quarta-feira, outubro 13, 2010

Um milhão de razões para se acreditar nos bombeiros de Portugal

1. Mais uma época de incêndios se aproxima do final e, mais uma vez, surgem as vozes defensoras de uma época extraordinariamente bem conseguida no que à área ardida diz respeito. Para uns, o facto de não se terem atingido os números de 2003 ou de 2005 é, por si, uma vitória que ninguém deve contestar. Para outros, a magnífica resposta do Dispositivo de Combate ao maior número de ignições diárias jamais registado é sinal de que toda a planificação governativa foi positiva. Como nem tudo aquilo que soa é verdade, cabe-me fazer uma leitura atenta e fria deste ano que foi bem quente. Em primeiro lugar e mais importante do que qualquer estatística, foi mais um ano bem negativo naquilo que diz respeito aos bombeiros portugueses uma vez que se perderam vidas preciosas (as famílias enlutadas nunca compreenderão a teimosa recorrência à estatística por parte dos responsáveis do sector). Em segundo lugar, não acredito que uma maior área ardida seja sinónimo de maior prejuízo económico, pois nem sempre o que arde é verdadeiramente digno de ser contabilizado. Por fim, a resposta do Dispositivo de 2010 ao número de ignições é digna de figurar nos anais da História de Portugal ao lado da Batalha de Aljubarrota, pois só homens e mulheres dignos de memória podem resolver todos os problemas que um número desumano de incêndios coloca a uma força mal equipada e que, em alguns momentos, esteve completamente desgastada, mas que continuava a dar tudo aquilo que já não tinha.
2
(...)

Guarda, 04 de Outubro de 2010
Daniel António Neto Rocha

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt das 0h00m até às 12h00m do dia 11 de Outubro de 2010)

Sem comentários: