Depois de três meses e alguns dias consegui, finalmente, ver todos os nossos homens. Agora é esperar pelo regresso a casa dos que ainda estão no hospital. Mas vamos esperar com toda a calma do mundo e estar cá para os ajudar a passar por tudo o que aí vier! Cá estamos para isso!
sábado, dezembro 07, 2013
sexta-feira, dezembro 06, 2013
Pensalamentos #169 - prostituir
o que é mais fácil?
prostituir o corpo?
prostituir as ideias?
prostituir os ideais?
prostituir os valores?
prostituir as crenças?
prostituir a alma?
prostituir o corpo?
prostituir as ideias?
prostituir os ideais?
prostituir os valores?
prostituir as crenças?
prostituir a alma?
quinta-feira, dezembro 05, 2013
Guarda, 21 de Novembro
Está mais que provado que a Guarda só acolhe quem quer, quando quer e como quer. Mas já lá vamos!
No
passado dia 21 de Novembro fui até à Guarda para corresponder a dois
convites que me tinham sido feitos por amigos para falar sobre teatro,
na Escola Secundária Afonso de Albuquerque, e sobre cultura e prazeres,
no Café Concerto do TMG. Pois bem, lá fui e fiquei satisfeito por
comprovar aquilo que tenho vindo a comprovar há muito tempo.
(Foto de Inês Coimbra) |
(Foto de Inês Coimbra) |
(Foto de Inês Coimbra) |
No Liceu a
tarde foi muito interessante. O José Monteiro, o "Zé Monteiro" para
mim, é um professor preocupado com os seus alunos e com a educação para a
vida e para as leituras que eles possam ter. Assim sendo, lá vai
convidando os seus alunos a conhecerem coisas novas e a interessarem-se
pelo escritos da gente da cidade e da região, coisas nos dias de hoje
tão difíceis de encontrar. E foi assim que a conversa que fui ter com
aos seus alunos e com os alunos da professora Emília Costa (que foi
minha professora no terceiro ciclo!) começou com uma tentativa de
explicação daquilo que actualmente faço: escritor freelancer! A
definição desta expressão? Escritor + freelancer = desempregado com
estilo! Ou seja, o que faço actualmente é trabalhar com o improvável e
com aquilo que me vão pedindo para escrever. Claro que não há muita
gente que esteja interessada em ler, quanto mais pagar para algo ser
escrito! E foram alguns risos sinceros que ouvi. Coisa a que começo a
não estar acostumado. Passámos então pelas épocas mais interessantes
(para esta turma) do teatro: Sófocles e o seu "Édipo"; Gil Vicente e
toda a sua obra; Almeida Garrett e o seu "Frei Luís"; até chegar a
Manuel Poppe, com o seu "Pedro I"; terminando depois na minha "A Casa da
Memória" (razão maior para a minha presença ali). Claro que lhes
expliquei como cheguei a "entrar na casa" e contei também um pouco do
longo processo de recolha e de escrita e da gritaria interminável que
foi a relação entre personagens que não gostam de estar sozinhas! E eles
sorriram. Claro que lhes desvendei algumas das histórias incríveis que o
Manigoto me contou e que as suas gentes respiram. E deu para mais:
falámos de educação, de cultura e de Américo Rodrigues. E do seu último
livro. E do seu afastamento do cargo de Director do TMG. E da
irresponsabilidade (desinteresse seria a palavra mais exacta) dos
políticos pelo futuro deles. Sim, não o disse, mas talvez fosse
necessário dizer-lhes que não é na subjugação que reside a força das
pessoas e o seu futuro! Um dia digo!
(Foto de Inês Coimbra) |
E terminei com a
resposta a algumas perguntas. Feitas por gente interessada (ou com
atrevimento) em conhecer ou confirmar caminhos certos ou errados ou,
simplesmente, caminhos! E saí com a satisfação de um momento que,
espero, serviu para mostrar que um escritor ou autor não é mais do que
um homem que não se importa de pensar de forma livre e aberta,
procurando que as suas palavras sejam partilhadas e ouvidas.
E
houve uma pausa para um chá! A constipação estava, realmente, a ganhar
terreno e era preciso impedir que o dia acabasse ali. Foi um chá
partilhado a três. Com pessoas de quem gosto e que sabem que não sou
mais do que isto: um homem que vive. Não vou dizer quem foram, mas só
não digo porque não quero que algo de mal lhes aconteça! É que estavam
tão perto de mim!
O
jantar foi caseiro! Casa da mãe, ali a dois passos. Pouca fome e muito
mal-estar físico. Sintomas da febre que começava já a apoquentar. Enfim,
a noite ia estar boa, pois, qualquer que fosse o número da plateia, ia
estar entre amigos. Subir o vale e percorrer os lombos do Caldeirão até à
cidade da Guarda foi um instante. Eis-me no Café Concerto!
Pouca
gente! O Victor Afonso já lá estava com a malta do teatro que zela pela
qualidade das actividades. E um ou outro conviva, talvez acidental. E
chegaram amigos (gostei de ver especialmente o Américo, sei que os
restantes amigos compreendem este meu destaque, que o são e até família!
O Hugo. Sorri ao vê-lo entrar! Gostei muito! Como habitual, não vi
gente que em tempos foi "amiga". Talvez fosse do frio, penso,
forçadamente, eu. Responsáveis camarários também não vi, pois não devia
aquela ser uma sessão que fosse agradável de seguir. Afinal só estaria o
responsável máximo por uma das escolas superiores da cidade, onde um
dos vereadores dá aulas! Hora de começar e... Afinal o professor Carlos
Reis não estava! Perdera-se, ficcionei eu, num qualquer labirinto
citadino onde os pavores nocturnos (ao bom estilo infantil!) são
originados por gente "grande"! Voilá! O palco era meu! E do Victor! E de todos aqueles que comigo e com o Victor quisessem partilhar experiências.
(Foto de Hugo Rocha) |
E falámos
de livros: desde José Gomes Ferreira a Gonçalo M. Tavares, passando por
Manuel Poppe e por David Gilmour, indo até George Orwell e Ray
Bradbury. E música: Queen, Sigur Rós, Arcade Fire, Purcell e o seu
fantástico "Dido e Eneias" (que saudades daquela noite no Grande
Auditório!). E filmes: Dead Poets Society, The Hours, Good Bye Lenin! e... Guarda: Sopro Vital
(este último, não sendo um filme, é a gravação de um trabalho aturado
que demorou cerca de 30 anos a cumprir-se e que pode agora ter
terminado)! Outros prazeres: ainda nos filmes de animação, Kung Fu Panda!
E por fim os mais importantes de todos: conversar com os amigos e
aprender coisas novas todos os dias, e estar com a família e com ela
ganhar asas e voar pela alegria de viver!
E
a "cidade" não se interessou por vir ouvir, tal como já fez noutras
ocasiões, aquilo que eu tenho para dizer. Dizem-me que estreou um filme
popular português! Talvez a cidade por lá estivesse a cultivar-se.
Enfim, resta-me continuar a falar mais e mais e a escrever ainda mais e
mais! Quem sabe, um dia até podem ter o azar de tropeçar numa das minhas
frases.
A
vida de um dia! Cansado, constipado, com febre e com uma garganta
completamente desnorteada, lá voltei, depois de mais um chá e de mais
dois dedos de aprendizagem em contexto de conversa, rumo a casa, onde a
noite já ganhara o desafio e o sono tinha conquistado o carácter estóico
de uma família que espera por mim e me afaga com a sinceridade dos dias
bons e dos dias maus.
quarta-feira, dezembro 04, 2013
terça-feira, dezembro 03, 2013
Pensalamentos #166 - dead can dance
cair no chão
uma e outra vez
arrastados por quem nos ama
materiais pródigos
para a desilusão
marcada
uma e outra vez
arrastados por quem nos ama
materiais pródigos
para a desilusão
marcada
Ainda um pouco de Educação
Não queria voltar a este tema, mas a estupidificação de um povo e o "gozo" infernal que lhe é dado por uma cambada de usurpadores obriga-me a exorcizar este mal-estar.
É muito interessante observar o "jogo" político e social que está imerso neste imenso pantanal que é Portugal. Ontem, mais uma vez, vimos como se consolidam os protectorados e como se continua a gozar (para não dizer um palavrão!) com uns e outros. Vamos lá falar direito: só os professores formados há (até) cinco anos é que podem estar "não aptos para a docência" e, por isso, devem fazer uma prova? Quer isto dizer que quem tem tido ao longo dos anos uma atitude estanque e mumificada nas escolas, não investindo em qualquer formação que lhe permita evoluir, é bom professor? Então e quem ao longo de seis, sete, oito, nove anos ou mais tem trabalhado em escolas, centros de formação, escolas profissionais, aec e afins? Estes últimos, pela contagem do Ministério, não têm (muitos deles) nem três anos de serviço, mas têm entre seis a nove de experiência! O que é um professor experiente? São muitas e variadas as cores com que se pode pintar um burro, mas ele não deixa de o ser! O protectorado é algo que eu tenho acompanhado ao longo dos tempos até por aquilo que andei a fazer nos meus tempos de estudante. Na Faculdade, e presente em muitas reuniões do Conselho Pedagógico, pude ser daqueles que olharam para o processo de criação de novos cursos como algo muito duvidoso! Sim, garantia o lugar aos professores, mas garantia uma vida de miséria a quem frequentasse cursos de saída duvidosa! Depois veio Bolonha e, mais uma vez, era obrigatório que tudo fosse aceite como os Ministérios e a Europa diziam, pois garantia-se a propina dos três anos e ainda haveria propinas para mais dois (mais caras estas). E nós, os alunos, lá íamos referindo que era uma estratégia manhosa que faria com que os profissionais saíssem com menos competências do que frequentando o modelo antigo. Claro que nada disso foi aceite como justificação e, sempre pensando em preservar lugares e ter o máximo de cabeças nas salas, tudo foi avante!
