sábado, junho 29, 2013

Repentes #27 - amizades da minha vida académica e cultural em Coimbra




Hoje acordei com uma sensação estranha de desagregação total, tendo em conta aquilo que soube sobre Famalicão da Serra (algo de que falarei mais daqui a umas horas) e com a notícia de que um amigo tinha morrido em Coimbra. Não, não era uma uma amizade de intensidade máxima ou de uma presença constante. Era uma amizade de empatia e de respeito mútuos. Foi nos tempos em que presidi ao Coral de Letras da Universidade de Coimbra (CLUC) que conheci e comecei a contactar com Mário Nunes, então Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra. Ele não tinha aqueles tiques de homem político que vive numa nuvem e que se considera superior a tudo e todos. O homem que eu conheci era de uma simpatia e de uma atenção extremas. Preocupado em fazer bem o seu serviço e em dar a conhecer a sua Coimbra e as várias realizações culturais da mesma. Um episódio muito curioso foi o dia em que fomos para Granada (Espanha) com o CLUC e, uma vez que uns dias antes ele nos tinha prometido umas recordações de Coimbra para as gentes andaluzes, Mário Nunes nos brindou com uma montanha de peças (entre livros e faiança) alusivos àquilo que Coimbra tem de melhor. Para além desta relação mais institucional, fiquei sempre com uma amizade pura por este homem que nos dava sempre um abraço e nos falava de forma educada e alegre. Nos últimos anos do meu afastamento de Coimbra, só o revia nos textos que escrevia para o jornal As Beiras. Hoje, este mesmo jornal na sua versão online, deu-me a triste notícia. Faleceu hoje, em Coimbra, e perdeu-se um homem bom.

Sem comentários: