sexta-feira, maio 03, 2013

Playlist com amizade dentro. Em Maio o tom é fraterno.


Saber, assim ao calhas, que o designer do cartaz para a Playlist de Maio no Café Concerto (CC) do Teatro Municipal da Guarda (TMG) tinha escolhido Miles Davis como figura central foi uma surpresa muito agradável e que tem uma carga simbólica muito grande. Celebraria o seu aniversário a 26 de, precisamente, Maio, tendo nascido em 1926, e parece-me que há aqui uma vontade de se lembrarem os 87 anos do seu nascimento neste cartaz. Se assim foi, fantástica escolha! Por outro lado, o mês de Maio é especial para mim (não, não é por causa das aparições de Fátima) pois o meu irmão Sérgio nasceu no dia 23 de Maio e, apreciador de Miles Davis (o CD que integra esta playlist é dele), faria nesse dia 33 anos. Desde logo, o mês de Maio merece da minha parte uma atenção cuidada e capaz de tornar o ambiente do CC um local de encontro ainda mais intimista do que aquilo que já é. Assim, a playlist foi efectuada com cuidado, mas devo confessar que a música em formato digital (fornecida através do Youtube e de outras fontes) me fez apreciador de música fantástica que não tenho em formato físico, logo disponível para integrar esta mesma playlist (ainda tentei que alguém me fornecesse por empréstimo o álbum "Funeral" dos Arcade Fire, por exemplo). 
Com tantas e tão boas razões para celebrar Maio, desejo apenas que passem bons momentos musicais no CC!        

quinta-feira, maio 02, 2013

"Provavelmente uma pessoa" no TMG no dia 3 de Maio

(Foto: Teatro das Beiras)

É um vício que vou tendo quando tenho hipótese de nele me envolver. Pego no carrito e vou até à Covilhã para assistir às peças do Teatro das Beiras que nunca me desiludiram. É um grupo de gente capaz e competente que apresenta trabalhos de nível fabuloso e nos deixa sempre com vontade de repetir a dose. Aqui há uns meses estiveram no Teatro Municipal da Guarda (TMG) para estrearem a peça "Pagar? Aqui ninguém paga!", de Dario Fo, amanhã (dia 3 de Maio) voltam a pisar o palco do Pequeno Auditório. A peça que trazem chama-se "Provavelmente uma pessoa" do dramaturgo português e teve a sua estreia em Outubro de 2011! Não soubesse eu já o grande trabalho e o valor que esta produção do Teatro das Beiras têm, ficaria extremamente interessado em saber o porquê de ainda estar em cena quase dois anos depois. Aconselho-os vivamente (volto a escrever), mesmo vivamente, a irem ver esta peça. É um drama, não de faca e alguidar, mas um drama psicológico em que um homem (grande interpretação do Fernando Landeira) fica arrasado simplesmente por poder ser o causador de algo (não vos digo o quê). A acção passa-se numa casa da zona sul (Setúbal) e é um retrato bem urdido da sociedade portuguesa dos nossos dias. A não perder!
Por fim, e em jeito de conselho a quem "tropeçar" por acaso em algum espectáculo deste grupo, não percam a oportunidade de assistir ao "Ay Carmela!", um espectáculo que está em cena há três anos, e que é simplesmente fantástico! 
Amanhã (3 de Maio), não percam no Pequeno Auditório do TMG a peça "Provavelmente uma pessoa!", pelo Teatro das Beiras.

quarta-feira, maio 01, 2013

Guarda: no Dia do Trabalhador vá ao Teatro



O preço de entrada é simbólico (3€) e os actores são amantes do teatro! 

"A Casa da Memória" é uma história de encontros e desencontros passada no centro de uma aldeia tipicamente beirã - o Manigoto. Por ali não faltam as beatas, os padres e os apaixonados que representam o imaginário daquela aldeia do concelho de Pinhel.

Esta peça é apresentada pelo Teatro do Imaginário (Grupo de Amigos do Manigoto) e pode ser vista hoje (dia 1 de Maio), às 21 horas, no Auditório da Câmara Municipal da Guarda.

terça-feira, abril 30, 2013

Hitler: 30 de Abril é um grande dia!



