quarta-feira, dezembro 23, 2009
Consolem-se!
sábado, dezembro 12, 2009
Cercados pelo Fogo: 2.ª parte (3)

quarta-feira, dezembro 09, 2009
Desculpa, Fernando Pessoa!

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Nota - Dias antes do dia 30 de Novembro de 2009, dizia eu (como factor motivacional através da curiosidade e dos seus interesses pessoais ou ausência deles) aos meus alunos de 3.º ano (o equivalente ao 12.º do ensino regular) assim que chegaram de estágio e se preparavam para iniciar o estudo da Obra de Fernando Pessoa e dos seus "EUS" outros: "Meus caros, notem que Fernando Pessoa educou-se com uma dose infindável de cultura britânica. Aliás, reparem que uma das cidades onde se vai realizar o Mundial de Futebol de 2010 é a cidade onde ele cresceu e onde frequentou estudos - a cidade de Durban." Fado português, "factum" latino ou "anankê" grega, o facto é este: no dia 25 de Junho de 2010 (se não me engano e estou com preguiça para comprovar) realiza-se na cidade estrangeira mais pessoana um encontro da língua portuguesa. O Portugal - Brasil desse dia na cidade da adolescência de Pessoa será o factor mítico para o mundo tomar conhecimento do facto de ter havido um português admirado mundialmente pela sua arte literária que passou por ali. Gosto de pensar que será um dia de esplendor da língua portuguesa no mundo.
Cercados pelo Fogo: 2.ª parte (2)

sábado, dezembro 05, 2009
Cercados pelo Fogo: 2.ª parte (1)

Para já fica o aviso:
Cercados Pelo Fogo: 2.ª parte, do Professor Doutor Domingos Xavier Viegas, irá ser apresentado em Coimbra na próxima Quinta-feira (dia 10 de Dezembro de 2009), pelas 17 horas.
terça-feira, dezembro 01, 2009
Uns dias com Mestre Gil!

A oportunidade de contactar com o processo de ensaio de uma peça de teatro é sempre uma oportunidade única e imperdível. A oportunidade de ver trabalhar um encenador e de poder privar com ele, quando coloca no palco e nos actores a carga simbólica sonhada dias antes, são momentos de uma aprendizagem intensa e tremendamente recompensadora.
No final do mês de Agosto, estando eu a preparar o início de mais um ano lectivo, recebi a notícia de que o Teatro das Beiras estaria, dentro de dias, a encetar ensaios para a peça “Antígona”, um dos grandes textos da literatura greco-latina. Como a curiosidade de ver encenado um texto desta magnitude é sempre imensa, decidi contactar o encenador Gil Nave (meu Mestre no Curso de Encenadores realizado há cerca de dois anos no Teatro Municipal da Guarda e patrocinado pelo INATEL) com a intenção de presenciar a mise-en-scène desta peça. Pedido aceite com gosto! O Mestre Gil deu-me acesso ilimitado a todos os momentos de preparação da peça, informando-me do dia em que se iniciariam os ensaios e da particularidade de ele ir trabalhar com a versão de Brecht que foi preparada a partir do texto original de Sófocles (quereria eu melhor?). Era chegada a vez de me deslocar até à Covilhã (cidade berço deste grupo de teatro profissional) e tomar contacto com os actores e com o espaço de trabalho.
