segunda-feira, agosto 20, 2012

Criações pessoais: teatro

Estou a terminar a escrita de uma peça de teatro.
Já estava concluída, mas surgiram algumas desavenças entre este vosso amigo e duas das personagens, que começaram a mandar vir e a pedir maior protagonismo. O que é certo é que elas tinham razão e, por culpa delas, tive de misturar a realidade com aspectos fantásticos e surreais.
Está a ficar melhor assim!

domingo, agosto 19, 2012

Ecos da 6.ª Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão

Podem ler a notícia sobre a 6.ª Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão, publicada no Jornal Bombeiros de Portugal, aqui.

segunda-feira, agosto 13, 2012

Quem é que a Guarda leva a sério?

Foto do Professor Xavier Viegas (do premiado fotógrafo Edgar Martins)


Professor Xavier Viegas com Sérgio Cipriano e este vosso escriba (Foto da organização da Jornada)


E depois acontece isto! O Ministro da Administração Interna decidiu, de uma forma que eu considero merecedora de maior esclarecimento, pedir a um especialista externo à ANPC a análise do grande incêndio que andou livremente pelo Algarve. E quem decidiu ele convidar para tal análise (ler aqui)? Nada mais, nada menos do que alguém que tem colaborado intensamente com o concelho da Guarda em termos de formação para o combate aos incêndios florestais – o Professor Domingos Xavier Viegas. Espantados? Pois, é que o Projecto Sérgio Rocha ou o Portal Bombeiros.pt não têm o peso “cunhista” de outras entidades (sejam fundações, partidos, associações, ou outras coisas quaisquer). Daí que metade do concelho e do distrito desconhecem (quanto a mim não querem conhecer) a mais-valia que todos os anos é oferecida de forma gratuita ou a preço simbólico na jornada formativa que se chama “Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão” e que é a única actividade formativa do distrito para bombeiros desde há seis anos, apresentando também o único “staff-ride” que se realiza na Europa. Mas tudo isto não interessa às entidades da cidade (apenas a Governadora Maria do Carmo Borges olhou para esta actividade com visão de futuro!) e continua a ser feita sem o devido apoio de quem quer um melhor distrito e melhores e mais preparados agentes de protecção civil. Mas, como se pode ver sempre que um bombeiro morre, todos os responsáveis choram amargamente para poderem esquecer no momento seguinte.
Agora, é o senhor Ministro Miguel Macedo que nos dá razão e que nos, aos organizadores, obriga a continuar a nossa actividade, pois, se a sociedade civil desiste, quem nos valerá?
Para finalizar, tenho a certeza que deste relatório agora encomendado sairá uma análise fria e competente daquilo que se passou no Algarve. Espero é que depois não fique guardado na gaveta, pois é uma chatice termos de andar sempre fora da lei a tentar saber as conclusões dos relatórios que nos servem enquanto bombeiros. Só uma ressalva: lembrem-se que, caso fosse necessário, este relatório não serve de investigação policial (talvez o senhor Director Nacional da Polícia Judiciária possa esclarecer o como e o porquê de haver incêndios que não mereceram uma investigação a sério apesar dos resultados deles!), como se tentou fazer crer com outros relatórios.

Pensalamentos #54

A tristeza de não ser
Ou a incerta quietude
De permanecer irrealizável
Assente em nuvens.

quarta-feira, agosto 01, 2012

terça-feira, julho 31, 2012

segunda-feira, julho 30, 2012

Um pequeno adeus

(Ao Toninho e ao seu menino)

Mesmo à noite
quando espreitavas os meus gestos
mais pequenos e incautos
cruzavas o horizonte
com sonhos de ternura ou
de suspeita aventura
que enchiam os céus
e os agora chorosos corações

No escuro
enquanto repousavas
esquecias-te de ti
e davas cuidadas demandas
em torno do meu berço
onde eu sonhava em ser
assim como tu

No vazio
que hoje te invadiu
e que me roubou a ti
encontra a minha lágrima
e com ela
alimenta-te
lembrando-te de mim.


(30-7-2012)

domingo, julho 29, 2012

Momentos em imagem #9 - Fotos de promoção do livro "Refracções em três andamentos"





São excelentes trabalhos do Ricardo Marta que pretendem ser imagens de promoção do meu livro Refracções em três andamentos. Penso que qualquer uma delas é exemplo do carácter pessoal e aprofundado que os poemas transportam.
Ao Ricardo, o meu público agradecimento!

sábado, julho 28, 2012

silêncio

E o silêncio
Sempre presente
E ausente
Vai quebrando
A face negra
E hipócrita

E o silêncio
Lá atrás na arca aberta
Vai escolhendo
Os feijões com
Bicho,
Mas de dimensões
Sociais

E o silêncio
Vai silenciando
Quem está fora
Da equação
De interesses


(28-7-2012)

domingo, julho 22, 2012

Crónica Bombeiros.pt: Leiam, por favor, com atenção!