Este papel de Chaplin serviu para satirizar a figura de Hitler no filme "O Grande Ditador" (1940). Pois bem, para além de ser um dos meus filmes de eleição (daqueles que numa escola da Guarda são proibidos de apresentar aos alunos), este filme traz de forma irónica à cena Adolf Hitler. Hoje, dia 30 de Abril de 2013, celebram-se 68 anos do seu suicídio. Nunca é de bom tom celebrar um suicídio, mas o de Adolf Hitler desencadeou o culminar da 2.ª Grande Guerra na Europa. Logo, em dia em que celebro o meu trigésimo primeiro aniversário, apeteceu-me lembrar um nome terrível e incontornável da história mundial. Por outro lado, apeteceu-me aconselhar-vos o visionamento deste grande filme que não tem nada a ver com o 30 de Abril, mas que é um dos preferidos de alguém que nasceu no 30 de Abril! 

31% de Desconto, só no dia 30 de Abril de 2013


Dias especiais merecem tratamentos especiais. 

Hoje, dia 30 de Abril (entre as 00h01m e as 23h59m), o livro "Refracções em Três Andamentos" está disponível para envio por correio com 31% de desconto. Assim, o meu primeiro livro de poesia estará disponível não por 10€ mas sim ao preço promocional de 6,90. Para beneficiar deste desconto, terão apenas de fazer a encomenda (para o endereço de email danielroc@gmail.com, referindo no assunto Encomenda Refracções) e efectuar o pagamento até às 23h59m do dia 30 de Abril (mediante indicações fornecidas através do mesmo endereço de email).


Nota 1: esta promoção decorre apenas durante o dia 30 de Abril e apenas no blogue.
Nota 2: promoção limitada aos exemplares existentes.

domingo, abril 28, 2013

Feriado teatral na Guarda: "A Casa da Memória", pelo Teatro do Imaginário


Na próxima quarta-feira, Dia do Trabalhador, o Grupo de Teatro do Imaginário (do Grupo de Amigos do Manigoto (GAM) - Pinhel) vai apresentar a sua última produção, "A Casa da Memória", no Auditório da Câmara Municipal da Guarda. Como sabem (porque eu já o disse por aqui!), é uma peça escrita por mim a convite do GAM e baseada nas memórias e imaginário das suas gentes.
Posto isto, vamos lá passar um 1 de Maio, pelas 21h, bem agradável! E só custa 3 euros!

quinta-feira, abril 25, 2013

Pensalamentos #80

É nos sorrisos 
tenros e frágeis
que vejo ruir o mundo
e cair a civilidade dos homens.

Repentes #22 - Cavacadas!

 
Depois de ouvir o discurso do nosso "mais que tudo" Cavaco Silva, fiquei sem a mínima dúvida de que ele é o homem certo para o momento! Sim, para este momento em que vendem o país, roubam os contribuintes e exigem que cada um dos portugueses ceda a qualquer preço a sua dignidade. Cavaco Silva conseguirá sempre encontrar uma forma de evitar que esta desgraça acabe, pois a sua missão é essa mesma: colocar o país nas mãos dos amigos especuladores!

P.S. - Enquanto escrevo isto estou a ver uma série sobre um quase fim do mundo e a destruição do mesmo mundo. O meu comentário? Se vivessem em Portugal, os americanos não brincavam tanto com a desgraça!

Repentes #21 - Abril morreu! Ficou só o mês!



Ainda alguém se atreve a gritar "Vivas!" ao 25 de Abril? Aos socialistas de algibeira abastada, só pergunto se estão satisfeitos com o lindo serviço que fizeram com o país? Às demais tendências politiqueiras, só pergunto se ainda têm um bocadinho de consideração pela condição humana? A todos nós só pergunto: é neste "país" que queremos que os nossos filhos cresçam?

O tempo passa e deste "Abril" imaginário só me apercebo dos abutres e dos saqueadores que um dia apareceram para tirar uma fotografia, ou duas, com ar de quem queria criar uma verdadeira democracia e aproveitaram para matar um povo!

terça-feira, abril 23, 2013

Economia de cabeceira #2

Hoje, sentei-me em frente das duas últimas moedas, pretas ou escuras ou castanhas ou sujas ou o raio que as parta, e perguntei muito serenamente: posso gastar alguma?

Este é um drama que me tem atingido nos últimos tempos, visto que nunca sei se uns míseros 5 (cinco) cêntimos podem vir a fazer-me falta na hora de ir entregar a divisa aos vários balcões do Estado. O que eu me rio desta estúpida conversa com as moedas, especialmente quando elas me dizem, muito ironicamente: se ficares a dever o meu valor, vais de cana!

Crónica ao Miguel “Faísca” ou do problema da diarreia mental - 13. Crónica Diária na Rádio Altitude (4.ª temporada)

1. E sempre que se fala em abuso de poder e se exige uma maior responsabilização dos “pagadores” face aos seus empregados lá vêm os belos e perfeitos exemplares da ilustre massa palradora de Portugal a defender que o que está mal, ouçam bem, é “que os desempregados portugueses ou, simplesmente, os portugueses não gostam de trabalhar e não querem trabalho“. É óbvio que eu não sei onde estas mentes escancaradas se baseiam para dizer isto, mas não acredito que tenham a mais pequena noção dos esforços que pais e mães deste país fazem para conseguirem trabalhar e, assim, conseguirem matar a fome dos seus filhos. Sim, a única parte em que concordo com aquelas palavras abusadoras e claramente de gente que vive dos subsídios ou da carteira da mamã (que até chora por causa das pessoas dizerem que o seu filho, além de oportunista, é um jovem dado para dizer coisas estúpidas) é a parte em que ele quer dizer que os portugueses não gostam de trabalhar para pagar ordenados às sanguessugas que vivem à mama do estado! Sim, eu também não gosto de trabalhar doze meses por ano, para o estado me fazer descontos sobre catorze meses, pois imagina que recebo subsídios de férias e de natal, e para o mesmo estado me recusar qualquer tipo de protecção social caso, e olhem a minha sorte, eu fique sem emprego! Mas o menino Miguel deve gostar! Numa entrevista que hoje tive o azar de ler, o homem diz que não teme ser polémico. O que não diz, mas devia dizer, é que também não teme parecer estúpido e oportunista, pois a vida dele e o seu sucesso assentam claramente nisso mesmo, numa oportuníssima convocação do exemplar Relvas através do Youtube. Novas tecnologias, velhas potencialidades de carreirismo. 
(...)


Moimenta da Serra, 22 de Abril de 2013 
Daniel António Neto Rocha 

(Excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 23 de Abril de 2013 - disponível em podcast em Altitude.fm)

segunda-feira, abril 22, 2013

Li: ”Um Homem de Partes”, de David Lodge


Não me decidi a avançar para a leitura deste livro por saber que ele tratava de Wells, pois não fazia a mínima ideia de que era um romance biográfico, mas surpreendeu-me muito pela positiva. Foi com um incentivo muito ocasional que comecei a ler romances de David Lodge, penso que em 2005 ou 2006. Daí para aqui, lá tenho vindo a descobrir a sua obra, mas de forma muito desligada, ou seja, lendo à medida que posso comprar um ou outro livro. Desta feita, aproveitando uma boa promoção e uma altura em que havia uns trocos disponíveis (situações cada vez mais improváveis), lá me aventurei nesta aventura bastante interessante. 

Abri o livro e fiquei admirado, visto que não esperava uma tão directa alusão a um qualquer personagem “real”. De H. G. Wells conheço os grandes sucessos: “A Guerra dos Mundos” e “A Ilha do Doutor Moreau”, e, depois desta leitura, compreendo o porquê do seu relativo apagamento: uma vida dificilmente tida como moralmente apresentável. 

Abrindo no período final da vida de Wells, o romance de David Lodge é construído de forma analéptica e, nesta estratégia narrativa, evolui até voltar ao ponto de partida que representa o final do romance. A construção do romance é diversa e condensa em si diferentes vozes narrativas, optando o autor por uma curiosa e bem urdida estratégia de misturar a voz de um narrador heterodiegético (presente em todo o romance) com a própria voz do narrador nas várias entrevistas imaginárias (esquizofrenia?) que servem de escape momentâneo à grande analepse, servindo como escapes explicativos de comportamentos ou de decisões. Outra das vozes (múltiplas vozes) é a que sobressai dos registos epistolares que servem de argumento para a estratégia de fuga à ficcionalidade por parte do romancista, que oferece aos seus leitores uma espécie de pista que os leve a olhar para este romance como se se tratasse de uma biografia. 

Os temas são vários e inserem-se na leitura e análise das várias obras da personagem principal. Há, no entanto, uma especial atenção aos relacionamentos sexuais e amorosos que chocaram o Reino Unido e a puritana sociedade do início do séc. XX. Este facto é largamente associado ao tema da batalha que se gerava naqueles anos em relação à ascensão social da mulher e à visão que Wells tinha da sociedade ideal, onde a mulher tinha as rédeas da sua própria vida. Socialista utópico, a visão que tinha do mundo é um dos grandes valores que este romance nos traz e que, no meu caso, me obrigará a uma leitura das suas obras mais interventivas. 

David Lodge consegue construir um romance atractivo e extremamente informativo que terá o condão de chamar o leitor para a redescoberta de H. G Wells. Mas, como é óbvio, esta é só a minha modesta opinião.

terça-feira, abril 16, 2013

Crónica Bombeiros.pt: Acerca dos livros e dos bombeiros





(Fotos: Sara Esteves - em reportagem para o Portal Bombeiros.pt)

1. Tenho muitas vezes a ousadia de querer encontrar nexos de entendimento entre este mundo dos bombeiros e o universo da literatura. Não pensem que é por uma questão de fechar a compreensão das crónicas, mas, sim, por uma questão de construção de horizontes de significação mais alargados. O que significa isto? Simplesmente que o mundo está todo inventado nos grandes livros e quem o quiser conhecer e analisar mais de perto só tem de ler e interpretar os vários autores.



2. Porque me lembrei disto? Porque neste fim-de-semana (14 de Abril) foi completado o primeiro Quadro de Comando da história dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra. Dito só assim também não serve de explicação, mas tem tudo a ver com aquilo que nestas datas se deseja aos recém-empossados. Não é um hábito dar-lhes os “Parabéns”? Claro que sim, mas, na minha modesta opinião, não é esta palavra que devemos utilizar nestas alturas. O melhor que podemos desejar a quem assume estas funções são votos de bom trabalho e de boa sorte. E é isto que todos nós esperamos que tenham todos aqueles que assumem as funções de comando nos Corpos de Bombeiros, para que no futuro, quando deixarem de desempenhar estas mesmas funções, podermos, aí sim, dar-lhes os parabéns!



3. No livro O Nome da Rosa, de Umberto Eco, encontramos uma história que é, por si, um imenso mundo de significados e de possibilidades de análise. Não me interessa aqui desfolhar este livro, mesmo que pudesse aqui tentar lançar as bases de uma análise quase irreal sobre os métodos mais eficazes de ataque a um incêndio que ocorre numa grande biblioteca. Mas não é isso que me interessa. Interessa-me sim o potencial de análise da sua personagem principal: Guilherme de Baskerville. Construído debaixo do enigmático véu da Idade Média, este frade franciscano é um observador atento do mundo que o rodeia e um ágil decifrador de mistérios que se adensam à sua volta. Claro está que isso lhe causa alguns dissabores, mas nada que o destino não se encarregue de corrigir. Pois bem, este frade franciscano tem um aprendiz, que o segue pelo mundo e que com ele apreende aos grandes ensinamentos da vida, até que é hora de se separarem. Mas é a este aprendiz que ensina a melhor forma de pensar e compreender o mundo. Diz Guilherme, logo depois de o seu aprendiz ter ficado admirado com a forma como o Mestre descobre o que parecia impossível de descobrir: “Em toda a viagem te tenho ensinado a reconhecer os traços com que o mundo nos fala como um grande livro.” E é este reconhecimento dos traços negativos que existem no mundo dos bombeiros que eu gostava que acontecesse, visto que permitiria a todos aqueles que “comandam” melhorar, na realidade, as nossas corporações de bombeiros.               



    

Famalicão da Serra, 14 de Fevereiro de 2013

Daniel António Neto Rocha


(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 15 de Abril de 2013)


Importante: ver aqui a foto-reportagem da tomada de posse do 2.º Comandante e do Adjunto de Comando, e da bênção das viaturas adquiridas recentemente!

segunda-feira, abril 15, 2013

Economia de cabeceira #1

Depois de ler alguns artigos de opinião de Paul Krugman, dei comigo a pensar no seguinte: quantas pessoas em Portugal conseguem, de uma forma limpa e não evasiva, pagar contas, pagar impostos e sobreviver? É que todas as medidas que todos os dias são tomadas parecem dizer ao comum dos mortais que vive em Portugal para se desenrascar! 
Será que o nosso papel enquanto cidadãos passou de cooperadores do Estado de Direito Social para pagadores ao Estado com dinheiros que podem ter as mais variadas origens e nem todas muito claras?
Apetece-me perguntar: o Estado de hoje não é uma grande máquina fiscal de processamento e de branqueamento consciente de capitais?

sábado, abril 13, 2013

Pensalamentos #79

Conspiração?
Talvez seja demasiada elaboração junta!

Conluio?
Sim, de certeza que as sanguessugas se unem para se alimentar!

E?
Nada, até que o primeiro atire uma pecadora pedra!