cair na negação
dos dias das horas dos momentos
ao respirar
o ar
da liberdade
sábado, dezembro 21, 2013
sexta-feira, dezembro 20, 2013
Pensalamentos #179 - funeral das botas
perder os passos
nas botas
que carreguei
furiosamente
pelas vias contínuas
que as suas solas e couros
descansem em paz
nas botas
que carreguei
furiosamente
pelas vias contínuas
que as suas solas e couros
descansem em paz
quinta-feira, dezembro 19, 2013
quarta-feira, dezembro 18, 2013
03. Crónicas Silenciosas – Avaliando o zero da ilusão
“Vergonha”,
“humilhação”, “pior dia da minha vida”, “contra”, “insultaram”, “profissão”, “invasão”,
“experiência”, “prova”, “professor”… Todas estas são palavras que hoje e amanhã
e depois de amanhã e durante vários dias vão fazer correr tinta e toneladas de bytes de informação por esse país fora e
que não discutirão, com toda a certeza, a questão principal do “processo
avaliativo” que Crato instaurou: Qual a melhoria a que Crato quer chegar ao “avaliar”
os professores que não estão e, pelo andar da carruagem, tão cedo não vão estar
nas escolas? Absurdo, direi eu e mais mil e muitas pessoas! Como a sociedade e
o mundo da educação é tão ridículo, apetece-me fixar a atenção na literatura e
em Fernando Pessoa. Apetece-me pegar num dos seus poemas mais conhecidos (“Autopsicografia”)
e alterar-lhe um pedaço. Apetece-me explorar a semântica e brincar com as
interpretações.
E assim na calha
de roda
Gira, a entreter a educação,
Esse comboio de corda
Que se chama ilusão.
Moimenta da Serra, 18 de Dezembro de 2013
Daniel António Neto Rocha
terça-feira, dezembro 17, 2013
02. Crónicas Silenciosas – Cofre-forte e as garantias da pequena franja
Há
um estranho fascínio na cultura portuguesa pelo revivalismo e pelo saudosismo.
E não digam que nunca ouviram a expressão “no meu tempo é que…”!? Talvez o
principal atraso do país resida mesmo aí e seja mesmo esse um dos grandes
problemas que afecta o nosso futuro enquanto nação, dita, moderna. Como podemos
pensar o futuro se estamos continuamente a centrar a nossa vivência no passado?
E, por antagónico que pareça, este recuo temporal não tem em vista aquilo que
seria expectável: a atenção concentrada, a aprendizagem e a não retoma de velhos
erros. Este voltar atrás e cercear o futuro é basicamente a ida ao cofre-forte
onde guardamos as garantias de futuro que por ali enterrámos há muito tempo e
que, admirem-se, servem só uma pequena franja da população portuguesa. O que
origina isto? Uma incrível e indesejável sensação de estar a mais num país,
supostamente, democrático. E tudo isso se adensa em épocas de crise, onde os
protectorados imperam e vemos que a única coisa que é, mais ou menos, estável é
a garantia guardada no cofre-forte e que será distribuída pela tal pequena franja
da população. Sim, Portugal é um país de velhos e para velhos! O resto… que se
dane!
Moimenta da Serra, 17 de Dezembro de 2013
Daniel António Neto Rocha
domingo, dezembro 15, 2013
Espaço: A Silenciosa Discussão de 2013 de... António Oliveira
O ano de 2013 foi um dos piores da democracia. O 13 trouxe todos os azares do mundo a este recanto do Sul da Europa.
Medo,
Receio, Cagaço, Pavor, Pânico, são todos sinónimos, mas cada um sente à
sua maneira. Falar, perder o emprego, não encontrar emprego, ter fome,
não ter casa, ser penhorado, ser despachado, migrar. A todos tocam de
alguma maneira as incertezas do dia a dia.
