terça-feira, abril 22, 2014

Pensalamentos #225 - gigantes

ter gigantes
sobre os meus ombros
empoleirados para um bem maior
e ser o garante
infeliz
da sua ascensão

quinta-feira, abril 17, 2014

Gabriel García Márquez: tanto que ficou por escrever


Em 2002, ano em que me divertia noite dentro com livros, Gabriel García Márquez lançava "Viver para contá-la" a então primeira parte daquilo que se pensava vir a ser uma autobiografia em dois volumes. "Devorei" aquele pequeno tesouro em dois ou três dias e esperava ansiosamente a sua continuação. Com o passar do tempo e com as más notícias que a saúde de García Márquez gritava, comecei a temer não vir a conhecer essa segunda parte. Hoje a pior notícia chegou! 
Claro que já algo naquele homem estava silenciado, fazendo lembrar o início do seu primeiro conto publicado, "A terceira resignação": "Ali estava outra vez o ruído. Aquele ruído frio, cortante, vertical, que tão bem conhecia já, mas que agora se lhe apresentava agudo e doloroso, como se de um dia para o outro se tivesse desabituado dele." E é este silêncio, tão pleno de palavras, que hoje ganha vida com a morte de um García Márquez que eu, na minha leitura, aprendi como simples e tremendamente vivo!
Até sempre, Mestre Márquez! 


A mais velha profissão do mundo

E ao contrário daquilo que os "gulosos" esperariam, não, não se trata de prostituição mas, sim, de algo muito similar. É impressionante como, em quem se quereria isento e capaz de analisar a realidade de forma coerente, se assiste à proliferação da opinião "nim". Esta, uma espécie de doença rara mas mais antiga do que a até agora apelidada como a mais antiga do mundo, consiste na avença (paga, claro está) a determinadas figuras que empestam jornais, televisões e rádios, e que se acotovelam na defesa intransigente do líder (que, leia-se, não é só o que tem o poder absoluto mas também aquele que tem os pequenos poderes) e das suas decisões, mesmo que estas sejam completamente contrárias àquilo que a figura opinativa pensa, ou melhor, acha!
É, portanto, a mais velha profissão do mundo: a de defensor do chefe de fila! 

Basta ler, ver ou ouvir um qualquer meio de comunicação social durante "o poder" de dois partidos diferentes para percebermos as incongruências discursivas de uns e outros. Custará assim tanto ser coerente? Ou o ganho pessoal é maior se optarmos por fazer de conta que até somos um pouco "esquecidos"?  

quarta-feira, abril 16, 2014

terça-feira, abril 15, 2014

As portas que Abril abriu #1 - fome

Vários relatórios indicam níveis tremendos de fome ao nível das crianças e a discussão mediática está centrada na forma como Portugal deve sair do empréstimo que a Europa e compinchas fizeram? 
As portas que Abril abriu são negras!

segunda-feira, abril 14, 2014

No comments #11

Banksy

Repentes #37 - os cargos

Há, no dias de hoje, uma interessante e preocupante questão que deveria ser interiorizada e pensada por todos: O que são cargos públicos? Pois bem, isto é algo que, hoje, tem uma leitura muito complexa e muito limitada, pois os cargos públicos de hoje são uma espécie de prémio que se dá a quem "ajuda" a chegar a um determinado sítio. No entanto, e da experiência de cidadania que cada um de nós deve ter, estes cargos devem ser de gente capaz e competente para melhorar a "coisa pública" que se gere. É este o caso em Portugal? Não, não, não. Não estará na hora de nós, eternos culpados pelo mal do país, começarmos a exigir e a forçar que haja responsabilidade, e não desvios, na gestão daquilo que nos sai do bolso? Vejam o caso das mais recentes notícias sobre fundos europeus e de um desejo intenso dos gestores portugueses em ter mais dinheiro para estradas. Isto é responsabilidade?

Pensalamentos #223 - colher

colher os frutos
sem sujar as mãos

sexta-feira, abril 11, 2014

Pensalamentos #222 - preocupação

a preocupação
ronda ronda ronda
em ziguezagues
turbulentos
em demandas singulares
em vistas curtas e umbiguistas
em ziguezague em ziguezague em ziguezague
olhando


pensando


em si

quarta-feira, abril 09, 2014

Pensalamentos #221 - sei

dar conta
dos dias e das horas das mentiras 
sensíveis
e correr
agressivamente
os segundos que faltam
para o fim

segunda-feira, abril 07, 2014

sábado, abril 05, 2014

Nova imagem da Câmara Municipal da Guarda

Ao ver as imagens e as frases (escritas e ditas) da nova "imagem corporativa" da Câmara Municipal da Guarda, nem sei como fiquei. 
Sim, cores vivas, alegres, parecendo que o arquitecto Tomás Taveira chegou à cidade, e merecedoras de enriquecer os próximos cartazes carnavalescos. Mas, sinceramente, é assim que deve ser uma imagem formal de uma cidade? Não concordo! E desculpem lá por isso! A justificação parece aparecer no vídeo de explicação da construção da nova imagem e a associação com "o dar cor à vida das pessoas" é demasiado demagógica e digna de figurar em manuais de enganos. A vida das pessoas, para este senhores, melhora apenas com o apogeu da "imagem" e da "cor"? Espero bem que não, senhores, e que este princípio seja apenas uma postura colorida para o lado fanfarrão da vossa actuação. Sim, estou a dizer que espero que também haja o outro lado - o do trabalho honesto e não ludibriante.
Por outro lado, a frase é dúbia em demasia (e eu até gosto de caleidoscópios linguísticos) e fez-me logo pressentir uma associação não muito favorável: "cada um por si". Admito que possa ser uma ligação estranha, mas sendo possível... leva ao descrédito. Para além disso, todos sabemos que existe ostracização na cidade, seja qual for o partido (pois as famílias, senhores, continuam a mandar). 
Para terminar, aquela pequena imagem associada à cultura... Não é possível colocar o ponto mais alto virado para baixo, rodando a imagem 180º? É que com aquele castanho... parece uma "poia"! Espero que não seja um mau prenúncio para aquilo que aí virá na cultura!

Já o facto de o designer dizer que se baseou numa caixa tridimensional... nem sequer vou comentar!

quarta-feira, abril 02, 2014

Crato desmonta o imbróglio



O texto que o jornal "Público" utiliza como forma de chamar a atenção da notícia na sua página do Facebook é elucidativo: "O mapa de Portugal regressa às salas de aula. Desta vez não há ultramar, só mar." Crato e os seus compinchas são a nova face de uma política antiga e incapaz de fugir à totalitarismo e à autodeificação. E até a colocação dos enganosos mapas é "aconselhada" para a mesma hora, numa estupidificante acção de propaganda ideológica e de aparente enobrecimento do acto. O senhor Crato não quer também rezar o "Pai Nosso" enquanto se agradece ao criador o facto de sermos portugueses cheios de água? (Nota: sou católico e percebo bem a ironia que utilizo.) Absurdo, estupidificante, presunçoso, arrogante e, também, de um nacionalismo "bacoco" e "balofo" que faz lembrar as mais primárias acções da corja de Salazar! "Não discutimos a pátria!" faltará afirmar a pulmões pujantes a este pequeno tirano de falsas insinuações. Grande Portugal, feito de água! Sim, agora é mais fácil perceber por que é que vamos metendo tanta e de forma imparável! Em mês de Abril, daquele Abril que se diz da liberdade, faltará alguém fazer uma grande análise aos valores de Abril que são preconizados e efectivados pelos "donos da democracia"! 

O senhor Crato virá dizer que ele, sim, viveu e sofreu com a ditadura. Eu, bem mais novo, não vivi nem sofri com "aquela ditadura". Conclusão: ele não aprendeu nada com aquilo que viveu e que (duvido, mas...) sofreu; eu aprendi com "aquela" e com esta que agora vivemos! 

segunda-feira, março 31, 2014

Teatro do CalaFrio: "MAS ERA PROIBIDO ROER OS OSSOS", de 9 a 12 de Abril no TMG



É, com toda a certeza, um novo projecto teatral com futuro garantido e com qualidade superior. A sua estreia é a 9 de Abril na Guarda, onde ficará também os três dias seguintes, e conta com a nota de criatividade de Américo Rodrigues e com uma equipa de actores fantástica.
A não perder!


"A partir de "Carta ao pai" e "Relatório a uma Academia", de Franz Kafka.

Neste espectáculo cruzam-se dois textos de Frank Kafka, um dos autores mais importantes (e perturbantes) da literatura ocidental: “Carta ao pai” e “Relatório a uma Academia”.

“Carta ao pai”- Em 1919, Franz Kafka escreveu ao seu pai, o comercian
te judeu Hermann Kafka, uma longa carta Na missiva, que nunca chegou a ser enviada, o escritor exprime a sua mágoa em relação ao um pai severo e dominador, que o autor apelida de “autoritário”, "tirano", "rei" e "Deus". Esta peça literária é, sobretudo, uma obra de auto-análise. Kafka escreve sobre a educação perversa que recebeu, considerando que lhe destrui a auto-estima e o condenou ao medo de nunca corresponder às expectativas. Uma sinceridade extrema trespassa esta carta que nos fala, implacavelmente, da nossa fragilidade como humanos.

“Relatório a uma Academia”- Kafka narra a história de um macaco que decidiu tornar-se humano, através de um processo de imitação; fumar cachimbo, cuspir, falar, etc. Depois de domesticado o macaco entrou para um teatro de variedades e chegou a tornar-se uma vedeta no mundo dos espectáculos. Aos sérios doutores de uma Academia revela, no entanto, que “no sexo” continua a ser um macaco. O percurso do símio e da sua transformação são contados de forma "científica", com toques de cariz rocambolesco plenos de comicidade.
"

sábado, março 29, 2014

Pensalamentos #217 - ?

dúvida

sentar-se a um canto
preso nas teias visíveis
olhar o vazio e as linhas cruas
enquanto, fora,
as ruas limpam os pés
silenciosos

quinta-feira, março 27, 2014

A não esquecer, porque é Dia Mundial do Teatro

Já sabem: vão ao teatro! Hoje, amanhã e sempre, mantenham um espírito de questionamento e não percam a oportunidade de apreciar o trabalho de quem tanto se esforça para vos agradar!
Mundo de outro mundo, o teatro vive muito para além da realidade, imitando-a, por vezes, e substituindo-a, quase sempre!
Gostava de poder editar hoje uma peça de teatro, mas terei ainda de esperar algum tempo para que isso possa voltar a acontecer. Para já, aqui fica uma imagem de uma das últimas peças em que tive o prazer de mergulhar. A foto é do Ricardo Marta. Apresenta um momento de uma das peças com que o Teatro do Imaginário (Manigoto) promoveu em Pinhel as Casas do Juízo! Na imagem têm o Daniel e o Daniel!


quarta-feira, março 26, 2014

Teatro: novos desafios

Gosto de desafios e o que se segue é bem diferente de quase tudo. 
Rua, envolvência, múltiplos cenários e um montão de oportunidades e dificuldades cénicas!
Estes desafios são formidáveis!

segunda-feira, março 24, 2014

Guarda sede das comemorações do 10 de Junho de 2014


Segundo o jornal A Guarda ( ver aqui ), Cavaco Silva, presidente da República, confirmou já a Guarda, cidade, como sede em 2014 das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Nada que me surpreenda, conhecendo-se a "filiação" e empatia que Álvaro Amaro tem com o actual Presidente da República.
Como costumo ser um rapaz que pensa por antecipação, já estou a começar a imaginar a lista de "ilustres" que merecerão a homenagem e as condecorações a que a praxe obriga. E, confesso, não me parece que a cidade se vá ver identificada em algumas delas, pois a onda cavaquista é bastante longa.
Quanto ao destaque nacional para a cidade, seja ele bem-vindo! 

domingo, março 23, 2014

"A poesia é o mistério de todas as coisas" com algumas fotos (actualizado)

Foto de poema com Canhoto musical (foto minha)

(Foto de Elsa Fernandes)

(Foto de Vasco Pires)
(Foto de Armando Neves)


