sábado, março 30, 2013

Pensalamentos #77

E dias há
em que a aurora
reluzente e nova
traz consigo a treva
e o tormento de quem
acorda para a dor.

sexta-feira, março 29, 2013

Pensalamentos #76

Há dias em que a escuridão 
fixa os seus olhos famintos 
na pureza 
e suga lentamente o conforto 
dos passos seguros.

terça-feira, março 26, 2013

Crónica do meu avô Zé Bico - 11. Crónica Diária na Rádio Altitude (4.ª temporada)




1. Estes dias de chuva intensa, a bater velozmente nas janelas, fazem com que o ritmo alucinante deste tempo de enigmas constantes e de incontroláveis agitações sociais se dilua no centro de memórias longínquas ou de rememorações familiares. E é nesse calor da lareira dos avôs que me encontro neste momento, afagado por braços ternos e de uma sensibilidade gigantesca. No ninho inicial, aqui mesmo onde se forma o mundo e o fim de tudo. Prestes a chegar à triste memória de sete anos, é o sorriso trocista do meu avô que serve de pauta à música que vai soando lentamente e que é acompanhada pelo bater incessante das pequenas gotas da natureza, lá fora, onde se ouve o natural enleio do mundo. Cá dentro é o som de Haendel e do seu belíssimo oratório “A escolha de Hercules” que vai acompanhando a memória e tudo o que ela encerra. 

(...)


Moimenta da Serra, 25 de Março de 2013 
Daniel António Neto Rocha 

(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 26 de Março de 2013 - disponível em podcast em Altitude.fm

segunda-feira, março 25, 2013

Santa Páscoa! Com um bocadinho de Gouveia


Mais uma vez, é com um "postal" com a decoração da Escolinha do meu filhote, em Gouveia, que vos quero desejar uma Santa Páscoa! Que seja um período de descanso e de reflexão que vos dê forças para o resto do ano.

quinta-feira, março 21, 2013

Pensalamentos #75 - Dias do dia 21 de Março

Do poético olhar
da natural reinvenção vegetal
ou da morte rápida
de quem transforma o ar,
há quem lembre
a reunião intempestuosa
de dois mundos
que gostavam de não conviver.

quarta-feira, março 20, 2013

Manigoto (Pinhel) - Lançamento e apresentação do livro "A Casa da Memória"

(Capa: design de Ricardo Torrão e fotografia de Alexandre Sampaio)

Será lançado e apresentado no primeiro fim-de-semana de Abril o livro A Casa da Memória, que é uma peça teatral que tive o prazer de escrever para o Teatro do Imaginário - Grupo de Amigos do Manigoto (GAM). Este livro contém a peça teatral com o mesmo nome e um conjunto de textos que pretendem complementar e explicar a origem da peça: a "Nota Inaugural" de José Martins Ferreira (Presidente do GAM); o "Prefácio" da Professora Ana Maria Machado (Professora de Literatura Portuguesa da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra); o "Posfácio" de João Neca; sendo os restantes, "Introdução" e "Notas Finais", da minha autoria. A edição é do GAM.
O lançamento decorrerá no dia 7 de Abril (Domingo), pelas 15 horas, no Manigoto (Pinhel) e o Professor Joaquim Igreja (professor na Escola Secundária Afonso de Albuquerque e um amigo que muito prezo) fará a apresentação do livro.
Espero poder contar com a vossa presença. Oportunamente direi onde poderão encontrar este livro.      

terça-feira, março 19, 2013

Pensalamentos #74

E o ar frio
das negras sinas
percorre-te o horizonte
puxando e alongando
a meia luz
que viste fugaz.

domingo, março 17, 2013

Momentos em imagem #12 - "Finalmente", o trio

(Depois da última apresentação de "Finalmente", no camarim do Teatro Municipal da Guarda)


(Foto de Armando Neves/TMG, nos últimos ensaios no Pequeno-Auditório do Teatro Municipal da Guarda)


