envolver os cantos
em torno do círculo
e cair no vazio
segunda-feira, julho 21, 2014
domingo, julho 20, 2014
Ataque cerrado às novas gerações formadas no ensino superior público
Nada me convence de que os recentes cortes na investigação e nos centros de investigação das instituições de ensino superior não estejam relacionados com o ataque ministerial à formação de professores. Infelizmente, as instituições de ensino superior preferiram olhar para o lado em vez de se defenderem das acusações governamentais de mau ensino e de má formação dos seus alunos. Agora, é a vez do coração das instituições ser atingido. Olho para a minha Faculdade (Letras da Universidade de Coimbra) e vejo um centro de excelência (de Cultura Clássica), com membros respeitados em todo o mundo (todos conhecem o nome Maria Helena da Rocha Pereira), a ser destruído pelas decisões do Ministério da Ciência e da Educação.
Infelizmente, o silêncio cúmplice acaba por vir a ter um som e, no caso de muitas instituições, esse som é de agonia!
sexta-feira, julho 18, 2014
quinta-feira, julho 17, 2014
terça-feira, julho 15, 2014
domingo, julho 13, 2014
Pequena nota teatral
Tenho um pequeno defeito (daqueles que eu sei reconhecer) ao nível da escrita teatral. Sabem qual é? Imagino sempre tudo do ponto de vista do encenador, actor, cenógrafo, etc.. Ou seja, enquanto escrevo vou construindo mentalmente tudo aquilo que será a realização física da ficção. É interessante, mas também desgastante. O melhor de tudo é que no final, quando a peça segue para ser representada, basta limar e não é preciso construir uma (nova) encenação para aquele texto.
Será uma boa estratégia? Penso que sim, pois todos os textos teatrais possuem uma linha de pensamento que dá seguimento aos conteúdos e, na minha opinião, isso não impede que as letras possam ser envolvidas noutra qualquer linha de pensamento que lhes dê outra vestimenta.
Estas questões são realmente interessantes! Pelo menos do meu ponto de vista!
sexta-feira, julho 11, 2014
quinta-feira, julho 10, 2014
Ontem e a questão da memória e da atitude no executivo camarário
Como facilmente percebe quem segue este meu blogue, ontem foi dia de revisitar o passado e de respirar o doce sabor da saudade e o triste som da realidade. Como se faz há 8 (oito ) penosos anos, ontem foi dia de subir à serra de Famalicão e daí lançar um grito mudo para onde não se sabe. Ontem, foi dia de visitar o último olhar de seis homens que defendiam o bem comum.
Mas ontem, e pela primeira vez, houve um elemento do elenco camarário da cidade da Guarda que acompanhou a homenagem que todos os anos é feita. Ontem, e apesar de se ter tratado apenas de uma pequena ida ao local, onde os seis homens foram encontrados, por parte de amigo e familiares, e de uma celebração em sua memória, o executivo camarário decidiu que era importante o suficiente para marcar presença. E a pergunta que eu faço é: o que mudou? E eu, tantas vezes crítico e não concordante com as decisões do novo executivo camarário, permito-me dizer que mudou o executivo, logo mudou a atitude. E, por isso, também sei demonstrar publicamente a boa prática e a boa iniciativa do executivo presidido por Álvaro Amaro. E agradecer-lhes essa demonstração de memória e de atitude, que só os honra.
P.S. - Nunca percebi o afastamento que durante sete anos os membros do executivo anterior votaram à memória do momento em que o meu irmão e mais cinco homens partiram. Aliás, ainda hoje não percebo o porquê de um dia terem, nessa mesma câmara, decidido honrar a memória deles com a homenagem do concelho e depois terem deixado que tudo se arrastasse no esquecimento (podem ler aqui o texto A memória de peixe na cidade da Guarda ou "A falta de vergonha?" que escrevi sobre este assunto em 2012). Mas talvez a resposta a este esquecimento esteja bem visível e só eu é que o não veja.
quarta-feira, julho 09, 2014
Crónica Bombeiros.pt: É a sua honra que está em jogo, Sr. Ministro!