Não foi uma situação muito normal, a que os actores tiveram de passar, pois um “corpo estranho” (que era eu!) tinha, de um momento para o outro, aparecido no seu espaço e observava tudo o que acontecia. No entanto, experiente e sabedor destas coisas surpreendentes do teatro, o Mestre Gil tratou de me dar a conhecer os e aos actores, resolvendo de forma muito simples um problema que o não chegou a ser. O espectáculo tem de continuar, pensei no momento em que vi o Mestre Gil dirigir o início do ensaio, pensando eu que iria pedir que a concentração e a disponibilidade dos actores fossem colocadas em acção. Pensei-o eu? Sim, pensei-o eu! A diferença entre trabalhar com actores profissionais e com actores amadores nota-se nestes pequenos (grandes?) pormenores, tendo eu recordado, após esta constatação, que, no Curso de Encenadores, tinha já sido referido esse facto. Mestre Gil não necessitou de pedir aos actores que o fossem, dado que o profissionalismo daquele grupo revelou-se perante mim sem demora. Calcorreando visualmente os vários momentos da peça que iam sendo ensaiados, não demorei a voltar a recordar os momentos de poeticidade intensa que me envolveram no ano de 2007. O Mestre Gil gere os seus ensaios e os seus actores com a sensibilidade de um Professor que ensina os seus alunos. Aquilo a que assisti, inicialmente, foi a uma imensa aula de história e de cultura que tinha como destinatários alunos que teriam de vivenciar e de reactivar as lendas e realidades que lhes eram apresentadas. Ainda não revelei qual era o meu papel (se é que o tinha!) naquele espaço de confidências! Pois bem, eu assistia a tudo com vontade de entrar na conversa e de partilhar experiências, mas não o fiz! Porquê? Não sei. Talvez o saiba daqui a algumas palavras.
Uns dias passaram, dependendo da minha disponibilidade a maior ou menor presença nos ensaios.
A peça ganhava forma e a minha visão da aula que frequentava também. Esta imensa aula envolvia um papel passivo e de mera observação. Envolvia, também, vários momentos de discussão sadia com o Encenador, onde lhe pedia a explicação de um determinado gesto ou decisão, onde lhe perguntava o porquê de seguir uma metodologia de encenação mais brechtiana ao invés de uma mais clássica, onde o confrontava com a minha constatação do seu papel quase paterno em relação aos actores, onde me explicou o porquê de um movimento, muito usual nele, de aproximação e de isolamento do actor para uns breves momentos de análise e de explicação do seu comportamento cénico e psicológico, onde me mostrou o porquê da existência de uma necessidade muito humana de sentir a peça como um filho prestes a sair dos nossos braços e onde voltei a admirar a capacidade de Mestre Gil em construir horizontes poéticos.
É este texto baseado e fundado numa análise de uma técnica de encenação? Sim, é. No entanto, quem nos diz que a aprendizagem que efectuamos tem sempre como resultado a descrição de um conjunto de metodologias e de estratégias adoptadas? Como uma peça de teatro que demonstra o que é a vida, também a vida se envolve e interage com o teatro, permitindo a recolha de ensinamentos de uma forma, aparentemente, despida. Aprendi? Muito. Vou fazer como o Mestre Gil faz? Não e sim, dado que o seu ideal de teatro é um (do qual gosto imenso e que admiro fervorosamente) e o meu ideal de teatro será outro, mas isso só daqui a uns anos é que poderá ser constatado.
P.S. – Agradeço ao Mestre Gil a sua atenta consideração pelo meu pedido e peço-lhe desculpa pelo modesto texto que lhe dedico; agradeço também ao Teatro das Beiras a oportunidade de conhecer por dentro o seu espaço; agradeço ainda aos actores (António Alves Vieira, Fernando Landeira, Pedro Damião, Pedro da Silva, Rui Raposo Costa, Sónia Botelho e Teresa Baguinho) o consentimento dado para a minha presença nos ensaios.
Daniel António Neto Rocha
(Texto publicado em Boletim Cultural n.º 21 da Fundação INATEL)
sábado, novembro 21, 2009
Minimamente (2)

Gosto do cartaz! Atractivo, eficiente, cheio de certeza comunicativa e de sentido simbólico. Significa o total alheamento do "Nós" perante o sentido artístico do momento. Correcto, belo, sublime? Os sentidos gostam ou desgostam consoante o alimento que o intelecto consumiu e que agora faz parte da cadeia genética de quem vê. Apreciem! ou Não apreciem! Mas sempre podem experimentar.
domingo, novembro 08, 2009
Minimamente
Minimamente. Teatro do Tintinolho.