Agora? Agora é o silêncio das Universidades e dos Politécnicos. Agora é ver o meu Reitor a dizer que a guerra deles é outra e não podem dar atenção a esta ridicularização pela qual as Universidades e os Politécnicos estão a passar. Mas qual é a guerra deles? Bem, preservar lugares e conseguir garantir o emprego de professores. É o que sempre fizeram! Pensam mal? A garantia dos lugares dos professores não existe! Vai haver um dia em que ninguém se vai inscrever nos cursos de ensino superior por tudo isso não passar de um engano e tudo colapsa! Será que ainda ninguém se apercebeu que estamos a chegar ao ponto do desinteresse total? As pessoas emigram porque o país não as quer e as manda embora, não só com as palavras dos políticos mas também com a ridícula oferta de condições de trabalho e de pagamento. Vai chegar o dia em que as pessoas não se irão inscrever no ensino superior porque as suas universidades ou politécnicos, quando é preciso defenderem os seus alunos ou ex-alunos, os tratam como gado já transaccionado: não é problema deles!
Neste país quem defende as novas gerações? Ninguém, pois não fazem parte do protectorado! Por isso, vão gozar com outro!
segunda-feira, dezembro 02, 2013
Pensalamentos #165 - Inferno vs Inverno
sim
nas cartas astrológicas
mesmo nas mais acertadas
até o Inferno era mais quente do que o Inverno
agora
sim
confirmamos todos exaustos
rotos pela imenso roubo
que o Inferno
é muito mais frio
do que o próprio
Inverno
nas cartas astrológicas
mesmo nas mais acertadas
até o Inferno era mais quente do que o Inverno
agora
sim
confirmamos todos exaustos
rotos pela imenso roubo
que o Inferno
é muito mais frio
do que o próprio
Inverno
Os desafios do Ponto de Avesso e dos Stamp Lovers
Nem sempre nem nunca, não é esta uma máxima de gente cuidadosa e coerente? Se não for, passa a ser! Pois bem, nestas voltas intermináveis e imprevisíveis que o mundo dá, há pequenos projectos pessoais que nos vão agradando e que nos vão lançando, também, a nós alguns novos desafios. Daí que hoje abri um pequeno espaço para vos mostrar dois desafios que têm a minha total aprovação e que quero partilhar convosco!
Quero mostrar-vos esta imagem:
E depois mostro esta:
E convidar-vos a visitar estas páginas:
Criatividade e bom gosto aliados! Não, não sou eu o responsável por estas marcas! São de pessoas de quem gosto muito e que merecem não só toda a sorte do mundo mas muito mais do que isso!
E, sim, um destes dias vou ter também uma pequena participação numa destas novas marcas. Por um pequeno grande motivo: a literatura e a moda também pode relacionar-se com muito bom gosto!
domingo, dezembro 01, 2013
Pensalamentos #164
nesta imensa sociedade da informação rápida, a dor da partida de alguém nem por isso se assimila velozmente
sábado, novembro 30, 2013
Pensalamentos #163
transformar a alma num imenso dejecto humano
e, numa atitude de grande nobreza,
puxar o autoclismo com firmeza
sexta-feira, novembro 29, 2013
... para sobreviver na Guarda!
E encontrei a única forma de conseguir sobreviver numa Guarda onde a cultura possa vir a desaparecer. O remédio é este, marcar um café com todos os homens e mulheres que gostam de falar sobre cultura e repetir esse encontro todos os dias que se seguirem. Outra das opções é, finalmente, criar-se um Círculo das Artes ou algo parecido. Fico à espera de propostas e em breve vou chatear as pessoas com quem gosto de conversar para isto.
quinta-feira, novembro 28, 2013
Sustos na Guarda! #1
Ler e ouvir sobre "o caso TMG" na imprensa local guardense é um exercício de difícil compreensão. Ou vivemos realmente num mundo onde a hipocrisia e o rastejar são factores essenciais para a sobrevivência dos "escribas" ou existe realmente incompetência no tratamento jornalístico e opinativo que se faz aquando da escrita. E isso, caros senhores, é revelador de muita coisa e do porquê de poucos ainda terem percebido que a "machadada" é profunda e mortífera!
Cristina Branco é uma figura só conhecida em Portugal? Não o diriam os holandeses (e o poeta já desaparecido Slauerhoff) e todos os apreciadores da world music que têm enchido auditórios por esse mundo fora para a ouvirem!
E Américo Rodrigues é uma figura regional? Realmente, os horizontes da cidade acabam logo à saída da Avenida Dona Amélia e não passam além da rotunda da Ponte Europa.
Triste sina a nossa, caro leitores!
(continua)
quarta-feira, novembro 27, 2013
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