São muitas e muitas e muitas as causas para o quase apagamento deste blogue durante o mês de Março. Não, não há qualquer problema a não ser a sobrecarga de afazeres que por vezes aparece. Abril também promete ser assim, mas vou tentar estar mais presente. Abraço!
segunda-feira, março 30, 2015
quinta-feira, março 19, 2015
Contradizer_6 da CalaFrio - Associação Cultural
É já neste sábado, início da Primavera e Dia Mundial da Poesia, pelas 16h30, que se realiza o Contradizer_6, organizado pela CalaFrio - Associação Cultural. Este Contradizer acontece no Anfiteatro ao ar livre da Quinta do Alarcão, junto à Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na Guarda.
Segue a notícia publicada em alguns órgãos de comunicação social:
A Guarda tem uma nova
associação cultural que pretende desenvolver várias iniciativas de
caráter cultural e artístico, “agitar” a cidade e estender a sua ação a
outras cidades do país, anunciaram hoje os fundadores.
A
nova coletividade, designada “Calafrio-Associação Cultural”, foi criada
oficialmente no dia 6 e em breve elegerá os seus corpos diretivos.
Segundo os promotores do projeto cultural, a associação “pretende desenvolver várias iniciativas de caráter cultural e artístico (teatro, música, edições, exposições, etc.), a partir da Guarda, estendendo a sua ação a outras cidades do país”.
Entre os sócios fundadores estão o ator José Neves, os escritores Manuel Poppe, Daniel Rocha e Manuel A. Domingos, os músicos César Prata, Élia Fernandes e Suzete Marques, a cantora Teresa Aurora Gonçalves, os professores José Manuel Mota da Romana, António José Dias de Almeida e Fátima Freitas, a musicóloga Cristina Fernandes e os programadores Américo Rodrigues e Sílvia Fernandes.
A companhia de teatro profissional Teatro do CalaFrio, já em atividade naquela cidade, desde março de 2014, é um dos núcleos da nova associação, “que pretende agitar a Guarda, numa perspetiva de que a cultura deve estar ao serviço da cidadania”, é também referido.
O Teatro do CalaFrio já representou a peça “Mas era proibido roer os ossos” (a partir dos textos “Carta ao Pai” e “Relatório a uma Academia”, de Franz Kafka), com interpretação dos atores José Neves (que integra o elenco fixo do Teatro Nacional Dona Maria II), Valdemar Santos (ator e encenador independente) e Américo Rodrigues (ator, poeta, encenador e performer).
A companhia teatral está a preparar a sua próxima produção, que vai estrear em abril, intitulada “Empresta-me um revólver até amanhã”, a partir de duas peças de Anton Tchekhov, com interpretação de José Neves, Valdemar Santos e Américo Rodrigues.
O Teatro do CalaFrio também tem organizado, na Guarda, um ciclo de atividades culturais e artísticas designado Contradizer.
O próximo evento está agendado para sábado, às 16h30, e surge a propósito do Dia Mundial da Poesia.
Naquele dia será realizada uma atividade no anfiteatro ao ar livre da Quinta do Alarcão, junto à Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, que vai chamar-se “A poesia vai acabar”, que é o título de um poema de Manuel António Pina.
Segundo os promotores, durante a iniciativa haverá uma breve intervenção a propósito do poema “A poesia vai acabar”, seguindo-se uma sessão com poemas escolhidos e lidos por convidados e espontâneos.
A atividade é realizada com a colaboração da Câmara Municipal da Guarda/Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço e tem entrada gratuita. (Fonte: Beira.pt)
Segundo os promotores do projeto cultural, a associação “pretende desenvolver várias iniciativas de caráter cultural e artístico (teatro, música, edições, exposições, etc.), a partir da Guarda, estendendo a sua ação a outras cidades do país”.
Entre os sócios fundadores estão o ator José Neves, os escritores Manuel Poppe, Daniel Rocha e Manuel A. Domingos, os músicos César Prata, Élia Fernandes e Suzete Marques, a cantora Teresa Aurora Gonçalves, os professores José Manuel Mota da Romana, António José Dias de Almeida e Fátima Freitas, a musicóloga Cristina Fernandes e os programadores Américo Rodrigues e Sílvia Fernandes.
A companhia de teatro profissional Teatro do CalaFrio, já em atividade naquela cidade, desde março de 2014, é um dos núcleos da nova associação, “que pretende agitar a Guarda, numa perspetiva de que a cultura deve estar ao serviço da cidadania”, é também referido.
O Teatro do CalaFrio já representou a peça “Mas era proibido roer os ossos” (a partir dos textos “Carta ao Pai” e “Relatório a uma Academia”, de Franz Kafka), com interpretação dos atores José Neves (que integra o elenco fixo do Teatro Nacional Dona Maria II), Valdemar Santos (ator e encenador independente) e Américo Rodrigues (ator, poeta, encenador e performer).