Ver aqui.
terça-feira, outubro 20, 2009
A "Residência" Impossível?
Vi, pela terceira ou quarta vez, o filme "A Residência Espanhola" (no original, "L'Auberge Espagnole") e, mais uma vez, emocionei-me com o mundo que temos e desaproveitamos a cada instante. Qual a identidade que temos hoje? Qual a personalidade cultural que devemos utilizar na partilha de uma maior honestidade identitária?
domingo, outubro 18, 2009
Dias de honrosas condecorações
(...)
quinta-feira, outubro 08, 2009
As ilusões que perdem
quinta-feira, outubro 01, 2009
domingo, setembro 27, 2009
O estado do governo
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Se o Estado, José, quer modernidade, alta velocidade, desenvolvimento, melhor educação, melhor saúde, melhores condições de vida, diz-me lá o que vai fazer o Governo para dar isso ao Estado?
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É que isto de fazer dos eleitores "espectadores participativos" nos desejos de um Governo fictício é mera propaganda e agora quero saber o que realmente o Governo vai fazer.
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Deixo ainda um pequeno reparo: não devemos enganar o inculto, devemos, sim, educá-lo!
segunda-feira, setembro 14, 2009
10 000 dias
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Parabéns a mim!
sexta-feira, setembro 11, 2009
A minha tardia homenagem ao Professor Bonito Perfeito
sábado, setembro 05, 2009
Leiam o meu "mau feitio"!
segunda-feira, agosto 24, 2009
Crónica Atípica
(...)
sexta-feira, julho 24, 2009
segunda-feira, julho 20, 2009
Nietzsche tinha razão
Qual é o nosso principal papel enquanto educadores ou formadores de novos homens e mulheres nesta sociedade? Esta é a pergunta que coloco a todos aqueles (se os houver!) que me visitam neste espaço.
Posso adiantar-vos a resposta que daria Nietzsche (ou que deu enquanto questionava a mesma problemática!) e com a qual concordo plenamente:
“Domestico todos os ursos e torno até modestos os arlequins.”
Esta é uma expressão retirada do livro ECCE HOMO!, de Friedrich Nietzsche.
domingo, julho 19, 2009
Assim se vê como se tentam ganhar votos e caem no ridículo!
Imaginem um público: enternecedor e cheio de vontade em obedecer; cheio de vontade em ter mais paralelos e paredes de caminhos para fazer; cheio de vontade em aplaudir a ridícula e aflita postura de quem vê que nada mais pode fazer. Depois, voltem a imaginar: toda a encenação apresentada uma linhas atrás, meia dúzia de “opositores”, uma mesa incompetente até naquilo em que devia ser competente, uns defensores que desconhecem aquilo que estão a defender, uma postura nervosa e autoritária. Para os mais saudosistas e conhecedores da história de Portugal, imaginem: o dia 17 de Abril de 1969 em pleno departamento de Matemática, na Universidade de Coimbra.
Lembrem-se, todos os que lerem e os que entretanto foram pesquisar, da postura paternal de um certo Professor que ao tempo era Ministro da Educação. “Podem falar, mas só depois do Senhor Presidente do Conselho!”, foi algo assim o que se seguiu às palavras de um à época defensor da Liberdade e dos direitos dos estudantes. “Podem falar, mas só depois de o Senhor Presidente fazer o seu elogio pessoal e de todos vós pacificamente votarem nele nas próximas eleições!”, diria algum Presidente de Mesa mais carneirista de uma qualquer balofa associação do Portugal profundo a fim de defender os auto-proclamados feitos e desvios de um outro Presidente tão bem visto ao espelho num Domingo de manhã.
Imaginem agora a coexistência de uns tipos que tentam dar a sua opinião mas são calados pela vontade férrea em só ouvir os elogios pessoais e a burrice crónica de quem vota sem ler e de quem defende algo que lê pela primeira vez!
Valha-nos a honesta competência de uma qualquer trabalhadora a cumprir um estágio profissional ou semelhante lugar num lugar enfermo e bolorento para haver a troca de um nome por outro.
