sexta-feira, outubro 19, 2012

Momentos em imagem #10 - Guarda e o bom teatro

Foto do Victor Afonso


Está quase a fazer um ano (daqui a um mês!) o dia em que esta foto foi tirada. Bem se nota que tentei escapar à objectiva do Victor Afonso, mas não consegui! Como estarei vestido e caracterizado este ano? É uma das perguntas que faço de mim para mim. Gosto de ser surpreendido, mas não muito!
Sabiam que este "Guarda: Sopro Vital" promete ser um grandioso espectáculo e um fantástico exercício teatral?

quarta-feira, outubro 17, 2012

Crónica Bombeiros.pt: Situation closed!


1. Incêndio extinto! Ocorrência resolvida! Pessoal desmobilizado! Época fechada! Tudo já está bem, agora só falta é que não haja mais incêndios e que o São Pedro seja, de facto, um dos nossos e colaborante. Ou seja, fiemo-nos na virgem (santa), mas não demasiado!

2. É hoje encerrada aquela que foi convencionada como a “Época de fogos” em Portugal, ilhas incluídas! E o que sobressai desta espécie de Concordata entre Bombeiros e Governo de Portugal é que a partir de agora as ocorrências de incêndio que vierem a eclodir terão de ser combatidas apenas em horário pós-laboral por muitas das Corporações de Bombeiros do país, pois não me parece que haja pessoal a poder voltar a faltar ao trabalho para apagar fogos. Como digo acima, espero que o nosso São Pedro seja simpático connosco e não nos castigue com muitos dias de tempo quente ou que o conhecido e famoso Verão de São Martinho seja apenas para um par de dias e não nos faça andar a subir e descer serras. É que a partir de agora o nível de prontidão está completamente comprometido e não me parece que só a vontade dos homens e mulheres deste país consiga apagar fogos à nascença. Claro que, visionários como são os nossos governantes e conhecedores do grande número de bombeiros que foram despedidos nos últimos tempos, talvez estejam a contar que esses desempregados bombeiros possam ter disponibilidade para serem, mais uma vez, a resolução para o problema. Mas, num clima social quente e faiscante, estaremos nós disponíveis para colocarmos a vida em risco enquanto alguns insistem em nos deitar a corda ao pescoço? Sinceramente, e falando de forma muito geral, penso que estaremos na disposição de irmos até ao limite da nossa área de intervenção (falo, como é óbvio das áreas de intervenção de cada corpo de bombeiros), mas não me parece que estejamos disponíveis para ir para áreas que não são nossas, até porque os recursos das Associações são cada vez menores e não se podem dar ao luxo de perder meios que podem ser essenciais no seu próprio território. Esta é a minha leitura daquilo que pode vir a acontecer em muitas corporações. Pessoalmente, e perante a reflexão que fiz acima, penso que terei muita dificuldade na tomada de uma decisão, caso seja confrontado com uma situação destas. E, sim, também estou numa situação extremamente precária em termos profissionais. O problema é que o nosso país está a obrigar-nos a pensar de forma individualista e isso significa que o voluntarismo que caracteriza a maior parte dos homens e mulheres que abraçaram esta causa começa a ter problemas em se realizar plenamente. Todos nós sentimos na pele o desrespeito do poder pelo nosso trabalho voluntário, cortando a torto e a direito aquilo que cada um de nós acaba por merecer!

3. De forma muito serena, como é hábito do Professor Xavier Viegas, foi entregue o relatório sobre o grande incêndio florestal do ano que aconteceu em Tavira. Já tive oportunidade de o ler (não sei se incorrendo numa ilegalidade!) e é um óptimo exercício de aprendizagem e de esclarecimento. De uma forma extremamente pedagógica e informativa, os autores vão analisando os diversos factores que estiveram em causa desde a eclosão do incêndio até à sua extinção. Relatando, analisando, confrontando e criticando, o relatório faz aquilo que todos nós deveríamos fazer em todas as nossas corporações e, porque não dizê-lo, nas nossas profissões: uma reflexão sobre o que correu bem e o que correu mal. E, ao contrário do que possivelmente esperávamos todos, a principal causa do desnorte no combate ao incêndio (na leitura que eu faço da informação que li no relatório) ficou a dever-se a algo que é comum acontecer em todos os sectores da nossa sociedade, ou seja, impreparação e falta de treino de cenários extremos e quase impensáveis. É comum sabermos de grandes incêndios que acontecem, principalmente, nos Estados Unidos da América e na Austrália que envolvem milhares de elementos da protecção civil, mas nunca se imaginou que um dia, em Portugal, isso também poderia acontecer. Logo, não se pensou se o pior cenário que o SIOPS preconiza era ou não o pior que poderia/pode vir a acontecer. Penso que o problema está aqui: no planeamento a longo tempo. Não se pode pedir que uma estrutura (desde o topo até ao mais pequeno elemento da base), que não foi treinada para reagir a algo que parecia impensável que viesse a acontecer, que o faça de forma perfeita e coordenada. Daí que os nossos governantes têm de se mentalizar de que nem sempre o nosso espírito de MacGyver resolve os problemas que, essencialmente, foram criados por eles!       

    
Guarda, 15 de Outubro de 2012
Daniel António Neto Rocha

(Texto publicado e disponibilizado no Portal Bombeiros.pt no dia 15 de Outubro de 2012)

quinta-feira, outubro 11, 2012

Leituras atrasadas sobre a última AM na Guarda



Estive a ler uma notícia sobre a última Assembleia Municipal na Guarda e já me ri que nem um perdido. Por um lado, o circo chega à cidade e pede 2200 assinaturas para se poder candidatar! Que grandes discussões se fazem naquele espaço, meus deuses! Outro, que é um dissimulado de excelência, grita a plenos pulmões (lembrei-me logo do Rufino!) que é necessário mostrar que as gentes da Guarda não estão conformadas com a sua sorte e que será preciso chegar com a voz a Lisboa, estando, de forma muito interessante e digna de um comentário futuro, a tentar mostrar-se muito preocupado com as pessoas do concelho. Boa sorte, homónimo de coelho redondinho!
Claro que houve coisas mais sérias, mas isso é a discussão do costume e nem adianta voltar a falar delas!

sábado, outubro 06, 2012

Pensalamentos #58

1.
O fundamental é não ter nada em que acreditar,
julgar que tudo é demasiado efémero ou fugaz,
e crescer entre o restolho sem expectativas.
É assim que se sobrevive na selva!

sexta-feira, outubro 05, 2012

Pequeno desabafo em dia de República

Ouvi agora nas notícias que a celebração do dia da Implantação da República foi apenas para convidados. 
Malgrado as várias opiniões que por aí pululam, a pergunta que deixo em jeito de asserção é esta: não é esta república só para convidados?

segunda-feira, outubro 01, 2012

Guarda: pequeno acrescento ao texto de ontem


O tema de ontem talvez possa ser entendido por alguns como sendo algo que eu tive guardado para relembrar agora. Infelizmente e felizmente não, pois não tenho por hábito perseguir outros. É sim um tema que me surge devido a pesquisas e tentativas minhas de olhar para trás, querendo agora conhecer um pouco do processo que se desenrolou ao longo dos tempos. Algumas dessas pesquisas deram resultados num outro sentido, estando já a ser resolvidas. Esta é uma outra e pretende perceber até que ponto existe gente que não se move só por interesses. É que houve muita gente que se aproveitou deste processo a nível político e, para quem se revelava tão prestável, até chegaram a aproveitar-se da fragilidade psicológica que a dado momento toda a minha família teve. 
Agora é tempo de tentar perceber o que aconteceu.

domingo, setembro 30, 2012

A memória de peixe na cidade da Guarda ou "A falta de vergonha?"



Se as pessoas devem ter memória de peixe, digo-vos já que não! Não penso que  homens e mulheres que devem ter neurónios possam ter memória de peixe, mas que a têm, têm! Ou pelo menos, assim deve acontecer com pelo menos três das pessoas que constam nesta lista que apresento já de seguida:

1 - Presidente da Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios: Eng.º Joaquim Valente;
2 - Serviço Municipal de Protecção Civil: Jorge Granja de Sousa;
3 - Gabinete Técnico Florestal: Eng.ª Catarina Coimbra;
4 - Associação Humanitária Bombeiros Voluntários Egitanienses: Comandante Luís Santos;
5 - Associação Humanitária Bombeiros Voluntários de Gonçalo: Comandante Orlindo Cabeças;
6 - ICN – Parque Natural da Serra da Estrela: Eng.º Jorge Coimbra;
7 - Policia Segurança Publica: Subintendente José do Nascimento Salvado Lopes;
8 - Guarda Nacional Republicana: Cabo-chefe Manuel Batista;
9 - Assembleia Municipal: António Fontes;
10 - Associação de Produtores Florestais de Fernão Joanes: Daniel Vendeiro;
11 - Associação de Produtores Florestais do Alto Côa: Eng. Técnico João Ribeiro.