1. Às portas de mais uma actividade formativa ao nível do combate aos incêndios florestais (informem-se sobre a 6.ª Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão), a pergunta que orienta esta reflexão é esta: “O que mudou nos últimos seis anos?” Todos temos consciência de tudo aquilo que era inoperante, arcaico ou mesmo inexistente, mas estaremos hoje melhor preparados? Penso que não. Apesar de termos procurado fornecer às corporações um sem número de equipamentos realmente úteis, parece-me que estamos a falhar em algo que é o mais importante: a formação intelectual. Não, não defendo que se formem mentes brilhantes ou que se transformem os bombeiros em escolas contínuas, onde o mais importante seja sentar os homens e “espetar-lhes” com “carradas de teoria”. O que defendo é que de uma vez por todas se ofereça aos homens o conhecimento prático de alguns dos perigos que o combate encerra.

(...)


Guarda, 9 de Julho de 2012
Daniel António Neto Rocha

(excerto do Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 10 de Julho de 2012)

quarta-feira, julho 18, 2012

Momentos em imagem #8 - Nota do lançamento do livro Refracções em três andamentos



Estas imagens são da sessão de lançamento e apresentação do meu livro Refracções em três andamentos, no dia 7 de Julho de 2012. Nelas estou eu e a minha "manita". Teimosos como um raio e perfecionistas até dizer chega, voltámos a encontrar-nos num momento especial. Ela, exímia e perspicaz, ofereceu-me e aos presentes (que não eram muitos mas eram bons e atentos) uma análise extremamente clara e rica em significados, conseguindo surpreender-me na descodificação das mensagens e do "ruído" que, segundo ela, eu grito ao mundo. Gostei muito da apresentação e, quando a puder publicar aqui, recomendo completamente a sua leitura. Eu, crónico e humilde, lá agradeci, talvez em demasia (não sei), a ajuda e a confiança que muitos dos presentes me têm votado ao longo dos tempos, seja através de palavras de incentivo, seja através dos ensinamentos que um dia me passaram e que hoje são parte de mim. À minha família, centro do meu mundo e fonte da minha força, invoquei-a como parte vital do "eu" que sou e serei sempre. Em suma, adorei o reencontro com a minha "manita" e rendi-me às palavras da leitura de uma obra que ela conhece bem. Concordo contigo, Joana: é um livro que não deixa ninguém indiferente!

terça-feira, julho 17, 2012

Li: 2666, de Roberto Bolaño



Dava conta, aqui há dois meses, que tinha empreendido um desafio colossal. Pois bem, há cerca de três semanas terminei a leitura de 2666, de Roberto Bolaño. Fantástico romance, enorme volume de informações, decadente retrato do meio literato e académico, do mundo da política e da sociedade de valores éticos. Dividido em cinco partes, o romance vai procurando conhecer um escritor alemão que tem como pseudónimo o nome Benno von Archimboldi. De forma doentia, e sem olhar a eufemismos na hora de dar nomes à sociedade, Bolaño constrói um universo literário que coloca a questão: para quê preocupar-me com os outros se sou eu que interesso?
Pena só o fim trágico do autor, pois o romance deixa em aberto, na última das partes, um fim, quem sabe, intenso e surpreendente. Mas este fim, infelizmente, nunca o iremos conhecer.
Livro a ler e a reter na memória por muitos e muitos anos, que não é aconselhável a gente conservadora e com dificuldade em aceitar o "calor" tão típico da literatura sul-americana.

Pensalamentos #51

Explodem vozes e vontades
com a aparente impetuosidade
do camião vazio que apita sonoramente.

Vazio existencial ou
delicada falsidade
com o fim de esvaziar?

Deixem-me só!
Eu mais eu e
o nós,
estranho eu!

O camião vazio passa sonoramente
e a paisagem não muda,
mantendo-se muda.

domingo, julho 15, 2012

Sítio para descansar depois de morto

Como andei atarefado, vou agora recuperar aos poucos os textos que queria ter escrito sobre todas essas tarefas. No dia 28 de Junho, fui apresentar o caderno, da colecção Fio da Memória, Julgamento e Morte do Galo do Entrudo 2012 à Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço. Já lá para o fim, quando não havia jornalistas e todos estavam com vontade de ir jantar (seriam para aí 20h05m), surge a notícia mais arrepiante e mais interessante da tarde. A sobrinha de Manuel de Vasconcelos, antigo médico radiologista no Sanatório, ofereceu à Câmara Municipal da Guarda o jazigo onde se encontra o tio. Para que fim? Para aí funcionar uma espécie de Panteão dedicado aos que fazem cultura na Guarda. Tirando a pouca vontade de ir no imediato, posso dizer-vos que será um local para já muito bem frequentado, pois aquilo que Manuel Poppe escreveu no caderno Na sua mão direita - Manuel de Vasconcelos curador do sofrimento humano revela um homem com um carácter extremamente digno e humano. Logo, uma boa companhia para a eternidade!