A companhia teatral está a preparar a sua próxima produção, que vai estrear em abril, intitulada “Empresta-me um revólver até amanhã”, a partir de duas peças de Anton Tchekhov, com interpretação de José Neves, Valdemar Santos e Américo Rodrigues.
O Teatro do CalaFrio também tem organizado, na Guarda, um ciclo de atividades culturais e artísticas designado Contradizer.
O próximo evento está agendado para sábado, às 16h30, e surge a propósito do Dia Mundial da Poesia.
Naquele dia será realizada uma atividade no anfiteatro ao ar livre da Quinta do Alarcão, junto à Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, que vai chamar-se “A poesia vai acabar”, que é o título de um poema de Manuel António Pina.
Segundo os promotores, durante a iniciativa haverá uma breve intervenção a propósito do poema “A poesia vai acabar”, seguindo-se uma sessão com poemas escolhidos e lidos por convidados e espontâneos.
A atividade é realizada com a colaboração da Câmara Municipal da Guarda/Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço e tem entrada gratuita. (Fonte: Beira.pt)
sexta-feira, março 06, 2015
Guarda: "A Terra da Escrita"
Na próxima semana, as Oficinas de Escrita do projecto "A Terra da Escrita" vão continuar nas escolas da Guarda. E tem sido uma experiência muito enriquecedora para mim, enquanto escritor, e muito útil para os nossos alunos. Não, não estou a dizer que é o contacto comigo que é útil para os alunos. Penso que a utilidade é a percepção, pois passo-lhes isso, da exigência que a escrita acarreta. E é muito bom observar que eles percebem que a palavra é um bem a procurar sempre. Sim, eles percebem que é um bem essencial para a vida e para o crescimento!
Durante as semanas anteriores, foi com agradada curiosidade que algumas das histórias escritas pelos alunos da Escola de São Miguel e da Escola Carolina Beatriz Ângelo ficaram quase concluídas. Digo quase concluídas porque ainda terão os alunos ocasião de as melhorar e rever até à entrega final às professoras bibliotecárias para futuras realizações do projecto.
Também o fruto das sessões na Escola de Santa Clara está nas minhas mãos e, em breve, será devolvido com os devidos aconselhamento para uma quase final revisão pelos pequenos escritores.
Em suma, estou feliz pelo trabalho que tem vindo a ser conseguido e pela capacidade de escrita destes jovens, que, seguindo sempre pelos caminhos da exigência, vão chegar muito longe nas suas ambições.
Claro que também dá para observar e perceber o imenso trabalho que os professores têm feito para conseguir que estes jovens não se percam na confusão em que o país se encontra.
Em breve, mais algumas palavras sobre "A Terra da Escrita"!
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oficinas de escrita
quarta-feira, fevereiro 25, 2015
Contradizer_5
O Contradizer_5 está aí e acontece já no sábado, dia 28, no Centro Cultural da Guarda, pelas 21h30.
"O Teatro da CalaFrio vai realizar mais uma sessão do ciclo
"Contradizer", actividade nómada dedicada à difusão da cultura. Desta
vez, o espaço escolhido é o salão do Centro Cultural da Guarda,
instalado no antigo Paço Episcopal (também já ali funcionou o Tribunal),
no centro da cidade.
A sessão é, como tem sido hábito, diversificada, dando grande importância à força da palavra.
Américo Rodrigues (Pasolini) e Vasco Queiroz (o jornalista Furio Colombo) reconstituirão a última entrevista dado pelo cineasta italiano, horas antes de ser brutalmente assinado (em Novembro de 75 ). A entrevista acabou por se intitular "Estamos todos em perigo", por sugestão do próprio Pasolini.
A sessão é, como tem sido hábito, diversificada, dando grande importância à força da palavra.
Américo Rodrigues (Pasolini) e Vasco Queiroz (o jornalista Furio Colombo) reconstituirão a última entrevista dado pelo cineasta italiano, horas antes de ser brutalmente assinado (em Novembro de 75 ). A entrevista acabou por se intitular "Estamos todos em perigo", por sugestão do próprio Pasolini.
O percussionista Tiago Pereira contará algumas das suas "histórias
sem corantes", "a partir de sons e sons que se transformam em
palavras".Tiago Pereira integra os "Roncos do Diabo" e o projecto "Ai" e
costuma acompanhar, entre outros , Sebastião Antunes. Recentemente,
foi co-responsável pela criação e programação do "Atrás da serra café"
em Valhelhas.
José Ferraz Alçada, escritor e médico, que vive na Vela, sobe à
cidade da Guarda para revelar alguns dos contos do seu próximo livro
"Gato ou lince".
A iniciativa "Contradizer" tem criado um público regular interessado
na literatura e nas relaçoes que ela pode estabelecer com as outras
áreas da Cultura.
A entrada é, como sempre, gratuita.
Entretanto, o Teatro do CalaFrio prepara a sua próxima produção
teatral: "Empresta-me um revólver até amanhã", a partir de duas peças
de Anton Tchekhov, com José Neves, Valdemar Santos e Américo Rodrigues.
Estreia em Abril próximo."
segunda-feira, fevereiro 23, 2015
Oficinas de Escrita na "Terra da Escrita" em Santa Clara
![]() |
(Biblioteca D. Sancho I da Escola de Santa Clara) |
Na semana passada aconteceram as primeiras Oficinas da "Terra da Escrita". A Escola de Santa Clara, a sua Biblioteca, os seus professores e funcionários (guerreiros da educação), e os "pequenos escritores" foram um agradável conforto e um porto de saída para a navegação no mundo da imaginação. Eles foram convidados a viajar (com o tema de escrita "A Viagem") e a abrir "A Porta Fechada". E que boas histórias se preparam para sair daqueles pequenos escritores.
quarta-feira, fevereiro 18, 2015
Apresentação de dia 12 de "Tenho uma pedra na cabeça" na Guarda
Sou, penso eu, um afortunado por ter poucos mas bons amigos. E isso faz a diferença para quem, como eu, avança a passos largos acompanhado bem de perto pela velhice eterna. Mas... olvidemos a questão temporal.
Na passada 5.ª feira, dia 12, aproveitei o facto de ter de estar na Guarda para efectuar a apresentação do livro "Tenho uma pedra na cabeça", a minha mais recente edição. E, sabendo que era uma semana difícil para os que gostam de cultura e de poesia (muitos estiveram em ensaios para o "Galo do Entrudo"), avancei na pretensão com a consciência de quem sabe o que o espera. Não fiquei defraudado! A sala estava repleta de interesse, condensado em poucos mas bons ouvintes. Gostei de os ter por lá!
De seguida, o José Monteiro fez uma apresentação (que publicarei no final deste texto) muito boa e, como disse então, ensinou-me muitas coisas sobre a minha escrita. O professor António José Dias de Almeida e o Jos van den Hoogen leram, maravilhosamente, alguns poemas. No caso do Jos, foram apresentados dois dos poemas que ele traduziu e que vão integrar a "Bloemlezing 7+7+1" (perdoe-me Jos se não for assim), uma antologia bilingue - português e holandês - que terá uma tiragem limitada de 33 exemplares e terá outras particularidades (no início de Março darei mais informações). Por fim, aproveitei para agradecer a presença de todos os que me acompanharam neste dia e fiz algumas referências ao livro.
Gosto sempre de estar na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço e gostei muito de encontrar lá a calmaria literária, mas gostei principalmente de encontrar lá a amizade.
Texto e poema de José Monteiro, ambos apresentados na sessão:
"Não
é verdade que só o autor se apaixona pela obra. Também a obra se apaixona pelo
seu autor. Na verdade é mesmo por isso que o autor se apaixona por ela."
ANA HATHERLY
Um
livro especialmente de poesia não se deixa apresentar, apresenta-se ele
sozinho. É o rosto visível de alguém que investiu nele tudo o que tinha para
dar, naquele momento. Outros virão de certeza melhores. Assim acontece neste
“Tenho uma pedra” onde da escrita intimista, os poemas saem materializados em
palavras que às vezes são pedras. Ora ter uma pedra na cabeça é um acto
não-poético. Era!
Este
livro de Daniel Rocha vem provar que ser artista é saber pegar na realidade e
expô-la, é pegar numa pedra e expandi-la. Fazê-la viver. Torná-la expansiva. Quando
comecei a ler o livro veio-me à lembrança o que diz Sophia na sua Arte Poética
III:
O artista não é, e nunca foi, um homem
isolado que vive no alto duma torre de marfim. O artista, mesmo aquele que mais
se coloca à margem da convivência, influenciará necessariamente, através da sua
obra, a vida e o destino dos outros. Mesmo que o artista escolha o isolamento
como melhor condição de trabalho e criação, pelo simples facto de fazer uma
obra de rigor, de verdade e de consciência ele irá contribuir para a formação duma
consciência comum. Mesmo que fale
somente de pedras ou de brisas a obra do artista vem sempre dizer-nos isto: Que
não somos apenas animais acossados na luta pela sobrevivência mas que somos,
por direito natural, herdeiros da liberdade e da dignidade do ser. (Arte
poética III, Sophia)
Ora
isto leva-nos às pedras do nosso autor. Ele próprio reconheceu que a pedra que
esteve na sua cabeça – não interessa a localização exacta, se foi no lado
esquerdo, anterior, posterior ou parietal – esteve Aprisionada num recanto escuro do cérebro, significa e interpreta, ao
mesmo tempo que oferece leituras e compreensões. Partindo da sua forma
significativa, a pedra entrega-se nas mãos, nos pés, nos olhos, na imaginação
ou no objecto de desejo de vários tempos e modos, surgindo nua e desprovida de
vida no final da leitura. E afinal aqui está tudo resumido, não seria
preciso dizer mais. [Mas como ao outro poeta, também a mim surgiu uma
pedra no caminho, com a tarefa mais difícil de vos apresentar essa pedra.]
A poesia do autor já é nossa conhecida e
também o é a sua preocupação com o tratamento a dar à palavra. E se ele nos
oferece estes poemas é porque os julgou purgados através de um trabalho “improbus” horaciano e de polimento das
palavras como se de pérolas se tratasse. Por isso estamos perante um conjunto
de poemas quase perfeitos e com a exacta imperfeição de palavras cumprindo
objectivos previamente definidos. Este livro pode ser assim aa sua arte
poética.
Na
minha leitura da obra saliento três tópicos:
1º Concepção de poeta e de poesia. O
poeta é um rio, como refere no poema “Gotas de Pedra”, (17 – Talvez tu não o saibas, mas já fui um rio.)
onde se faz a confluência (desaguam) de vários elementos sintetizando o que
decorre de uma existência às vezes mineral e em que a pedra o obriga a desviar
a efluência dos fluidos intelectuais.
A
referida confluência existe no poema “conjugação”: em que o processo de criação
vai desde o volitivo do acto, do verbo, passando pela mineralização
inadvertida, pelo acto amatório julgado mesmo obsceno (delicado gesto obsceno 31), pela impressão da não existência
enquanto ser e pelo desafio final da consciência da sua limitação. (Daí o verso
final: Conjugo-te, enfim!) Essa consciência conduz ao grito expresso no título
de “antes que a vida passe” que é uma retoma do tema clássico do tempus fugit ou, como se assume
explicitamente, do tempus edax rerum (58
Ovídio).
A
fluidez do poema converte mesmo a pedra em gotas e voltamos à imagem do rio e
da consequente água. E assim se conjuga o concreto da pedra com a fluidez da
água (17 o rio fluir rápido, 20 quente fluido, 28 fluidez dos tempos, 35
corrupio fluído) que por sua vez se torna também matéria poética. [Acho que uma
das palavras chave da obra é mesmo fluir
e seus derivados] Então o poeta assume-se como Narciso *(A água cansada de olhares / ressumava o futuro dos dias / e das gentes.58)
e refugia-se na imagem do rio de palavras que brotam do peito, da boca e da
cabeça (16) pois “tem mais palavras que a
própria língua … no ritmo que lhe aprouver”*(17) Afinal o poeta, se não
utilizar correctamente as palavras, pode matar
/ talvez de silêncio / as sílabas de liberdade / e as rimas ricas / dos versos.
(44)
Ficamos
também a saber que o que move o poeta afinal é Eros que alimenta Apolo e o faz suar de prazer (59), ou seja, a poesia
tem consequentemente um carácter lúdico, prazeroso (comboio de corda) e Apolo fascina-se / pela petrificada figura.
… A pedra excita Apolo / e Eros viola o seu / arco (60). Mas esta afirmação
semeia dúvidas como estas: Apolo, o deus protector das Musas (na Grécia),
submete-se a Eros? Ou é Apolo, deus do sol, que se deixa sombrear por Eros? Ou
o poema necessita haurir de Eros apenas a excitação, o despertar para a
realidade que a pedra significa?
Mas
a imagem mais significativa nesta concepção de poeta é a do poema onde o escultor surge. Nada mais adequado do
que o escultor, qual estatuário, qual artista, converter a simples pedra inerte
numa obra de aperfeiçoamento em que haja vida. Os últimos versos são para mim a
síntese perfeita de poeta e poesia. *(37/8)
2º
A pedra como matéria poética. – O tema da pedra não
é novo na poesia. Vem-nos imediatamente à memória o poema de Carlos Drummond de
Andrade (No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho),
talvez o poema mais conhecido da temática. Mas o que significa e interpreta
esta pedra? Para o autor a pedra reveste várias espécies: a casinal (36, 47), a
mística ou sagrada (pedra ara sacra 35),
a mítica, a histórica, a lendária, a imaginária, a real, … *(66). Vou deter-me
apenas nas duas primeiras.
A
casinal joga ao destino com as
palavras e obedece à predestinação com que os deuses jogam com os humanos. Não
é por acaso que aparece no poema “Sísifo”, esse castigado exemplar, servindo aos
humanos de lição empurrando indefinidamente a pedra por ter ousado infringir as
regras dos deuses e ter voltado do Hades. É esta pedra representante do desafio
que o poema constitui ou deve constituir em relação à ordem estabelecida? O
poema “Matar” significa isso mesmo, a revolta contra o que está mal na
sociedade. Ou significa a ousadia do aprisionamento de Tanatos (deus da morte)
conseguindo a imortalidade através das palavras?
A
mística ou sagrada, liga-se à presença
implícita, facilmente adivinhada, da pedra angular bíblica que os construtores
rejeitaram. A pedra / palavra será motivo poético se tiver esse carácter de
segregação, separação do que é profano, do vulgo. Nessa altura ganhará vida e
tornar-se-á representativa do verdadeiro valor do poema: missionar. E não é a
única presença do sagrado pois pelo menos em dois poemas há referência ao leite
e mel (54, 57) elementos messiânicos da ansiada terra prometida. Não já do
desejo judaico no domínio dessa utopia, mas na possibilidade da nascitura pedra
que se expande desfazendo o tiro natural
da biologia.(25). A eterna ânsia de quebrar as leis da vida e conseguir
assim a imortalidade.
3º As influências. Um bom escritor
nunca deixa de revelar as influências recebidas das suas leituras quer em
termos de poética quer em termos de educação. Ora neste livro há nitidamente
várias fontes onde o autor bebeu.
Quanto
a autores / poetas nota-se a presença silenciosa de Manuel António Pina nas
temáticas abordadas e mesmo nas formas utilizadas. O já referido Carlos
Drummond de Andrade (20). A loucura insistente de um Álvaro de Campos (64).
Ovídio e as suas Metamorfoses na expressão referida acima “edax rerum (58). Ricardo Reis surge-nos inevitavelmente quando
abrimos a página no poema “Os novos jogadores de xadrez”. Há também uns aromas
de Sophia no poema “Minotauro”.
Quanto
à educação escolar e universitária é por de mais evidente. Não apenas nos
títulos dos poemas, mas no seu conteúdo. As figuras mitológicas carregadas de
diversos e ricos simbolismos: Sísifo, Hefesto, Eros, Minotauro, Apolo … e de
inspiração explicitamente bíblica: David e Golias.
Em
síntese, tudo pode terminar na cabeça onde a pedra devia morar. Quem diz
cabeça, diz sótão. Quem diz pedra, diz livro. Este teme apenas o frio da
ausência de leitura, de leitores. Por isso há que fugir do sótão onde mora o
frio da solidão literária. Caso contrário pode acontecer o que diz a poetisa
brasileira Adélia Prado: “Deus de vez em
quando me tira a poesia e eu olho pedras e vejo pedras mesmo...”
“Tenho uma
pedra”
O homem ser
esquisito
pensa e
escreve
Como quem
respira o ar quente da noite
Onde as gotas
de pedra fazem eco na solidão dos pensamentos.
No sótão,
lugar frio onde os livros
são pedras
que se expandem
e fogem ao tiro natural da Biologia
provoca-se o
sangramento das palavras
e restam as
impressões da tarde.
Mas da conjugação
dos astros – leia-se influências -
quando o
homem chora
antes que
seja tarde
surge o
escultor, estatuário de pedras feitas ideias.
O poeta,
escultor de frases manufacturadas,
grita que é
proibido não proibir
e que é
preciso matar a opressão das palavras.
Os novos
jogadores de xadrez substituem palavras por pedras
e, qual Sísifo,
enfrentam o destino
na luta
desigual de David e Golias.
Presos no
labirinto, dominam o Minotauro
embora o Narciso
interior os faça caminhar
para o
domínio de um Eros construtor de imagens
e de
sensações persistentes como um formigueiro
em que as
ideias são emanadas pelo pó das pedras.
Ou, então –
é o poeta quem o diz - nada disto!
Na biblioteca, em cada livro,
em cada página sobre si
recolhida, às horas mortas em que
a casa se recolheu também
virada para o lado de dentro,
recolhida, às horas mortas em que
a casa se recolheu também
virada para o lado de dentro,
as palavras dormem talvez,
sílaba a sílaba,
o sono cego que dormiram as coisas
antes da chegada dos deuses.
sílaba a sílaba,
o sono cego que dormiram as coisas
antes da chegada dos deuses.
Aí, onde não alcançam nem o poeta
nem a leitura,
o poema está só.
‘E, incapaz de suportar sozinho a vida, canta.’
nem a leitura,
o poema está só.
‘E, incapaz de suportar sozinho a vida, canta.’
Manuel António
Pina, Poesia, saudade da prosa.
![]() |
(Todas as fotos são da autoria do Arménio Bernardo) |
Crónica Bombeiros.pt: Pensar diferente
Não farei uma grande exposição, pois para grandes males os pequenos remédios são mais eficazes, mas apetece-me falar sobre nós, bombeiros, e sobre a forma como nos vemos. Regra geral, todos pensamos que somos os melhores e, a cultura que nos vendem, diz-nos isso mesmo. Somos os melhores e ponto!