Ao
nível de quem nos governa ou de quem nos quer governar, temos três
“inverdosos”, pois são pessoas que passam o tempo a dizer “inverdades”,
isto é, cada um à sua maneira vai mentindo ao Portugueses conforme lhes
dá jeito. Passos, Portas e Seguro passam o tempo a falar dos consensos e
não consensos e de quem traiu o outro. Nem Mandela os inspirou. Sem
estratégia, limitam-se aos jogos de poder.
E do País chega.
Na
Guarda assistimos de boca aberta a oportunismos, traições, inimizades,
demagogia, estagnação, desespero, poder, derrota, vitória, evolução,
propaganda, inveja, destruição, calúnia, famílias, influências, cunhas,
compadrios. Todas estas palavras foram ditas ao longo do ano e sempre
com duplo sentido e da pior maneira.
Nos diversos sectores, Politico, Económico, Social, Cultural, Desportivo discutiu-se muito mais o quem do que o quê e o como.
Não
vale a pena gastar mais letras com a nomeação dos candidatos à Câmara e
todas as traições que antes e depois contribuíram para se chegar à
seleção de Álvaro Amaro e de José Igreja.
Todo o ano foi gasto nestas questiúnculas políticas que desgastaram ainda mais a cidade.
Na
Indústria a COFICAB destacou-se no País e será sempre uma âncora para a
Guarda. DURA, GELGURT, entre outras, e as existentes no Parque
Industrial e algumas na PLIE ainda conseguem aguentar o emprego na
Guarda.
No comércio o VIVACI, quer
se goste quer não, também é um grande empregador e as lojas deixaram de
fechar e há alguma animação, o mesmo acontecendo no Centro Histórico
com o Comércio Tradicional, com a abertura de algumas lojas ditas
“Gourmet”.
A Cultura continuou bem e
acabou de maneira catastrófica com a demissão do Director do TMG. Neste
momento ainda não se sabe se haverá cultura em 2014, tanto com a
CULTURGUARDA ou Guarda Dinâmica mais o NAC ou outra coisa qualquer. As
Associações Culturais vão fazendo e fizeram o que puderam e por vezes
foi muito.
No Desporto há muita e variada oferta, os resultados não são tão bons como o esperado, sobretudo no futebol.
O
Centro Histórico continua lentamente a reformar-se, não tão rápido como
se desejava, mas não o têm estragado, e isso já não é mau. Mas era
preciso haver mais dinamismo, sobretudo dos proprietários.
O IPG começou finalmente a mostrar-se à cidade com conferências e edições para o público em geral.
A
não abertura do edifício novo do Hospital/ULS por causa de umas portas
corta-fogo é mesmo o escândalo do ano. Infelizmente contou com a
passividade de todos os Guardenses citadinos e Distritais. Ainda está
por esclarecer esta coisa porque isto está a ser tratado como uma coisa e
não como um equipamento indispensável à vida dos cidadãos.
Com
a pobreza a alastrar as Instituições de solidariedade social, IPSS, e
as Organizações Não Governamentais, ONG, têm tentado dar resposta às
necessidades mais urgentes das populações. O Voluntariado é
indispensável nestas situações e já são insuficientes para responder.
Estamos para ver 2014 como vai evoluir a Guarda, pelo menos a propaganda não faltará.
O País terá programa cautelar, haverá quem embandeirará em arco e haverá 4 mil milhões para cortar na despesa do Estado.
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Quem é?
António Oliveira é neste momento uma das vozes mais activas da Guarda, através do blogue Sol da Guarda. Beirão e defensor de uma vivência cultural, faz dessa defesa e do gosto pela fotografia as principais actividades do momento, para além, claro, da dinamização do seu blogue. É, ainda, um Reformado em modo activo e um Voluntário Social em actividade, estando sempre aberto a novas solicitações de voluntariado.
Espaço: A Silenciosa Discussão de 2013 de...
