Há uma curiosa expressão, que no dia de ontem foi usada no interessante e desconcertante programa da TSF "Governo Sombra", que se pode utilizar para caracterizar a estratégia de alguns candidatos à Câmara Municipal da Guarda. Essa expressão é "anilhar". Ao que parece, esta expressão procura ridicularizar aquilo que o enigmático Cavaco Silva andou a fazer nos últimos tempos, anilhando uma Cagarra nas Ilhas Selvagens e, com uma conotação mais sádica, "anilhando" António José Seguro no continente, obrigando-o a tomar uma posição que ou seria de mariquinhas (caso aceitasse o acordo tripartido) ou seria de um irresponsável (caso fizesse aquilo que fez ontem). Agora a retórica partidária tratará do resto e Cavaco não se sabe bem do que tratará, mas dizem as más línguas que ele gostou tanto de anilhar que passará ao ataque e "anilhará" mais uns quantos.
Não falo neste ponto de Álvaro, pois lá apresentou a sua lista e... enfim, não se sabe bem o potencial da coisa, mas se Carvalho Rodrigues aposta nela talvez não seja completamente má.
Aqui também não entram as outras candidaturas nem Igreja, pois a lógica partidária aponta de forma mais ou menos objectiva para os putativos e dali não sairá (aposto!) nenhuma surpresa de grande estalo.
Pois bem, ao que me parece a estratégia política da coligação Bento/ Rodrigues está exactamente a fazer o mesmo que Cavaco, ou seja, está a juntar apoios sem os respectivos apoiantes saberem o que estão a apoiar. Difícil? Sim, ao que parece a estratégia parece apontar para uma espécie de "anilhar" de um conjunto alargado de pessoas que, com promessas ou com ilusões, acabarão por estar a apoiar o único tipo que nunca apoiariam na vida. Ou seja, vão acabar por ser "anilhados" de forma fria e consentida, pois quem não se guia pelos seus princípios acabará por cair por falta deles. Depois dos nomes, talvez faça uma análise aos opostos que, afinal, se atraem!
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