Assim vamos, Famalicão!, no Verão de 2009.
segunda-feira, julho 06, 2009
Entretido a entreter os entretidos!
domingo, junho 28, 2009
III Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão: porque a fazemos e porque deves participar?!
1. Tal como já vem sendo habitual, a discussão e a exploração de ideias contrárias ou de pontos de vista diferentes em relação aos incêndios florestais tem um lugar privilegiado na Jornada de Análise ao Acidente de Famalicão, em Famalicão da Serra, distrito e concelho da Guarda. Tal como deve ser habitual, a colaboração entre os vários saberes teóricos (na sua grande parte pertencentes aos investigadores ou, se preferirem, cientistas) e os saberes práticos (aqui bem representados entre os vários agentes da protecção civil, onde os bombeiros voluntários têm uma grande preponderância) é essencial para uma leitura correcta e aprofundada daquilo que tem sido bem ou mal feito pelas várias forças no terreno. Terão sempre os cientistas razão? Não! Também eles o admitem, mas têm a capacidade de não estarem completamente errados e de quererem discutir a fim de se atingir a correcta interpretação dos dados observáveis. Aqui entra a Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão. Desde o seu início e depois da trágica morte dos nossos colegas e do meu irmão, foi com um grande sentido de missão que nos agarrámos a uma sugestão do Professor Xavier Viegas. Esta actividade que iremos repetir é, afirmo-o, talvez o único “staff ride” que se realiza no continente europeu e um dos poucos que ocorrem a nível mundial. Sim, tirando o caso de Mann Gulch (acidente ocorrido com bombeiros “fire jumpers” em 1949) em que ocorrem periodicamente “visitas de estudo” ou “staff rides” e de outros locais nos Estados Unidos da América, a Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão é um momento que faz todo o sentido, que pode fazer toda a diferença e que traz uma grande oportunidade a quem nela participa de recolher saberes que são imprescindíveis à nossa actividade enquanto bombeiros.
2. A tristeza e a dor são perenes, admito-o com a certeza de uma confusão de sentimentos que me bloqueiam a mente. Será este um dia de dor e de tristeza? Sim. Será esse o sentimento que o dia vai transparecer? Não! Mais do que chorar a perda através de sentimentos de tristeza e dor, acredito que a celebração da vida e dos ensinamentos que os que partiram nos deixaram é aquilo que nos poderá fazer sentir realizados perante o vazio corporal. Podem perguntar “Sentes saudades?” e eu reponderei “Se sinto...”. Podem fazer-me propostas impossíveis como “Querias partilhar o cansaço até hoje acumulado com o teu irmão mais velho?” e eu reafirmaria “Não desejaria nada mais.” Este é um encontro para celebrar a existência de quem nos ensinou e quer que continuemos a aprender. Este é um encontro para alertar os vindouros dos perigos que o ser bombeiro encerra. Este é um encontro para perdurar como vida que nasceu dos homens. Este é o encontro onde recordamos verdadeiramente os homens e a sua obra. Este é o encontro onde o Sérgio, o Juan, o Henry, o Fabián, o Bernabé e o Sérgio reconhecem que a sua vida fez sentido… em todos nós!
3. Esta Jornada é diferente! Podem ter a certeza disso. Nada aqui acontece por acaso. Tudo faz sentido e tudo se adequa à nossa própria existência enquanto homens. Aqui tudo é vida e sentimento; tudo é sorriso e ensinamento; tudo é lembrança e pensamento. Esta Jornada é diferente porque não se preocupa com o dinheiro que não existe. Esta Jornada é diferente porque quem participa o faz de coração aberto. Esta Jornada é diferente porque celebra a vida. Esta Jornada faz sentido porque tem sentimento.
