Há quase uma semana que estou sem me aproximar da internet e só me sinto mal por não ter transmitido metade daquilo que pensei escrever para aqueles que gostam de ler o que por aqui se vai dizendo. De resto, só me fez bem!
terça-feira, junho 25, 2013
terça-feira, junho 18, 2013
Crónica dos caminhos para as autárquicas 2013 (parte três): as direitas (*) - 17. Crónica Diária na Rádio Altitude (4.ª temporada
1. O
mundo actual está envolvido numa espécie de cabala
numérica que mete (salvo seja!) o número três em todos os sítios possíveis e
imaginários: na política, antiga ou actual, com o triunvirato e com a troika; na religião, com a santíssima
trindade e com os três pastorinhos; na protecção civil, com o célebre triângulo
do fogo; na sexologia, onde não farei qualquer tipo de alusão para não deixar
chateado o senhor provedor; e no mundo da escrita, onde há-de haver sempre uma
introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Perante esta espécie de ordem
universal, também eu decidi trazer aos ouvintes uma crónica tripartida, que
iniciei há cerca de um mês e que hoje aqui tem o seu fim. Tentei, nas quase
análises que por aqui fui fazendo, mostrar o que trazem para a Guarda os
candidatos independentes e os candidatos de esquerda, ficando para hoje a
abordagem ao único, até agora, candidato de direita. Curiosidade ou não, são
também, espremidos os campos de origem dos candidatos, três os principais
candidatos a noivas do concelho. Mas deixemo-nos de núpcias antecipadas e
vejamos o que nos traz o candidato da Guarda
com Futuro.
2. Álvaro
Amaro é um velho conhecido da cidade, especialmente da velha cidade, sendo para
os mais jovens cidadãos (como eu) quase um desconhecido. Homem político, que
nos habituámos a ver como jogador de outros tabuleiros bem longe dos concelhos,
o seu percurso, por paradoxal que pareça, foi bem ligado a funções concelhias e
distritais. Nestas mesmas funções acabou por ter algumas picardias célebres que
são muito importantes para perceber as eleições de Setembro. Tem a seu favor o
facto de ser um político que faz um barulho quase ridículo quando se trata de
defender aquilo em que acredita. Mas, será isto bom ou mau? Talvez seja mau, na
medida em que nós não gostamos de cair no ridículo e no mau hábito de sermos
caracterizados como gente rude e um pouco mal-educada por influência directa de
um qualquer político. Talvez seja bom, na medida em que não importa a forma
como se diz mas sim o facto de repararem em nós e nos ouvirem. Claro que penso,
neste ponto, na forma eufórica e quase orgástica como pediu ao
Primeiro-Ministro para não pagar, através do Turismo de Portugal, o Hotel de
Turismo à Câmara Municipal da Guarda. Por este prisma, e pensando no imenso
buraco negro que ainda está por explorar neste e noutros negócios estranhos na
cidade, talvez Amaro consiga cativar mais do que repelir algum do eleitorado,
mas terá para isso de fazer um trabalho de comunicação quase individual com as
gentes do concelho. E estas são as boas notícias para Amaro: o facto de ser uma
alternativa forte (há quem diga que não o será por manifesta antipatia pessoal)
e o facto de ser um comunicador sem problemas em “chatear” quem quer que seja.
Há, no entanto, uma suposta má notícia para Álvaro que talvez o não seja completamente.
Falo da circunstância de Amaro ser o alvo a abater, não só por quem está
naturalmente do outro lado da barricada mas também por quem até há bem pouco
tempo partilhava a trincheira com este candidato. Olhemos bem, o candidato do
PSD é o primeiro (se não for, corrijam-me) a entrar na corrida com a estrutura
concelhia contra e com elementos desta a assumirem papéis preponderantes numa
das candidaturas independentes. Claro que isto é muito mau em termos da imagem
que a estrutura do partido quer passar, mas talvez esta desagregação dos apoios
laranjas seja exactamente aquilo que Amaro pretende: o aparecimento, depois de
muito tempo, de uma candidatura realmente una e coerente. Confusos? Talvez
pareça mais confuso do que é, bastando, para nos esclarecermos todos, que nos
lembremos dos resultados catastróficos das supostas unidades do partido nas várias
autárquicas passadas. Com a ausência de unidade para uma candidatura, Amaro
terá percebido, como todos nós já percebemos há muito tempo, que o PSD da Guarda
é um partido que perde eleições quase que por vontade própria e quis (aí vai a
bomba) testar as forças vivas da cidade, dando-se mal, pois, como Igreja no PS,
suscitou o aparecimento em força dos velhos hábitos e vícios que, naturalmente,
vão manobrando nas sombras. E é neste campo dos vícios que a união com o CDS-PP
me levanta muitas dúvidas e que lá mais para a frente pode ter consequências
desagradáveis para a coligação. No entanto Álvaro Amaro já demonstrou que pode
ter alguns trunfos só tem é de os utilizar.
3. Quem seguiu estas
crónicas pode verificar que tentei ao máximo falar apenas dos cabeça de lista e
das motivações que os pudessem acompanhar para esta corrida. Das cinco estruturas
que se aprontam para a “guerra” há três com um potencial de vitória elevado e
com motivações bem diferentes. Cabe-me, portanto, tentar concluir algo desta
tríade. Primeiro, Bento é, cada vez mais, a face da continuidade e o facto de
ser o receptor dos desavindos dos outros partidos insinua mais do que
esclarece, não deixando de ser (quanto a mim compreensivelmente) o principal
candidato à vitória. Segundo, Igreja é o candidato da renovação do partido e da
renovação (caso vença) camarária, pois trará uma visão experimentada e realista
da sociedade para o campo da discussão sobre o futuro da cidade, mas não me
parece que seja o reformador que todos esperávamos que fosse inicialmente. Terceiro,
Amaro é o representante quase profissional da mudança, só não sei se positiva
se negativa, pois são estranhos os interesses guardenses na defesa de uma
iniciativa, mas como última etapa da vida política quererá ele construir em vez
de destruir, e isto pode ser importante para a definição de uma política e para
a decisão do eleitorado. Para terminar, apressem-se lá, senhores candidatos, a
apresentar a restante equipa porque o eleitorado quer ver bem com quem é que a
mulher de César afinal se anda a deitar para que se faça um bom julgamento.
Moimenta da Serra, 17 de Junho de 2013
Daniel António Neto Rocha
(*) Disponível por um período limitado de tempo
segunda-feira, junho 17, 2013
Crónica: trio de crónicas termina amanhã
Termina amanhã (9h e 17h, na Rádio Altitude) a crónica tripartida sobre a corrida eleitoral para a Câmara Municipal da Guarda, a "Crónica dos caminhos para as autárquicas 2013". Termina com a análise da direita (a crónica de amanhã) e com uma pequena conclusão sobre quais serão, na minha opinião, as reais hipóteses de cada um dos candidatos (ali resumidos aos três principais) e aquilo que trarão à Guarda.
Pensalamentos #90
Andam bruxas pelos bosques
e
Bosques cheios de feitiços libertados
logo
Andam bruxas cheias de feitiços a libertá-los!
e
Bosques cheios de feitiços libertados
logo
Andam bruxas cheias de feitiços a libertá-los!
domingo, junho 16, 2013
Criações pessoais: conticídio involuntário!
Ontem, pelas 0h25m, cometi um conticídio. Foi involuntário, mas deixou-me extremamente infeliz. Não o queria fazer, nem sequer sabia que o iria fazer. Infelizmente, nada consegui fazer para evitar o triste fim e, deste acto não tresloucado, assumo completamente o meu crime. Sou, enfim, responsável e vítima. Agora tenho de reescrever tudo.
sábado, junho 15, 2013
Gouveia: uma manhã sobre Aquilino
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(Foto: Paulo Prata - Notícias de Gouveia) |
Não tendo novelas para ver logo de manhã (notem este início cheio de ironia, que alguns dirão ser sarcasmo), fui assistir hoje de manhã a uma pequena conferência do Professor Alípio de Melo à Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira, em Gouveia, sobre a vida e obra de Aquilino. Uma pequena mas bem urdida alusão ao autor mais português de Portugal. Gostei muito e vou repetir a presença em próximas ocasiões.
quinta-feira, junho 13, 2013
Repentes #24 - Crato tem razão
O papel a que Nuno Crato se tem prestado enquanto responsável máximo da pasta da Educação tem conseguido ser bem melhor do que o das suas antecessoras, principalmente naquilo que ele chama de "prejuízo ao alunos e educadores". De forma bem clara, tem demonstrado as razões pelas quais o ensino público tem mesmo de continuar público e, quanto mais rápido possível, o ensino privado ou com contornos poucos claros de colaboração público-privado tem de ter uma presença cada vez maior do estado e da máquina do tribunal do trabalho. Porque digo isto? Já viram que Crato sempre disse que sempre trabalhou no ensino privado e, vai daí, traz esta pequena atitude de ditadorzeco da treta que envergonha o próprio Salazar? Imaginem se não existissem no ensino público os mecanismos de protecção à realização da greve, já verificaram a ânsia de "matar" os professores que os olhos de Crato revelam cada vez que diz que os "alunos não podem ser prejudicados"? O que Crato esquece e todos os alunos do país sabem é que enquanto Crato vai vivendo desafogadamente esses mesmos alunos têm problemas em casa e os professores desses alunos vêem-se e desejam-se para conseguir ensinar de forma tranquila. O Crato não sabe mas deveria saber é que a atitude de "quero, posso e mando" é lei em muitas escolas do país, existindo chantagens por parte dos empregadores aos seus colaboradores que os obrigam a trabalhar o dobro das horas que, no final, aparecem sumariadas. O que Crato não sabe mas deveria saber é que a tirania não é regra mas sim uma ilegalidade. O que Crato não sabe mas deveria saber é que a grande parte dos professores das escolas públicas também nasceu nos tempos de Salazar e por lá viveu uns bons anos, sabendo, por isso, reconhecer quando um Salazar em ponto pequeno se coloca em bicos dos pés. O que Crato não sabe mas deveria saber é que há homens e mulheres que ainda seguem os princípios da honra. O que Crato não sabe mas deveria saber é que neste país os professores são dos poucos que se preocupam com os alunos que todos os dias com eles conversam. Mas isto é tudo o que Crato não sabe, porque o caminho e o sítio onde ele quer chegar é conhecido por todos e não é favorável a Portugal nem às suas gerações.
Crónica Bombeiros.pt: Evolução e complicação!
1. Ao longo dos últimos
sete anos temos assistido a uma autêntica transfiguração daquilo que é o
socorro em Portugal, existindo um acertar de agulhas em alguns campos e facilitando
o erro noutros. Passo a explicar-me melhor. Num primeiro campo de análise
centremo-nos no upload que houve na
área das comunicações onde, apesar de toda a nuvem cinzenta que continua a pairar,
o SIRESP veio criar uma unidade de comunicação que obrigou a uma necessidade de
protocolar o seu funcionamento. Num segundo espaço de análise temos as mais
recentes inovações ao nível das viaturas de combate, com a obrigação de todas
possuírem o sistema de “gaiola” (desculpem os puristas esta barbaridade de
análise) de defesa. E, por fim e talvez mais importante, o equipamento de
protecção individual melhorou numa dimensão de oito para oitocentos, criando um
sem número de problemas que quanto a mim podem criar problemas na defesa dos
direitos dos bombeiros.
2. Claro que tudo isto,
especialmente estas melhorias que refiro, são boas notícias para todos aqueles
que vivem na esperança de nunca deste tipo de socorro especializado virem a
necessitar. Mas sabe bem saber (digam lá que não?) que em caso de necessidade
podemos ser bem servidos. No entanto o capital mais importante desta equação são
os agentes (todos aqueles seres humanos tão iguais a cada um de nós) que
medeiam as máquinas e o sinistrado. Sim, também aqui temos vindo a melhorar nos
últimos sete anos e a aposta está a começar a gerar uma nova atitude
colaborativa e uma maior atenção às aprendizagens que vão sendo leccionadas por
esse país fora, sendo bom verificar que nós, bombeiros, soubemos responder de
forma clara às críticas que referiam que nós não queríamos ter formação.
3. Por último deixem-me recuar um pouco e voltar ao início.
Escrevia eu que há problemas sérios a serem trazidos para a ordem do dia com as
regras de utilização dos equipamentos de protecção individual e não estava a
escrever só por escrever. Aqui há dias, numa carta enviada à Liga e à qual
ainda não tivemos qualquer resposta, era referida a necessidade de proteger
todos os combatentes da fúria das seguradoras em caso de acidente grave. Tudo
isto era dito no contexto de um concurso de ideias que o Projecto Sérgio Rocha
quer lançar, em mais uma parceria com o Portal Bombeiros.pt, para conseguirmos
ter todos os homens indiscutivelmente uniformizados no terreno. Sabem, é que no
furor de desresponsabilização por parte das entidades superiores foram
enviados, parecendo época natalina, muitas prendas para os quartéis, mas nós
não as usamos porque nada daquilo é ergonómico. Problema da falta de ergonomia:
caso não tragam algum dos elementos do EPI e sofram um acidente estão
automaticamente em falta, não sendo protegidos como deveriam ser. Logo, não
será do interesse da Liga defender os seus representados?
Famalicão
da Serra,11 de Junho de 2013
Daniel
António Neto Rocha
(Texto publicado e
disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 12 de Junho de 2013)
quarta-feira, junho 12, 2013
Bons exemplos de luta ambiental #1
![]() |
(Foto: jornal A Bola) |
Gostei imenso de ter lido a notícia sobre esta actividade. Ao que parece, lá pelos States, houve uma acção de sensibilização, da Fundação Surfrider, contra a poluição dos oceanos. O resultado foi este: produtos fresquinhos do mar postos perante os olhos dos cidadãos. A realidade é esta: só vemos o mal quando ele está feito. Neste caso, quando o mal foi "pescado"!
terça-feira, junho 11, 2013
Pensalamentos #88
Transformar a existência humana num espectáculo grotesco e degradante é belo, não é?
domingo, junho 09, 2013
Acordos na Guarda? #4 - ponto de situação
E a grande questão do momento é quem é que falta controlar?
Dadas as evoluções recentes, a minha leitura é esta:
-os Independentes estão controlados, de uma forma ou de outra um não é tido em conta (decerto nem chegará a eleições) e o outro está completamente manietado e preso ao compromisso inicial (o reino vai ficar ainda mais poderoso e a regressão - para a Guarda cinzenta e salazarenta dos anos 60? - é quase certa);
- as Esquerdas têm uma leitura muito similar, uma não é tida em conta dadas a história e a estatística (apesar do valor das ideias do cabeça de lista) e na outra começa a parecer-me, pelas últimas informações que vou lendo por aqui e por ali, que as sementes estão a ser bem distribuídas, parecendo uma história muito parecida com a dos independentes;
- nas Direitas, dada a união, de que falarei na próxima semana, pode haver alguma tentativa de semear algo, mas pelas últimas alusões parece existir um entrave à semente: o cabeça de lista (que pode cair em breve pela mão do tribunal, acalmando as dificuldades que porventura alguém sente).
P.S. - Está bonita a dança!
Famalicão: Homenagem ao Padre Alberto
![]() |
Padre Alberto (Foto: retirada do sítio Diocese da Guarda) |
Está a decorrer hoje em Famalicão uma homenagem ao Padre Alberto por ocasião das suas Bodas de Ouro Sacerdotais, que é o mesmo que dizer: 50 anos de sacerdócio.
O Padre Alberto é o único Padre que eu alguma vez conheci que nasceu em Famalicão e, como hoje dizia uma minha tia, é uma ocasião (estas Bodas de Ouro) que é única para a vida da maior parte de nós que trazemos Famalicão no corpo e na alma.
Ao Padre Alberto, que me aturou tantas vezes, aqui fica o meu abraço, público, de amizade e de respeito. Fica também o meu obrigado pelo exemplo moral e espiritual que nos incutiu e que nos ofereceu de forma desprendida.
Pensalamentos #87 - o amargo de ser português
Desculpem!
Sim, é a vós que peço desculpa. Talvez não seja por nada de especial, mas sou português e só isso basta para ter de pedir desculpa ao mundo pelos nossos maus resultados económicos e sociais. A culpa é minha, que não soube traçar objectivos aos meus governantes, deixando-os dependentes da sua pequena criatividade (eles não têm culpa, Senhor!).
Desculpem!
Na construção do país não participei de forma concreta e mais firme, não coloquei bombas que ameaçassem a segurança e as fragilidades mentais destes pequenos burgueses que organizaram o país, não obriguei os meus governantes a prestar provas diárias da sua competência e não exigi que daí fossem retiradas responsabilidades por cada um dos actos que lesassem o futuro.
Desculpem!
Deixei que os meus filhos e os meus netos e as suas descendências sejam escravos modernos de uma grande organização de novas monarquias que se banqueteiam com a desgraça dos povos e que construíram o seu próprio futuro nos braços do medo que nos transporta veloz e descompassadamente pelos terrenos da fome, da vergonha e da humilhação.
Desculpem!
Enfim, desculpem por tudo aquilo que hoje sofremos e por tudo aquilo que representamos para o mundo.
Desculpem!
Por sermos um país de preguiçosos que atravessam os anos sem folgas e sem descanso.
Desculpem!
Por sermos aquilo que somos e por não sermos aquilo que todos esperam de nós: máquinas de resposta imediata ao lucro!
Desculpem!
Por termos vontade de sermos gente e de sermos pais e mães para os nossos filhos.
Desculpem!
Por termos ambição e olhos na cara para vermos o que se passa à nossa volta.
Desculpem!
Por tudo isto e por ainda termos voz.
Desculpem!
Por sermos utópicos e acreditarmos no futuro construído pelas nossas mãos.
Desculpem!
Por aquilo que vamos continuar a fazer até ao fim do mundo.
Desculpem, mas nós não nos rendemos!
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