terça-feira, junho 11, 2013
Pensalamentos #88
Transformar a existência humana num espectáculo grotesco e degradante é belo, não é?
domingo, junho 09, 2013
Acordos na Guarda? #4 - ponto de situação
E a grande questão do momento é quem é que falta controlar?
Dadas as evoluções recentes, a minha leitura é esta:
-os Independentes estão controlados, de uma forma ou de outra um não é tido em conta (decerto nem chegará a eleições) e o outro está completamente manietado e preso ao compromisso inicial (o reino vai ficar ainda mais poderoso e a regressão - para a Guarda cinzenta e salazarenta dos anos 60? - é quase certa);
- as Esquerdas têm uma leitura muito similar, uma não é tida em conta dadas a história e a estatística (apesar do valor das ideias do cabeça de lista) e na outra começa a parecer-me, pelas últimas informações que vou lendo por aqui e por ali, que as sementes estão a ser bem distribuídas, parecendo uma história muito parecida com a dos independentes;
- nas Direitas, dada a união, de que falarei na próxima semana, pode haver alguma tentativa de semear algo, mas pelas últimas alusões parece existir um entrave à semente: o cabeça de lista (que pode cair em breve pela mão do tribunal, acalmando as dificuldades que porventura alguém sente).
P.S. - Está bonita a dança!
Famalicão: Homenagem ao Padre Alberto
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Padre Alberto (Foto: retirada do sítio Diocese da Guarda) |
Está a decorrer hoje em Famalicão uma homenagem ao Padre Alberto por ocasião das suas Bodas de Ouro Sacerdotais, que é o mesmo que dizer: 50 anos de sacerdócio.
O Padre Alberto é o único Padre que eu alguma vez conheci que nasceu em Famalicão e, como hoje dizia uma minha tia, é uma ocasião (estas Bodas de Ouro) que é única para a vida da maior parte de nós que trazemos Famalicão no corpo e na alma.
Ao Padre Alberto, que me aturou tantas vezes, aqui fica o meu abraço, público, de amizade e de respeito. Fica também o meu obrigado pelo exemplo moral e espiritual que nos incutiu e que nos ofereceu de forma desprendida.
Pensalamentos #87 - o amargo de ser português
Desculpem!
Sim, é a vós que peço desculpa. Talvez não seja por nada de especial, mas sou português e só isso basta para ter de pedir desculpa ao mundo pelos nossos maus resultados económicos e sociais. A culpa é minha, que não soube traçar objectivos aos meus governantes, deixando-os dependentes da sua pequena criatividade (eles não têm culpa, Senhor!).
Desculpem!
Na construção do país não participei de forma concreta e mais firme, não coloquei bombas que ameaçassem a segurança e as fragilidades mentais destes pequenos burgueses que organizaram o país, não obriguei os meus governantes a prestar provas diárias da sua competência e não exigi que daí fossem retiradas responsabilidades por cada um dos actos que lesassem o futuro.
Desculpem!
Deixei que os meus filhos e os meus netos e as suas descendências sejam escravos modernos de uma grande organização de novas monarquias que se banqueteiam com a desgraça dos povos e que construíram o seu próprio futuro nos braços do medo que nos transporta veloz e descompassadamente pelos terrenos da fome, da vergonha e da humilhação.
Desculpem!
Enfim, desculpem por tudo aquilo que hoje sofremos e por tudo aquilo que representamos para o mundo.
Desculpem!
Por sermos um país de preguiçosos que atravessam os anos sem folgas e sem descanso.
Desculpem!
Por sermos aquilo que somos e por não sermos aquilo que todos esperam de nós: máquinas de resposta imediata ao lucro!
Desculpem!
Por termos vontade de sermos gente e de sermos pais e mães para os nossos filhos.
Desculpem!
Por termos ambição e olhos na cara para vermos o que se passa à nossa volta.
Desculpem!
Por tudo isto e por ainda termos voz.
Desculpem!
Por sermos utópicos e acreditarmos no futuro construído pelas nossas mãos.
Desculpem!
Por aquilo que vamos continuar a fazer até ao fim do mundo.
Desculpem, mas nós não nos rendemos!
sábado, junho 08, 2013
Pensalamentos #86
Senta-te
e
observa.
Ouve
bem
e
sente-te.
Respira
fundo
mas
não
te
inspires
a
não
ser
que
lá
no fundo
a
luz
seja
brilhante
e
finita.
e
observa.
Ouve
bem
e
sente-te.
