante destacar. 30 de Novembro de 1935. Que eu saiba, não aconteceu nenhum facto digno de realce na política portuguesa (e ainda bem!), mas aconteceu uma grande perda na sociedade portuguesa. Se estive atento e se reparei bem, não houve uma única referência ao facto de terem passado 74 anos da morte de Fernando Pessoa (meu Mestre!) e dos outros todos que eram ele. De uma assentada, faleceram os grandes poetas da língua portuguesa e perdeu a sociedade portuguesa uma oportunidade única de ter um Prémio Nobel da Poesia que, creio-o, seria o único pacificamente aceite pela maioria dos leitores em Portugal.
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Nota - Dias antes do dia 30 de Novembro de 2009, dizia eu (como factor motivacional através da curiosidade e dos seus interesses pessoais ou ausência deles) aos meus alunos de 3.º ano (o equivalente ao 12.º do ensino regular) assim que chegaram de estágio e se preparavam para iniciar o estudo da Obra de Fernando Pessoa e dos seus "EUS" outros: "Meus caros, notem que Fernando Pessoa educou-se com uma dose infindável de cultura britânica. Aliás, reparem que uma das cidades onde se vai realizar o Mundial de Futebol de 2010 é a cidade onde ele cresceu e onde frequentou estudos - a cidade de Durban." Fado português, "factum" latino ou "anankê" grega, o facto é este: no dia 25 de Junho de 2010 (se não me engano e estou com preguiça para comprovar) realiza-se na cidade estrangeira mais pessoana um encontro da língua portuguesa. O Portugal - Brasil desse dia na cidade da adolescência de Pessoa será o factor mítico para o mundo tomar conhecimento do facto de ter havido um português admirado mundialmente pela sua arte literária que passou por ali. Gosto de pensar que será um dia de esplendor da língua portuguesa no mundo.

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Aqui fica um dos meus poemas favoritos deste grande Mestre:

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Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.
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Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?
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É conhecido, bem sei, mas estará bem compreendido?

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