4. Descubram a importância de lembrar! Estamos à vossa espera!
http://www.bombeiros.pt/staff_raid/jornadas.php
Famalicão, 28 de Junho de 2009
Daniel António Neto Rocha
(Texto publicado no Portal Bombeiros.pt - 29 de Junho a 6 de Julho de 2009, e disponível no link: http://www.bombeiros.pt/entrevista/entrevista.php?id=32)
quarta-feira, junho 24, 2009
III Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão
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É já no próximo dia 9 de Julho de 2009. O programa e as incrições encontram-se em: http://www.bombeiros.pt/staff_raid/jornadas.php .
terça-feira, maio 26, 2009
Monocórdico
segunda-feira, maio 04, 2009
Porquê e para quê? Uma questão hipócrita
2. O Dicionário Houaiss (o dicionário mais global no que diz respeito à Língua Portuguesa) define desta forma a palavra HIPOCRISIA: substantivo feminino 1. Característica do que é hipócrita; falsidade, dissimulação. 2. Acto ou efeito de fingir, de dissimular os verdadeiros sentimentos, intenções; fingimento, falsidade. 3. Carácter daquilo que carece de sinceridade. Esta definição é a leitura mais objectiva e mais clara do sentimento que me percorre de cada vez que tenho de ver na televisão ou de ouvir na rádio o spot publicitário que pretende alertar a sociedade civil para os perigos dos incêndios.
3. Portugal é um país pródigo a afirmar aquilo que não se vem a verificar. Sinto-o na pele e está na altura de o partilhar convosco. Estamos perto de atingir os três anos do Acidente de Famalicão da Serra – incêndio onde perdeu a vida o meu irmão e onde várias famílias ficaram irremediavelmente destroçadas. Não o digo apenas pela minha. Depois desse triste dia, houve um compromisso das autoridades que tinha como intenção o efectivo castigo dos CRIMES cometidos. Isso está comprovado nas palavras ditas e repetidas no lançamento das campanhas de prevenção de incêndios que se seguiram (ver: Link Eco; Link TVI; Link SIC; Link RTP).
4. Hoje: a hipocrisia continua e é clara. A investigação, às causas que originaram o incêndio, parou no ponto em que o incendiário é visto como um pobre coitado que teve um azar. O ministério público não reabre novas investigações apesar de haver informações que dão como certo um “comportamento negligente” e consciente. Toda a gente assobia para o lado, não querendo afirmar o que realmente aconteceu. Não, posso dizer-vos com toda a certeza: a culpa não está na faísca, está na queimada.
5. Senhor Presidente da República, Senhores Ministros, Senhor Procurador Geral, demais Senhores responsáveis: não é com a mentira ou com a ameaça oca que o problema dos incêndios se resolve. Um mentiroso negligente está a viver impunemente, enquanto há várias pessoas que desde 9 de Julho de 2006 sofrem. Senhores, chega de promessas adiadas e de falsas ameaças, deixem-se de hipocrisias. Castiguem quem devem castigar e não tenham medo de perder votos (ver: Link Expresso).
Famalicão da Serra, 02 de Maio de 2009
segunda-feira, abril 27, 2009
"Onde vais no fim-de-semana?"
"Onde vais no fim-de-semana?".
Este poderia ser o título de um filme a estrear brevemente bem perto de mim. Claro que mereceria uma profunda reflexão. Certamente seria merecedor de uma tese de Doutoramento de elevada ambiguidade. Obviamente iria parir, a montanha, um rato! Infelizmente, a montanha pariu mesmo um rato!
"Cultura ao fim-de-semana! Se a quiser durante a semana, só através de marcação! A cultura é cara, tem de haver mais gente na aldeia, por isso esperamos pelas pessoas que vêm ao fim-de-semana!"
Tristeza das tristezas: saí à rua ainda há pouco e as ruas estão desertas; a aldeia morre lentamente ao sabor da inércia; os cafés já fecharam e as pessoas escapam-se levemente pela sombra das ruelas; não existe vida sobre as pedras; as escadas pararam de levar instantâneos passageiros; ...
