1. Ao longo dos últimos
sete anos temos assistido a uma autêntica transfiguração daquilo que é o
socorro em Portugal, existindo um acertar de agulhas em alguns campos e facilitando
o erro noutros. Passo a explicar-me melhor. Num primeiro campo de análise
centremo-nos no upload que houve na
área das comunicações onde, apesar de toda a nuvem cinzenta que continua a pairar,
o SIRESP veio criar uma unidade de comunicação que obrigou a uma necessidade de
protocolar o seu funcionamento. Num segundo espaço de análise temos as mais
recentes inovações ao nível das viaturas de combate, com a obrigação de todas
possuírem o sistema de “gaiola” (desculpem os puristas esta barbaridade de
análise) de defesa. E, por fim e talvez mais importante, o equipamento de
protecção individual melhorou numa dimensão de oito para oitocentos, criando um
sem número de problemas que quanto a mim podem criar problemas na defesa dos
direitos dos bombeiros.
2. Claro que tudo isto,
especialmente estas melhorias que refiro, são boas notícias para todos aqueles
que vivem na esperança de nunca deste tipo de socorro especializado virem a
necessitar. Mas sabe bem saber (digam lá que não?) que em caso de necessidade
podemos ser bem servidos. No entanto o capital mais importante desta equação são
os agentes (todos aqueles seres humanos tão iguais a cada um de nós) que
medeiam as máquinas e o sinistrado. Sim, também aqui temos vindo a melhorar nos
últimos sete anos e a aposta está a começar a gerar uma nova atitude
colaborativa e uma maior atenção às aprendizagens que vão sendo leccionadas por
esse país fora, sendo bom verificar que nós, bombeiros, soubemos responder de
forma clara às críticas que referiam que nós não queríamos ter formação.
3. Por último deixem-me recuar um pouco e voltar ao início.
Escrevia eu que há problemas sérios a serem trazidos para a ordem do dia com as
regras de utilização dos equipamentos de protecção individual e não estava a
escrever só por escrever. Aqui há dias, numa carta enviada à Liga e à qual
ainda não tivemos qualquer resposta, era referida a necessidade de proteger
todos os combatentes da fúria das seguradoras em caso de acidente grave. Tudo
isto era dito no contexto de um concurso de ideias que o Projecto Sérgio Rocha
quer lançar, em mais uma parceria com o Portal Bombeiros.pt, para conseguirmos
ter todos os homens indiscutivelmente uniformizados no terreno. Sabem, é que no
furor de desresponsabilização por parte das entidades superiores foram
enviados, parecendo época natalina, muitas prendas para os quartéis, mas nós
não as usamos porque nada daquilo é ergonómico. Problema da falta de ergonomia:
caso não tragam algum dos elementos do EPI e sofram um acidente estão
automaticamente em falta, não sendo protegidos como deveriam ser. Logo, não
será do interesse da Liga defender os seus representados?
Famalicão
da Serra,11 de Junho de 2013
Daniel
António Neto Rocha
(Texto publicado e
disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 12 de Junho de 2013)
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