1. Todos, mas mesmo todos, parecemos ter agora descoberto a pólvora, pois ninguém parece ter-se apercebido antes do porquê da queda em desgraça de centenas (já serão milhares?) de postos de emprego nas corporações de bombeiros! Depois de vários anos de desnorte e de vida desafogada, onde a questão da sustentabilidade mais não era do que um problema que se resolvia com o subsídio governamental e com as verbas provenientes do transporte de doentes, vemo-nos agora sem alternativas. Como é óbvio, o número de transportes de doentes pagos pelo governo teria de diminuir a partir do momento em que a “máquina hospitalar” passou somente a ser gerida por calculadoras, deixando de parte qualquer espécie de acção social. Claro que as corporações de bombeiros eram beneficiadas com as verbas provenientes destes transportes que não eram urgentes. Com a passagem do papel de pagador do transporte de doentes não urgentes das unidades hospitalares para os utentes desfavorecidos financeiramente, a leitura final é simples: os utentes não têm dinheiro para pagar um serviço que é, temos de ser honestos, caro para o português médio! Enquanto utentes de um serviço nacional de saúde, poderemos afirmar que a falta de valências hospitalares numa determinada região desfavorecida do país será algo que não nos pode afastar dos cuidados de saúde de excelência que existem noutros pontos do país. E estamos certos! Por isso é que as despesas de transporte de doentes não urgentes para realização de consultas ou exames, por exemplo, em Coimbra eram, de uma forma justa, assumidas pelo Ministério da Saúde. Mas tudo isto terminou com a ascensão do interesse económico cego.
(...)
(...)
Guarda, 26 de Fevereiro de 2012
Daniel António Neto Rocha
drocha@bombeiros.pt
(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt a partir das 00h00m do dia 27 de Fevereiro de 2012)
Sem comentários:
Enviar um comentário