Respira
fundo
mas
não
te
inspires
a
não
ser
que
lá
no fundo
a
luz
seja
brilhante
e
finita.
quarta-feira, junho 05, 2013
Acordos na Guarda? #3 - com passagem por Gouveia
Há numa fala da personagem Maria, de Frei Luís de Sousa, uma referência muito interessante: "Postos estão, frente a frente, / Os dois valerosos campos". Esta pequena referência diz respeito a uma suposta cantiga ou romance de índole bélica, em que se abordava uma batalha medieval que, como todos sabemos, se faziam apenas por contacto directo. Logo, de forma honesta e clara, sem "ratos" de esgoto. Pois bem, estes dois pequenos versos surgem na minha memória quando me é dado a conhecer uma análise, segundo dizem (os acólitos?), muito bem elaborada sobre a gestão da Câmara Municipal de Gouveia dos últimos 12 (doze) anos como factor de possível desvalorização de uma dada candidatura. "Aliena vitia in oculis habemus, a tergo nostra sunt" é o que me apraz dizer desde logo! Bem sei que é uma das gentes mais beneficiadas cá pela Guarda, mas um bocadinho de "travão" não lhe ficaria nada mal e permitir-lhe-ia um pouco de identificação moral e de distanciação pessoal. Não vá ter de desenrolar um destes dias o imenso rolo de "jeitos" e de "cedências" que tantos sorrisos originam dentro de casa, mas que às outras gentes servem de zero ou abaixo disso. Caso não saibam o que aquela frase significa, procurem o significado no Google. É muito conhecida entre os que apreciam o que Séneca escreveu, mas penso que os senadores da Guarda preferem mesmo é a forma como ele viveu. Enfim, é muito curioso tentar perceber como é que essa análise é efectuada por alguém que conhece Gouveia, como se diz na minha terra, por obra e graça do "emprenhamento de ouvido". Logo, será assim tão bem efectuada? E, sendo, quem a terá na verdade efectuado? Parece-me a mim que terá por essa terras um qualquer prospector de matérias preciosas (com vontade de tramar que o tramou!) que é tido como um santinho de ocasião. Estranhas alianças se criam, mas nada que não se espere da gente que de tão "mesquinha" parece querer continuar a ser "rainha". Outro aspecto muito curioso é o olhar para os ódios de estimação, com algumas décadas de existência, e verificar como estão em ebulição, parecendo agora que alguns quadrantes da cidade se dispõem, finalmente, a mostrar o que realmente têm feito ao longo dos tempos na sombra dos dias. É que dá um certo gozo ver estas figuras à beira de uma valente "apoplexia" e a estrebucharem feitas galinhas tontas em todas as direcções.
Nota: Estou a gostar muito desta campanha escondida! Continuem!
terça-feira, junho 04, 2013
Crónica dos caminhos para as autárquicas 2013 (parte dois): as esquerdas(*) - 16. Crónica Diária na Rádio Altitude (4.ª temporada)
1. Esta
minha incursão de hoje vai visitar as esquerdas que se passeiam pela Guarda e
que, com toda a margem de subjectividade que me é permitida, era suposto que
trouxessem algum tipo de partilha do bem comum a todos os cidadãos. Haverá
necessidade de voltar atrás no tempo para se verificar o potencial dos que
agora se perfilam para a guerra, mas tentarei olhar com atenção para o que
estes cabeças de lista podem trazer para a batalha autárquica futura. Como o
Bloco de Esquerda ainda não tem um candidato assumido, o que podemos esperar da
sua candidatura é uma posição de ataque constante a políticas velhas e caducas,
e a actuantes políticos da Guarda que nada, ou quase nada, fizeram para colocar
um caminho sustentado debaixo dos pés das gentes do concelho. Para além disto, nada
mais poderei referir sobre esta alternativa bloquista até à sua apresentação.
2. Ao
nível dos candidatos, a grande surpresa é Mário Martins. Não conheço a sua intervenção
política, visto que o conheço de outros quadrantes, por exemplo o cultural e o
ambiental. Daí a minha imensa surpresa quando o vi como candidato pela CDU. Pesquisei
e reparei que no sítio do partido é referido como um independente. E é apenas
este ponto que me deixa completamente espantado, pois não conhecia este tipo de
abertura à sociedade por parte do Partido Comunista Português. Avancemos! Mário
Martins sabe que as suas hipóteses são reduzidas, até pela história, mas não se
resigna a figura de cartaz. Disponibilizou no seu blogue o discurso de
apresentação onde surge já todo o programa de acção, mostrando estar consciente
daquilo que, segundo a sua visão, será o melhor caminho para o concelho. De
forma corajosa e muito interessante, assume que tudo deve partir do campo e do
ambiente até chegar à cultura. Bem sei que não é neste tabuleiro que se decide
algo, mas penso que Mário Martins terá um papel muito importante na definição
do debate que se seguirá.
