terça-feira, maio 24, 2011

15. Crónica Diária na Rádio Altitude (2.ª temporada) – Crónica da ilusão ou “trinta mil milhões de quê?”

1. Sempre gostei de ilusionismo. Aquela aparente irrealidade que se condensa na arte de furtar aos olhos aquilo que não interessa vislumbrar sempre me deixou fascinado e tremendamente desconfiado. O grande David Copperfield encheu então a minha meninice de desconfiança e de uma suprema admiração. Era ele o grande mágico e o meu ídolo no mundo da ilusão. Assim sendo, li livros sobre magia, vi filmes e séries, olhei com redobrada atenção os movimentos e fiquei na mesma. Confesso-vos que não conseguia perceber como é que aqueles grandes artistas conseguiam ludibriar os meus olhos e levar-me a acreditar que tudo aquilo era a suprema realidade. O que é certo é que conseguiram iludir-me durante largos anos, conseguindo fazer com que eu imaginasse mundos alternativos e mágicos embebidos em truques de fazer cair o queixo. Posso dizer-vos que fico, ainda hoje, algo chateado com o facto de ser ludibriado por estas artes, mas agora sei que tudo não passa de uma arte feita entretenimento e consigo dormir descansado e menos desconfiado.

(...)


Guarda, 23 de Maio de 2011
Daniel António Neto Rocha

(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 24 de Maio de 2011 - disponível em podcast em Altitude.fm)

Sem comentários: