1. A
parte mais interessante de viver em Portugal é, como todos sabem, poder de
quando em vez e de vez em quando chegar à conclusão de que não há o raio de um
político que acerte uma única vez. Não estou (claro que estou, mas não o posso
dizer de uma forma muito espampanante!) a dizer que não haja por aí por esse infinito
mar de jovens jotas e de seniores tachistas um outro que, pelo menos, sirva
para melhorar um ou outro canto do país. Mas, na generalidade, talvez só sirvam
mesmo para estrume e mesmo para isso, não sei não. Estão já dois elementos do
auditório com o cabelo em pé? Pois bem, caros ouvintes, em Abril não são só as
águas mil que o ditado popular diz que aparecem mas também as mil e uma
queixinhas que um Primeiro-Ministro “cóninhas” e pieguinhas vem fazer depois de
lhe terem tirado o fato de Action-Man
que tudo pode fazer em nome da sua consciência intimamente capitalista e
bancária. Não pensem que estou a defender a oposição ao Governo, pois também
esses parecem uns desmiolados que querem deitar areia na engrenagem e não
apresentam qualquer solução para este triste país que não seja a das eleições
antecipadas. Irra, é caso para constatar que são tantos os lobbys que criam para favorecer não sei quantos mil dos vossos
partidários nas empresas ou em fundações que vivem à mama do estado e não
conseguem, durante dois ou três mesitos, criar um plano de acção conjunta? E aquele
exemplo mal-amanhado de homo erectus
com orelhas de herbívoro saltitão ainda não aprendeu que ao ameaçar o seu
próprio país e depois defender a diabólica trindade só está a cavar mais fundo
o buraco, mostrando que mesmo que a fome nos mate os esclavagistas continuarão
a ter a anuência do poder político para sugarem o país? (...)
Moimenta da Serra, 8 de Abril de 2013
Daniel António Neto Rocha
(Excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 9 de Abril de 2013 -
disponível em podcast em Altitude.fm)
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