3. O Partido Socialista é o
grande enigma do momento! Não se sabia que era um partido fracturado, visto que
sempre houve um grande respeito pelo líder, por um lado, e uma grande sede de
beber na fonte, pelo outro lado. Apostar no PS da Guarda era como apostar no
cavalo que já se sabia ser o vencedor, uma vez que o jogo assim estava
construído. Traído ou enovelado pelo partido durante anos, finalmente e numa
disputa interna do partido José Igreja consegue uma vitória e, puff!!, a cisão
acontece. A pergunta do milhão de euros é: O que representa Igreja para os
militantes socialistas e para os fazedores da ordem política na Guarda? Todos
sabemos que Igreja é um dos bons advogados da cidade e que a sua carreira pode
ficar prejudicada com este assumir da pasta política. Da parte dele parece
existir o querer servir a res publica
e o querer responder ao apelo da população cansada de assistir a benefícios de
uns e outros. A sua vitória interna foi lida como um corte com o passado e o que
se seguiu pode indiciar uma questão importante: podemos estar, efectivamente,
perante uma candidatura de renovação da política socialista concelhia. É que os
consensos sempre foram conseguidos e aqui parecem não interessar. Logo, ou o
mal está na política nova que alguém quer implantar ou o mal está na política
velha que alguém poderá ter interesse em preservar. Em breve saber-se-á, mas
cheira-me a alguma prepotência! Avancemos! Qual é a novidade positiva que o
candidato José Igreja traz para esta campanha? Parece-me que é a visão de um
político não de carreira mas de missão, alguém que sente que é chegada a hora
de dar a sua parte de saber à sociedade. Lembremo-nos que a política citadina é
uma espécie de ramo de socialismo enxertado no tronco de um capitalismo mais
selvagem, existindo sempre o benefício de diversos elementos da cidade que se
alojaram no PS e assim engordaram a bom engordar. Com Igreja não se sabe bem o
que lá virá e esse é efectivamente o ponto negativo da sua candidatura. A
deserção de alguns “notáveis” concelhios do partido, alguns dos quais parecem
querer continuar disseminados no meio de duas candidaturas, pode ser, sem
ironias, um bom prenúncio para o futuro de Igreja, caso este saiba daí tirar
dividendos, mas o facto de não haver uma apresentação rápida e clara das suas ideias
e da sua equipa de trabalho poderá ser interpretada como uma tentativa de
esconder o jogo e as suas reais pretensões. Posto isto, como advogado que é,
defina-se José Igreja e apresente as provas de forma clara e honesta para que o
júri não faça más interpretações.
Moimenta da Serra, 3 de Junho de 2013
Daniel António Neto Rocha
(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 4 de Junho de 2013 -
disponível em podcast em Altitude.fm)
(*) Disponível por tempo limitado
domingo, junho 02, 2013
Crónicas na Guarda
A crónica desta Terça-feira (dia 4 de Junho) na Rádio Altitude fará uma visita às esquerdas concorrentes à Câmara Municipal da Guarda. Pelo que sei, há neste momento duas candidaturas de partidos de esquerda que já foram formalmente apresentadas. Logo, é nessas duas que incidirá a minha singela e despreocupada análise. Sabendo eu que ninguém a ouvirá ou lerá, até posso dizer duas ou três coisas mais conflituosas. Para daqui a cerca de duas semanas (dia 18), ficarão as candidaturas da direita e uma pequena súmula do "tudo" ou do "nada" que estas eleições trarão ao concelho.
sábado, junho 01, 2013
Acordos na Guarda? #2
Li, no blogue Trepadeira , aquele que terá sido o discurso de apresentação do candidato da CDU, o senhor Mário Martins, à Câmara Municipal da Guarda e, finalmente, parece que alguém trouxe ideias concretas para o início da campanha.
Bem-haja, caro Mário!
Famalicão: Que reacção?
A poucos minutos de ver uma peça escrita por mim a ser representada na terra (Famalicão) que me viu crescer. Não por um grupo desta minha terra, mas por um grupo teatral de outra aldeia que me encantou. Estou nervoso, sabiam?
sexta-feira, maio 31, 2013
Famalicão: "A Casa da Memória" vai estar noutra Casa
Amanhã, pelas 21h30, "A Casa da Memória" muda-se para a Casa da Cultura de Famalicão, no concelho da Guarda! É mais uma apresentação pelo Teatro do Imaginário (Grupo de Amigos do Manigoto) da sua mais recente produção.