Foram muitos dias de trabalho e a recompensa final, o sentimento de missão bem cumprida, está à vista na primeira foto. São sorrisos honestos e de um companheirismo que uniu estes três aventureiros neste mundo do teatro. Todos eles, cá estou eu a enfiar-me no saco, estão de parabéns! Lá mais para a frente, daqui a uns dias, tentarei fazer uma análise mais técnica e mais exaustiva de todo o trabalho. Mas, e para já, as dúvidas iniciais e a atenção que votámos aos ensaios (vistas na segunda foto) merecem bem os sorrisos finais.

sábado, março 16, 2013

"Finalmente", última oportunidade

Sofia e Teófilo, interpretados por Carla Morgado e Pedro Sousa  (Foto de Armando Neves/TMG)

E chegamos ao último dia desta aventura. Finalmente, chegamos ao ponto onde gostaríamos de ouvir críticas bem construtivas (mesmo que sejam de teor destrutivo) que nos possam ajudar, a nós que nos responsabilizámos por trazer a cena algo, a melhorar ou cimentar uma ideia ou um trajecto. Sim, todos gostamos de ouvir um "gostei" ou um "está bom" ou qualquer coisa parecida. Ou mesmo um "não gostei"! Não gostamos tanto, é óbvio, mas existem todas as possibilidades. No entanto, como todos saberão, a crítica é feita com análise e com respostas objectivas. Logo, quando nos disserem se gostaram ou não gostaram, digam-nos também o porquê da vossa resposta. Nós gostamos de ouvir!

sexta-feira, março 15, 2013

"A Casa da Memória", pelo Teatro do Imaginário, em Paris


No dia 17 de Março, a partir das 14 horas, em Bourg-la-Reine (Paris), o Teatro do Imaginário (Manigoto - Pinhel) leva a palco no Théâtre de L'Agoreine a peça "A Casa da Memória". Trata-se de uma iniciativa do Centro Cultural dos Portugueses de Bourg-la-Reine. Será, com toda a certeza, um excelente momento para reavivar memórias e reviver momentos que nunca se esquecem. Se algum famalicense ou guardense andarem lá por perto, não percam este delicioso momento.

terça-feira, março 12, 2013

Finalmente, em crónica - 10. Crónica Diária na Rádio Altitude (4.ª temporada)

1. Em todos os cantos da cidade se vai por estes dias levantando a voz para comentar ou tentar perceber quem vão ser as caras que aparecerão como candidatos à presidência da Câmara Municipal da Guarda. Há já candidatos assumidos, como são os casos daquele que tem nome de Rei Mago e do outro que na minha meninice se me apresentou sempre como o advogado do Diabo, mas consubstanciado num eufemismo religioso. E há os putativos candidatos, sendo que, na minha modesta opinião, um é mais putativo do que outro. Por um lado Virgílio Bento, um candidato forte e com provas dadas junto dos cidadãos que vive refém dos apoios que não desejaria ter, mas que lhe são dados porque esses apoios não têm mais nenhum candidato sério que os aceite como apoiantes, e refém também de uma “esquisita” vontade popular que parece capaz de galvanizar o próprio Vice-presidente da Câmara. E o problema de Virgílio coloca-se neste exacto ponto, pois não parece ser conciliável o apoio da massa cidadã que está cansada dos bastidores da política com o apoio da velha guarda que só sobrevive à custa dos bastidores da política e do carneirismo. 

(...)


Moimenta da Serra, 11 de Março de 2013 
Daniel António Neto Rocha 

(Excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 12 de Março de 2013 - disponível em podcast em Altitude.fm

segunda-feira, março 11, 2013

Guarda: Finalmente o "Finalmente"

(Foto: Armando Neves/TMG)

"Estreia a 14 de Março a nova aventura do Projéc~; chama-se “Finalmente [em quatro andamentos]” e é levada a cabo no âmbito do seu laboratório criativo, o Lab~. Foram desafiados quatro criadores guardenses a encenar, cada um deles, uma peça com o mesmo tema: o fim. ”. Quatro artistas, quatro pontos de vista, quatro abordagens criativas, o mesmo “Fim”. Daniel Rocha, Daniel Martins, João Louro e Élia Fernandes são os encenadores convidados. Entre quinta e sábado (de 14 a 16 de Março) o espectáculo sobe ao palco do Pequeno Auditório do TMG com sessões às 21h30.

