sexta-feira, agosto 02, 2013

Acordos na Guarda? #8 - Jogo escondido com o rabo de fora em Famalicão

As atitudes são o que são e os valores que conduzem as pessoas na vida são cada vez mais esquisitos. Eu já conheço todos estes pequenos pormenores há muito tempo, mas agora, como já disse há uns dias, tenho tido a oportunidade de os conhecer bem melhor e de ver coisas a acontecerem que não imaginava possível. 
O medo! Eis a palavra certa para caracterizar os tempos que correm. E que tipo de medo nos caracteriza hoje? O medo de agir, de enfrentar, de pensar e de ser diferente. Hoje, tudo rola para o favor maior e para o ganho fácil e instantâneo. Por um lugar ou um desconto ou uma mais-valia associada à venda da coluna vertical, calamo-nos e benzemo-nos, esquecendo todos os outros valores que aprendemos a amar e a respeitar. E o silêncio ganha amarras e não se quebra, talvez por vergonha, para aqueles que sempre estiveram, nos bons e maus momentos, ao nosso lado. Mas isto também mostra muito da fibra de que são feitos os homens, não me esquecendo eu de pedir aqui desculpa a quem se sentir atingido por estas palavras que assumo por inteiro, como é costume eu fazer. E, sim, estou a ser um pouco introspectivo demais, mas não se preocupem com isso. 

Tudo isto para dizer duas palavras sobre a visita de uma das candidaturas à Câmara da Guarda a Famalicão da Serra para um encontro com o movimento associativo da aldeia. Pois bem, parece que nem todo o movimento associativo merece consideração por parte desta candidatura. Explico porquê: o Projecto Sérgio Rocha é um movimento que ao longo de sete anos tem sido um dos principais factores de valorização de Famalicão da Serra e da Guarda a nível nacional, pelo menos no que diz respeito ao campo da protecção civil, e terá sido o único movimento da aldeia a não ser “convocado” para este encontro. Como sei isso? Talvez porque sou um dos “tipos” que deveriam ter sido ou convocados ou informados! Por que não o terei sido? A questão é mesmo esta e é preocupante. A resposta: haverá aqui uma atitude de filhos e de enteados que no futuro será bem mais cavada e assegurada. 
Iria eu a este encontro, perguntam vocês. Sim, quero conhecer o que têm estas pessoas a dizer. Uma coisa é eu concordar com as motivações e as “motivadelas” de que padecem estas gentes políticas e superiores. Outra, bem distinta, é eu querer saber quais são as propostas que trazem e fazer perguntas na primeira pessoa. É que eu gosto de fazer perguntas e de ter respostas, de gerar discussão e de tirar conclusões. 
A questão mantém-se então na mesma premissa: o que levou a que eu nem sequer soubesse de nada? E aqui há duas leituras possíveis: ou os pregadores não me quiseram no auditório; ou o auditório não quis mostrar-se mais alargado e mais inquisidor (perguntando eu quem foi o responsável por criar o auditório). Tirando eu uma conclusão mais fina: continuamos em Famalicão (se calhar já não posso usar o nós, mas como ainda não fui oficialmente desterrado…) com baixos níveis de coragem, não só política mas principalmente moral! 

Começa bem a campanha da lista única a Famalicão, começa! Parabéns aos envolvidos que são sombras e, parece que, sombras permanecerão!

quinta-feira, agosto 01, 2013

Repentes #32 – bonito, bonito, é ver os santinhos em muitos e diversos altares


É daqueles efeitos da política que me tocam profundamente e que me deixam sensibilizado para os valores republicanos que muitos apregoam (e, dizem as línguas escondidas) e que até juram segundo rituais secretos e afins. É daqueles momentos quase zen que nos deixam num estado de embriaguez de riso tal que, digo, nem me consigo rir. Sim, estou propositadamente a deixar tudo fechado num metafórico novelo que não convém, para já, desenrolar.
Não é que dou comigo a trabalhar e a aperceber-me de que há gente que tanto dá o ponto num lado (politicamente falando) rosa e outro numa esquisita, mas perfeitamente identificável, conjugação de cores (esta parece um daqueles momentos em que a pantera cor de rosa levou com mil latas de tinta que a deixam de múltiplas cores)?
Mais bonito ainda será ver como se vão movimentar as bestas de louça para resolver mais uma possível remodelação pedagógica. Mas logo vos conto mais!    

quarta-feira, julho 31, 2013

Acordos na Guarda? #7 - listas e desgraça colectiva

Já com quase todas as equipas a mostrarem os dentes e os trunfos, o grande destaque vai para alguns nomes que são piores do que a mulher de César! Mas, disso, falarei lá para meados da próxima semana. Para já, gosto de ver alguns cães de fila bem perfilados e alguns acusadores de esquina bárbaros que, afinal, não têm um só dono! Ou têm e tudo o que disseram até hoje é pura conveniência? Felizmente, a partir de agora posso ter bem a noção de quem são, na realidade, os independentes na Guarda. Ah!, já agora, nos nomes propostos até agora em todas as listas, não vejo um único independente! Pior, vejo que os reis do mundo têm mais tentáculos do que eu pensava. 
Pobre Guarda, não tens qualquer hipótese!

terça-feira, julho 30, 2013

Pensalamentos #109

ver a noite como refúgio
de quem esconde
o olhar atento

Repentes #31 - ecos de Sá Carneiro


Ouvir, como hoje na rádio, sucessivas alusões a Francisco Sá Carneiro como um político diferente e único faz-me pensar em duas coisas: como seria Portugal se ele se tivesse realizado enquanto político; e como seriam os políticos se com ele tivessem aprendido alguma coisa.
Não faço ideia de como era o homem nem sequer o político, mas a história está a pintá-lo com uma aura de perfeição que pode revelar muito.
Caso queiram partilhar comigo as vossas impressões sobre este assunto, façam-no! Eu, seguramente, vou tentar saber mais! 

domingo, julho 28, 2013

sexta-feira, julho 26, 2013

Repentes #30 - os carrascos do parlamento

Se os partidos políticos que têm lapas no parlamento estivessem realmente interessados em representar os eleitores, já tinham deixado de andar que nem cães atrás de um osso e já tinham exigido da senhora mui novel reformada presidente da assembleia da república um pedido de desculpas formal a mim e a todos os cidadão que se sentiram ofendidos com aquele arrote preconceituoso cheio de alarvidades que ela julgou ser intelectualmente acertado!

Pensalamentos #104

por cada gota de tristeza que libertas
há um espaço em ti 
que alguém vai gostar de preencher com mais dor

Pensalamentos #103

perder na noite
qualquer compreensão diurna

quinta-feira, julho 25, 2013

Freelance Writer: pergunte e eu escrevo

Serve agora este texto para explicar e dar a conhecer mais alguns pormenores desta minha nova faceta. 
O nome «ESCRITOR "FREELANCER"» parece apontar para unicamente para a realização de trabalhos de "grande envergadura", por exemplo a escrita de livros. Mas não é só isso que faço, aliás essa visão deste trabalho é, talvez, a que terá menor atenção. 

Segue uma listagem com trabalhos tipo que posso fazer: 
- textos curtos, médios ou longos (para os mais diversos fins, basta dizerem); 
- textos artísticos (visando a ligação ao design); 
- escrita de slogan e textos argumentativos que o acompanhem; 
- correcção de textos; 
- trabalho de edição; 
- outros pedidos. 


Todas as questões (perguntas sobre os tipos de texto a trabalhar e pedidos de orçamento) deverão ser enviadas para danielroc@gmail.com


(Atenção: 
Haverá o máximo sigilo no tratamento de quaisquer textos ou questões, nunca se revelando qualquer contacto existente.)

Pensalamentos #102

acordar para o dia 
com o anoitecer do pensamento

quarta-feira, julho 24, 2013

Repentes #29 - sugestões para o boneco?

