quarta-feira, junho 06, 2012

Pensalamentos #50


Sorte ou azar?
Momento ou pausa?
Compasso ou descontínuo?

Azul celeste ou vermelho fogo?

Verde!

terça-feira, junho 05, 2012

Repentes #9 - esperança estatal

Ouvir um alto representante do estado afirmar que a única coisa que o Governo tem para oferecer aos jovens é "esperança" é tremendamente encorajador. Associar isso à Ministra da Agricultura e pensar que ela esperava um milagre dada a escassez da água é traçar um retrato fantástico da nossa sociedade democrática: "Fiquem à espera de milagres e não corram!"
Quando eu esperava uma visão objectiva e real dos governantes, eles respondem com esperança, milagres e, um destes dias, fé!
Percebi a mensagem: "O único remédio é sair!"
Amém!

segunda-feira, junho 04, 2012

Pensalamentos #49 - matar


Matar,
matar talvez de fome
com mesquinhez
e com tortuosa
intenção.

Matar,
matar talvez de solidão
rompendo os laços
e impedindo o fonema
de se articular.

Matar,
matar talvez de sufoco
apertando os pulmões
de sílabas
até acabar o ar.

Matar,
matar talvez de página branca
apagando as palavras quentes
e raspando os ecos
de significantes enleios.

Matar,
matar talvez de silêncio
as sílabas de liberdade
e as rimas ricas
dos versos.

Matar,
matar talvez...
o opressor!

Momentos em imagem #6


Foi uma das suas últimas "batalhas". Há cerca de seis anos, enquanto alguns se remetiam a um silêncio político, o Sérgio e os seus amigos da música, juntaram-se às vozes que defendiam a manutenção da Maternidade da Guarda. Rezam as crónicas que o fez de forma séria e brincalhona. Acredito! "Conseguiu" mantê-la aberta até dela terem saído mais uma primita sobrinha, a Clara, e um sobrinho, o seu homónimo Sérgio. E agora? Quando se volta a falar de fechar a Maternidade da Guarda, haverá quem encabece outra luta? Haverá quem queira dar o nome por causas que não dão dinheiro? Haverá um grito musical que embale futuros pais e mães na defesa do nosso "ninho"? Só para vos clarificar uma coisa, o Sérgio (tio) nasceu na Covilhã, o local para onde parecem desembocar hoje as correntes nascedoiras da região centro, mas defendeu esta Maternidade da Guarda por ser o sítio onde nasceram os irmãos e todas as primas e primos.
A imagem mostra tudo: com um sorriso conseguimos tudo, até o que parece impossível! Há seis anos o Sérgio deixou-nos mais ricos. Espero que também este seu esforço não tenha sido em vão!

sábado, junho 02, 2012

Pensalamentos Emprestados #9

"Já nada nos pertence,
nem a nossa miséria.
O que vos deixaremos
a vós o roubaremos."


(Manuel António Pina)

sexta-feira, junho 01, 2012

Lá vem livro!

Estou a ultimar os preparativos para o meu primeiro lançamento de livro. Será em Julho! É um livro que vem com algum tempo de atraso, mas que tem as suas virtudes. É de poesia e espero por vós no dia do lançamento. Em breve darei dados mais precisos.

terça-feira, maio 29, 2012

15. Crónica Diária na Rádio Altitude (3.ª temporada) – Crónica do turismo ou da “cock” para o vinho australiano

1. Se não vivesse em Portugal, com toda a certeza que não seria tão feliz como sou. Portugal é um país que continua a dar mundos ao mundo e a ganhar destaque em todos os cantos do globo. Vejam-se as últimas informações sobre redes de lavagem de dinheiro que se estendem até Singapura! Fabuloso não é? Dirão todos aqueles que tiverem a consciência normalizada que se trata de uma falta de vergonha e, no mínimo, de um crime, mas eu só posso aplaudir este regresso do espírito empreendedor de outrora. Lembrem-se de que já andámos por aqueles cantos do mundo há algumas centenas de anos e, se na altura foi rentável, por que não investir em mais do mesmo ou coisa parecida! É este espírito de compadrio que fará avançar Portugal para águas mais profundas e, por fim, afundar-se em beleza, podendo transformar-se numa real Antárctida e, por causa disto, numa potência turística submarina. Já estou a imaginar os catálogos turísticos: “Portugal, um destino de eleição! Descobrimos novos mundos para o mundo e, agora, empreendemos na arte de afundar tudo aquilo em que tocamos. Venha afundar-se connosco e contacte com a nossa memória líquida!”

(...)

Guarda, 28 de Maio de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Excerto da Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 29 de Maio de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)

sábado, maio 26, 2012

Guarda decrépita

Tenho uma opinião muito própria sobre a forma como funcionam determinadas instituições. Tenho para mim que eles lá se "cozem" como quiserem e como lhes der quotidianamente na real gana, mas tenho que discordar de algumas dessas formas de funcionamento, nem que seja só em "vazio". E isto tudo porquê? Bem, li algures a citação de uma determinada figura que dizia que outra determinada figura "representa bem os ideais" de uma determinada instituição. É claro que o determinismo (de Claude Bernard) responde a isto de forma muito concreta e clara, logo, se a outra determinada figura tem traços de pau-mandado, interesseiro, manipulador e traiçoeiro e "representa bem os ideais" de uma determinada instituição, isto quer dizer que uma determinada instituição é conhecida por ser um pau-mandado, interesseira, manipuladora e traiçoeira.
Em conclusão, a Guarda está a aproximar-se daquilo que nunca pensei que alguma vez fosse: um mau sítio para viver, educar, trabalhar e criar!

quinta-feira, maio 24, 2012

Momentos em imagem #5 - homens da minha vida


Talvez não seja difícil de perceber, mas aqui está uma foto de um gesto simples e cheio de ternura. Felizmente, apesar de pensarem que isto não acontece, a minha vida está a transbordar de felicidade. Há quem não perceba nem nunca vá perceber, mas a humilde procura e a sincera entrega conseguem fazer com que os amigos certos e os gestos generosos nos encontrem. Estes são Tio e Sobrinho, num gesto único!

segunda-feira, maio 21, 2012

Crónica Bombeiros.pt: Que futuro?