Depois, todos nos apercebemos das carências que temos nas nossas corporações (quantas vezes corremos atrás de meros equipamentos de segurança) ao nível do mais básico da nossa profissão e refilamos, berramos, e mais, e mais, mas fazemos tudo como se estivéssemos super equipados (também mentalmente). E, não, não estamos! Somos dedicados, aplicados e voluntariosos, mas isso não chega. Para além disso temos de nos conhecer bem e aceitar as nossas limitações, rirmos do desajuste que temos entre o que podemos (e devemos) fazer e o que efectivamente fazemos (tantas vezes colocando-nos em risco).
Mas, nada disto é exclusivo de nós “a carne para canhão”. Isto é especialmente preocupante nas esferas directivas, que continuam a acreditar que são os melhores e os mais sobredotados. Este é o mal que temos de reparar antes que seja tarde para outros.
Porém, nem só de “certezas absurdas” está o nosso Inferno cheio. Também precisamos de repensar a nossa atitude perante a vida que nos rodeia, começando por saber rir dos absurdos dela. E dos absurdos da nossa realidade, pois nenhuma realidade é isenta de humor ou de factos que podem ser risíveis. Nós, bombeiros, merecemos mais! E é por merecermos mais que eu não aceito que alguém diga que “há bombeiros que não pensam”, “que há bombeiros que não percebem o que se lhes diz”, “que há bombeiros que têm de ser levados pela mão”, etc.. Os Bombeiros Portugueses precisam de começar a exigir que os não tratem como mero “verbo de encher”.
Moimenta da Serra, 17 de Fevereiro de 2015
Como obter o livro "Tenho uma Pedra na Cabeça"? Simples!
O livro "Tenho uma Pedra na Cabeça no lado esquerdo anterior frontal ou nada disto"
já teve a sua apresentação e lançamento, mas haverá mais algumas oportunidades de encontro com os leitores que em breve serão divulgadas.
Para já, os interessados em adquirir este livro podem fazê-lo na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (Guarda), em Famalicão da Serra (Guarda) ou em Moimenta da Serra (Gouveia). Podem também entrar em contacto comigo via endereço electrónico (danielroc@gmail.com ou silenciosasdiscussoes@gmail.com) e combinaremos um local de entrega. Se preferirem, podem efectuar também a encomenda e receber o livro por correio. O livro está disponível para o público a 8 euros (acrescendo 0,50 euros no envio por correio).
Para efectuarem a encomenda deverão enviar uma mensagem, com a referência Tenho uma compra na cabeça no assunto, para o endereço silenciosasdiscussoes@gmail.com
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terça-feira, fevereiro 17, 2015
O pós "Galo do Entrudo" 2015
![]() |
(Belíssima foto - Foto do Município da Guarda) |
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(Foto do Município da Guarda) |
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(Foto do Ricardo Marta) |
Sou, por natureza, curioso e, não sei se já o sabem, gosto muito criatividade. E gosto muito de criatividade associada às artes e aventuras com as quais me enlaço. Sendo assim, fiquei muito satisfeito pelo envolvimento que o meu texto para o "Galo do Entrudo" mereceu. O texto, convém dizê-lo, pretendeu ser simples, claro e humorístico, ao mesmo tempo que catártico (purificador). Penso que conseguiu passar a(s) mensagem(ns) e fazer com que quem assistiu se sentisse bem disposto (apesar do frio). E mais não direi sobre o texto ou o seu conteúdo ou sobre as voltas que o mundo dá ou que não dá e alguns teimam em dizer que são efeitos da crise.
Encenação e envolvimento... Adorei! Compassos de espera perfeitos (para quem não está habituado a aperceber-se da difícil movimentação de carros e pessoas na Guarda pareceu tempo a mais), entrada das personagens envolvidas numa marcha muito bem tocada pela Banda de Famalicão da Serra (a minha terra) e um apetitoso duelo de claques (a lembrar as últimas movimentações futebolísticas). Tudo isto antes de um muito bom espectáculo de marionetas gigantes que nunca vi em mais lado nenhum. Uma óptima ideia do Américo Rodrigues e de toda a equipa que ele coordenou! Por fim, a receptividade do público em mais uma noite fria, só para gente de "raça serrana".
Em suma, um óptimo trabalho!
Já ouvi que a Câmara irá reflectir sobre este acontecimento de forma a transformá-lo em algo mais atractivo, temporalmente falando, ou de forma a "matá-lo". Eu penso que tudo aquilo que nos diferencia positivamente é essencial para a valorização territorial e para o ganhar de novos públicos. E este espectáculo faz isso! Associar mais coisas e cativantes para que este seja um destino carnavalesco de mais do que um dia... talvez não seja uma má ideia. "Matar" a "Morte do Galo" é matar mais um pouco daquilo que fazemos bem e de forma única. Esta ideia soa-me sempre àqueles dias em que desaparece mais um dos "mais velhos" na minha aldeia. Aqueles dias em que a memória de ontem se indefine no ar e se perde. Mas, claro, esta é a minha opinião e vale muito pouco. Mas tenho pena...
