sexta-feira, outubro 19, 2012

Momentos em imagem #10 - Guarda e o bom teatro

Foto do Victor Afonso


Está quase a fazer um ano (daqui a um mês!) o dia em que esta foto foi tirada. Bem se nota que tentei escapar à objectiva do Victor Afonso, mas não consegui! Como estarei vestido e caracterizado este ano? É uma das perguntas que faço de mim para mim. Gosto de ser surpreendido, mas não muito!
Sabiam que este "Guarda: Sopro Vital" promete ser um grandioso espectáculo e um fantástico exercício teatral?

quarta-feira, outubro 17, 2012

Crónica Bombeiros.pt: Situation closed!


1. Incêndio extinto! Ocorrência resolvida! Pessoal desmobilizado! Época fechada! Tudo já está bem, agora só falta é que não haja mais incêndios e que o São Pedro seja, de facto, um dos nossos e colaborante. Ou seja, fiemo-nos na virgem (santa), mas não demasiado!

2. É hoje encerrada aquela que foi convencionada como a “Época de fogos” em Portugal, ilhas incluídas! E o que sobressai desta espécie de Concordata entre Bombeiros e Governo de Portugal é que a partir de agora as ocorrências de incêndio que vierem a eclodir terão de ser combatidas apenas em horário pós-laboral por muitas das Corporações de Bombeiros do país, pois não me parece que haja pessoal a poder voltar a faltar ao trabalho para apagar fogos. Como digo acima, espero que o nosso São Pedro seja simpático connosco e não nos castigue com muitos dias de tempo quente ou que o conhecido e famoso Verão de São Martinho seja apenas para um par de dias e não nos faça andar a subir e descer serras. É que a partir de agora o nível de prontidão está completamente comprometido e não me parece que só a vontade dos homens e mulheres deste país consiga apagar fogos à nascença. Claro que, visionários como são os nossos governantes e conhecedores do grande número de bombeiros que foram despedidos nos últimos tempos, talvez estejam a contar que esses desempregados bombeiros possam ter disponibilidade para serem, mais uma vez, a resolução para o problema. Mas, num clima social quente e faiscante, estaremos nós disponíveis para colocarmos a vida em risco enquanto alguns insistem em nos deitar a corda ao pescoço? Sinceramente, e falando de forma muito geral, penso que estaremos na disposição de irmos até ao limite da nossa área de intervenção (falo, como é óbvio das áreas de intervenção de cada corpo de bombeiros), mas não me parece que estejamos disponíveis para ir para áreas que não são nossas, até porque os recursos das Associações são cada vez menores e não se podem dar ao luxo de perder meios que podem ser essenciais no seu próprio território. Esta é a minha leitura daquilo que pode vir a acontecer em muitas corporações. Pessoalmente, e perante a reflexão que fiz acima, penso que terei muita dificuldade na tomada de uma decisão, caso seja confrontado com uma situação destas. E, sim, também estou numa situação extremamente precária em termos profissionais. O problema é que o nosso país está a obrigar-nos a pensar de forma individualista e isso significa que o voluntarismo que caracteriza a maior parte dos homens e mulheres que abraçaram esta causa começa a ter problemas em se realizar plenamente. Todos nós sentimos na pele o desrespeito do poder pelo nosso trabalho voluntário, cortando a torto e a direito aquilo que cada um de nós acaba por merecer!

3. De forma muito serena, como é hábito do Professor Xavier Viegas, foi entregue o relatório sobre o grande incêndio florestal do ano que aconteceu em Tavira. Já tive oportunidade de o ler (não sei se incorrendo numa ilegalidade!) e é um óptimo exercício de aprendizagem e de esclarecimento. De uma forma extremamente pedagógica e informativa, os autores vão analisando os diversos factores que estiveram em causa desde a eclosão do incêndio até à sua extinção. Relatando, analisando, confrontando e criticando, o relatório faz aquilo que todos nós deveríamos fazer em todas as nossas corporações e, porque não dizê-lo, nas nossas profissões: uma reflexão sobre o que correu bem e o que correu mal. E, ao contrário do que possivelmente esperávamos todos, a principal causa do desnorte no combate ao incêndio (na leitura que eu faço da informação que li no relatório) ficou a dever-se a algo que é comum acontecer em todos os sectores da nossa sociedade, ou seja, impreparação e falta de treino de cenários extremos e quase impensáveis. É comum sabermos de grandes incêndios que acontecem, principalmente, nos Estados Unidos da América e na Austrália que envolvem milhares de elementos da protecção civil, mas nunca se imaginou que um dia, em Portugal, isso também poderia acontecer. Logo, não se pensou se o pior cenário que o SIOPS preconiza era ou não o pior que poderia/pode vir a acontecer. Penso que o problema está aqui: no planeamento a longo tempo. Não se pode pedir que uma estrutura (desde o topo até ao mais pequeno elemento da base), que não foi treinada para reagir a algo que parecia impensável que viesse a acontecer, que o faça de forma perfeita e coordenada. Daí que os nossos governantes têm de se mentalizar de que nem sempre o nosso espírito de MacGyver resolve os problemas que, essencialmente, foram criados por eles!       