Na história de Daniel Rocha há uma casa em construção e duas pessoas que não se conhecem, mas que se relacionam profissionalmente. Com eles ficaremos a saber mais sobre as estranhas errâncias do Fim.
O texto e encenação são de Daniel Rocha e a interpretação estará a cargo de Carla Morgado e Pedro Sousa.
Daniel Rocha iniciou-se na encenação em 2007 num curso promovido pelo Inatel e pelo TMG que teve como orientador Gil Nave. Desde esse curso, tem vindo a preparar pequenas encenações em contexto escolar e formativo. Tem colaborado, como actor e autor, em vários espectáculos do TMG, como o Julgamento e Morte do Galo do Entrudo.

No segundo andamento de “Finalmente” surge a trabalho de Daniel Martins. O criador guardense mostra que «… unicamente o infinito pode ter fim!», numa interpretação de Paulo Lisboa e Paula Costa com encenação de Daniel Martins e Tânia Maria.

Na versão de João Louro, o “fim” é «Um dia bem passado entre a vida e a morte nas viagens que se somem no trilho da sorte de cada homem e seu filho». O texto é de Galo Porno; a encenação é de João Louro; a interpretação de João Neca, Nuno Tavares, Carlos Morgado e Filipe Ruas; a música/sonoplastia tem a autoria de João Clemente, o vídeo de Mecca e a voz off de Américo Rodrigues.
João Louro nasceu na Guarda em 1979. É licenciado em Design Multimédia pela Universidade da Beira Interior. Entre 1996-2006 integrou várias peças como actor no Teatro Aquilo no qual colaborou também como cenógrafo, figurinista e em bandas sonoras. Posteriormente encenou “Gregoire” com texto de Galo Porno e realizou “Fado Citrino”.

O último andamento de “Finalmente” é o da criadora Élia Fernandes. A encenadora apresenta um excerto da obra ”O Fim” de António Patrício, peça estreada em 1909, integrando-se na estética teatral simbolista. Este trabalho conta com a interpretação de Teresa Mendonça e de Américo Rodrigues.
Élia Fernandes é co-fundadora do Aquilo-Teatro e da Associação Luzlinar. Como actriz participou em “Nana Ina Não…”, “O homem de V.W branco da minha juventude”, “A morte de príncipe”, “ A mão deslizante sábia no amor e deslizante” e “O amor a dois”. Desenhou figurinos e criou música original para várias peças. Encenou “Memória de sombras e de pedra”, “Duendes do lago”, “A menina do circo” e “Escolinha do mar” e “O amor está no ar”, entre outras.

“Finalmente [em quatro andamentos]” fica em cena até sábado, dia 16 de Março, o espectáculo é para maiores de 16 anos."
(Fonte: TMG)

domingo, março 10, 2013

Estreia de "A casa da memória"

Alegria, esforço e muita dedicação são os grandes ingredientes de uma estreia com um resultado final muito interessante. Como em todas as estreias, o nervoso miudinho e a ânsia de fazer bem foram os grandes obstáculos que este Teatro do Imaginário teve de enfrentar, mas, na modesta opinião deste membro do público, o sucesso da peça está garantido! Sobre o texto não falarei, pois estaria a ser juiz em causa própria, reservando algumas palavras para o lançamento do livro com a peça no, sempre poético, dia 23 de Março. Gostei muito da encenação e do esquema de luz. Ambos simples, mas muito eficazes. O trabalho dos actores é maravilhoso e extremamente gratificante. Parecendo simples, é muito exigente e requer uma disciplina rígida durante cerca de 1 (uma) hora. E todos eles se comportam muito bem! Mais importante ainda, e tanto que eu gosto desse aspecto, é o brilho que emana dos olhos de todos eles! Correções e melhorias? Claro que há a fazer, mas sempre se pode fazer melhor, mesmo quando tudo parece já perfeito!
Daqui a minutos voltam a pisar o palco e o meu desejo é que, no mínimo, corra como ontem e que os seus olhos voltem a cativar todos aqueles que tiverem o privilégio de assistir!

