Muitas vezes nos habituámos/
habituamos a ouvir dos nossos “mais velhos”, dos pais e dos nossos conselheiros
da interacção social a célebre expressão “O SILÊNCIO É DE OURO”. No correr dos
dias e da nossa actividade profissional ou de outra espécie, lá fomos dando
conta (alguns mais do que outros) da razão que assistia a esses abençoados
seres que nos deram o “melhor” dos conselhos.
Há, porém, momentos em que NÃO
DEVEMOS, de forma alguma, seguir este sábio conselho e mantermos a cautelosa
recusa da voz. E é por isso mesmo que vos peço, a vós que ireis para o seio do
perigo e necessitareis de todas as armas possíveis: POR FAVOR, NÃO FIQUEM EM
SILÊNCIO! E, pedindo isto, reforço: oiçam a ordem superior, mas questionem-na
se não a entenderem/ compreenderem ou se sentirem que não serão capazes de
cumprir! Lembrem-se de que nenhum plano de ataque é cumprido com a exactidão da
projecção no papel e que os riscos, que surgem quando menos se esperam, têm de
ser evitados.
Para além disso que escrevo nas
linhas acima, ainda vos digo mais: usem a “porcaria” dos rádios! Sei que há
muitos que não os utilizam por vergonha, para evitar a crítica que outros fazem
à excessiva utilização do rádio, muitos dizendo que “os incêndios não se apagam
por rádio!” Lembrem-se que é através das comunicações que todos temos
consciência dos perigos ou das oportunidades do ataque a um incêndio: eles
servem, portanto, para questionar, para informar e, em suma, para nos ajudar a
manter vivos.
Para terminar, e para que todos
tenham uma boa missão, deixem-me voltar, insistentemente, à sabedoria popular
para a “virar do avesso”. Todos sabemos, por isso tantas vezes nos calamos, que
“pela boca morre o peixe”, mas também sabemos que, se optarmos pelo silêncio
obediente perante uma decisão claramente errada de quem comanda, PELA BOCA
MORRERÁ O BOMBEIRO!
Moimenta da Serra, 6 de Maio de 2014
Daniel António Neto Rocha
(publicado no Portal Bombeiros.pt)