    
Guarda, 15 de Outubro de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 15 de Outubro de 2012)

quinta-feira, outubro 11, 2012

Leituras atrasadas sobre a última AM na Guarda



Estive a ler uma notícia sobre a última Assembleia Municipal na Guarda e já me ri que nem um perdido. Por um lado, o circo chega à cidade e pede 2200 assinaturas para se poder candidatar! Que grandes discussões se fazem naquele espaço, meus deuses! Outro, que é um dissimulado de excelência, grita a plenos pulmões (lembrei-me logo do Rufino!) que é necessário mostrar que as gentes da Guarda não estão conformadas com a sua sorte e que será preciso chegar com a voz a Lisboa, estando, de forma muito interessante e digna de um comentário futuro, a tentar mostrar-se muito preocupado com as pessoas do concelho. Boa sorte, homónimo de coelho redondinho!
Claro que houve coisas mais sérias, mas isso é a discussão do costume e nem adianta voltar a falar delas!

sábado, outubro 06, 2012

Pensalamentos #58

1.
O fundamental é não ter nada em que acreditar,
julgar que tudo é demasiado efémero ou fugaz,
e crescer entre o restolho sem expectativas.
É assim que se sobrevive na selva!

sexta-feira, outubro 05, 2012

Pequeno desabafo em dia de República

Ouvi agora nas notícias que a celebração do dia da Implantação da República foi apenas para convidados. 
Malgrado as várias opiniões que por aí pululam, a pergunta que deixo em jeito de asserção é esta: não é esta república só para convidados?

segunda-feira, outubro 01, 2012

Guarda: pequeno acrescento ao texto de ontem


O tema de ontem talvez possa ser entendido por alguns como sendo algo que eu tive guardado para relembrar agora. Infelizmente e felizmente não, pois não tenho por hábito perseguir outros. É sim um tema que me surge devido a pesquisas e tentativas minhas de olhar para trás, querendo agora conhecer um pouco do processo que se desenrolou ao longo dos tempos. Algumas dessas pesquisas deram resultados num outro sentido, estando já a ser resolvidas. Esta é uma outra e pretende perceber até que ponto existe gente que não se move só por interesses. É que houve muita gente que se aproveitou deste processo a nível político e, para quem se revelava tão prestável, até chegaram a aproveitar-se da fragilidade psicológica que a dado momento toda a minha família teve. 
Agora é tempo de tentar perceber o que aconteceu.

domingo, setembro 30, 2012

A memória de peixe na cidade da Guarda ou "A falta de vergonha?"



Se as pessoas devem ter memória de peixe, digo-vos já que não! Não penso que  homens e mulheres que devem ter neurónios possam ter memória de peixe, mas que a têm, têm! Ou pelo menos, assim deve acontecer com pelo menos três das pessoas que constam nesta lista que apresento já de seguida:

1 - Presidente da Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios: Eng.º Joaquim Valente;
2 - Serviço Municipal de Protecção Civil: Jorge Granja de Sousa;
3 - Gabinete Técnico Florestal: Eng.ª Catarina Coimbra;
4 - Associação Humanitária Bombeiros Voluntários Egitanienses: Comandante Luís Santos;
5 - Associação Humanitária Bombeiros Voluntários de Gonçalo: Comandante Orlindo Cabeças;
6 - ICN – Parque Natural da Serra da Estrela: Eng.º Jorge Coimbra;
7 - Policia Segurança Publica: Subintendente José do Nascimento Salvado Lopes;
8 - Guarda Nacional Republicana: Cabo-chefe Manuel Batista;
9 - Assembleia Municipal: António Fontes;
10 - Associação de Produtores Florestais de Fernão Joanes: Daniel Vendeiro;
11 - Associação de Produtores Florestais do Alto Côa: Eng. Técnico João Ribeiro.

As pessoas identificadas com os números 1, 9 e 10 são pessoas que pertencem (pelos menos) à Assembleia Municipal da Guarda (AM) há pelo menos 7 (sete) anos. Ora bem, o episódio que aqui trago tem 6 (seis) anos, daí eu pensar que, provavelmente, estes três senhores sabiam bem daquilo que falavam. Se consultarem a acta da Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (CMDFCI) do dia 28 de Agosto de 2006, irão, a determinado passo, encontrar as imagens e as palavras que mostro no início deste texto e confirmarão que todos os nomes que refiro acima são membros desta tal Comissão. Pois bem, o incrível está aqui! Como podem ler, a determinado momento é feita, de uma forma honrada e nobre, a seguinte sugestão: "que a Comissão proponha à Assembleia Municipal a atribuição da Medalha da Cidade a título póstumo, ao jovem bombeiro Sérgio Costa e aos cinco sapadores chilenos" e acrescenta a acta "tendo sido esta ideia aprovada por todos os presentes." Tirando o facto de haver por ali um erro grosseiro no nome do meu irmão, que é Rocha e não "Costa", como o presidente da Junta de Famalicão ou o Presidente da Junta de Fernão Joanes, com assento nesta Comissão, poderiam ter confirmado, a acção ou o palavreado destes elementos foi meritória dos melhores elogios. Mas, afinal, tratava-se mesmo de palavreado! Como se processa a proposta ou a sugestão à AM, não o sei! Mas acredito que nem eles, pois em nenhuma AM desde a realizada no dia 31 de Outubro de 2006 até à última realizada no dia 30 de Abril de 2012 (refiro-me, como é óbvio, às actas disponibilizadas no site da Câmara Municipal da Guarda neste mesmo dia 30 de Setembro de 2012). Já nem me refiro ao facto de nem sequer ter havido, por parte de todos os "ilustres" deputados com assento na AM, uma única menção, fosse em jeito de lamento ou de louvor pelos que partiram, ao sucedido no incêndio de Famalicão (no dia 9 de Julho de 2006). Será que as suas vidas ocupadas não lhes permitiram contactar com uma das notícias mais "marteladas" nos jornais da cidade ou nos noticiários nacionais? 
Enfim, desvio-me do foco do meu lamento. Nem o Eng.º Valente (que não me parece que tenha faltado a alguma dessas reuniões de Assembleia), nem os presidentes António Fontes e Daniel Vendeiro se lembraram daquilo que tinham proposto na reunião da CMDFCI? Peixes, senhor, serão peixes? Ou terão somente a, já lendária, memória de peixe?
Talvez alguém me possa dizer o que terá acontecido, mas eu desconfio de que esta gente deixou de se fiar nas suas próprias palavras! E aquilo que defendeu ontem não é o que defende hoje, quanto mais amanhã ou nos próximos dias. Com um bocadinho de sorte, talvez consigam lembrar-se daquilo que um disseram ou julgaram dizer! Mas que está escrito está!
Deixem-me quase acabar com uma frase que poderá servir de provérbio no futuro: "Eu não acredito em nada daquilo que alguns ditos políticos escrevem, mas que está escrito está!"
Espero, sinceramente, ter respostas a este meu lamento. Nem que seja só para me esclarecerem! Daí agradecer a quem me lê que partilhe esta questão!

sexta-feira, setembro 28, 2012

Pensalamentos #57

Procuro sempre o melhor nas pessoas e esqueço-me que a maior parte delas tem um filho da puta dentro!

quinta-feira, setembro 27, 2012

Coimbra, 8 de Setembro de 2012 (17 horas)




"Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraidíssimo percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
numa tarde no café, um livro."

(Manuel António Pina)


Farto de ir a Coimbra por motivos médicos. Eis como me encontrava até ao passado dia oito. Já há alguns anos que os motivos que me levavam a Coimbra seguiam um monocromatismo algo negativo e muito longe dos devaneios literários que sempre por ali persegui. Aqui há uns tempos deixei isso de parte e, com a minha vida metida no carro, lá fomos happy family em perseguição de um sonho comum. Sim que isto de ser uma família de professores a tentar sobreviver na Beira Serra é quase impossível (desde os trafulhas que nos vão pregando rasteiras até aos facciosos oportunistas que vão "mamando na vaca", passando pelos cortes cegos no futuro efectuados por demagógicos profetas da melhoria educacional) e carece de intervenção quase divina (sentindo-nos nós autênticos deuses!). Mas, passando, lá fomos nós apresentar a Coimbra o meu livro Refracções em três andamentos. E entrei de novo em casa. Sempre fui um fã incondicional da cidade que me passeou largamente pelas suas ruas e pelos seus recantos mais enegrecidos. E, sim, sempre sonhei que um dia teria o prazer de por ali me apresentar como poeta (não fosse eu um leitor ávido de Antero de Quental!). E esse dia chegou, felizmente! Regressei devagar ao seu sorriso como quem volta a casa! Regressei a uma casa onde passei por tudo aquilo que é possível imaginar. Foi ali que eu pululava quando alegrias, tristezas e dores imensas me atingiram. E ali sentia-me bem. Ali bebia as águas do meu rio, daquele rio que sempre me levou rápido até casa, até à Serra! E nada era difícil de enfrentar com um aliado fluvial ao meu lado, sempre ao meu lado. E aí, no fluir eterno de simbolismo, habitei um mundo tão meu que a cidade talvez fosse diferente para o resto dos homens e mulheres.
Dia 8 foi um encontro de sensações. Muito boas: a união com a amizade real e não falsa, como a que anos depois me rodeou. Boas: o lançamento de um sonho! Más: a memória dos dias simpáticos que se perderam em tantas e tantas voltas tristes.
Encontrei o Vítor Oliveira! Encontrei o João Rasteiro! Encontrei a Susana, o Hélder e a Leonor! Encontrei a Viviana e conheci a Carolina e o Ricardo! Encontrei a Paulita! Encontrei o professor Xavier Viegas e a Teresa! E conheci a Alice e a bela família da Joana! E tudo debaixo do mágico olhar na Nice e do Sérgio! E tanto mais, tanto mais. As emoções deste reencontro foram muitas e temo aqui esquecer-me de alguém.
Reencontrei-me com a minha manita, com a Joanita! E claro, conheci o Jorge!
E reencontrámo-nos com a música, com a vida e com a solidão, olhando para o livro e para os seus habitantes negros e, tantas vezes, desgovernados. O resto são palavras sábias e precisas, e uma análise que a cada dia se entranha mais nos ossos, deixando o corpo chorar.
E foi ali, no sítio onde estudei, me apaixonei, cantei, formei, vivi, convivi, chorei e tantas outras coisas, que deitei uma lágrima e embarguei a voz.
E mais não disse, porque tive medo!

segunda-feira, setembro 24, 2012

Guarda, 7 de Setembro de 2012 (21h30m)

Foto roubada ao manuel a. domingos


A Guarda é uma cidade estranha e tem gente muito interessante. Estes três seres, que parecem tantas vezes estar deslocados da realidade da cidade, juntaram-se no início de Setembro para falarem dos seus últimos livros, para falarem sobre o acto de escrita e para falarem sobre tudo aquilo que viesse ao caso na hora. O certo é que foi mesmo assim que aconteceu e lá se discutiu tudo aquilo que foi necessário discutir e lá se falou de tudo aquilo que acharam por bem falar. A conversa foi interessante, pintalgada aqui e ali com poemas e com desafios de leitura, a conversa foi sobre a vida editorial destes três autores e a conversa tratou de colocar no devido sítio a questão da opção estética de cada qual. Diferentes! Sim, muito diferentes. Com trajectos muito diferentes. Sim, muito diferentes!
Não foi a primeira vez que nos encontrámos, os três, para participarmos numa iniciativa deste género, mas foi a primeira vez que falámos mais e mais sobre nós, sem que alguém o fizesse por... nós. O Américo lembrou isso e eu lembrei-me de ter adormecido dentro disso. O manuel é o mais (desculpa, manuel!) inquisidor, mais perguntador, mais curioso. Ou talvez não e tenha sido apenas uma questão de noite.
Não vendi nenhum livro. Talvez os livros estejam caros e as pessoas não queiram passar fome física. Talvez os livros sejam demasiado intragáveis e as pessoas queiram alimentar-se do conforto do silêncio que as vidas enfadonhas e obedientes exigem. Talvez as pessoas, unicamente, não me queiram ler. Talvez seja isso tudo. O que é certo é que houve pessoas a entrar e a sair do Café Concerto, olhando, odiando, ouvindo, odiando, rindo, ouvindo, interessando-se, embrenhando-se, percebendo e até querendo mais e mais e mais do que o frio estado de abulia.
E a conversa continuou até quase à meia-noite, quando decidi regressar a casa e ao esquecimento dos outros.

P.S. - Talvez as pessoas não queiram ou talvez as pessoas queiram e não são deixadas. Tenho pena das que optam pela segunda opção.   

quinta-feira, setembro 20, 2012

Pensalamentos #56 - dead dream



Drop blue tears
from dark eyes;
Never see if the clouds
are coming soon or
in a quick movement;
Rest in the shade
of a lonely house
and in the arms of
a sad mother.
My name is Man
and I need
to drink
good poison!

quarta-feira, setembro 19, 2012

FNAC Almada: agora também aqui!


Desde o passado fim-de-semana, podem encontrar o meu livro Refracções em três andamentos à venda na loja FNAC do Fórum Almada. Assim fica mais uma opção para aqueles que querem chegar-se ao livro. Vão lá, folheiem-no e, caso o sintam vosso, comprem-no! Daqui a uns dias farei a leitura destes dias de viagem literária.

terça-feira, setembro 18, 2012

A ler, com muita atenção, esta pequena (mas esclarecedora!) reflexão da Marta Esteves

(Fonte da foto: Diário as Beiras)

A Marta (minha prima), a propósito da fatalidade que se abateu sobre os Bombeiros Voluntários de Coja e sobre a família da Patrícia Abreu, escreveu esta reflexão no seu perfil no Facebook. A ler, a reler e a reter!


"Arriscamos a nossa vida pela vida dos outros ou muitas vezes apenas por um pedaço de terra que é o sustento de alguém. É bom chegar a casa com a sensação de dever cumprido, embora com um cansaço enorme no corpo... pena que a maioria das vezes nenhum do esforço seja recompensado, nem mesmo por palavras! Somos homens e mulheres como todos, não somos super heróis, e muitas vezes arriscamos para além do limite, acabando por ser vencidos! É triste saber que para o país os que perderam a vida por esta causa apenas serão falados num noticiário qualquer, depois são esquecidos e passam apenas a ser estatísticas... Mas para nós serão sempre recordados como colegas, como amigos, como família e pelos que mais importam e sentem a sua falta!"

(Marta Esteves, 18-09-2012)

sexta-feira, setembro 14, 2012

como quem respira o ar quente

Restar só nos interstícios
da noite
onde a luz fria
aquece o olhar turvo
e triste

Pensar em sair
na réstia de
pão
ázimo
que desfolha
o miolo
com carícias maternais

Olhar com altivo auspício
os traços com
que pintas
a desordenada
mensagem de cor

E cantar o mundo
de onde tudo brota
com o sarcasmo
de quem não consegue
nele encontrar a
sua principal
missão.

Vivo em ti
como quem respira o ar quente
da tarde perfeita
e invade
de sublime o
apagamento moral
dos dias que
correm
caóticos.



(14-09-2012)

quinta-feira, setembro 13, 2012

Contas que se fazem por estes lados #1


Sim, vamos esforçar-nos para que o país se liberte da dívida externa e da necessidade de sobreviver ao bom estilo sanguessuga. Mas não será uma conta difícil de fazer quando aos jovens a recibo verde é exigida esta bonita conjuntura fiscal para 2013?

21,5% - Retenção em sede de IRS (com as limitações que se antevêem para o próximo ano)
23% - IVA
31,7% - Contribuição para a Segurança Social (em 2013, sabendo cada qual que não há uma adequação ao vencimento mensal, mas, sim, uma prestação uniforme e anual)

Logo, todos os meses cerca de 76,2% do vencimento que cada recibo verde aufere vão para impostos. E se, num mês bom, existirão meses em que este valor bruto de impostos desce para os perto dos 50%, num mês desagradável o valor passa para 125% ou 150%. Não é difícil de perceber que há meses em que não se ganha para pagar as despesas exigidas pelos impostos do Estado.

A pergunta que fica é: como é que se sobrevive?


quarta-feira, setembro 12, 2012

Pensalamentos #55 - o recheio que a casa guarda


O que custa deixar na casa são as pequenas coisas que nos ligam às pessoas que por lá gravitaram e gravitam ainda. O que nos custa largar são as amarras de um sentimento por vezes hiperbólico e sem qualquer noção de realidade. Mas as paredes ficam, brancas ou negras, a existir num complexo mecanismo de lembrança que nos apresenta sempre a beleza de quem é belo. Não é da exagerada dor que provoca o forte contacto que eu me lembro! Neste lento sair de mim, é desta aparente disfuncionalidade que me lembra o impalpável e o frio da ausência de quem me deixou sem o querer que eu tenho saudades.

terça-feira, setembro 11, 2012

Espero-vos na FNAC do Fórum Almada!


É já no próximo Domingo, dia 16 de Setembro, que terei o prazer de estar com o meu grande amigo Rui Dias no Fórum Almada. Aí, depois de um grande abraço, terei outro grande prazer: apresentar aos interessados em poesia o meu livro "Refracções em três andamentos"!
A sessão começa às 16h30 na FNAC do Fórum Almada. Amanhã anuncio o provável apresentador!
Seja como for, gostava de vos ver lá!

domingo, setembro 09, 2012

FNAC Coimbra: aqui também o encontram!



Desde o dia de ontem (em que estive a apresentar o meu "Refracções em três andamentos" precisamente neste sítio, deixando momentos visuais deste acontecimento para mais tarde) podem encontrar este meu livro à venda na loja FNAC do Fórum Coimbra. Assim fica mais uma opção para aqueles que querem chegar-se ao livro. Vão lá, folheiem-no e, caso o sintam vosso, comprem-no!

sexta-feira, setembro 07, 2012

O Mistério da Educação e o InCrato

E eu, que não sou um defensor da caça, estou disponível para dar uns tiritos a esta
espécie de coelho!


O Mistério da Educação e o seu feiticeiro mor continuam a dar uma no cravo outra na ferradura. Se Portugal tem muitos professores, porque continuam as faculdades a formar, como diz a besta mor, "candidatos a professor"? Na terra onde toda uma geração de bem-sentados continua a mandar e a ditar as regras do jogo é preciso que os amigos não sofram e é preciso gorar todas as expectativas que esses senhores doutores foram criando. Talvez seja altura de regular as vagas no ensino superior dos cursos que não têm saída, mas com cortes nas faculdades dos amigos! Isto é o que faria um governante preocupado e sério, mas disso não parece existir por aqui!


quinta-feira, setembro 06, 2012

Notas sobre as apresentações que decorrerão nos próximos dias na Guarda e em Coimbra



Na Guarda será assim: "Na sexta, dia 7 de Setembro, a noite é de poesia no Café Concerto com a actividade "Tripartida Poética" com Américo Rodrigues, Daniel Rocha e Manuel A. Domingos. A sessão está marcada para as 21h30 e conta com os textos e as vozes dos três autores. De referir ainda que estará à venda no CC o último livro de cada um dos autores, a saber:"Acidente Poético Fatal", de Américo Rodrigues; "Refracções em três andamentos" de Daniel Rocha e " Teorias" de Manuel A. Domingos." (Fonte: TMG)

Em Coimbra, a apresentação decorrerá no dia 8 de Setembro na FNAC Coimbra e terei o prazer de voltar a ter como apresentadora do livro a Joana Duarte Bernardes (que é uma coimbrã de gema). Já sabem, começará às 17 horas!

terça-feira, setembro 04, 2012

Há dias em que gostava de ter sido ouvido/ lido



Isto foi o que eu sugeri, em resposta a uma pergunta do jornal A Guarda, como forma de evitar situações como a que ainda hoje vivemos aqui no distrito da Guarda. Penso que é evidente, para quem acompanha o incêndio de Seia, que o número de combatentes é muito reduzido para o perímetro de fogo que é apontado nos órgãos de comunicação social (acima dos 20 km foi a última indicação que recebi), mas parece que não há mais viaturas disponíveis. Por vezes gostava de ser ouvido ou lido por gente que se diz responsável!
Senhor Ministro, que tal haver umas viaturas que agreguem bombeiros voluntários de diferentes corporações?



"A Guarda (10) – Em sua opinião, o que é que devia ser feito para diminuir o número de incêndios florestais?

D.R. - Existem alguns factores que são determinantes no combate aos incêndios: as condições atmosféricas, o combustível e o dispositivo de combate. O primeiro não é passível de controlo de maneira nenhuma. O segundo depende dos proprietários dos terrenos e sabemos que existe uma total falta de responsabilização de proprietários e dos seus actos. O terceiro é aquilo que todos nós quisermos fazer com ele. Assim, penso que há três apostas que alterarão o cenário que é montado todos os anos: uma real aplicação da lei, sem favoritismos e sem desculpabilizações, fazendo com que quem arrisca o comportamento negligente opte por não arriscar; uma prevenção efectiva assente na distribuição de meios de combate pelos corpos de bombeiros das zonas mais afectadas pelos incêndios (sabe que não é possível que a corporação a que eu pertenço continue unicamente com uma viatura ligeira de combate a incêndios e ninguém se preocupe com isso); e, como medida eficiente e algo utópica no combate aos incêndios, a criação de grupos de reforço (GRIF’s) distritais assentes no voluntariado, ou seja, a aquisição por parte da protecção civil de veículos de combate que possam estar situados ou estacionados junto dos Centros Distritais de Operações de Socorro e que, em situações de emergência, possam ser accionados pelo recurso a bombeiros que não estejam integrados nas Equipas de Combate (ECIN). Sabe que eu acredito que os problemas que nós vamos ter com os incêndios justificam investimentos elevados, tal como o investimento nas Forças Armadas."


Caso tenham interesse, leiam a totalidade da entrevista aqui.

segunda-feira, setembro 03, 2012

Cá tão perto há heróis de vermelho


E há momentos amargos e de um silêncio tremendo, em que a preocupação e a vontade heróica nada resolvem. Nestes dias, onde parece que entrámos em guerra, milhares de homens e mulheres dão de forma abnegada e voluntária, buscando forças onde ninguém sabe que as tem, um exemplo perfeito daquilo que é o amor à pátria ou a preocupação com as populações. São homens e mulheres de todo o país que não recusam a ajuda a quem solta lágrimas de medo ou de terror, que não deixam para amanhã o que sabem ser essencial fazer hoje e que não se esquecem de que estão a servir o país e os portugueses. Assim haja quem os olhe com admiração e com o respeito que todos eles merecem. Assim haja quem lhes conceda um momento de oração. Assim haja quem os ajude, sem crítica gratuita e injusta. São homens e mulheres que estão, por imposição governamental, a lutar com armas desiguais, enquanto as águas da corrupção se vão enchendo de submarinos ou os ares exóticos dos gabinetes se vão enchendo de assessorias familiares.
Mas a amargura persiste e só se acalma com a certeza de que o cansaço não fará desistir aqueles que, realmente, amam o próximo!

sexta-feira, agosto 31, 2012

Na Guarda: esperamos por vós!


"Tripartida Poética" decorrerá no TMG em mais uma saudável actividade deste oásis cultural da cidade da Guarda: três poetas (Américo Rodrigues, manuel a. domingos e eu), três livros (Acidente poético fatal, Teorias e Refracções em três andamentos), muitas reflexões e infinita poesia. Será no dia 7 de Setembro, a partir das 21h30m!
Apareçam!


quinta-feira, agosto 30, 2012

Crónica Bombeiros.pt: “Papito siempre estaras en mi corazón” (Paizinho, estarás sempre no meu coração)





1. Há dias em que não conseguimos responder a todas as solicitações que se nos apresentam, e ficamos furiosos! Há dias em que, com um estranho sentimento preso ao coração, saímos de casa para defender outras famílias e bens, deixando aquilo que é realmente nosso: os nossos pais, as nossas esposas, os nossos filhos, a nossa família, enfim, a nossa casa. Há dias em que voltamos cansados, com o corpo ferido, mas com um sorriso no rosto: a nossa missão cumpriu-se! Há dias em que não voltamos e o sorriso apaga-se dos rostos que connosco partilharam tantas e tantas desventurosas saídas do quartel. Há dias em que a nossa família, a nossa carne, a nossa verdadeira razão de viver, perde aquilo que tem de mais precioso. Há dias em que a vida deixa de fazer sentido para um grupo de infelizes que são o nosso sangue. Há dias em que nos perdemos na memória dos homens e restamos, nomes singulares, numa lápide que alguns irão esquecer, mas não os nossos amigos e familiares. Há dias em que quem cai não pode deixar de merecer o nosso respeitoso cumprimento, o verdadeiro cumprimento: lembrarem-se da família que fica!

(...)



Guarda, 29 de Agosto de 2012
Daniel António Neto Rocha

(excerto do Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 29 de Agosto de 2012)

quarta-feira, agosto 29, 2012

Em Coimbra: espero que possam aparecer!


É já daqui a cerca de duas semanas que acontecerão duas apresentações do meu livro "Refracções em três andamentos", lançado em Julho deste ano.

Falarei da primeira apresentação, a decorrer na Guarda, em breve.

Já a segunda acontecerá na FNAC Coimbra (Fórum Coimbra) no dia 8 de Setembro, pelas 17 horas, e responde a alguns "apelos" de amigos que não puderam deslocar-se à Guarda para o lançamento.

Mais pormenores e informações essenciais vão sendo dadas durante os dias que se avizinham.



Quem quer ser a Vera Pereira? (2) - O que acontece, também, na Guarda

As desculpas de quem comete as ilegalidades (entendam-se estas ilegalidades como algo que toda a gente sabe que nunca deverias ser permitido) permitidas por lei e por cada rei são sempre alicerçadas no comum, na normalidade e naquilo que todos os outros já fizeram e que, por isso, é assumido como algo que deve ser feito. Claro está que há um condimento que não é do conhecimento desta espécie de gente séria que controlam o emprego em Portugal, até na contratação do estado, que se chama VERGONHA!
Digo isto porque, e quem conhece as regras de procura de emprego de um qualquer comum desempregado, toda a gente que faz candidaturas a ofertas, como esta para a Vera Pereira, perde tempo e dinheiro (que vai escasseando) a efectuá-las e caso as não faça perde o direito a receber o correspondente subsídio de desemprego.
Logo, porque razão pedimos às pessoas que façam as suas candidaturas a ofertas de emprego que, como é comum acontecer, já têm um candidato preferencial e único? Porque é que continuamos a criar falsas expectativas sobre ofertas de emprego a pessoas que não são recomendadas por alguém? Porque é que não assumimos, como tantos fazem, a contratação preferencial sem recorrer à artimanha de um suposto concurso aberto a todos? Porque é que, e a vergonha absoluta está aqui, continuamos a dizer às pessoas que em Portugal todos têm as mesmas oportunidades, sendo iguais nos direitos e nos deveres, e depois lhes dizemos que não adianta o esforço porque tudo isto (esta treta de país) está a saque pelos supostos organizadores políticos?
Sim, concordo com quem diz que isto só lá irá à bomba e aos tiros!

P.S. - Vera Pereira, lembra-te: és a face da vergonha!

terça-feira, agosto 28, 2012

Quem quer ser a Vera Pereira?

Sem palavras!
Ou melhor: tantas Veras Pereiras que andam por aí!
Agora sim, sem palavras!

Nota: Nova Guarda

Ao que parece, o "Nova Guarda" está a bombar por aí!
Este Pravda guardense (assumindo o período negro da história deste histórico jornal soviético) voltará com novas palavras de ordem e com nova equipa para uma história velha e relha.
Ponto importante e decisivo deste "regresso": vem mesmo a tempo das fantásticas discussões eleitorais! Vamos ver quem lançará como o candidato que será o sebastião prometido aos cidadãos guardenses.
Estou ansioso!

quinta-feira, agosto 23, 2012

Motivo de chacota ou uma visionária?


Tenho para mim que a Senhora Cecília teve uma epifania quando tentou a restauração deste quadro. Se pensarmos que os valores da época em que se pintou o quadro eram valiosos e solidários, nos dias que correm estamos perante um assalto constante por parte de falsos profetas da solidariedade. Daí que antes era Cristo e agora a dona Cecília dá-nos o "ladrão com uma meia que esconde a cara"!