Há uma anormal capacidade nas estruturas governamentais portuguesas para fazerem sugestões que, depois, são tudo menos respeitadas pelas estruturas governamentais que as deveriam receber e fazer actuar. É uma espécie de reino do fantástico, este, onde se fazem leituras e interpretações muito criteriosas e exactas, mas em que o resultado final é o cumprimento total de tudo aquilo que é sugerido que não se faça.
Li no Público o texto que apresento a seguir (sublinhado a negrito por mim), onde são feitas constatações pelo GAVE muito interessantes e importantes. Só falta agora voltar atrás no tempo e evitar todas as decisões contrárias a essas mesmas recomendações, nomeadamente o aumento brutal de alunos por turma e a redução colossal de professores nas escolas.
É que não basta elaborar relatórios, é preciso que os "decisores" nacionais se mentalizem do tempo necessário para o crescimento intelectual de um aluno, sabendo de antemão que os diferentes ritmos de aprendizagem criam embaraços suficientes numa sala de aula para impedir o avanço de uma turma devido à persistência do professor na explicação a um simples aluno. Se multiplicarmos este problema por 30, é capaz de ser um problema grandito, não? 
O exemplo que dou sempre, para tentar que tudo fique mais claro para todos, é o da criança que está a aprender a ler, literalmente. Como todos sabemos, existem diferentes ritmos na aprendizagem da leitura, havendo crianças que vão até à adolescência a soletrar. Agora, coloque-se o caso do momento em que dizemos às crianças que devem ler no sentido figurado ou que devem fazer inferências sobre aquilo que estão a ler, ou seja, devem ser capazes de ler o que não está, literalmente falando, no texto. Quem não trabalha com alunos mas com relatórios poderá não compreender aquilo que por aqui estou a dizer, mas é preciso tempo para criar nos alunos uma capacidade interpretativa que os leve a perceber a subjectividade dos textos e toda a semiótica que os envolve. 
Por fim, é essencial que o aluno seja visto por todo o sistema de ensino como aquela árvore que vai crescendo devagar e que precisa de cuidados constantes para crescer forte e sem doenças. 


"(...) Sugestões para Português 

Em relação ao exame de Português do 12.º ano, analisando os grupos de questões em que os alunos obtiveram piores resultados, o Gave assinala que as principais dificuldades se revelaram em “tanto em itens em que se avalia a leitura orientada de um texto literário, como em itens em que se avalia o funcionamento da língua, quando a resposta exige o domínio de metalinguagem”. 
“É de destacar que, nos itens que exigem resposta estruturada (...), além das dificuldades ao nível do conteúdo, os alunos revelam fracos desempenhos nos parâmetros da organização e da correcção linguística”, sublinha o GAVE. Segundo o documento, “os resultados obtidos nos parâmetros da correcção linguística são inferiores aos resultados obtidos nos parâmetros do conteúdo, embora tanto uns como outros se situem em níveis negativos”. 
Como propostas de intervenção didáctica, o GAVE sugere, no domínio da Leitura, além do desenvolvimento do conhecimento lexical, “um reforço do trabalho que envolva a realização de inferências e o posicionamento crítico face aos textos lidos”. No domínio da expressão escrita, defende a realização de um trabalho sistemático que envolva a aprendizagem e o treino de diferentes tipologias de texto, “assegurando um crescente domínio das capacidades envolvidas na planificação, textualização e revisão dos textos”. 
Já no domínio do funcionamento da língua, segundo o relatório, é fundamental “assegurar o desenvolvimento de um trabalho de acordo com a metalinguagem e as orientações metodológicas explicitadas no Programa”. Nas conclusões, o GAVE refere que se deve continuar a insistir na necessidade de assegurar a melhoria de desempenho ao nível dos processos de leitura e de escrita. 
“As fragilidades a este nível são recorrentemente diagnosticadas na análise dos resultados da generalidade das disciplinas, sobretudo na de Português, mas com igual relevo nas áreas da Matemática, das Ciências Naturais e das Ciências Sociais e Humanas, em qualquer dos níveis de ensino em causa”, acrescenta. 
O Gave insiste ainda que “os resultados continuam a mostrar que, em termos médios, são persistentes as dificuldades em várias vertentes, de que se destacam as capacidades para, entre outros, estabelecer adequadamente ligações entre os vários tópicos de uma mesma disciplina, explicitar relações causa-efeito e desenvolver raciocínios lógico-dedutivos, bem como raciocínios demonstrativos.(...)"
(Fonte: Público)