“Vergonha”,
“humilhação”, “pior dia da minha vida”, “contra”, “insultaram”, “profissão”, “invasão”,
“experiência”, “prova”, “professor”… Todas estas são palavras que hoje e amanhã
e depois de amanhã e durante vários dias vão fazer correr tinta e toneladas de bytes de informação por esse país fora e
que não discutirão, com toda a certeza, a questão principal do “processo
avaliativo” que Crato instaurou: Qual a melhoria a que Crato quer chegar ao “avaliar”
os professores que não estão e, pelo andar da carruagem, tão cedo não vão estar
nas escolas? Absurdo, direi eu e mais mil e muitas pessoas! Como a sociedade e
o mundo da educação é tão ridículo, apetece-me fixar a atenção na literatura e
em Fernando Pessoa. Apetece-me pegar num dos seus poemas mais conhecidos (“Autopsicografia”)
e alterar-lhe um pedaço. Apetece-me explorar a semântica e brincar com as
interpretações.
E assim na calha
de roda
Gira, a entreter a educação,
Esse comboio de corda
Que se chama ilusão.
Moimenta da Serra, 18 de Dezembro de 2013
Daniel António Neto Rocha
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