P.S.- Não tive qualquer intenção de fazer crítica religiosa mas, sim, crítica política e partidária!

segunda-feira, agosto 20, 2012

Criações pessoais: teatro

Estou a terminar a escrita de uma peça de teatro.
Já estava concluída, mas surgiram algumas desavenças entre este vosso amigo e duas das personagens, que começaram a mandar vir e a pedir maior protagonismo. O que é certo é que elas tinham razão e, por culpa delas, tive de misturar a realidade com aspectos fantásticos e surreais.
Está a ficar melhor assim!

domingo, agosto 19, 2012

segunda-feira, agosto 13, 2012

Quem é que a Guarda leva a sério?

Foto do Professor Xavier Viegas (do premiado fotógrafo Edgar Martins)


Professor Xavier Viegas com Sérgio Cipriano e este vosso escriba (Foto da organização da Jornada)


E depois acontece isto! O Ministro da Administração Interna decidiu, de uma forma que eu considero merecedora de maior esclarecimento, pedir a um especialista externo à ANPC a análise do grande incêndio que andou livremente pelo Algarve. E quem decidiu ele convidar para tal análise (ler aqui)? Nada mais, nada menos do que alguém que tem colaborado intensamente com o concelho da Guarda em termos de formação para o combate aos incêndios florestais – o Professor Domingos Xavier Viegas. Espantados? Pois, é que o Projecto Sérgio Rocha ou o Portal Bombeiros.pt não têm o peso “cunhista” de outras entidades (sejam fundações, partidos, associações, ou outras coisas quaisquer). Daí que metade do concelho e do distrito desconhecem (quanto a mim não querem conhecer) a mais-valia que todos os anos é oferecida de forma gratuita ou a preço simbólico na jornada formativa que se chama “Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão” e que é a única actividade formativa do distrito para bombeiros desde há seis anos, apresentando também o único “staff-ride” que se realiza na Europa. Mas tudo isto não interessa às entidades da cidade (apenas a Governadora Maria do Carmo Borges olhou para esta actividade com visão de futuro!) e continua a ser feita sem o devido apoio de quem quer um melhor distrito e melhores e mais preparados agentes de protecção civil. Mas, como se pode ver sempre que um bombeiro morre, todos os responsáveis choram amargamente para poderem esquecer no momento seguinte.
Agora, é o senhor Ministro Miguel Macedo que nos dá razão e que nos, aos organizadores, obriga a continuar a nossa actividade, pois, se a sociedade civil desiste, quem nos valerá?
Para finalizar, tenho a certeza que deste relatório agora encomendado sairá uma análise fria e competente daquilo que se passou no Algarve. Espero é que depois não fique guardado na gaveta, pois é uma chatice termos de andar sempre fora da lei a tentar saber as conclusões dos relatórios que nos servem enquanto bombeiros. Só uma ressalva: lembrem-se que, caso fosse necessário, este relatório não serve de investigação policial (talvez o senhor Director Nacional da Polícia Judiciária possa esclarecer o como e o porquê de haver incêndios que não mereceram uma investigação a sério apesar dos resultados deles!), como se tentou fazer crer com outros relatórios.

Pensalamentos #54

A tristeza de não ser
Ou a incerta quietude
De permanecer irrealizável
Assente em nuvens.

quarta-feira, agosto 01, 2012

terça-feira, julho 31, 2012

segunda-feira, julho 30, 2012

Um pequeno adeus

(Ao Toninho e ao seu menino)

Mesmo à noite
quando espreitavas os meus gestos
mais pequenos e incautos
cruzavas o horizonte
com sonhos de ternura ou
de suspeita aventura
que enchiam os céus
e os agora chorosos corações

No escuro
enquanto repousavas
esquecias-te de ti
e davas cuidadas demandas
em torno do meu berço
onde eu sonhava em ser
assim como tu

No vazio
que hoje te invadiu
e que me roubou a ti
encontra a minha lágrima
e com ela
alimenta-te
lembrando-te de mim.


(30-7-2012)

domingo, julho 29, 2012

Momentos em imagem #9 - Fotos de promoção do livro "Refracções em três andamentos"





São excelentes trabalhos do Ricardo Marta que pretendem ser imagens de promoção do meu livro Refracções em três andamentos. Penso que qualquer uma delas é exemplo do carácter pessoal e aprofundado que os poemas transportam.
Ao Ricardo, o meu público agradecimento!

sábado, julho 28, 2012

silêncio

E o silêncio
Sempre presente
E ausente
Vai quebrando
A face negra
E hipócrita

E o silêncio
Lá atrás na arca aberta
Vai escolhendo
Os feijões com
Bicho,
Mas de dimensões
Sociais

E o silêncio
Vai silenciando
Quem está fora
Da equação
De interesses


(28-7-2012)

domingo, julho 22, 2012

Crónica Bombeiros.pt: Leiam, por favor, com atenção!

1. Às portas de mais uma actividade formativa ao nível do combate aos incêndios florestais (informem-se sobre a 6.ª Jornada de Análise ao Incêndio de Famalicão), a pergunta que orienta esta reflexão é esta: “O que mudou nos últimos seis anos?” Todos temos consciência de tudo aquilo que era inoperante, arcaico ou mesmo inexistente, mas estaremos hoje melhor preparados? Penso que não. Apesar de termos procurado fornecer às corporações um sem número de equipamentos realmente úteis, parece-me que estamos a falhar em algo que é o mais importante: a formação intelectual. Não, não defendo que se formem mentes brilhantes ou que se transformem os bombeiros em escolas contínuas, onde o mais importante seja sentar os homens e “espetar-lhes” com “carradas de teoria”. O que defendo é que de uma vez por todas se ofereça aos homens o conhecimento prático de alguns dos perigos que o combate encerra.

(...)


Guarda, 9 de Julho de 2012
Daniel António Neto Rocha

(excerto do Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 10 de Julho de 2012)

quarta-feira, julho 18, 2012

Momentos em imagem #8 - Nota do lançamento do livro Refracções em três andamentos



Estas imagens são da sessão de lançamento e apresentação do meu livro Refracções em três andamentos, no dia 7 de Julho de 2012. Nelas estou eu e a minha "manita". Teimosos como um raio e perfecionistas até dizer chega, voltámos a encontrar-nos num momento especial. Ela, exímia e perspicaz, ofereceu-me e aos presentes (que não eram muitos mas eram bons e atentos) uma análise extremamente clara e rica em significados, conseguindo surpreender-me na descodificação das mensagens e do "ruído" que, segundo ela, eu grito ao mundo. Gostei muito da apresentação e, quando a puder publicar aqui, recomendo completamente a sua leitura. Eu, crónico e humilde, lá agradeci, talvez em demasia (não sei), a ajuda e a confiança que muitos dos presentes me têm votado ao longo dos tempos, seja através de palavras de incentivo, seja através dos ensinamentos que um dia me passaram e que hoje são parte de mim. À minha família, centro do meu mundo e fonte da minha força, invoquei-a como parte vital do "eu" que sou e serei sempre. Em suma, adorei o reencontro com a minha "manita" e rendi-me às palavras da leitura de uma obra que ela conhece bem. Concordo contigo, Joana: é um livro que não deixa ninguém indiferente!

terça-feira, julho 17, 2012

Li: 2666, de Roberto Bolaño



Dava conta, aqui há dois meses, que tinha empreendido um desafio colossal. Pois bem, há cerca de três semanas terminei a leitura de 2666, de Roberto Bolaño. Fantástico romance, enorme volume de informações, decadente retrato do meio literato e académico, do mundo da política e da sociedade de valores éticos. Dividido em cinco partes, o romance vai procurando conhecer um escritor alemão que tem como pseudónimo o nome Benno von Archimboldi. De forma doentia, e sem olhar a eufemismos na hora de dar nomes à sociedade, Bolaño constrói um universo literário que coloca a questão: para quê preocupar-me com os outros se sou eu que interesso?
Pena só o fim trágico do autor, pois o romance deixa em aberto, na última das partes, um fim, quem sabe, intenso e surpreendente. Mas este fim, infelizmente, nunca o iremos conhecer.
Livro a ler e a reter na memória por muitos e muitos anos, que não é aconselhável a gente conservadora e com dificuldade em aceitar o "calor" tão típico da literatura sul-americana.

Pensalamentos #51

Explodem vozes e vontades
com a aparente impetuosidade
do camião vazio que apita sonoramente.

Vazio existencial ou
delicada falsidade
com o fim de esvaziar?

Deixem-me só!
Eu mais eu e
o nós,
estranho eu!

O camião vazio passa sonoramente
e a paisagem não muda,
mantendo-se muda.

domingo, julho 15, 2012

Sítio para descansar depois de morto

Como andei atarefado, vou agora recuperar aos poucos os textos que queria ter escrito sobre todas essas tarefas. No dia 28 de Junho, fui apresentar o caderno, da colecção Fio da Memória, Julgamento e Morte do Galo do Entrudo 2012 à Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço. Já lá para o fim, quando não havia jornalistas e todos estavam com vontade de ir jantar (seriam para aí 20h05m), surge a notícia mais arrepiante e mais interessante da tarde. A sobrinha de Manuel de Vasconcelos, antigo médico radiologista no Sanatório, ofereceu à Câmara Municipal da Guarda o jazigo onde se encontra o tio. Para que fim? Para aí funcionar uma espécie de Panteão dedicado aos que fazem cultura na Guarda. Tirando a pouca vontade de ir no imediato, posso dizer-vos que será um local para já muito bem frequentado, pois aquilo que Manuel Poppe escreveu no caderno Na sua mão direita - Manuel de Vasconcelos curador do sofrimento humano revela um homem com um carácter extremamente digno e humano. Logo, uma boa companhia para a eternidade!

sábado, julho 14, 2012

O Miguel Esteves Cardoso já percebeu! E tu?

Porque é que continuamos, teimosamente, a fazer a Jornada? Talvez por aquilo que diz o Miguel Esteves Cardoso e por aquilo que nós sentimos. A memória!



(Fonte: Jornal Público (13-07-2012), através do portal Bombeiros para sempre)

sexta-feira, julho 13, 2012

Amanhã é dia 14 de Julho

Amanhã, ainda podem visitar-nos. A partir das 14 horas, em Famalicão. Sim, é diferente, mas sabem o que perdem?



Guerreiros de outros tempos
compradores de sonhos e de bonanças
corajosos visitadores de aventuras

Em frente, sempre em frente,
com visão de herói que
não descarta a derrota do vilão

De pé, gloriosa gente,
que na derrota
constrói castelos para outrem

Capa e espada, humildade e humanidade,
força e intelecto, amor e muito afecto,
Eis os laços da sociedade
Eis o porquê da unidade


(13-07-2012)

quarta-feira, julho 11, 2012

Um diário ausente

Dizer que basta
ao ouvido do silêncio
ou à ausência indefinida
pode não chegar
para que as palavras
presas na garganta
amaciem
e desamarrotem
o cru novelo
que aperta o peito.


(9-7-2012)





P.S. - A Marta dedicou-te este pequeno momento.