Ao longo dos anos tenho-me vindo a aperceber do imenso drama que é a chegada do Natal para milhares de pessoas um pouco por todo o mundo. No entanto, bem perto de nós, esse drama é multiplicado, pois a mistura explosiva entre a tradição (que tanto prezamos) e a actualidade (que tanto desprezamos) faz com que nos olhos das pessoas nós reconheçamos tristeza e desalento. E isso não se pode aceitar ou “encaixar” de ânimo leve. A tradição obriga à partilha. A actualidade obriga ao individualismo. A tradição obriga à união dentro das famílias. A actualidade oferece-nos a desunião, motivada por pequenos interesses ou por necessidades de partida. A tradição dá. A actualidade só tira. E o sorriso das crianças, da idade do meu pequenote? Ou doutras idades também? Pais, avós, tios e restante família? Há um olhar diferente nesta época. Talvez por isso, eu, nos passos lentos em que vivo, olho para tudo e entristeço. Não por aquilo que atrás refiro mas pelo pequeno brilho que, por estes dias, muitos olhos não possuem!
13 de Dezembro de 2013
Daniel António Neto Rocha
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