Honra seja, portanto, dada aos nomes que se esforçaram para que este espectáculo tenha tido um grande ambiente.
![]() |
(Ficha técnica do "Galo do Entrudo") |
"O Bem e o Mal" recebeu os visitantes da Feira das Tradições em Pinhel
Uma pequena brincadeira fez com que algumas personagens de "O Bem e o Mal", a peça que o Teatro do Imaginário tem em itinerância, estivessem a receber os visitantes durante a abertura da 20.ª Feira das Tradições de Pinhel, no passado dia 13 de Fevereiro. A cena, que envolve Rui de Nelas, a Criada, Cristina e Casimiro, tem como foco de atenção o Presidente da Câmara de Pinhel. Um pequeno momento cómico que, de certeza, os visitantes apreciaram e os actores souberam embelezar. Só tenho pena de não ter podido estar presente...
Eis algumas fotos do Município de Pinhel.
terça-feira, fevereiro 10, 2015
Guarda, 12 de Fevereiro: "Tenho uma pedra na cabeça" na BMEL
Já esta 5.ª feira às 18 horas na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (Guarda). Estará o José Monteiro a fazer uma apresentação do livro, o António José Dias de Almeida a fazer a leitura de alguns poemas e o Jos van den Hoogen com a leitura de algumas traduções para holandês. Eu também terei o prazer de dizer algumas palavras e de fazer ali o pré-lançamento de uma Antologia bilingue (Português e Holandês), em edição limitada a 33 exemplares, que terá o seu lançamento (e apresentação) no dia 30 de Abril de 2015. Todos os poemas foram traduzidos (e discutidos) pelo meu amigo Jos van den Hoogen.
Já vêem que são muitas e boas as razões para virem ter à BMEL no próximo dia 12.
Espero ver-vos por lá!
segunda-feira, fevereiro 09, 2015
Notas sobre o "Galo do Entrudo"
Com uma pequena participação da minha parte no Galo deste ano, cumpre-me registar com agrado que a Ficha do Espectáculo deste ano tenha sido dada a conhecer. No ano anterior, fui crítico em relação a este ponto uma vez que me parece de elementar justiça o facto de serem conhecidas as "caras" que estão na base de um espectáculo que merece reconhecimento e destaque nacional. Continuo com algumas dúvidas, sim, ao nível da indefinição em torno do nome do espectáculo teatral (o "Julgamento e Morte do Galo do Entrudo" era uma marca forte) que este ano se apresenta como "Galo do Entrudo".
Estou muito curioso, como sempre, para ver um texto meu em cena, mas pretendo muito conhecer o resultado das soluções cénicas do encenador. Penso que serão fantásticas, pelo pouco que conheço!
Dia 15 de Fevereiro veremos este "Galo do Entrudo"!
![]() |
(Foto do Galo em Construção, retirada da página do Facebook do Município da Guarda) |
O espectáculo de Carnaval na Guarda volta a contar com o “Galo do
Entrudo” e nesta edição terá como convidado especial o humorista Herman
José.
O espectáculo está marcado para Domingo, 15 de Fevereiro, pelas 21h00, na Praça Luís de Camões.
O Galo do Entrudo é um espectáculo de envolvimento colectivo, baseado em tradições populares ancestrais, que se realiza anualmente na cidade da Guarda e atrai milhares de visitantes. O Galo, representado por uma figura gigantesca, será julgado e condenado à fogueira, depois de ser considerado culpado. Trata-se de um espectáculo satírico apresentado através de marionetas gigantes representando as figuras de um taberneiro (juiz), de um filósofo (defensor) e de um bobo (acusador). Dois blocos opositores, constituídos por centenas de pessoas, manifestar-se-ão ruidosamente a favor ou contra o galo.
Participam também vários actores e figurantes, originários das colectividades do concelho da Guarda. O espectáculo envolve grandes meios de som e luz mas também de pirotecnia e multimédia, sendo que a base é de cariz teatral.
O Galo, antes de ser queimado, terá direito a exprimir um último desejo.
O espectáculo está marcado para Domingo, 15 de Fevereiro, pelas 21h00, na Praça Luís de Camões.
O Galo do Entrudo é um espectáculo de envolvimento colectivo, baseado em tradições populares ancestrais, que se realiza anualmente na cidade da Guarda e atrai milhares de visitantes. O Galo, representado por uma figura gigantesca, será julgado e condenado à fogueira, depois de ser considerado culpado. Trata-se de um espectáculo satírico apresentado através de marionetas gigantes representando as figuras de um taberneiro (juiz), de um filósofo (defensor) e de um bobo (acusador). Dois blocos opositores, constituídos por centenas de pessoas, manifestar-se-ão ruidosamente a favor ou contra o galo.
Participam também vários actores e figurantes, originários das colectividades do concelho da Guarda. O espectáculo envolve grandes meios de som e luz mas também de pirotecnia e multimédia, sendo que a base é de cariz teatral.