Foi uma noite de intensa comemoração da poesia. Num ambiente intimista, rodeados de amigos, conhecidos e gente menos conhecida, lá nos envolvemos no agradável e tão enriquecedor mundo da poesia. Gostos diversos, sorrisos em dose industrial e a comunhão da liberdade e da diferença. Partilhei poemas meus e espero que tenham trazido aos presentes alguma da satisfação que o dia triunfal da criação de cada um deles me trouxe a mim. Foi uma boa noite e um amanhecer nocturno para a esperança guardense (pelo menos naqueles que partilharam a noite!). 

quinta-feira, março 20, 2014

O Dia Mundial do Teatro em Celorico da Beira: 29 de Março "A Casa da Memória" sobe ao palco


Ter uma peça escrita por nós a servir de celebração do Dia Mundial do Teatro é um prazer! E é isso mesmo que irá acontecer já no próximo dia 29 de Março, pelas 21h30, no Centro Cultural de Celorico da Beira. O Teatro do Imaginário, do Grupo de Amigos do Manigoto, vai apresentar "A Casa da Memória" em mais um palco do distrito e espero que possam ir ver o fantástico trabalho que fazem!
Não percam! 

"Comemorando-se no dia 27 de Março o Dia Mundial do Teatro, vai esta Câmara Municipal assinalar esta data, com a apresentação, no dia 29 , Sábado, às 21.30h no Centro Cultural , da peça de teatro “A CASA DA MEMÓRIA”, pelo Teatro do Imaginário – Grupo de Amigos do Manigoto.
"A Casa da Memória" é uma história de encontros e desencontros passada no centro de uma aldeia tipicamente beirã - o Manigoto. Por ali não faltam as brincadeiras de rua, as tropelias das crianças, as galinhas e os burricos, o sino a rebate, e as beatas, os padres, os apaixonados, e todo um imaginário registado desta aldeia do concelho de Pinhel. Humor e emoções, com um final em festa!
Encenação e imagem de Alexandre Sampaio a partir da obra “A Casa da Memória” de Daniel António Neto Rocha
Interpretação de: Ana Mesquita, Bernardo Cerdeira, Daniel Ferreira, Diogo Cerdeira, Diogo Paulino, Fernanda Fernandes, José Ferreira, Maria Gonçalves, Maria Luisa Mesquita e Sofia Paulino.
Desenho e operação de luz: António Freixo
Apoio cenográfico de : Abel Santos
" (Fonte: Câmara Municipal de Celorico da Beira)

Poesia, amanhã, na Guarda

Amanhã, apareçam e juntem-se a nós na celebração da poesia. Numa organização do Teatro do CalaFrio e da Casa de São Vicente, na Rua da Trindade, nº8A, Guarda, acontece a sessão A POESIA É O MISTÉRIO DE TODAS AS COISAS, assinalando o Dia Mundial da Poesia.
Participam José Neves, Valdemar Santos, Américo Rodrigues, Fátima Freitas, António Godinho, José Monteiro, o projecto Ai! (de César Prata e Suzete Marques) e o saxofonista Carlos Canhoto, entre outros.
Vamos ler poesia, respirar poesia e beber à poesia!
A sessão começa pelas 21.30 horas.

Em Pinhel, na Feira das Tradições 2014 (4)


O preço da vergonha universitária: 42 milhões de euros

Sim, ficámos hoje a saber o custo da traição que as Universidades portuguesas fizeram a todos os seus alunos, negando-se a tomar partido numa questão que as enterrou na lama da desconsideração e da nulidade das suas competências formativas.
Alguns meses depois de este mesmo Governo, que agora dá "lampeiro" a esmola caridosa, ter considerado que o trabalho das Universidades não merecia credibilidade, percebe-se o porquê e o custo do "silêncio compincha": 42 milhões de euros!
Este é, a partir de agora e sem a garantia de ser pago, o primeiro vislumbre (primeira tranche?) da vergonha universitária e, claro, o vislumbre daquilo que é o ensino universitário dos nossos dia: um mero ponto de passagem! Razão tinha Torga quando, com uma visão profética, declarou que tinha por lá passado "como cão por vinha vindimada." Nem ele reparando nela nem ela reparando nele. Claro está que, nos dias que correm, a Universidade repara no número de cabeças que por ali entram, mas só para efeitos contabilísticos, e não tem em consideração nada mais. É pena, pois a educação deveria ser o seu centro de acção!

«"Interrogado sobre se garantia que os montantes cortados em excesso nos orçamentos das instituições, relativamente aos que estritamente corresponderiam aos novos cortes salariais aplicados aos seus trabalhadores para 2014, o secretário de Estado respondeu afirmativamente, referindo que, com os dados da execução orçamental de Fevereiro, ou com os de Março, as contas seriam feitas e os orçamentos das instituições seriam reforçados com as diferenças (previstas em cerca de 42 milhões no total do sistema), na altura da aprovação do próximo orçamento rectificativo", lê-se num comunicado da Federação Nacional de Professores (Fenprof) divulgado depois da reunião.» (Público)

quarta-feira, março 19, 2014

Em idos tempos na Guarda #1

Uma aluna, daquelas nervosas e preocupadas com o muito que ainda havia para fazer,"bombardeou-me" um dia com mil e muitas perguntas sobre um trabalho que estava a fazer, um relatório. Hoje deparei-me com as respostas que lhe dei naquele dia e aqui fica um exemplo.


5.º - Na discussão e conclusões é para [fazer o] quê?

Na discussão... deves mandar vir contigo própria! E se aparecer a tua mãe, pai, irmãos, manda vir com eles também! Ok? Mais a sério... A discussão serve para tu referires o porquê de uma opção que tomaste. Porque não escolheste outra cor? Porque seguiste determinada ideia? Deves tentar fazer essa diferenciação.
Conclusões? Conseguiste bater em alguém? Deu resultado descarregar a fúria na pobre velhinha que passava na rua? Deves referir se o resultado final é satisfatório. Se evoluíste em relação ao que pretendias fazer no início do trabalho. Etc..


Se resultou? 

Boa pergunta! 

Penso que sim, pois o nervosismo e o excesso de dúvida têm de se combater com bom humor e com concentração no objectivo final!

domingo, março 16, 2014

Pensalamentos #215 - homicídio

mata-se
por dentro
homem maior e vacinado
mas não imune a doenças do foro interno
que tem problemas de localização
vulgo deslocalização
e que possui pouco tempo
não de vida mas de existência
mata-se
portanto
depressa e em boa hora

sábado, março 15, 2014

Em Pinhel, na Feira das Tradições 2014 (3)

Devo dizer que os responsáveis pela edição de vídeo fizeram um fantástico trabalho!


(Nota: participação do Teatro do Imaginário por volta dos 3:30 e 5:00 minutos)

sexta-feira, março 14, 2014

Pensalamentos #214 - sono

o dia infiltrou-se
nos ossos
nas veias
e nas sinapses irregulares
(que morrem devagar)

A não fusão na Guarda #1

"Vamos pedir ajuda a uma empresa especializada para fazermos uma análise profunda!"

"Essa empresa ainda não está escolhida, obviamente!"

Mais uma vez, é numa "empresa" que a conversa começa. As duas frases são da mesma pessoa e tratam dos passos que se seguem à não aprovação da fusão das empresas municipais da Guarda. Não me querendo repetir, mas mais uma vez, aí está uma análise que deve ser feita aos discursos e ditos das gentes com responsabilidade. Para quê tentar inventar, senhores?

quarta-feira, março 12, 2014

Pensalamentos #213 - observadora

tu, 
que altiva e dissimulada,
observas
espreitando
os passos vagarosos
esquece-te de ti
e olha
bem
para o teu vazio

terça-feira, março 11, 2014

O Homem Sem Cabeça

(Carregue nas imagens para aumentar)



















(alguns desenhos de José Paulo na adaptação para Banda Desenhada que efectuou do livro As Aventuras de João Sem Medo, de José Gomes Ferreira)

