1. Em boa altura veio Dom Manuel Felício lembrar a sociedade portuguesa de um problema que nos devia preocupar a todos e, principalmente, aqueles que têm responsabilidades políticas: o capitalismo selvagem assume, nos dias que correm, um papel preponderante na desgraça social portuguesa. Não é, claro está, o lucro dos outros que está errado, pois quem investiu, quem trabalhou, quem dedicou tempo, quem massacrou o corpo, a mente ou mesmo a família, merece ter o seu lucro e o resultado dos seus esforços deve ser compensado. Nada disto é aqui colocado em causa! O que o Bispo da Guarda questiona e muito bem é o lucro despropositado de bancos e de empresas que gerem sectores essenciais da vida da população portuguesa. Concordo com ele, especialmente, quando diz que é fácil atingir resultados astronómicos quando a variante que motiva essas quantias se baseia na subida agressiva de preços! Água, electricidade, combustíveis e mesmo juros bancários? Qual a arte de conseguir lucro quando tudo se baseia na subida de um montante e na não descida de outros? Meus senhores!, experimentem lá atingir essas somas grandiosas sem esvaziar por completo os bolsos de quem já pouco tem! Lá isso teria a sua arte e seriam realmente grandes gestores ou grandes empresários, assim são só um conjunto de sanguessugas que se aproveitam de uma ausente supervisão concorrencial e de um governo de bananas que vai alimentando o corporativismo financeiro e empresarial por manifesta vontade em se sentar nessas mesmas cadeiras douradas.
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Guarda, 14 de Fevereiro de 2011
Daniel António Neto Rocha
(Crónica Radiofónica - Rádio Altitude, no dia 15 de Fevereiro de 2011 - disponível em podcast em Altitude.fm)
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