As pessoas identificadas com os números 1, 9 e 10 são pessoas que pertencem (pelos menos) à Assembleia Municipal da Guarda (AM) há pelo menos 7 (sete) anos. Ora bem, o episódio que aqui trago tem 6 (seis) anos, daí eu pensar que, provavelmente, estes três senhores sabiam bem daquilo que falavam. Se consultarem a acta da Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (CMDFCI) do dia 28 de Agosto de 2006, irão, a determinado passo, encontrar as imagens e as palavras que mostro no início deste texto e confirmarão que todos os nomes que refiro acima são membros desta tal Comissão. Pois bem, o incrível está aqui! Como podem ler, a determinado momento é feita, de uma forma honrada e nobre, a seguinte sugestão: "que a Comissão proponha à Assembleia Municipal a atribuição da Medalha da Cidade a título póstumo, ao jovem bombeiro Sérgio Costa e aos cinco sapadores chilenos" e acrescenta a acta "tendo sido esta ideia aprovada por todos os presentes." Tirando o facto de haver por ali um erro grosseiro no nome do meu irmão, que é Rocha e não "Costa", como o presidente da Junta de Famalicão ou o Presidente da Junta de Fernão Joanes, com assento nesta Comissão, poderiam ter confirmado, a acção ou o palavreado destes elementos foi meritória dos melhores elogios. Mas, afinal, tratava-se mesmo de palavreado! Como se processa a proposta ou a sugestão à AM, não o sei! Mas acredito que nem eles, pois em nenhuma AM desde a realizada no dia 31 de Outubro de 2006 até à última realizada no dia 30 de Abril de 2012 (refiro-me, como é óbvio, às actas disponibilizadas no site da Câmara Municipal da Guarda neste mesmo dia 30 de Setembro de 2012). Já nem me refiro ao facto de nem sequer ter havido, por parte de todos os "ilustres" deputados com assento na AM, uma única menção, fosse em jeito de lamento ou de louvor pelos que partiram, ao sucedido no incêndio de Famalicão (no dia 9 de Julho de 2006). Será que as suas vidas ocupadas não lhes permitiram contactar com uma das notícias mais "marteladas" nos jornais da cidade ou nos noticiários nacionais? 
Enfim, desvio-me do foco do meu lamento. Nem o Eng.º Valente (que não me parece que tenha faltado a alguma dessas reuniões de Assembleia), nem os presidentes António Fontes e Daniel Vendeiro se lembraram daquilo que tinham proposto na reunião da CMDFCI? Peixes, senhor, serão peixes? Ou terão somente a, já lendária, memória de peixe?
Talvez alguém me possa dizer o que terá acontecido, mas eu desconfio de que esta gente deixou de se fiar nas suas próprias palavras! E aquilo que defendeu ontem não é o que defende hoje, quanto mais amanhã ou nos próximos dias. Com um bocadinho de sorte, talvez consigam lembrar-se daquilo que um disseram ou julgaram dizer! Mas que está escrito está!
Deixem-me quase acabar com uma frase que poderá servir de provérbio no futuro: "Eu não acredito em nada daquilo que alguns ditos políticos escrevem, mas que está escrito está!"
Espero, sinceramente, ter respostas a este meu lamento. Nem que seja só para me esclarecerem! Daí agradecer a quem me lê que partilhe esta questão!

sexta-feira, setembro 28, 2012

Pensalamentos #57

Procuro sempre o melhor nas pessoas e esqueço-me que a maior parte delas tem um filho da puta dentro!

quinta-feira, setembro 27, 2012

Coimbra, 8 de Setembro de 2012 (17 horas)




"Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraidíssimo percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
numa tarde no café, um livro."

(Manuel António Pina)


Farto de ir a Coimbra por motivos médicos. Eis como me encontrava até ao passado dia oito. Já há alguns anos que os motivos que me levavam a Coimbra seguiam um monocromatismo algo negativo e muito longe dos devaneios literários que sempre por ali persegui. Aqui há uns tempos deixei isso de parte e, com a minha vida metida no carro, lá fomos happy family em perseguição de um sonho comum. Sim que isto de ser uma família de professores a tentar sobreviver na Beira Serra é quase impossível (desde os trafulhas que nos vão pregando rasteiras até aos facciosos oportunistas que vão "mamando na vaca", passando pelos cortes cegos no futuro efectuados por demagógicos profetas da melhoria educacional) e carece de intervenção quase divina (sentindo-nos nós autênticos deuses!). Mas, passando, lá fomos nós apresentar a Coimbra o meu livro Refracções em três andamentos. E entrei de novo em casa. Sempre fui um fã incondicional da cidade que me passeou largamente pelas suas ruas e pelos seus recantos mais enegrecidos. E, sim, sempre sonhei que um dia teria o prazer de por ali me apresentar como poeta (não fosse eu um leitor ávido de Antero de Quental!). E esse dia chegou, felizmente! Regressei devagar ao seu sorriso como quem volta a casa! Regressei a uma casa onde passei por tudo aquilo que é possível imaginar. Foi ali que eu pululava quando alegrias, tristezas e dores imensas me atingiram. E ali sentia-me bem. Ali bebia as águas do meu rio, daquele rio que sempre me levou rápido até casa, até à Serra! E nada era difícil de enfrentar com um aliado fluvial ao meu lado, sempre ao meu lado. E aí, no fluir eterno de simbolismo, habitei um mundo tão meu que a cidade talvez fosse diferente para o resto dos homens e mulheres.
Dia 8 foi um encontro de sensações. Muito boas: a união com a amizade real e não falsa, como a que anos depois me rodeou. Boas: o lançamento de um sonho! Más: a memória dos dias simpáticos que se perderam em tantas e tantas voltas tristes.
Encontrei o Vítor Oliveira! Encontrei o João Rasteiro! Encontrei a Susana, o Hélder e a Leonor! Encontrei a Viviana e conheci a Carolina e o Ricardo! Encontrei a Paulita! Encontrei o professor Xavier Viegas e a Teresa! E conheci a Alice e a bela família da Joana! E tudo debaixo do mágico olhar na Nice e do Sérgio! E tanto mais, tanto mais. As emoções deste reencontro foram muitas e temo aqui esquecer-me de alguém.
Reencontrei-me com a minha manita, com a Joanita! E claro, conheci o Jorge!
E reencontrámo-nos com a música, com a vida e com a solidão, olhando para o livro e para os seus habitantes negros e, tantas vezes, desgovernados. O resto são palavras sábias e precisas, e uma análise que a cada dia se entranha mais nos ossos, deixando o corpo chorar.
E foi ali, no sítio onde estudei, me apaixonei, cantei, formei, vivi, convivi, chorei e tantas outras coisas, que deitei uma lágrima e embarguei a voz.
E mais não disse, porque tive medo!

segunda-feira, setembro 24, 2012

Guarda, 7 de Setembro de 2012 (21h30m)

Foto roubada ao manuel a. domingos


A Guarda é uma cidade estranha e tem gente muito interessante. Estes três seres, que parecem tantas vezes estar deslocados da realidade da cidade, juntaram-se no início de Setembro para falarem dos seus últimos livros, para falarem sobre o acto de escrita e para falarem sobre tudo aquilo que viesse ao caso na hora. O certo é que foi mesmo assim que aconteceu e lá se discutiu tudo aquilo que foi necessário discutir e lá se falou de tudo aquilo que acharam por bem falar. A conversa foi interessante, pintalgada aqui e ali com poemas e com desafios de leitura, a conversa foi sobre a vida editorial destes três autores e a conversa tratou de colocar no devido sítio a questão da opção estética de cada qual. Diferentes! Sim, muito diferentes. Com trajectos muito diferentes. Sim, muito diferentes!
Não foi a primeira vez que nos encontrámos, os três, para participarmos numa iniciativa deste género, mas foi a primeira vez que falámos mais e mais sobre nós, sem que alguém o fizesse por... nós. O Américo lembrou isso e eu lembrei-me de ter adormecido dentro disso. O manuel é o mais (desculpa, manuel!) inquisidor, mais perguntador, mais curioso. Ou talvez não e tenha sido apenas uma questão de noite.
Não vendi nenhum livro. Talvez os livros estejam caros e as pessoas não queiram passar fome física. Talvez os livros sejam demasiado intragáveis e as pessoas queiram alimentar-se do conforto do silêncio que as vidas enfadonhas e obedientes exigem. Talvez as pessoas, unicamente, não me queiram ler. Talvez seja isso tudo. O que é certo é que houve pessoas a entrar e a sair do Café Concerto, olhando, odiando, ouvindo, odiando, rindo, ouvindo, interessando-se, embrenhando-se, percebendo e até querendo mais e mais e mais do que o frio estado de abulia.
E a conversa continuou até quase à meia-noite, quando decidi regressar a casa e ao esquecimento dos outros.

