o silêncio
urgente
cegou-me a ânsia
e calou-me a alma
ateando os sons
duros
nas fímbrias
da ilusão
quinta-feira, abril 24, 2014
quarta-feira, abril 23, 2014
terça-feira, abril 22, 2014
Pensalamentos #225 - gigantes
ter gigantes
sobre os meus ombros
empoleirados para um bem maior
e ser o garante
infeliz
da sua ascensão
sobre os meus ombros
empoleirados para um bem maior
e ser o garante
infeliz
da sua ascensão
quinta-feira, abril 17, 2014
Gabriel García Márquez: tanto que ficou por escrever
Em 2002, ano em que me divertia noite dentro com livros, Gabriel García Márquez lançava "Viver para contá-la" a então primeira parte daquilo que se pensava vir a ser uma autobiografia em dois volumes. "Devorei" aquele pequeno tesouro em dois ou três dias e esperava ansiosamente a sua continuação. Com o passar do tempo e com as más notícias que a saúde de García Márquez gritava, comecei a temer não vir a conhecer essa segunda parte. Hoje a pior notícia chegou!
Claro que já algo naquele homem estava silenciado, fazendo lembrar o início do seu primeiro conto publicado, "A terceira resignação": "Ali estava outra vez o
ruído. Aquele ruído frio, cortante, vertical, que tão bem conhecia já, mas que
agora se lhe apresentava agudo e doloroso, como se de um dia para o outro se
tivesse desabituado dele." E é este silêncio, tão pleno de palavras, que hoje ganha vida com a morte de um García Márquez que eu, na minha leitura, aprendi como simples e tremendamente vivo!
Até sempre, Mestre Márquez!
A mais velha profissão do mundo
E ao contrário daquilo que os "gulosos" esperariam, não, não se trata de prostituição mas, sim, de algo muito similar. É impressionante como, em quem se quereria isento e capaz de analisar a realidade de forma coerente, se assiste à proliferação da opinião "nim". Esta, uma espécie de doença rara mas mais antiga do que a até agora apelidada como a mais antiga do mundo, consiste na avença (paga, claro está) a determinadas figuras que empestam jornais, televisões e rádios, e que se acotovelam na defesa intransigente do líder (que, leia-se, não é só o que tem o poder absoluto mas também aquele que tem os pequenos poderes) e das suas decisões, mesmo que estas sejam completamente contrárias àquilo que a figura opinativa pensa, ou melhor, acha!
É, portanto, a mais velha profissão do mundo: a de defensor do chefe de fila!
Basta ler, ver ou ouvir um qualquer meio de comunicação social durante "o poder" de dois partidos diferentes para percebermos as incongruências discursivas de uns e outros. Custará assim tanto ser coerente? Ou o ganho pessoal é maior se optarmos por fazer de conta que até somos um pouco "esquecidos"?
quarta-feira, abril 16, 2014
terça-feira, abril 15, 2014
As portas que Abril abriu #1 - fome
Vários relatórios indicam níveis tremendos de fome ao nível das crianças e a discussão mediática está centrada na forma como Portugal deve sair do empréstimo que a Europa e compinchas fizeram?
As portas que Abril abriu são negras!
segunda-feira, abril 14, 2014
Repentes #37 - os cargos
Há, no dias de hoje, uma interessante e preocupante questão que deveria ser interiorizada e pensada por todos: O que são cargos públicos? Pois bem, isto é algo que, hoje, tem uma leitura muito complexa e muito limitada, pois os cargos públicos de hoje são uma espécie de prémio que se dá a quem "ajuda" a chegar a um determinado sítio. No entanto, e da experiência de cidadania que cada um de nós deve ter, estes cargos devem ser de gente capaz e competente para melhorar a "coisa pública" que se gere. É este o caso em Portugal? Não, não, não. Não estará na hora de nós, eternos culpados pelo mal do país, começarmos a exigir e a forçar que haja responsabilidade, e não desvios, na gestão daquilo que nos sai do bolso? Vejam o caso das mais recentes notícias sobre fundos europeus e de um desejo intenso dos gestores portugueses em ter mais dinheiro para estradas. Isto é responsabilidade?
sexta-feira, abril 11, 2014
Pensalamentos #222 - preocupação
a preocupação
ronda ronda ronda
em ziguezagues
turbulentos
em demandas singulares
em vistas curtas e umbiguistas
em ziguezague em ziguezague em ziguezague
olhando
só
só
pensando
só
só
em si
ronda ronda ronda
em ziguezagues
turbulentos
em demandas singulares
em vistas curtas e umbiguistas
em ziguezague em ziguezague em ziguezague
olhando
só
só
pensando
só
só
em si
quarta-feira, abril 09, 2014
Pensalamentos #221 - sei
dar conta
dos dias e das horas das mentiras
sensíveis
e correr
agressivamente
os segundos que faltam
para o fim
dos dias e das horas das mentiras
sensíveis
e correr
agressivamente
os segundos que faltam
para o fim
segunda-feira, abril 07, 2014
Pensalamentos #219 - silêncio
e o silêncio
outrora ingrato e cruel
começa a parecer-me grato
nos olhos de quem o assume
infiel
outrora ingrato e cruel
começa a parecer-me grato
nos olhos de quem o assume
infiel
Subscrever:
Comentários (Atom)