segunda-feira, março 10, 2014

Devaneios regionais? #1

Tive mesmo de ler mais do que uma vez, pois não estava a acreditar naquilo que lia (e desculpem-me a honestidade)!  Ver aqui.
Diz o Presidente da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela que "não querer um aeroporto, túneis na serra e IC6 é «visão redutora»"? Uma Serra que não consegue, diz-se que por manifesta falta de vontade de alguns "figurões" da região, coordenar uma estratégia de transporte de turistas para o alto da serra em pleno inverno - deixando turistas a jurar que não voltam -, está preocupada com (na minha opinião) luxos!? É redutor não ver qualquer utilidade numa cópia de Beja? Quem/ o que serviria um aeroporto? Túneis (sorvedouros de dinheiros públicos como no Marão) para aproximar o quê? Via rápida de montanha (sim, não sei por onde seria construído este itinerário)?
Claro que a "guerra" vem da política nacional e, por aí, percebe-se a contenda. No entanto, e percebendo-se também quais são as prioridades dos "nossos" eleitos, a questão que se coloca é a seguinte: descobriu-se petróleo na Serra da Estrela?
Não, é fácil de perceber que tudo não passa de uma estratégia para que as obras públicas, a política do betão, volte a funcionar à custa dos contribuintes, claro! Em tempos como os de hoje, e visitem os centros de emprego e vejam a quantidade de desempregados que por lá existem, as prioridades "camarárias" são mais elefantes brancos? Eu ia jurar que nós andamos a pagar o preço de negócios destes (que deram muito jeitinho a alguns!) a juros bem elevados, mas, se calhar, não é bem isso que se passa.
Realmente, só temos o que merecemos!  

Pensalamentos #212 - raízes

encolher
ossos e raízes
de encontro ao chão
e colher
(fingidamente)
as molas que prendem as vestes
de almas enfeitadas

domingo, março 09, 2014

"Porta-voz" de Américo Rodrigues, no próximo fim-de-semana





Raros são os dias em que podemos assistir e participar num lançamento e apresentação como aquele que vai decorrer no próximo fim-de-semana. Depois de "Cicatriz:ando", lançado há cerca de meia dúzia de anos, Américo Rodrigues volta aos "objectos sonoros" e constrói um "Porta-voz" que há-de ser mais um daqueles trabalhos raros e únicos que quem aprecia arte gostará de ter. Eu lá irei! Estou muito curioso por aquilo que ainda não conheço, mas que, aposto, será um trabalho de grande qualidade. Sim, e apesar de o Américo me chamar tantas vezes de exagerado, é o trabalho daquele que é hoje visto (felizmente também pela Academia) como o mais importante "poeta sonoro" de Portugal e um dos mais reconhecidos ao nível Europeu. Não assistir a este lançamento seria, na minha humilda opinião, uma falha grave para quem gosta daquilo que a poesia traz de novidade e de criatividade!

Sábado, dia 15 de Março, pelas 16 horas, na "Quinta da Maluca", Faia (Guarda).


"Porta-Voz” é o mais recente disco do performer vocal e poeta Américo Rodrigues, depois de ”O despertar do funâmbulo”, “Escatologia”, “Aorta tocante” e “Cicatriz:ando”.

Num estilo muito próprio, o poeta leva ao extremo o desafio que colocou a si mesmo: a sua voz como poesia, a poesia como sua voz. Nesta poética da voz, o autor está todo implicado: corpo, palavras, respirações. Tudo é material sónico: o riso, o barulho da língua contra os dentes, a saliva a circular, o grito, o choro, a dor, os ruídos internos, o estertor, etc. Tudo é material poético.

Este trabalho é marcado pela música (jazz, tradicional e do Paleolítico), mas também pela ironia, pela política e pelo absurdo. Palavras com sentido(s) e libelos contra a “tirania da significação”. Um poeta dividido entre a poesia escrita e a oralidade. Expondo-se.

Lançamento das seguinte edições "Bosq-íman:os":
- Disco de poesia sonora "Porta-voz" de Américo Rodrigues; objecto concebido pelo escultor José Teixeira. Tiragem reduzida.
- Objecto poético "O asterisco" de José Teixeira. Edição limitada.

Dia 15 de Março, pelas 16 horas, na Quinta da Maluca (Maluca Art Atelier) - Domínio do Vale do Mondego (Faia), Guarda".
"

sábado, março 08, 2014

Crónica Bombeiros.pt: Bombeiros têm medo

São muitos os que apregoam a necessária revolução em todos os sectores da sociedade portuguesa, e, como é óbvio e salutar, também no reino dos bombeiros sabemos que algo tem de mudar. No entanto, e infelizmente, continuamos todos a “assobiar para o lado” quando os factos são tão óbvios como visíveis, aparentando que todos temos “o rabo preso” em algum interesse mesquinho ou em algum amigo que não pode ser tocado pela constatação do erro que realmente cometeu. Chegamos pois à triste ideia de que os bombeiros portugueses têm medo de se assumir como os principais obreiros das suas próprias vidas e carreiras. Ou, espantem-se, pensam todos vocês que a súbita e estranha aproximação de quadros directivos das várias entidades aos bombeiros (homens e mulheres, gente que realmente está no terreno) é mera coincidência? Nós, homens e mulheres bombeiros, temos medo de sermos nós a tomar a palavra que sabemos que merecemos usar e tornamo-nos tantas e tantas vezes “instrumentos” de mera utilização calculista e abusiva. Dá jeito morrermos! Dá jeito que tenhamos lesões graves! Dá jeito que choremos! Dá jeito que nós, homens e mulheres, sejamos o elo mais enfraquecido, pois só assimos abutres poderão refastelar-se com os nossos corpos. No entanto, nós continuamos com medo de dizer “basta!” e de assumirmos nas nossas próprias mãos a tomada de decisão sobre a nossa utilização enquanto força mais capaz de defesa dos nossos concidadãos! E esta “É a Hora!”
 
P.S. – Ver, ouvir e ler os apelos desenfreados de alguns dirigentes e antigos altos responsáveis por entidades de bombeiros a exigir a punição dos “incendiários” do Caramulo dá-me um certo “nojo”! Em que gabinete se escondiam estes defensores quando, de 2000 a 2012, morreram 31 (trinta e um) dos nossos camaradas? Quando dá jeito, somos defendidos! Quando não dá, somos esquecidos!


Famalicão da Serra, 5 de Março de 2014
Daniel António Neto Rocha

sexta-feira, março 07, 2014

Fusão das empresas municipais da Guarda chumbada: e agora?

A notícia é avançada pela Rádio Altitude (aqui) e agora, sim, vamos ficar a conhecer os planos que há para o futuro.
Venha de lá a decisão que já tinha tomado, Senhor Amaro!

quinta-feira, março 06, 2014

quarta-feira, março 05, 2014

"O convento" quase esgotado



Não deixa de ser interessante perceber que um pequeno opúsculo pode esgotar rapidamente. O que vêem são os resistentes que ainda moram cá em casa. 100 exemplares que estão a sair a um ritmo que eu não esperava. Espero que a recepção por parte de todos os que já o leram seja boa e que os que ainda o irão receber possam também gostar. 
Como disse, estes são os que ainda estão à venda e que podem ser adquiridos através de endereço electrónico (silenciosasdiscussoes@gmail.com) ou por outra via que seja viável.
Tenho, para entrega nos próximos dias, aqueles que foram encomendados e que eu ainda não tive tempo para fazer chegar aos destinatários. Não se preocupem, os vossos estão guardados e a caminho.
Vamos ver como correm os próximos dias e se, pela primeira vez, tenho de pensar seriamente numa hipotética 2.ª edição!

Dúvida de quem esteve longe da Guarda nos últimos dias

Tenho muito pouca informação sobre o espectáculo teatral que ocorreu no Domingo na Guarda. Em anos anteriores, criou-se uma marca (Julgamento e Morte do Galo do Entrudo) e sempre foi dada informação sobre as personagens e respectivos actores, sobre os textos e respectivos autores, assim como a divulgação do tema que servia de base a tudo. Este ano... não consigo encontrar estas informações. Claro que também não perguntei a ninguém da organização, como muitos de vocês devem estar a responder, mas essa deve ser uma preocupação de quem quer informar, ou seja, fazer com que a informação possa ser encontrada sem ser preciso ir bater a portas. Não sei por que razão isso não aconteceu. Sei apenas que houve uma mudança de nome deste espectáculo, começando a chamar-se "Entrudo e Julgamento do Galo". E é exactamente nesta mudança de nome que surge a piada (?). Uma vez que estava em trabalho noutro ponto do distrito, não pude presenciar o espectáculo. Logo, tentei pesquisar e encontrar informação sobre a realização deste momento que me habituei a apreciar ao longo dos anos. Curiosidade maior: encontrei tantos nomes para um só espectáculo que me parece que ninguém sabia o nome que a organização tinha assumido. Curiosidade: um dos nomes mais divulgados, por jornalistas, fotógrafos e meros cidadãos, foi "Julgamento e Morte do Galo 2014". Perante isto, uma constatação: a organização fez mal em tentar fazer esquecer uma marca que a cidade já tinha conquistado e consolidado.