E começa hoje o espaço "A Silenciosa Discussão de 2013 de...". Enviei o convite para este pequeno momento a alguns amigos, para além de o ter aberto a todos aqueles que por aqui quisessem fazer aparecer a sua opinião assinada e sublinhada.
O convite dizia assim:
"Gostava que fizessem o favor de fazer uma avaliação geral ao
país e às vossas áreas de actuação, e que fizessem uma análise resumida
daquilo que foi este ano de 2013, tanto ao nível pessoal como ao nível
geral.
É uma análise que deve versar o global e o local, logo podem falar daquilo que pensam que foi bom/mau para o país e ir descendo até chegarem, caso o queiram, até à vossa rua. Sim quem mora lá por fora de Portugal está de parabéns! Estou a brincar, mas não será impeditivo, pois o vosso olhar será ainda mais apreciado.
Farei a publicação das vossas colaborações no meu blogue. Coisa que será única, pois não conto voltar a fazer outra actividade destas. O nome desta rubrica será: "A silenciosa discussão de 2013 de..." .
É uma análise que deve versar o global e o local, logo podem falar daquilo que pensam que foi bom/mau para o país e ir descendo até chegarem, caso o queiram, até à vossa rua. Sim quem mora lá por fora de Portugal está de parabéns! Estou a brincar, mas não será impeditivo, pois o vosso olhar será ainda mais apreciado.
Farei a publicação das vossas colaborações no meu blogue. Coisa que será única, pois não conto voltar a fazer outra actividade destas. O nome desta rubrica será: "A silenciosa discussão de 2013 de..." .
Vá, não comecem já a dizer que é um título "mariquinhas" ou que é uma parvoíce!
Dêem lá corda aos dedos e façam lá o gosto a este vosso amigo desempregado que gosta muito de vós!
Podem enviar quando quiserem, sendo que o meio de Janeiro de 2014 será um bom dead line."
Dêem lá corda aos dedos e façam lá o gosto a este vosso amigo desempregado que gosta muito de vós!
Podem enviar quando quiserem, sendo que o meio de Janeiro de 2014 será um bom dead line."
E continuo à espera das participações dos meus caros amigos convidados e de todos aqueles que se quiserem juntar a mim nesta reflexão sobre o status quo nacional. Mas, como digo acima, começo já hoje a publicar as reflexões de quem aceitou este convite.
sexta-feira, dezembro 13, 2013
Pensalamentos #175 - ordem
o que habita
o espaço
ruidoso
e vazio
da treva silenciosa
consome
os tons azulados
e verdes
da ordem
quase
harmoniosa
do fim
o espaço
ruidoso
e vazio
da treva silenciosa
consome
os tons azulados
e verdes
da ordem
quase
harmoniosa
do fim
01. Crónicas Silenciosas – Frio cortante no olhar
Ao longo dos anos tenho-me vindo a aperceber do imenso drama que é a chegada do Natal para milhares de pessoas um pouco por todo o mundo. No entanto, bem perto de nós, esse drama é multiplicado, pois a mistura explosiva entre a tradição (que tanto prezamos) e a actualidade (que tanto desprezamos) faz com que nos olhos das pessoas nós reconheçamos tristeza e desalento. E isso não se pode aceitar ou “encaixar” de ânimo leve. A tradição obriga à partilha. A actualidade obriga ao individualismo. A tradição obriga à união dentro das famílias. A actualidade oferece-nos a desunião, motivada por pequenos interesses ou por necessidades de partida. A tradição dá. A actualidade só tira. E o sorriso das crianças, da idade do meu pequenote? Ou doutras idades também? Pais, avós, tios e restante família? Há um olhar diferente nesta época. Talvez por isso, eu, nos passos lentos em que vivo, olho para tudo e entristeço. Não por aquilo que atrás refiro mas pelo pequeno brilho que, por estes dias, muitos olhos não possuem!
13 de Dezembro de 2013
Daniel António Neto Rocha
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