"São terrivelmente envolventes e benéficos!", disse eu em alta voz.
E eis que, num grito imenso de desdém, as críticas à utilização da palavra "terrivelmente" se centram, apenas, no sentido imediato e imediatista e televisivo e ignorante.
"O que são os filhos?", perguntam todos inquisitorialmente.
E eis que aguçam o ouvido voraz, sedento de rapinagem e de destruição.
"Sim, os filhos são terrivelmente envolventes e benéficos!", reafirmo com triplicada certeza.
E o olhar passa a violenta imagem de desprezo, de ânsia de despojar-me de ar, de incompreensão pela frase redita.
"Não mais o teremos em consideração!", cuspiram raivosamente enquanto arrastavam os filhos pela rua e os ameaçavam com severidade.
E o centro da minha demanda seguinte apressou-se para o meu âmago, para o doce clamor de vozes insistentes e rebeldes, para a demasiada pressa de tudo fazer e de velozmente correr em busca de novas brincadeiras ou de uma fuga à ordem paterna.
"Meus pequenos terroristas! Sois terríveis e eu adoro-vos assim!", e vi-os fugir porta fora com a salutar rapidez de um explorador de tesouros.
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