1. O futuro é aquilo que nós quisermos, dizem muitos e com alguma razão, mas só em parte. O “tempo que há-de vir” é o que gera a preocupação de muitos homens e mulheres que pensam a sua vida em função de muitas variantes: sociais, políticas, económicas e, até, habitacionais. Mas nada disto é preocupação dos muitos que se preocupam unicamente com o seu umbigo e com o número de ganhos que conseguirão ao usurpar mais umas quantas de mais-valias. É com o horizonte, aquele espaço indefinido que está sempre muitos metros à nossa frente, que devemos interagir, pensando em formas mais sólidas de fazer uma sociedade justa e tentando sempre errar o mínimo (algo que hoje em dia, a bem de muitos, não se faz!).

(...)


Guarda, 21 de Maio de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 21 de Maio de 2012)

sexta-feira, maio 18, 2012

Sim, sou ingénuo!

E eu a pensar que havia, ao menos, um presidente de câmara que não se dava com malandros. Sim, sou ingénuo! Já sei em que não votar numa das próximas eleições.

terça-feira, maio 15, 2012

14. Crónica Diária na Rádio Altitude (3.ª temporada) – Crónica de um dia diferente ou dos alunos do Zé (*)


1. No dia 4 (quatro) deste mês estive na Escola Secundária Afonso de Albuquerque, a convite do seu Centro de Recursos e do Professor José Monteiro, para falar sobre literatura, especialmente de poesia, com duas turmas de Humanidades. Estive no “Liceu”, minha escola de tantas e tantas aventuras, como tinha estado tantas vezes no passado e como vou estando em memória sempre que penso no espaço essencial que me preenche. Nesse dia, no entanto, estive noutro papel, a mostrar-me inteiro, a revelar-me e a agradecer os ensinamentos que ali recolhi. Voltei à escola como o escritor e poeta que inicia um caminho que poderá revelar-se real. O convite tinha como pressuposto uma conversa dos alunos com o “autor” Daniel Rocha que ainda não tem um livro. E não é que foi uma conversa franca e aberta entre gente interessada e consciente da existência de algo mais do que crises económicas e promoções de quaisquer sectores comerciais? Até se falou em teoria da literatura!

(...)

Guarda, 14 de Maio de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 15 de Maio de 2012 - disponível em podcast em Altitude.fm)

domingo, maio 13, 2012

Momentos em imagem #4


Há cerca de dois anitos convidei um grupo de colegas (onde estavam alguns amigos) para lancharem comigo e com a minha família no dia em que fiz anos. Mantenho contacto com poucos deles, mas, como diz uma voz sabedora, são os que interessam e se interessam. Nesse dia recebi dois livros, um dos quais está nesta imagem. O conselho que me davam silenciosamente com esta oferenda devia ser o seguinte: "Enquanto lês, não dizes nada e este livro vai ajudar-te a manteres a paz podre com as bestas que tens de suportar!" Como é óbvio, não respeitei aqueles conselhos sábios e só por estes dias comecei a lê-lo. Trata-se do romance "2666", de Roberto Bolaño, e, mais uma vez, quero agradecer àquela gente que mo ofereceu, pois está a revelar-se fabuloso. No fim, deixarei aqui uma nota para os curiosos. Para já, esta imagem demonstra bem o "potencial" externo do livro, mas internamente é muito melhor. Já o contraste, serve para mostrar que vai ser preciso energia para o ler.

P.S. - Não quis fazer publicidade à marca de leite, mas como é português, e do bom, até nem me chateia nada!

sábado, maio 12, 2012

Rerguntas e Pespostas no Café Mondego

Leiam as minhas perguntas e respostas no Jogo do Gato e do Rato que o Américo Rodrigues criou no seu Café Mondego. É só carregar aqui!

sexta-feira, maio 11, 2012

Pensalamentos #48 - os novos jogadores de xadrez

Por vezes pareço cansado
como se fora invadido por
mil exércitos tenebrosos
e sequiosos de respirações
que em mim existem.

Sento-me com Príamo
jogando xadrez
e discutindo qual de nós
perecerá ao negro véu
que nos afagou violentamente
em sortes desiguais.

Avançando lentamente
pelo campo duocolor
os peões abatem-se
e os cavalos alargam
a passada junto ao rei.

Espaçadamente a rainha
avança graciosa pelo campo
de batalha, seguindo propósitos
de mãe terra
na fera guerra.

Então, eu e o rei dos
muros de ouro
pontapeamos o ar
e desistimos da lúdica batalha.

Voltando as costas
educadas pela fúria
volvemos às dores de outrora
com a Pérsia a mediar-nos.