É uma das grandes discussões dos últimos dias, mas
é também uma das exigências governativas e uma das necessidades mais visíveis
nos bombeiros há, pelo menos, 8 (oito) anos. O Equipamento de Protecção
Individual, vulgo EPI, era algo que só em sonhos é que eu, o meu irmão e a
maior parte dos bombeiros portugueses pensávamos em vir a ter até Julho de
2006. No dia 9 de Julho de 2006, o meu irmão deixou de poder ter esse sonho e as
entidades do sector fizeram uma autêntica revolução legislativa e organizativa
que, por tão necessária e exigente que era, ainda hoje não está concluída. Daí
para cá, aterrou equipamento a granel nos quartéis, em quantidade mas de
qualidade duvidosa, que alegrou, pasmem-se, a maior parte dos bombeiros,
inclusive eu. Claro está que para quem tem fome um prato de arroz é um oásis
apetecível e nem sequer se discute se é suficiente ou não para aquilo que se
faz. Calaram-se as vozes por uns tempos após a esmola. Já quanto ao resto…
temos de assumir que começou a existir maior preocupação com o rigor e com a
formação dos bombeiros, já a aplicação de qualquer um desses aspectos é algo
que poderemos discutir, pois essa discussão também está aí.
Mas permitam-me regressar ao tema desta crónica,
pois é o EPI que está aqui no centro da discussão. Só quando começámos a ter um
ponto de comparação (com o aparecimento da FEB e do GIPS) é que notámos que
eles vestiam bem e nós treta! E começámos a pedir mais qualquer coisa. Mas, e
este é o país que temos, tanto o Governo como as Associações de Bombeiros se
declaravam incapazes de pagar esses equipamentos. Claro que, e conheço bem a
minha para o poder afirmar, quase todas as Associações “remendam e tapam”
buracos, por vezes endividando-se, para conseguirem equipar todos os seus
homens, optando (erradamente, diremos todos) por preferir a quantidade à
qualidade. Mas, pergunto-vos eu, quem não optaria por ter todos os homens com
uma percentagem grande de protecção em confronto com a possibilidade de ter
metade dos homens com protecção total e a outra metade sem ela? Agora, da parte
Governativa vem a pior parte. O Governo não tem verba suficiente para vestir
todos os bombeiros portugueses com EPI de alta qualidade? Tem! E já o deveria
ter assumido! Espero, sinceramente, que a “sorte” que tem sido madrasta para
nós, que damos tanto por nada, seja este ano bem diferente. Se assim não for,
espero que o senhor Ministro saiba que deverá demitir-se no primeiro momento em
que algum bombeiro português sofra, durante esta época, qualquer tipo de lesão
por causa de EPI que não obedeça às normas. É a sua honra que está em jogo, Sr.
Ministro!
Claro que, e espero que todos se lembrem disto, não
é o EPI o mais importante no combate ao incêndio. O mais importante de tudo é a
vossa/ nossa capacidade de dizer não às missões suicidas!
Hoje marcam-se oito anos, em Famalicão da Serra, da
morte do meu irmão e eu gostava que tudo fosse diferente daquilo que já foi até
hoje.
Famalicão da Serra, 9 de Julho de 2014
Daniel António Neto Rocha
(crónica publicada no dia 9 de Julho de 2014 no Portal Bombeiros.pt)
terça-feira, julho 08, 2014
Pensalamentos #254 - morto
encontrado vivo
enovelado
de respiração cortante
apagada
enquanto vivia no outro
encerrou-se
só
eremita
no suspiro do nada
enovelado
de respiração cortante
apagada
enquanto vivia no outro
encerrou-se
só
eremita
no suspiro do nada
Pensalamentos #253 - epitáfio 5
Epitáfio 5
nem um passo a mais
nem um passo ao lado
nem um dia livre
nem um dia frio
nem um mais um
nem um frio dia
nem um lado
nem um livre zero
nem um nenhum
nem um nada
nem nada
nem um passo a mais
nem um passo ao lado
nem um dia livre
nem um dia frio
nem um mais um
nem um frio dia
nem um lado
nem um livre zero
nem um nenhum
nem um nada
nem nada
segunda-feira, julho 07, 2014
sábado, julho 05, 2014
Não estamos sós... e ainda bem!
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(Foto de Rui Valongo) |
Há dias em que nos esquecemos de que para tudo o que fazemos é preciso uma mãozinha que nos segure, seja essa mão física ou psicológica. Por isso, neste sempre complexo mês de Julho, quero agradecer a quem nunca se esqueceu de me/ nos dar um pouco do seu tempo para ser porto de abrigo ou ponto de confissão. Como é óbvio, isto é um recado para amigos, mais novos e mais velhos, e para a família, que é incansável no aturar e no patrocinar (sempre psicologicamente e por vezes fisicamente) dos desvarios múltiplos.
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