Também eu começo a sentir-me com vontade de ter cultura ao fim-de-semana. Também eu começo a sentir vontade de dar descanso às escadas que me levam. No final respiro fundo e agradeço, pois no fim-de-semana sim, no fim de semana temos cultura!
domingo, abril 12, 2009
Falemos lá então de coragem!
Não tenho por hábito dar resposta a provocações vindas de quadrantes que não se regem por ideias próprias, mas, visto que para mim a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra (AHBVFS) é e será sempre um assunto com contornos afectivos fortes e sérios, decidi publicamente exercer um direito de resposta que se justifica tendo em conta a provocação que foi dirigida nas páginas deste jornal tanto a mim como a outras pessoas. Essa provocação cobarde, pois dirigida através dos jornais, de falta de “coragem para apresentar uma lista”, resulta da não-aceitação, pela minha parte e por parte de outros, da votação sem discussão (naquele espaço e naquela hora) da compra de um edifício que, supostamente, se destinava a ser convertido num quartel.
No jornal A Guarda de 26 de Março de 2009, na página 7, surge em grande destaque a notícia com o título ”António Fontes recandidata-se à direcção dos Bombeiros”. No seu corpo, surgem, para além da acusação “corajosa” acima citada, várias contradições e referências que demonstram um conjunto de processos duvidosos e plenos de infracções às regras democráticas de eleição. Senão vejamos:
1– Logo no primeiro parágrafo, o autor do artigo refere: “ (…) António Fontes recandidata-se à direcção da colectividade após verificar que não se apresentou nenhuma lista concorrente ao acto eleitoral (…) ”. Recandidata-se após verificar que não se apresentou nenhuma lista concorrente ao acto eleitoral? Segundo estas palavras, e dadas as regras democráticas de apresentação de listas, o candidato (já eleito no momento em que escrevo) terá entregado a sua lista depois do prazo permitido por lei!
2– No segundo parágrafo, o artigo continua e dá a resposta à dúvida anterior. “ (…) A entrega das listas terminou no dia 12 deste mês (Março) e, tendo em conta que não foi apresentada nenhuma candidatura, a direcção anterior, liderada por António Fontes, entregou uma lista «para evitar que a Associação caísse num vazio directivo» ”. Em primeiro lugar, não se combate o vazio directivo através de ilegalidades perante os estatutos. Em segundo lugar, o vazio directivo contorna-se através do mesmo processo que intermediou a demissão e as eleições (tal como sucedeu desde o dia 2 de Dezembro de 2008 até ao dia 27 de Março de 2009), e através do adiamento da eleição (havendo, posteriormente, a obrigação moral dos demissionários em marcarem uma Assembleia Geral de discussão da situação em que a Associação se encontra). Logo não haveria nenhum vazio directivo, pois, como se comprova pela candidatura tardia, havia vontade em continuar.
3– Já no terceiro parágrafo é feito o elogio da coragem (?) pessoal. Aparecendo como salvador da pátria (de repente relembro-me de um ilustre personagem político que ficou famoso a partir do 27 de Abril de 1928!), afirma-se o seguinte: “ (…) O dirigente contou ao Jornal A Guarda que a lista «foi feita à última da hora por não aparecer nenhuma», lamentando que os sócios que estiveram na origem da demissão da direcção anterior não tenham tido «coragem de apresentar uma lista, porque foi-lhes dada essa hipótese». ”. Como pudemos ler e agora reler, demonstra-se neste excerto toda a intenção corajosa de uma candidatura isolada. Para além de voltar a demonstrar que a vontade de aparecer como cabeça de lista é superior a uma equipa directiva organizada e pensada para as necessidades da Associação, o dirigente prefere entrar no ataque pessoal. Faz bem. Demonstra ausência de verticalidade (exigível a quem preside a uma Associação Humanitária) e de ética eleitoral. A atitude que é explorada neste excerto é de alguém que acima de tudo quer ganhar. Como (obrigado pelo elogio!) eu, principalmente, e outros, que votaram na proposta de adiamento e discussão da votação, não concordámos com a vontade férrea da Direcção em comprar o edifício em questão sem haver antes uma discussão saudável e profícua (assim o penso!), os órgãos directivos demitiram-se. Porquê? Está visto neste artigo o porquê: o diálogo tem de ser indirecto. Este dirigente recusa a discussão directa dos assuntos e prefere a injúria através dos meios de comunicação social. Aqui lhe dou os parabéns pela “coragem”!
4- Ainda no terceiro parágrafo, lê-se assim: “ (…) Recorde-se que os elementos da direcção da AHBVFS demitiram-se em bloco, no dia 1 de Dezembro de 2008, pelo facto de os sócios não terem concordado com a aquisição de um imóvel para quartel sede.”. Lamento-me eu: oh!, afinal não foi por causa de mim! Então se foi pela não concordância com a aquisição de um imóvel por parte da Assembleia Geral (como neste passo se diz), por que se fala acima (no texto transcrito no ponto 3) da existência de sócios que estiveram na origem da demissão? Sim, meu caro dirigente, pelos vistos a vontade de controlar e decidir isoladamente é o seu forte, mas lembre-se de que vivemos num país onde a Democracia (pelo menos teoricamente) ainda é lei, mesmo em Famalicão da Serra.
5- Não pretendendo transcrever todo o artigo, transcrevo apenas mais um excerto. Diz-se no quinto parágrafo, tentando o autor reconstruir o caminho que levou às eleições, “ (…) De acordo com António Fontes, «como a direcção não pode cumprir com o plano de actividades, pediu a demissão para que essas pessoas [eu e outros] que entendem que deve haver um quartel novo e não uma recuperação, possam tomar conta da associação e cumprirem essa finalidade, porque pela nossa parte não é possível» ”. Afinal de contas parece haver um problema de coerência entre as várias declarações que foram feitas. Naquela altura a causa da demissão terá sido a impossibilidade de cumprir o plano de actividades. Agora a razão ou a causa já se deve a um conjunto de sócios. Decida-se, meu caro, por uma das razões. Isso ajudará na sua capacidade de comunicação, revelando também uma maior coerência de ideias.
Estes são os pontos do artigo que são mais interessantes, pois demonstram de uma forma clara qual é a estratégia e quais são as intenções que parecem nortear a linha programática deste dirigente, infelizmente.
Já agora, dado que nem se preocupou em saber directamente, vou enunciar-lhe as razões que impediram ou desaconselharam uma candidatura pela minha parte:
1-Infelizmente, tenho uma profissão que, neste momento, não me liga a Famalicão da Serra. Felizmente, hoje, trabalho na Guarda, mas amanhã pode ser noutro local. Dava para pertencer a um dos órgãos? Sim, dava, mas pertencer por pertencer não e, também, ninguém me convidou, mesmo “à última da hora”!
2-Como sabe, ou deveria saber, houve um período de candidaturas para construção de Infra-estruturas na Área da Protecção Civil com verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), que, curiosamente, se desenrolou desde Dezembro de 2008 até finais de Março de 2009. Curiosamente, as eleições para os órgãos da Associação ocorrem apenas depois desse prazo (a convocação de eleições necessita de um prazo de três meses?). Meu caro, eu não me candidato a nada segundo a vontade de outros ou na altura que convém aos outros. Assumo com coragem as minhas responsabilidades, mas não me candidato a nada para, simplesmente, “encher balões”.
3- Foram sondadas algumas pessoas para que pudesse ser constituída uma lista sólida, desinteressada e alheada de interesses instalados noutros quadrantes. Infelizmente, de algumas dessas pessoas houve uma demonstração de interesse, mas não estavam em condições estatutárias para aceitar. Infelizmente, de outras houve a demonstração de necessidade de afastamento para descansar. Infelizmente, os sócios que estavam interessados são Bombeiros, como sabe, e teriam de afastar-se do corpo activo para integrar os órgãos directivos.
4- Como deixei bem explícito noutro jornal (durante o mês de Dezembro), teria toda a vontade em integrar os órgãos directivos caso viesse a ser necessário. A utilização do conjuntivo deu-me razão, visto que apareceu quem, “após verificar que não se apresentou nenhuma lista concorrente ao acto eleitoral”, se candidatou “corajosamente”.
5- Finalmente, meu caro, tenho pena que Famalicão da Serra viva debaixo de um regime. As pessoas devem ter direito a seguir as ideias próprias. Não pense que as suas ideias são melhores do que as dos outros e, se as suas são diferentes, mude de estratégia e tente convencer de que as suas ideias são melhores recorrendo ao diálogo. Não pense que o poder democrático que possui é sinónimo de autoritarismo. As perseguições por discordância de ideias não funcionam e estão conotadas com uma outra época.
Meu caro, tenho pena que tenhamos chegado a este momento, pois a “conversa” através dos jornais não serve ninguém, mas pelos vistos é assim que tenta lançar-se para outros voos, tentando demonstrar a sua coragem ao invés da dos outros. Tenho pena que tenha pensado que assim ganharia espaço e fôlego políticos. Enganou-se! Posso dizer-lhe que acabou por perder mais do que aquilo que ganhou e digo-lhe, ainda, que talvez tenha ganho alguns adversários! Posso, também, dizer-lhe que a minha postura em defesa das instituições de Famalicão da Serra não é titubeante, ou seja, não prefiro uma (que me pode ser mais útil) em relação a outra (que me é indiferente). A AHBVFS vai contar sempre com a minha participação plena, enquanto sócio e bombeiro, em todos os assuntos e problemáticas. Assim como o Senhor, como Presidente da Direcção, poderá sempre contar com a minha ajuda e colaboração para honrar cada vez mais a Associação que preside, contando sempre com a minha voz crítica e com as minhas ideias pessoais numa dialéctica construtiva, mesmo que, por vezes, sejam contrárias às suas vontades pessoais e políticas.
Famalicão da Serra, 29 de Março de 2009
Daniel António Neto Rocha
(Texto publicado no Jornal A Guarda - do dia 02 de Abril de 2009, e também disponível através do link: http://www.jornalaguarda.com/noticia.asp?idEdicao=295&id=15329&idSeccao=3805&Action=noticia)
quarta-feira, março 11, 2009
Ainda o tema do mundo: quantos são os filhos e quais são os enteados?
(...)
Famalicão da Serra, 8 de Março de 2009
Daniel António Neto Rocha
(excerto do Texto publicado no sítio www.bombeiros.pt - 9 a 15 de Março de 2009, e disponível no link: http://www.bombeiros.pt/entrevista/entrevista.php?id=16)
E no futuro?
2.Hoje, dia 12 de Janeiro de 2009: O texto que vos apresento no ponto anterior não é mais que uma mera chamada de atenção para uma questão que me preocupa e que preocupará (suponho!) milhares de pessoas por esse mundo fora. O que é mais importante: salvar o nosso ou salvar-nos? Não é mera questão linguística. Admito que não será também uma pergunta de fácil resposta. Aceito que seja passível apenas de uma mera imaginação dolente e, ainda, lírica! Mas não é uma questão que devemos fazer? O que interessará no amanhã longínquo possuir um grande arsenal de material bélico se a questão não estará no defendermo-nos de um inimigo que pretende subjugar-nos?! Estará sim a questão na necessidade de nos defendermos de nós próprios e dos nossos erros. O futuro está longe, pensamos. Mas será que está assim tão longe? Devemos aproveitar o dia de ânimo leve ou pressentindo o que virá? Amanhã o que hoje não tem interesse poderá ser uma questão fundamental e imprescindível à sobrevivência global! Amanhã os bombeiros de hoje poderão vir a ser os exércitos da "estória" que vos contei no ponto anterior!
Daniel António Neto Rocha
11/01/2009
(Texto publicado no sítio www.bombeiros.pt - 12 a 18 de Janeiro de 2009, e disponível no link: http://www.bombeiros.pt/entrevista/entrevista.php?id=9)