quinta-feira, março 07, 2013

Pausa

Depois de mês e meio de intensa labuta, apanho com dois dias de zero actividade que, aliada ao tempo cinzento e húmido, me empurra para dentro de casa. Depressão potencial, dirão os mais atentos pesquisadores e investigadores deste espaço. Leitura e escrita, direi eu. "A vida em surdina", de David Lodge, está prestes a encerrar as suas capas e o conto "O fato", deste vosso amigo, verá a luz do dia. Amanhã é dia de fins! 

terça-feira, março 05, 2013

A equipa responsável por "A casa da memória"

Foto do ensaio ("pedida emprestada" da página do facebook do Município de Pinhel)


"A Casa da Memória", pelo Teatro do Imaginário - Manigoto
Cineteatro São Luís - Pinhel
Sábado - 9 de março, 21.30h | Domingo - 10 de março, 16.00h



Ficha técnica: 

Encenação de Alexandre Sampaio a partir da obra “A Casa da Memória”, de Daniel Rocha; 

Interpretação de Ana Mesquita, Bernardo Cerdeira, Daniel Ferreira, Diogo Cerdeira, Diogo Paulino, Fernanda Fernandes, José Ferreira, Maria Gonçalves, Maria Luísa Mesquita e Sofia Paulino; 

Luminotecnia de António Freixo; 

Produção Teatro do Imaginário 2013.


Podem seguir a apresentação do elenco aqui

domingo, março 03, 2013

Um dia antes

O dia 4 de Março vai ser sempre o dia mais importante que já conheci e que, provavelmente, virei a conhecer.

sábado, março 02, 2013

Pinhel: o bilhete para "A casa da memória"


A estreia da peça "A casa da memória", pelo Teatro do Imaginário, está marcada para o dia 9 de Março, pelas 21h30, no Cine-Teatro de Pinhel. No dia seguinte (10 de Março) haverá, pelas 16h, a segunda representação desta peça. O preço do bilhete ( 3€ ) é simbólico e, por certo, não será impeditivo de assistir a esta realização de uma das entidades mais activas do concelho de Pinhel. Podem comprar os bilhetes com antecedência ou pedir mais informações através do número de telefone do Grupo de Amigos do Manigoto (GAM): 271 411 472

723 anos de História (nem sempre positiva, é certo!)


Parabéns atrasados, Alma Mater! Imagem (da Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra) de marca de uma "casa" com muita e variada história. Ainda aqui há dias falava com alguns imigrantes sobre o peso que esta Universidade continua a carregar como agente de excelência do ensino superior na Europa e no resto do mundo. Diziam-me eles que o reconhecimento da História da Universidade de Coimbra faz com que se olhe para os portugueses como um povo culto e inteligente. O que eles não sabiam era da existência de mais de cinquenta entidades privadas que se dedicam ao ensino superior (o número que avancei foi, sei-o, muito baixo!) e que a maior parte dos governantes deste país saíram (alguns passaram por lá só para recolher um grau, lembrando-me eu das licenciaturas relâmpago que tanto alarido criaram) destas instituições.
Foi ontem, dia 1 de Março de 2013, que se celebrou o Septingentésimo Vigésimo Terceiro aniversário da Universidade de Coimbra. Convém aqui fazer uma chamada de atenção para algo que é pouco importante para os Relvas e Coelhos deste país, mas que é um facto: foi um Rei poeta que imaginou esta Universidade!
Continuo eu a dizer: só quando voltarmos a ter um Governo de humanistas é que este país da treta poderá reinventar-se!