O Galo, antes de ser queimado, terá direito a exprimir um último desejo.
Ficha do espectáculo
Concepção e coordenação geral: Américo Rodrigues
Texto: Daniel Rocha
Concepção e execução do galo: Pedro Figueiredo
Construção da estrutura metálica do galo: António Carlos Cunha e Hugo Cunha
Conceção das marionetas: Sandra Neves
Construção das marionetas: Inês Mariana Moitas, Nuno Guedes,
Rosário Matos e Sandra Neves
Vozes das marionetas e do galo: Telmo Ramalho, Marta Borges e Pedro Borges (Os Improváveis)
Gravação das vozes: AUDIO IN - Produção de Áudio, Lda
Elenco: Agostinho Silva, António Godinho, António Santos, Bruno Almeida, Carlos Lopes, Carlos Morgado, Daniel Andrade, Diana Guerra, Diogo Costa, Elisabete Fernandes, Isabel Gamboa, João Manso, Jorge Martins, Marco Abrantes, Nuno Tavares, Pedro Pires, Rita Diogo, Ronaldo Fonseca, Rui Tiago e Susana Almeida
Coordenação musical dos figurantes: Tiago Pereira
Figuração: Associação Desportiva e Cultural de Alfarazes • Associação Cultural e Desportiva do Jarmelo • Associação Cultural, Social e Recreativa da Sequeira • Associação de Jogos Tradicionais da Guarda • Associação Cultural, Desportiva e Recreativa da Rapoula • Associação Pitadas de Sorrisos • Banda Filarmónica de Famalicão da Serra • Centro Cultural, Social e Recreativo do Bairro da Luz • Centro Cultural e Desportivo de Aldeia do Bispo • Escola de Artes e Ofícios de Maçainhas • Grupo de Cantares “A Mensagem” de São Miguel • Grupo de Cantares da Arrifana - Associação Cultural • Grupo de Concertinas Estrelas da Serra • Grupo de Percussão de Valhelhas
Música original da queima do galo: Kubik
Concepção de figurinos: Rosa Martins
Concepção do vídeo: Luís Rolo
Pirotecnia: Pirotecnia das Beiras
Caracterização: Anabela Teixeira
Grupo e artista convidados: Companhia de Teatro El Carromato (“Big Dancers”) e Herman José
Produção: Carla Morgado e Sílvia Fernandes
Organização: Câmara Municipal da Guarda
(Fonte: Facebook do Jornal Terras da Beira)
Concepção e coordenação geral: Américo Rodrigues
Texto: Daniel Rocha
Concepção e execução do galo: Pedro Figueiredo
Construção da estrutura metálica do galo: António Carlos Cunha e Hugo Cunha
Conceção das marionetas: Sandra Neves
Construção das marionetas: Inês Mariana Moitas, Nuno Guedes,
Rosário Matos e Sandra Neves
Vozes das marionetas e do galo: Telmo Ramalho, Marta Borges e Pedro Borges (Os Improváveis)
Gravação das vozes: AUDIO IN - Produção de Áudio, Lda
Elenco: Agostinho Silva, António Godinho, António Santos, Bruno Almeida, Carlos Lopes, Carlos Morgado, Daniel Andrade, Diana Guerra, Diogo Costa, Elisabete Fernandes, Isabel Gamboa, João Manso, Jorge Martins, Marco Abrantes, Nuno Tavares, Pedro Pires, Rita Diogo, Ronaldo Fonseca, Rui Tiago e Susana Almeida
Coordenação musical dos figurantes: Tiago Pereira
Figuração: Associação Desportiva e Cultural de Alfarazes • Associação Cultural e Desportiva do Jarmelo • Associação Cultural, Social e Recreativa da Sequeira • Associação de Jogos Tradicionais da Guarda • Associação Cultural, Desportiva e Recreativa da Rapoula • Associação Pitadas de Sorrisos • Banda Filarmónica de Famalicão da Serra • Centro Cultural, Social e Recreativo do Bairro da Luz • Centro Cultural e Desportivo de Aldeia do Bispo • Escola de Artes e Ofícios de Maçainhas • Grupo de Cantares “A Mensagem” de São Miguel • Grupo de Cantares da Arrifana - Associação Cultural • Grupo de Concertinas Estrelas da Serra • Grupo de Percussão de Valhelhas
Música original da queima do galo: Kubik
Concepção de figurinos: Rosa Martins
Concepção do vídeo: Luís Rolo
Pirotecnia: Pirotecnia das Beiras
Caracterização: Anabela Teixeira
Grupo e artista convidados: Companhia de Teatro El Carromato (“Big Dancers”) e Herman José
Produção: Carla Morgado e Sílvia Fernandes
Organização: Câmara Municipal da Guarda
(Fonte: Facebook do Jornal Terras da Beira)
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