Para vosso deleite, ou para sustento da vossa curiosidade, aqui ficam alguns exemplos desta confusão de nomes e respectivos responsáveis por essa má (?) informação:
- "Enterro do Galo na Guarda" (SIC Notícias - Sítio na Internet);
- "Julgamento e Morte do Galo" (SIC - reportagem televisiva);
- "Entrudo e Julgamento do Galo" (Destinos Lusos.com);
- "Julgamento e Morte do Galo do Entrudo" (Guarda.pt - no título e introdução da notícia);
- "Entrudo e Julgamento do Galo" (Guarda.pt - no desenvolvimento da notícia);
- "Entrudo de Julgamento do Galo" (Rádio Altitude - Sítio na Internet);
- "Julgamento e Morte do Galo - 2014 - Guarda" (pasta de fotos partilhada no Facebook por um fotógrafo guardense).

Haveria outros exemplos, mas penso que estes servem para demonstrar a confusão que encontrei na análise ao evento.

terça-feira, março 04, 2014

Mais algumas fotos das representações em Pinhel

Mais algumas imagens do fim-de-semana teatral em Pinhel. O Teatro do Imaginário, do Grupo de Amigos do Manigoto (GAM), levou o teatro à Feira das Tradições e provocou sorrisos no público presente. Estas são imagens da promoção das Casas do Juízo, casas de Turismo Rural em Juízo, no concelho de Pinhel. 
Nas representações efectuadas pelo Teatro do Imaginário, num total de cinco, estiveram envolvidos vários actores (José Ferreira, Maria Gonçalves, Maria Luísa Mesquita, Diana Lopes, Daniel Ferreira e Daniel Rocha) com o auxílio inestimável de todos os elementos do Grupo de Amigos do Manigoto e dos proprietários das Casas do Juízo. Os textos foram da minha autoria, assim como o trabalho de encenação e direcção de autores. Daqui a uns dias dou mais pormenores sobre o trabalho de equipa que fez com que fosse possível ver e fazer  teatro no meio de uma Feira das Tradições muito movimentada.
Todas estas fotos são da Câmara Municipal de Pinhel.
 



 

segunda-feira, março 03, 2014

"A poesia é o mistério de todas as coisas" no dia 21

O próximo momento de encontro e de partilha poética decorrerá no dia 21 de Março. Este é o dia que ficou marcado globalmente como o "Dia Mundial da Poesia". A organização é do Teatro do CalaFrio e da Casa de São Vicente. Um dia em que se respirará melhor, certamente, o ar da Guarda!

"O Teatro do CalaFrio e a Casa de São Vicente vão organizar, nesta casa que fica na Rua da Trindade, nº8A, Guarda, a sessão A POESIA É O MISTÉRIO DE TODAS AS COISAS, assinalando o Dia Mundial da Poesia.
Participam José Neves, Valdemar Santos, Américo Rodrigues, Fátima Freitas, Daniel Rocha, António Godinho, José Monteiro, o projecto Ai! (de César Prata e Suzete Marques) e o saxofonista Carlos Canhoto, entre outros. Mas qualquer assistente pode ler, gritar ou cantar os seus poemas ou de outros.
Dias 21 de Março, pelas 21.30 horas.
" (Nota da Organização)


Algumas fotos das representações em Pinhel


Algumas imagens de um fim-de-semana teatral em Pinhel. O Teatro do Imaginário, do Grupo de Amigos do Manigoto (GAM), levou o teatro à Feira das Tradições e provocou sorrisos no público presente. Dentro de dias já temos mais alguns registos para mostrar. As primeiras são imagens da promoção das Casas do Juízo, casas de Turismo Rural em Juízo, no concelho de Pinhel. A última é da aldeia do Manigoto e quis mostrar um pouco da rica história e dinamismo dessa bela aldeia.
Todas estas fotos são da Câmara Municipal de Pinhel.





 

Em Pinhel, na Feira das Tradições 2014 (2)