Dava conta, aqui há dois meses, que tinha empreendido um desafio colossal. Pois bem, há cerca de três semanas terminei a leitura de 2666, de Roberto Bolaño. Fantástico romance, enorme volume de informações, decadente retrato do meio literato e académico, do mundo da política e da sociedade de valores éticos. Dividido em cinco partes, o romance vai procurando conhecer um escritor alemão que tem como pseudónimo o nome Benno von Archimboldi. De forma doentia, e sem olhar a eufemismos na hora de dar nomes à sociedade, Bolaño constrói um universo literário que coloca a questão: para quê preocupar-me com os outros se sou eu que interesso?
Pena só o fim trágico do autor, pois o romance deixa em aberto, na última das partes, um fim, quem sabe, intenso e surpreendente. Mas este fim, infelizmente, nunca o iremos conhecer.
Livro a ler e a reter na memória por muitos e muitos anos, que não é aconselhável a gente conservadora e com dificuldade em aceitar o "calor" tão típico da literatura sul-americana.
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