Apareçam!
Projecto Sérgio Rocha envia desafio à Liga dos Bombeiros Portugueses
"Seguiu já a carta com a proposta de constituição de um projecto nacional, anunciado na abertura do Curso de Combate Incêndios Florestais da 7.ª Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão, que permita o aparecimento de uma "mochila" de transporte de "fire-shelter" com origem totalmente portuguesa e adaptada às necessidades dos combatentes portugueses.
Segue abaixo uma cópia da carta enviada ao Presidente da LBP."
quinta-feira, maio 30, 2013
Acordos na Guarda? #1
Há coisas nas coligações que dão que pensar:
- como é possível que se coliguem alguém que acusou o outro que agora apoia de continuar a gastar com o "circo" quando não há dinheiro para o "pão" com o suposto máximo responsável por não olhar ao "pão" e continuar a gastar com o "circo"?
- como é possível que gente que criticou, e bem, opções tomadas favoráveis às sombras raquíticas da cidade vá agora vai apoiar o candidato pródigo dessas mesmas sombras?
- como é possível que alguns homens e mulheres da cidade, que eram um exemplo moral, se venham expor fazendo (sem o saber?) o jogo de quem os critica na sombra?
P.S. - Penso que as sombras têm mel e as gentes da Guarda são, na realidade, umas vendidas por dá cá aquele cargo!
quarta-feira, maio 29, 2013
Pensalamentos #85
Sentamo-nos
com dinamismo perene
a imaginar a utopia que conquistaremos de seguida
ou então
a construir caminhos concretos para a melhoria das vidas
Lá fora,
o mundo passa
os passos são imundos
e o mundo é inundado de gentes que conspurcam os sonhos
com dinamismo perene
a imaginar a utopia que conquistaremos de seguida
ou então
a construir caminhos concretos para a melhoria das vidas
Lá fora,
o mundo passa
os passos são imundos
e o mundo é inundado de gentes que conspurcam os sonhos
terça-feira, maio 28, 2013
Notícia: Curso de Combate a Incêndios Florestais abre a 7.ª Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão
"Realizou-se no passado dia 25 de
Maio de 2013, em Famalicão da Serra – Guarda, o Curso de Combate a Incêndios Florestais com o qual se abriu a 7.ª Jornada de Análise ao Incêndio de
Famalicão.
Pelo sétimo ano consecutivo, o Projecto Sérgio Rocha e o Portal Bombeiros.pt associaram-se para trazer
à memória de todos o trágico acidente que a 9 de Julho de 2006 ceifou a vida a
seis bombeiros, entre eles o bombeiro português Sérgio Rocha, e assim evitar
que os mesmos erros sejam cometidos e que mais vidas se percam. Desta forma,
uniram-se e contaram com o apoio dos Bombeiros
Voluntários de Famalicão da Serra, da Junta
de Freguesia de Famalicão da Serra, da Afocelca
e do Centro de Estudos sobre Incêndios
Florestais (CEIF) da Universidade de
Coimbra para realizar um Curso de
Combate a Incêndios Florestais com um enfoque extremamente prático. Convém
realçar que a organização deste Curso focou de forma clara que esta era a
primeira de um conjunto de actividades que serão realizadas em Famalicão da
Serra durante o ano de 2013, sob o nome de 7.ª
Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão. Entre estas actividades,
destacou a organização, “irão realizar-se sessões de cinema e de música, sendo
que no último trimestre do ano irá realizar-se um Curso sobre Uso do Fogo”.
Este Curso de Combate a Incêndios Florestais ofereceu aos cerca de 40
(quarenta) participantes um conjunto de lições que pretenderam aumentar a capacidade
de análise e de actuação das equipas de combate, visando, por um lado, uma
melhoria na intervenção e uma capacidade de observação que permita uma acção
eficaz e em segurança. Na lição de abertura, Daniel Rocha, responsável pelo Projecto Sérgio Rocha, visitou a
história e fez o retrato dos principais momentos do incêndio de 2006,
apresentando de seguida algumas das conquistas que desde 2007 e até 2012 a Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão
já tinha obtido através da sugestão de alterações a entidades governamentais.
Finalizou com a apresentação dos objectivos para o que resta de 2013 e para o
ano de 2014, anunciando que será iniciado um projecto que visará a realização
de um documentário sobre o incêndio de Famalicão e anunciado que seguirá para a
Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) uma proposta de colaboração para o
lançamento de um projecto de fabrico de uma mochila de transporte de
“fire-shelter” que seja de origem portuguesa e que possa conjugar os factores
da segurança, da eficiência, do conforto e do preço. Para além destes
importantes objectivos, salientou que a realização da Jornada nos anos seguintes evoluirá para uma maior ocorrência de
actividades relacionadas com os incêndios e distribuídos pelo ano inteiro. Após
esta apresentação, Carlos Rossa forneceu aos presentes uma lição que focou
principalmente o tema da segurança no combate, destacando-se aquele que é, no
seu entender, um instrumento extremamente fácil de utilizar e com uma
capacidade enorme de permitir um combate eficaz e seguro. Baseado no sistema
norte-americano LACES, Rossa sugere a
implementação deste sistema de segurança no combate através da sua tradução
para o sistema MARCA – Monitorização,
Ancoragem, Rotas de Fuga, Comunicação
e Área de Segurança, permitindo
desta forma uma maior identificação do combatente português com a terminologia
portuguesa e uma maior capacidade de implementação pela proximidade
linguística. Seguiu-se a lição de David Davim, que focou o tema do combate e
que forneceu algumas pistas de actuação tendo em consideração a observação de
um conjunto de factores que são essenciais no desenrolar de um combate eficaz.
Destacou-se nesta lição a questão do Alinhamento de Factores e a importância da
sua integração no Sistema de Gestão de Operações (SGO), possibilitando desta
forma uma maior capacidade de previsão da evolução do combate. Foram duas
lições muito complementares e que forneceram dicas de actuação muito úteis e
que tiveram uma excelente recepção por parte dos participantes.
Da parte da tarde, foi a vez da
lição de Domingos Xavier Viegas que, com a facilidade de exposição que lhe é
reconhecida, fez num primeiro momento uma revisão pela história recente ao
nível dos números de incêndios florestais que ocorreram depois de uma época de
chuvas intensa, relatando que é a primeira vez que estamos a chegar ao final do
mês de Maio com um índice de chuvas tão elevado e alertando que, caso a época
de chuvas termine agora, poderemos esperar uma fase complicada ao nível dos
incêndios florestais no final de Julho ou início de Agosto. Após esta chamada
de atenção, seguiu-se uma lição sobre as medidas de segurança mais eficazes
perante a possível ocorrência de fenómenos extremos do fogo, não se coibindo de
alertar os presentes para a possibilidade de, perante alguns desses fenómenos
extremos e perante algumas condições do incêndio, ser impossível fazer um
combate em segurança, sugerindo que nesses casos se recue para uma redefinição
de estratégia. Numa lição sempre pontuada com conselhos de combate (como
ocorreu nas lições da manhã), Domingos Xavier Viegas terminou a sua intervenção
com uma referência ao Incêndio que em 2012 consumiu os concelhos de Tavira e de
São Brás de Alportel, fazendo referência às falhas existentes e dando conselhos
sobre actuação em condições idênticas.
Após este conjunto de lições
comunicações, que aconteceram na Casa da Cultura de Famalicão, o grupo
deslocou-se para o local do acidente, em plena serra de Famalicão, fazendo a pé
o trajecto que em 2006 foi percorrido pelos seis homens e tomando conta das
dificuldades que eles teriam sentido naquele trágico dia. Este “staff-ride”, o
único que se realiza na Europa, foi orientado por Domingos Xavier Viegas e foi
complementado com as palavras de alguns dos homens que combatiam em 2006
naquele incêndio, tendo Mário Santos (hoje 2.º Comandante da Corporação de
Famalicão da Serra) relatado visivelmente emocionado o momento em que viu o
Sérgio Rocha pela última vez e o momento em que saiu queimado do incêndio.
No final, antecedendo o minuto de silêncio que encerra cada Jornada, todos os
presentes sentiram vontade em apoiar a iniciativa de criação da Mochila de
transporte do “fire-shelter”, pois será uma forma de ser ultrapassado o
desconforto que cria resistência por parte dos bombeiros à sua utilização.
Orlando Ormazabal, um dos apoiantes da iniciativa e representante máximo da
Afocelca, aproveitou este momento junto ao local onde foram encontradas as
ferramentas dos seus combatentes e compatriotas para contar a sua experiência
pessoal ao nível da utilização do “fire-shelter”, revelando-se emocionado com a
forma como é acarinhada e lembrada a memória daqueles que caíram. A sessão
terminou com um minuto de silêncio e com uma fotografia de grupo, prometendo a
organização mais actividades para os próximos meses."
(Fonte: Bombeiros.pt)
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