P.S. - Talvez as pessoas não queiram ou talvez as pessoas queiram e não são deixadas. Tenho pena das que optam pela segunda opção.   

quinta-feira, setembro 20, 2012

Pensalamentos #56 - dead dream



Drop blue tears
from dark eyes;
Never see if the clouds
are coming soon or
in a quick movement;
Rest in the shade
of a lonely house
and in the arms of
a sad mother.
My name is Man
and I need
to drink
good poison!

quarta-feira, setembro 19, 2012

FNAC Almada: agora também aqui!


Desde o passado fim-de-semana, podem encontrar o meu livro Refracções em três andamentos à venda na loja FNAC do Fórum Almada. Assim fica mais uma opção para aqueles que querem chegar-se ao livro. Vão lá, folheiem-no e, caso o sintam vosso, comprem-no! Daqui a uns dias farei a leitura destes dias de viagem literária.

terça-feira, setembro 18, 2012

A ler, com muita atenção, esta pequena (mas esclarecedora!) reflexão da Marta Esteves

(Fonte da foto: Diário as Beiras)

A Marta (minha prima), a propósito da fatalidade que se abateu sobre os Bombeiros Voluntários de Coja e sobre a família da Patrícia Abreu, escreveu esta reflexão no seu perfil no Facebook. A ler, a reler e a reter!


"Arriscamos a nossa vida pela vida dos outros ou muitas vezes apenas por um pedaço de terra que é o sustento de alguém. É bom chegar a casa com a sensação de dever cumprido, embora com um cansaço enorme no corpo... pena que a maioria das vezes nenhum do esforço seja recompensado, nem mesmo por palavras! Somos homens e mulheres como todos, não somos super heróis, e muitas vezes arriscamos para além do limite, acabando por ser vencidos! É triste saber que para o país os que perderam a vida por esta causa apenas serão falados num noticiário qualquer, depois são esquecidos e passam apenas a ser estatísticas... Mas para nós serão sempre recordados como colegas, como amigos, como família e pelos que mais importam e sentem a sua falta!"

(Marta Esteves, 18-09-2012)

sexta-feira, setembro 14, 2012

como quem respira o ar quente

Restar só nos interstícios
da noite
onde a luz fria
aquece o olhar turvo
e triste

Pensar em sair
na réstia de
pão
ázimo
que desfolha
o miolo
com carícias maternais

Olhar com altivo auspício
os traços com
que pintas
a desordenada
mensagem de cor

E cantar o mundo
de onde tudo brota
com o sarcasmo
de quem não consegue
nele encontrar a
sua principal
missão.

Vivo em ti
como quem respira o ar quente
da tarde perfeita
e invade
de sublime o
apagamento moral
dos dias que
correm
caóticos.



(14-09-2012)

quinta-feira, setembro 13, 2012

Contas que se fazem por estes lados #1


Sim, vamos esforçar-nos para que o país se liberte da dívida externa e da necessidade de sobreviver ao bom estilo sanguessuga. Mas não será uma conta difícil de fazer quando aos jovens a recibo verde é exigida esta bonita conjuntura fiscal para 2013?

21,5% - Retenção em sede de IRS (com as limitações que se antevêem para o próximo ano)
23% - IVA
31,7% - Contribuição para a Segurança Social (em 2013, sabendo cada qual que não há uma adequação ao vencimento mensal, mas, sim, uma prestação uniforme e anual)

Logo, todos os meses cerca de 76,2% do vencimento que cada recibo verde aufere vão para impostos. E se, num mês bom, existirão meses em que este valor bruto de impostos desce para os perto dos 50%, num mês desagradável o valor passa para 125% ou 150%. Não é difícil de perceber que há meses em que não se ganha para pagar as despesas exigidas pelos impostos do Estado.

A pergunta que fica é: como é que se sobrevive?